Questões Militares
Sobre significação contextual de palavras e expressões. sinônimos e antônimos. em português
Foram encontradas 1.428 questões
Q3163021
Português
Texto associado
Leia o texto a seguir:
Produção global de vinho em 2024 pode atingir menor
volume desde 1961
Organização culpou as mudanças climáticas pela brusca queda
Uma estimativa publicada nessa segunda-feira (2) pela
Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) informou
que a produção global da bebida poderá cair neste ano ao nível
mais baixo desde 1961.
De acordo com o relatório da entidade, a brusca queda foi
impulsionada pelas condições climáticas adversas, principalmente
a seca extrema que atingiu diversas regiões do planeta.
"Os desafios climáticos nos dois hemisférios são, mais uma vez,
as principais causas dessa redução no volume de produção
mundial", disse a OIV.
Em relação ao ano de 2023, que foi considerado fraco pelos
profissionais da área, a produção em 2024 deverá cair mais de
2%. Além disso, a quantidade representa uma redução de 13%
em comparação com a média da última década.
Segundo as projeções da OIV, com base nas colheitas de 29
nações que representam 85% da produção anual de vinho, os
números deste ano estão estimados entre 227 e 235 milhões de
hectolitros, o menor volume colhido desde 1961 (220 milhões).
Fonte: https://www.jb.com.br/economia/2024/12/1053215-producao-global-de-vinho-em-2024-pode-atingir-menor-volume-desde-1961.html. Acesso em: 08 dez. 2024.
Texto adaptado
“Além disso, a quantidade representa uma redução de 13%
em comparação com a média da última década” (4º parágrafo). A
expressão destacada veicula sentido:
Q3163020
Português
Texto associado
Leia o texto a seguir:
Produção global de vinho em 2024 pode atingir menor
volume desde 1961
Organização culpou as mudanças climáticas pela brusca queda
Uma estimativa publicada nessa segunda-feira (2) pela
Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) informou
que a produção global da bebida poderá cair neste ano ao nível
mais baixo desde 1961.
De acordo com o relatório da entidade, a brusca queda foi
impulsionada pelas condições climáticas adversas, principalmente
a seca extrema que atingiu diversas regiões do planeta.
"Os desafios climáticos nos dois hemisférios são, mais uma vez,
as principais causas dessa redução no volume de produção
mundial", disse a OIV.
Em relação ao ano de 2023, que foi considerado fraco pelos
profissionais da área, a produção em 2024 deverá cair mais de
2%. Além disso, a quantidade representa uma redução de 13%
em comparação com a média da última década.
Segundo as projeções da OIV, com base nas colheitas de 29
nações que representam 85% da produção anual de vinho, os
números deste ano estão estimados entre 227 e 235 milhões de
hectolitros, o menor volume colhido desde 1961 (220 milhões).
Fonte: https://www.jb.com.br/economia/2024/12/1053215-producao-global-de-vinho-em-2024-pode-atingir-menor-volume-desde-1961.html. Acesso em: 08 dez. 2024.
Texto adaptado
No segundo parágrafo, leem-se as expressões “brusca
queda” e “seca extrema”. Os dois termos destacados poderiam
ser substituídos respectivamente, sem prejuízo de sentido, por:
Q3163015
Português
Texto associado
Leia o texto a seguir:
Produção global de vinho em 2024 pode atingir menor
volume desde 1961
Organização culpou as mudanças climáticas pela brusca queda
Uma estimativa publicada nessa segunda-feira (2) pela
Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) informou
que a produção global da bebida poderá cair neste ano ao nível
mais baixo desde 1961.
De acordo com o relatório da entidade, a brusca queda foi
impulsionada pelas condições climáticas adversas, principalmente
a seca extrema que atingiu diversas regiões do planeta.
"Os desafios climáticos nos dois hemisférios são, mais uma vez,
as principais causas dessa redução no volume de produção
mundial", disse a OIV.
Em relação ao ano de 2023, que foi considerado fraco pelos
profissionais da área, a produção em 2024 deverá cair mais de
2%. Além disso, a quantidade representa uma redução de 13%
em comparação com a média da última década.
Segundo as projeções da OIV, com base nas colheitas de 29
nações que representam 85% da produção anual de vinho, os
números deste ano estão estimados entre 227 e 235 milhões de
hectolitros, o menor volume colhido desde 1961 (220 milhões).
Fonte: https://www.jb.com.br/economia/2024/12/1053215-producao-global-de-vinho-em-2024-pode-atingir-menor-volume-desde-1961.html. Acesso em: 08 dez. 2024.
Texto adaptado
“De acordo com o relatório da entidade”. Essa expressão,
empregada no segundo parágrafo do texto, serve para indicar:
Q3162974
Português
Texto associado
Leia o texto a seguir:
Maior iceberg do mundo começa a se mover após décadas encalhado: o que acontece agora?
Gigante de gelo é maior que duas cidades de São Paulo
O maior e mais antigo iceberg do mundo, o A23a, passou a se
mover depois de décadas encalhado e girando em torno de si.
Nos últimos dias, a gigante massa de gelo, de 400 metros de
espessura, que pesa quase um trilhão de toneladas e possui uma
área de cerca de 3,9 mil quilômetros quadrados (maior que duas
cidades de São Paulo), se libertou de sua posição ao norte das
Ilhas Órcades do Sul e agora está à deriva no Oceano Antártico.
A trajetória deste gigante de gelo começou em 1986, quando
o iceberg se desprendeu da plataforma de gelo Filchner, na
Antártida, "onde permaneceu encalhado no fundo do mar no Mar
de Weddell" por mais de 30 anos, explica o site do Instituto de
Pesquisa Britânico da Antártida, em texto publicado na última
sexta-feira, 13.
Em 2020, o A23a começou a se deslocar para o norte do oceano.
Desde então, a cruzada do maior iceberg da história passou por
eventos "científicos intrigantes", como define o Instituto Britânico.
Uma delas foi o fato de o A23a ter ficado, a partir de novembro do
ano passado, preso em um fenômeno oceanográfico chamado de
Coluna de Taylor, que consiste em um movimento de rotação da
água que faz os objetos ficarem presos no mesmo lugar e girando
em torno de si.
O iceberg conseguiu escapar desta coluna nos últimos meses,
e agora segue rumando ao norte pela Corrente Circumpolar
Antártica. Uma das previsões dos cientistas é que o gigante de
gelo chegue à ilha subantártica da Geórgia do Sul. Como a região
é um local de água mais quente, espera-se que ele se quebre em
icebergs menores e, eventualmente, derreta.
"É emocionante ver o A23a em movimento novamente após
períodos de paralisação. Estamos interessados em ver se ele
seguirá a mesma rota que os outros grandes icebergs que se
desprenderam da Antártida seguiram. E, mais importante, qual
será o impacto disso no ecossistema local", disse o oceanógrafo
Andrew Meijers, do British Antarctic Survey.
Laura Taylor, biogeoquímica do cruzeiro Biopole - que fez uma
expedição científica para estudar o A23a - destaca que o grande
iceberg pode fornecer nutrientes para as águas por onde passa,
criando ecossistemas prósperos em áreas que, sem isso, seriam
menos produtivas.
"O que não sabemos é que diferença icebergs específicos, sua
escala e suas origens, podem fazer para esse processo", diz a
pesquisadora.
"Coletamos amostras de águas superficiais do oceano atrás,
imediatamente adjacentes e à frente da rota do iceberg. Elas
devem nos ajudar a determinar que tipo de vida poderia se formar
ao redor do A23a e como isso impacta o carbono no oceano e seu
equilíbrio com a atmosfera", acrescenta.
Fonte: https://odia.ig.com.br/mundo-e-ciencia/2024/12/6972859-maior-iceberg-domundo-comeca-a-se-mexer-apos-de-cadas-encalhado-o-que-acontece-agora.html.
Acesso em: 20 dez. 2024. Texto adaptado.
“Como a região é um local de água mais quente, espera-se que ele se quebre em icebergs menores e, eventualmente,
derreta” (5º parágrafo). Nesse trecho, em seu contexto de uso, o
conectivo destacado veicula sentido de:
Q3074713
Português
Texto associado
Contra o monopólio da IA, uma parceria global para
aquisição de chips
Em 1999 um grupo de 34 pesquisadores internacionais
se reuniu na Itália, na vila de Bellagio, para discutir o
acesso à vacinação. Vacinas eram caras e inacessíveis.
O grupo teve então uma ideia revolucionária: criar um
consórcio de vários países para agregar poder de
compra ("procurement") e com isso conseguir preços
mais baixos, grandes quantidades e velocidade de
entrega. Surgia então o Gavi (Aliança Global para
Vacinas e Imunização), que logo teve adesão da ONU e
de doadores privados. Hoje, 50% das crianças do
planeta são vacinadas por causa da iniciativa. Na Covid,
essa aliança teve também um papel crucial.
Corte para 2024. Um grupo de pesquisadores
internacionais se reuniu em Bellagio na semana passada
para discutir outro problema: tecnodiversidade.
Assegurar que o desenvolvimento da tecnologia e da
inteligência artificial seja plural e não excludente.
Estamos atravessando um intenso processo de
concentração. Por causa da IA, a demanda por
computação explodiu. Uma IA atual usa 10 bilhões de
vezes mais computação do que em 2010. A cada 6
meses esse uso computacional dobra.
O problema é que o poder computacional usado para a
inteligência artificial é hoje controlado por um pequeno
grupo de países e empresas. Em outras palavras, toda a
"inteligência" do planeta pode ficar nas mãos de um
clube exclusivo. Isso pode ser a receita para um desastre
epistêmico, colocando em risco linguagens, cosmologias
e modos de existir presentes e futuros. Tanta
concentração limita a existência de modelos de IA
diversos, construídos localmente.
Em outras palavras, a infraestrutura necessária para a
inteligência artificial precisa estar melhor distribuída.
Quanto mais países, setores da sociedade e
comunidades tiverem a possibilidade de participar do
desenvolvimento da IA, inclusive sem fins lucrativos,
melhor. Um exemplo: há 10 anos, 60% da pesquisa
sobre inteligência artificial era feita pelo setor acadêmico.
Hoje esse percentual é próximo de 0%.
Esse curso precisa mudar. A solução proposta no
encontro em Bellagio foi a criação de uma aliança similar
ao GAVI, só que para a aquisição dos GPUs (chips)
usados para treinar inteligência artificial. Os três pilares
para treinar IA são: dados, capital humano e chips. O
maior gargalo, de longe, está no acesso aos chips. Para
resolver isso, os países podem se reunir para agregar
seu poder de compra, integrando-se novamente a
organizações internacionais e doadores interessados na
causa. Tal como nas vacinas, seria possível derrubar os
preços dos chips, assegurar sua quantidade e
velocidade de entrega.
Isso permitiria a criação de polos nacionais, regionais e
multinacionais para o treinamento de IA, capazes de
cultivar diversidades. Por exemplo, uma IA da língua
portuguesa, da América Latina e além. Permitiria a
construção de infraestruturas acessíveis para a
comunidade acadêmica e para outros atores no
desenvolvimento da tecnologia. Essa proposta,
vocalizada por Nathaniel Heller e refinada pelo grupo de
Bellagio, pode ter um impacto profundo no futuro do
desenvolvimento tecnológico.
O Brasil pode ser crucial na formulação dessa aliança.
Seja atuando dentro do G20, seja incluindo o tema como
parte do excelente Plano Brasileiro de Inteligência
Artificial, publicado na semana passada, que prevê 23
bilhões de investimentos em 4 anos. Pode ser a chance
de o país se tornar mais uma vez protagonista na
articulação do futuro do desenvolvimento tecnológico.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ronaldolemos/
Um grupo de pesquisadores internacionais se reuniu em
Bellagio na semana passada para discutir outro
problema: tecnodiversidade.
O termo destacado no período acima, em relação ao que se enuncia anteriormente, apresenta valor semântico
O termo destacado no período acima, em relação ao que se enuncia anteriormente, apresenta valor semântico
Q3055948
Português
“Com maestria, o escritor mineiro recupera vocábulos antigos, combina palavras de maneira
inusitada ou mesmo cria novos termos, um de seus maiores dons.”
ROSA, João Guimarães. Campo geral. 2 ed. São Paulo: Global Editora, 2022.
Considerando o contexto da novela “Campo geral”, do autor João Guimarães Rosa, observe os trechos a seguir:
“Tio Terêz contava que tinham esbarrado o eito na roça, porque uma chuva toda vinha, ia ser temporal:[...]”
“E no mais ralhava sempre, porque Miguilim não enxergava onde pisasse, vivia escorregando e tropeçando, esbarrando, quase caindo nos buracos: — ‘Pitosga…’ ”
“— Mãe! Acode ligeiro, o Miguilim está dando excesso!…”
“O gato Sossõe que rastreava sorrateiro, capaz de caçar alguma lagartixa: com um zapetrape ele desquebrava a lagartixa, homem de fazer assim até com calango [...].”
“Mas todos, de Tomèzinho e Chica a Luisaltino e Vovó Izidra, mesmo estando tristes, como estavam, só respondiam com lisice de assuntos, bobagens que o coração não consabe.”
A interpretação CORRETA dos termos em destaque apresenta-se, respectivamente, em:
ROSA, João Guimarães. Campo geral. 2 ed. São Paulo: Global Editora, 2022.
Considerando o contexto da novela “Campo geral”, do autor João Guimarães Rosa, observe os trechos a seguir:
“Tio Terêz contava que tinham esbarrado o eito na roça, porque uma chuva toda vinha, ia ser temporal:[...]”
“E no mais ralhava sempre, porque Miguilim não enxergava onde pisasse, vivia escorregando e tropeçando, esbarrando, quase caindo nos buracos: — ‘Pitosga…’ ”
“— Mãe! Acode ligeiro, o Miguilim está dando excesso!…”
“O gato Sossõe que rastreava sorrateiro, capaz de caçar alguma lagartixa: com um zapetrape ele desquebrava a lagartixa, homem de fazer assim até com calango [...].”
“Mas todos, de Tomèzinho e Chica a Luisaltino e Vovó Izidra, mesmo estando tristes, como estavam, só respondiam com lisice de assuntos, bobagens que o coração não consabe.”
A interpretação CORRETA dos termos em destaque apresenta-se, respectivamente, em:
Q3029751
Português
Assinale a frase em que há antônimos entre os segmentos
destacados.
Q3029748
Português
Observe a frase dita por um ex-ministro da Justiça:
O grande mal do Brasil tem sido o crime sem castigo. O que reduz a criminalidade é a certeza da punição.
Sobre essa frase, assinale a afirmação correta.
O grande mal do Brasil tem sido o crime sem castigo. O que reduz a criminalidade é a certeza da punição.
Sobre essa frase, assinale a afirmação correta.
Q2567482
Português
Texto associado
Em 2020, o historiador e professor Mário Sérgio de
Moraes teve que interromper uma ação que já tinha virado
rotina na casa onde vive com a esposa. Sempre que recebia o neto Mateus, o casal fazia, logo após o almoço, uma
sessão colaborativa de contação de histórias. “Inventamos
a historinha de três. Eu começava, ele continuava e depois
minha mulher”, relembra Moraes.
A pandemia, contudo, acabou cortando o hábito pela raiz.
Em isolamento, a única forma que o casal tinha para conversar com o neto era através das telas do computador e celular. Porém, em pouco tempo, o avô encontrou uma forma de
prosseguir o contato com Mateus por meio de histórias. “Para
não perder essa relação, eu começava a história no computador, mandava para ele pelo pai e, com aquela letrinha de
quarta série, o Mateus continuava e a enviava de volta para
mim”, conta o avô. O projeto acabou crescendo tanto que o
avô decidiu oferecê-lo a uma editora. Pouco depois saiu o
volume “Tudo acaba em 10”, que, segundo o avô, vende bem
melhor que seus próprios livros acadêmicos.
A história de Moraes e Mateus está longe de ser um
exemplo único de como avôs e netos vêm se relacionando no
mundo contemporâneo. Em vez disso, ela ajuda a escancarar a multiplicidade de experiências e possibilidades familiares. Muitos idosos estão buscando coisas novas e sobretudo
entender seu lugar no mundo.
Hoje, há aproximadamente 1,5 bilhão de avós no mundo, segundo pesquisa da revista The Economist. Com o
aumento da expectativa de vida mundial e o envelhecimento da população, dá para arriscar dizer que a importância
deles será enorme ao longo do século 21. E isso considerando que seu grande impacto já vem sendo tema de estudos, que apontam que a relação avós/netos foi essencial
para a evolução humana ao longo dos séculos.
(Leonardo Neiva. A relação de avós e netos hoje.
https://gamarevista.uol.com.br, 23.07.2023. Adaptado)
Considere os trechos:
• … teve que interromper uma ação que já tinha virado rotina na casa onde vive com a esposa. (1º parágrafo)
• … a relação avós/netos foi essencial para a evolução humana ao longo dos séculos… (4º parágrafo)
Os vocábulos destacados têm como sinônimo e antônimo, no contexto em que se encontram, respectivamente:
• … teve que interromper uma ação que já tinha virado rotina na casa onde vive com a esposa. (1º parágrafo)
• … a relação avós/netos foi essencial para a evolução humana ao longo dos séculos… (4º parágrafo)
Os vocábulos destacados têm como sinônimo e antônimo, no contexto em que se encontram, respectivamente:
Q2567148
Português
Texto associado
Embora mais industrializado que os demais latino-americanos, o Brasil tem exibido resultados econômicos inferiores
aos de vários países da região. A América Latina deve fechar
este ano com crescimento econômico de 2,7%, segundo estimativa divulgada pela Comissão Econômica para a América
Latina e o Caribe (Cepal). Em 2023, no entanto, o crescimento
do Produto Interno Bruto (PIB) regional deverá ficar em 1,4%.
A taxa calculada para 2022 é parecida com a esperada para
o Brasil. No próximo ano, porém, a expansão brasileira dificilmente atingirá 1%, de acordo com a maior parte das projeções do mercado e de instituições multilaterais.
(https://opiniao.estadao.com.br, 29.10.2022)
Mantém-se o sentido original do texto se a frase inicial
– Embora mais industrializado que os demais latino-americanos… – for substituída por
Q2567144
Português
Texto associado
Não sei, Marília, que tenho,
depois que vi o teu rosto,
pois quanto não é Marília
já não posso ver com gosto.
Noutra idade me alegrava,
até quando conversava
com o mais rude vaqueiro:
hoje, ó bela, me aborrece
inda o trato lisonjeiro
do mais discreto pastor.
Que efeitos são os que sinto?
Serão efeitos de amor?
(Tomás Antônio Gonzaga, Obras Completas)
Organizado em uma oração interrogativa e com o verbo
flexionado no futuro, o verso final do poema – Serão efeitos de amor? – expressa uma
Q2567143
Português
Texto associado
Não sei, Marília, que tenho,
depois que vi o teu rosto,
pois quanto não é Marília
já não posso ver com gosto.
Noutra idade me alegrava,
até quando conversava
com o mais rude vaqueiro:
hoje, ó bela, me aborrece
inda o trato lisonjeiro
do mais discreto pastor.
Que efeitos são os que sinto?
Serão efeitos de amor?
(Tomás Antônio Gonzaga, Obras Completas)
Nos versos “com o mais rude vaqueiro: / hoje, ó bela, me
aborrece”, os termos destacados são respectivamente
antônimos de
Q2567138
Português
Texto associado
Pesquisa Fapesp: Como você enxerga as relações
atuais entre indígenas e brancos no Brasil?
Marta: O país tem um racismo enorme contra não brancos,
incluindo negros e indígenas. O racismo contra os índios se
traduz de duas maneiras. Uma delas deriva dos tempos do
colonialismo e os vê como iguais à natureza: são ingênuos,
não precisam entrar em universidades e, se usarem celular,
deixarão de ser índios. Por muito tempo, no Brasil, se considerou que os indígenas não tinham capacidade de raciocinar,
viviam em sociedades simples e se equiparavam a crianças.
Por isso, precisavam ser tutelados pelo Estado. O outro tipo
de preconceito é o oposto: o índio é selvagem, equiparado a
um animal. Isso tudo tem raiz na ignorância da população. O
artigo 26-A da Lei Federal nº 9.394, de 1996, torna obrigatório
o estudo das histórias e culturas afro-brasileira e indígena.
Porém essa prática não está disseminada. Temos mais livros
didáticos sobre afro-brasileiros do que sobre indígenas.
(Trecho de entrevista da demógrafa e antropóloga Marta Maria
do Amaral Azevedo da Unicamp à revista Pesquisa Fapesp.
Em: https://revistapesquisa.fapesp.br. Adaptado)
Considere as passagens do texto:
• O racismo contra os índios se traduz de duas maneiras. • Por isso, precisavam ser tutelados pelo Estado. • Isso tudo tem raiz na ignorância da população.
No contexto em que estão empregados, os termos destacados significam, correta e respectivamente:
• O racismo contra os índios se traduz de duas maneiras. • Por isso, precisavam ser tutelados pelo Estado. • Isso tudo tem raiz na ignorância da população.
No contexto em que estão empregados, os termos destacados significam, correta e respectivamente:
Q2566932
Português
Texto associado
Beijos, nunca mais
1 Ouço dizer que, por causa da Covid, os beijos foram
banidos do cinema. Por mais longa a quarentena antes das
filmagens, não se pode arriscar a saúde dos atores – a não
ser que eles se beijem de máscara. Mas talvez nem tudo
esteja perdido. Muitos filmes do passado souberam transmitir
intenso romantismo ou sensualidade sem recorrer ao beijo.
Duvida? Eis alguns.
2 Em “A Estranha Passageira”, de Irving Rapper, Bette Davis pede um cigarro a Paul Henreid. Ele tira dois cigarros,
coloca-os na boca, acende ambos e passa um deles a Bette. Um beijo seria mais explícito? Em “Férias de Amor”, de
Joshua Logan, William Holden e Kim Novak fazem uma das
maiores danças da história sem se tocarem. Poucas vezes o
cinema foi tão romântico – a coreografia dizia tudo.
3 Em “A Dama e o Vagabundo”, desenho de Walt Disney,
os dois cães comem no mesmo prato na cantina italiana e,
sem querer, seus focinhos se unem por um fio de macarrão.
4 E eu poderia citar três das histórias mais românticas de
todos os tempos, em que o herói não chega nem perto de
beijar a heroína. “O Corcunda de Notre Dame”, filmado em
1923, em 1939, e em 1956, em todos havia atores famosos
no papel do Corcunda apaixonado por Esmeralda – sem
beijo. “O Fantasma da Ópera” em que, com ou sem máscara,
aquele monstro sem nariz era imbeijável.
5 E, claro, King Kong, em que, em suas inúmeras versões,
o galã tragicamente apaixonado nunca pôde sequer aproximar seus grandes lábios dos lábios da mocinha.
(https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/2020/09/
beijos-nunca-mais.shtml Adaptado)
Considere os trechos do texto.
• ... a coreografia dizia tudo. (2º parágrafo)
• ... o herói não chega nem perto de beijar a heroína. (4º parágrafo)
• ... nunca pôde sequer aproximar seus grandes lábios dos lábios da mocinha. (5º parágrafo)
As expressões destacadas apresentam, correta e respectivamente, as noções de
• ... a coreografia dizia tudo. (2º parágrafo)
• ... o herói não chega nem perto de beijar a heroína. (4º parágrafo)
• ... nunca pôde sequer aproximar seus grandes lábios dos lábios da mocinha. (5º parágrafo)
As expressões destacadas apresentam, correta e respectivamente, as noções de
Q2566921
Português
Texto associado
Problemas ou preocupações com o dinheiro?
1 “Problemas” são coisas reais, tangíveis, quotidianas,
que lidam com as contas - a bancária e as que precisam de
ser pagas. “Preocupações” são outra história: ansiedades ou
desejos que só existem nas nossas cabeças. Eis a tese do
filósofo John Armstrong em “Como se preocupar menos com
dinheiro”.
2 Mas voltemos ao início: você tem problemas ou preocupações com o vil metal? Se são problemas, lamento, nada a
fazer: a questão é mesmo matemática. É preciso pagar o aluguel, as despesas da casa, a educação dos filhos. O básico
do básico, a que poucos escapam.
3 Mas Armstrong não escreve o livro para enfrentar essas
necessidades básicas – e implacáveis. Ele sobe um degrau
para falar das “preocupações” com o dinheiro, ou seja, sobre
o que acontece depois das necessidades básicas estarem
satisfeitas.
4 Sim, pagamos o aluguel da casa. Mas queremos uma
casa melhor. Sim, temos roupa no corpo e comida na mesa.
Mas queremos aquela grife e aquele jantar no melhor restaurante da cidade. Que fazer?
5 Armstrong não é um puritano nem um asceta*. O dinheiro é importante – tão importante que nem as relações amorosas escapam a ele. O ponto, porém, é outro. É analisar antes
aquilo de que precisamos para termos uma “vida boa”. Atenção: disse “precisamos”, o que é diferente de “querermos”.
6 Quando queremos algo, obedecemos a um desejo – e os
desejos são infindos por definição. As nossas necessidades
de dinheiro estão intimamente ligadas com o tipo de pessoa
que queremos realmente ser. Só depois de sabermos quem
somos é possível perguntar de quanto dinheiro precisamos.
E, às vezes, a quantia é menor do que se imagina.
7 Penso na minha vida. Houve excessos e desperdícios
alimentados por caprichos, vaidades, inseguranças – e por
um desconhecimento profundo sobre a vida que eu realmente procurava.
8 Hoje, cometo loucuras como qualquer pessoa racional.
Mas são esporádicas como tempestades tropicais. Depois de
pagar as fatais contas do mês, noto que não preciso de um
automóvel de luxo, de uma casa majestosa, de roupas de
grife.
9 Mas preciso dos meus livros, dos meus filmes, da minha
música. Preciso de horas vazias, ociosas. E preciso de partilhar as alegrias (e as tristezas) com a família e os amigos
onde houver boa mesa – o que é diferente de uma mesa cara.
10 E quando temos a noção de que o tempo é limitado, até
aquilo que é bom pode se tornar mais barato.
(https://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/
2017/02/1857581-voce-tem-problemas-de-dinheiro-oupreocupacoes-com-o-dinheiro.shtml. Adaptado)
* asceta: que tem vida contemplativa, que se entrega a práticas
espirituais
Assinale a alternativa em que o termo destacado pode
ser substituído pelo termo entre parênteses, sem alteração do sentido do texto.
Q2566461
Português
Texto associado
Nos filmes e histórias em quadrinhos da nossa infância
recebíamos uma lição da qual só agora me dou conta. Não
era a que o Bem sempre vence o Mal, embora o herói sempre
vencesse o bandido. Quem dava a lição era o bandido, e era
esta: a morte precisa de uma certa solenidade.
A vitória do herói sobre o bandido era banalizada pela
repetição. Para o mocinho, matar era uma coisa corriqueira,
uma decorrência da sua virtude. Já o bandido era torturado
pela ideia da morte, pela sua própria vilania, pelo terrível poder que cada um tem de acabar com a vida de outro. O bandido era incapaz de simplesmente matar alguém, ou matar
alguém simplesmente. Para ele o ato de matar precisava ser
lento, trabalhado, ornamentado, erguido acima da sua inaceitável vulgaridade — enfim, tão valorizado que dava ao herói
tempo de escapar e ainda salvar a mocinha. Pois a verdade
é que nenhum herói teria sobrevivido à sua primeira aventura
se não fosse esta compulsão do vilão de fazer da morte uma
arte demorada, um processo com preâmbulo e apoteose, e
significado. Nunca entendi por que o bandido não dava logo
um tiro na testa do herói quando o tinha em seu poder, em
vez de deixá-lo suspenso sobre o poço dos jacarés por uma
corda besuntada que os ratos roeriam pouco a pouco, enquanto o gramofone1
tocava Wagner2
. Hoje sei que o vilão
queria dar tempo, ao mocinho e à plateia, de refletir sobre a
finitude e a perversidade humanas.
Os vilões do meu tempo de matinês eram invariavelmente “gênios do Mal”, paródias de intelectuais e cientistas cujas
maquinações eram frustradas pelo prático mocinho. A imaginação perdia para a ação porque a imaginação, como a hesitação, é a ação retardada, a ação precedida do pensamento,
do pavor ou, no caso do bandido, da volúpia do significado.
O Mal era inteligência demais, era a obsessão com a morte,
enquanto o Bem — o que ficava com a mocinha — era o que
não pensava na morte. Quando recapturava o mocinho, mesmo sabendo que ele escapara da morte tão cuidadosamente
orquestrada com os ratos e os jacarés, o bandido ainda não
lhe dava o rápido e definitivo tiro na testa, para ele aprender.
Deixava-o amarrado sobre uma tábua que lentamente, solenemente, se aproximava de uma serra circular, da qual o
herói obviamente escaparia de novo. E, se pegasse o mocinho pela terceira vez, nem assim o bandido abandonaria sua
missão didática. Sucumbiria à sua outra compulsão fatal, a
de falar demais. Mesmo o tiro na testa precisava de uma frase antes, uma explicação, um jogo de palavras. Geralmente
era o que dava tempo para a chegada da polícia e a prisão do
vilão, derrotado pela literatura.
Pobres vilões. E nós, inconscientemente, torcíamos pelos burros.
(Luis Fernando Verissimo. O suicida e o computador, 1992.)
1 gramofone: antigo toca-discos.
2 Wagner: Richard Wagner, compositor alemão do século XIX.
Em “E, se pegasse o mocinho pela terceira vez, nem assim o
bandido abandonaria sua missão didática.” (3o
parágrafo), o
termo sublinhado pode ser substituído, sem prejuízo para o
sentido do texto, por:
Q2566460
Português
Texto associado
Nos filmes e histórias em quadrinhos da nossa infância
recebíamos uma lição da qual só agora me dou conta. Não
era a que o Bem sempre vence o Mal, embora o herói sempre
vencesse o bandido. Quem dava a lição era o bandido, e era
esta: a morte precisa de uma certa solenidade.
A vitória do herói sobre o bandido era banalizada pela
repetição. Para o mocinho, matar era uma coisa corriqueira,
uma decorrência da sua virtude. Já o bandido era torturado
pela ideia da morte, pela sua própria vilania, pelo terrível poder que cada um tem de acabar com a vida de outro. O bandido era incapaz de simplesmente matar alguém, ou matar
alguém simplesmente. Para ele o ato de matar precisava ser
lento, trabalhado, ornamentado, erguido acima da sua inaceitável vulgaridade — enfim, tão valorizado que dava ao herói
tempo de escapar e ainda salvar a mocinha. Pois a verdade
é que nenhum herói teria sobrevivido à sua primeira aventura
se não fosse esta compulsão do vilão de fazer da morte uma
arte demorada, um processo com preâmbulo e apoteose, e
significado. Nunca entendi por que o bandido não dava logo
um tiro na testa do herói quando o tinha em seu poder, em
vez de deixá-lo suspenso sobre o poço dos jacarés por uma
corda besuntada que os ratos roeriam pouco a pouco, enquanto o gramofone1
tocava Wagner2
. Hoje sei que o vilão
queria dar tempo, ao mocinho e à plateia, de refletir sobre a
finitude e a perversidade humanas.
Os vilões do meu tempo de matinês eram invariavelmente “gênios do Mal”, paródias de intelectuais e cientistas cujas
maquinações eram frustradas pelo prático mocinho. A imaginação perdia para a ação porque a imaginação, como a hesitação, é a ação retardada, a ação precedida do pensamento,
do pavor ou, no caso do bandido, da volúpia do significado.
O Mal era inteligência demais, era a obsessão com a morte,
enquanto o Bem — o que ficava com a mocinha — era o que
não pensava na morte. Quando recapturava o mocinho, mesmo sabendo que ele escapara da morte tão cuidadosamente
orquestrada com os ratos e os jacarés, o bandido ainda não
lhe dava o rápido e definitivo tiro na testa, para ele aprender.
Deixava-o amarrado sobre uma tábua que lentamente, solenemente, se aproximava de uma serra circular, da qual o
herói obviamente escaparia de novo. E, se pegasse o mocinho pela terceira vez, nem assim o bandido abandonaria sua
missão didática. Sucumbiria à sua outra compulsão fatal, a
de falar demais. Mesmo o tiro na testa precisava de uma frase antes, uma explicação, um jogo de palavras. Geralmente
era o que dava tempo para a chegada da polícia e a prisão do
vilão, derrotado pela literatura.
Pobres vilões. E nós, inconscientemente, torcíamos pelos burros.
(Luis Fernando Verissimo. O suicida e o computador, 1992.)
1 gramofone: antigo toca-discos.
2 Wagner: Richard Wagner, compositor alemão do século XIX.
Está empregado em sentido figurado o termo sublinhado no
seguinte trecho: