Para organizar a atenção centrada no usuário, torna-se necessário o seu reconhecimento como portador
de singularidades subjetivas e socioculturais, bem como de interesses e necessidades específicos.
O setor de assistência “popular” compreende as práticas de cura realizadas por rezadeiras, erveiros,
pastores e outros agentes especializados de cura, assim como as práticas de autocuidado realizadas no
espaço doméstico, sem a intermediação de um agente especializado de cura.
A qualidade do cuidado com a saúde resulta, exclusivamente, dos recursos técnicos e materiais
existentes nos diversos serviços de saúde, o que se torna evidente pela existência de serviços com alta
e baixa qualidade.
De acordo com a análise funcionalista de Talcott Parsons, ao assumir o papel de enfermo, o indivíduo
passa a não ser mais considerado como totalmente responsável pelo seu estado, ficando legitimamente
isento das suas obrigações sociais normais, desde que procure ajuda competente (dentro dos parâmetros
oferecidos pela sua sociedade) e coopere com o tratamento indicado.
Em geral, os serviços de saúde reduzem o paciente a um mero objeto de intervenção, o trabalhador a
um reprodutor da ordem institucional e as organizações de saúde, a burocracias desinteressadas pelos
desejos e interesses de seus trabalhadores e usuários.