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Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: SÃO CAMILO Prova: VUNESP - 2018 - SÃO CAMILO - Processo Seletivo - 2º Semestre de 2018 - Medicina |
Q1798964 Português
Leia o poema do escritor português Fernando Pessoa para responder à questão. 

Às vezes, em sonho triste
Nos meus desejos existe
Longinquamente um país
Onde ser feliz consiste
Apenas em ser feliz.

Vive-se como se nasce
Sem o querer nem saber.
Nessa ilusão de viver
O tempo morre e renasce
Sem que o sintamos correr. 

O sentir e o desejar
São banidos dessa terra.
O amor não é amor
Nesse país por onde erra
Meu longínquo divagar.

Nem se sonha nem se vive:
É uma infância sem fim.
Parece que se revive
Tão suave é viver assim
Nesse impossível jardim.

(Obra poética, 1997.)
Os versos “O sentir e o desejar / São banidos dessa terra.” (3a estrofe) podem ser reescritos, sem prejuízo para o seu sentido e respeitando-se a correção gramatical, da seguinte forma:
Alternativas
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: SÃO CAMILO Prova: VUNESP - 2018 - SÃO CAMILO - Processo Seletivo - 2º Semestre de 2018 - Medicina |
Q1798961 Português
Leia a crônica “Conto carioca”, de Vinicius de Moraes, para responder à questão.

     O rapaz vinha passando num Cadillac novo pela avenida Atlântica. Vinha despreocupado, assoviando um blue, os olhos esquecidos no asfalto em retração. A noite era longa, alta e esférica, cheia de uma paz talvez macabra, mas o rapaz nada sentia. Ganhara o bastante na roleta para resolver a despesa do cassino, o que lhe dava essa sensação de comando do homem que paga: porque tratava-se de um “duro”, e o automóvel era o carro paterno, obtido depois de uma promessa de fazer força nos estudos. O show estivera agradável e ele flertara com quase todas as mulheres da sua mesa. A lua imobilizava-se no céu, imparticipante, clareando a cabeleira das ondas que rugiam, mas como que em silêncio.
     De súbito, em frente ao Lido, uma mulher sentada num banco. Uma mulher de branco, o rosto envolto num véu branco, e tão elegante e bonita, meu Deus, que parecia também, em sua claridade, um luar dormente. O freio de pé agiu quase automaticamente e a borracha deslizou, levando o carro maneiroso até o meio-fio, onde estacou num rincho ousado. Depois ele deu ré, até junto da dama branca.
      – Sozinha a essas horas?
   Ela não respondeu. Limitou-se a olhar serenamente o rapaz do Cadillac, com seu olhar extraordinariamente fluido, enquanto o vento sul agitava-lhe docemente os cabelos cor de cinza.
     – Sabe que é muito perigoso ficar aqui até estas horas, uma mulher tão bonita?
     A voz veio de longe, uma voz branca, branca como a mulher, e ao mesmo tempo crestada por um ligeiro sotaque nórdico:
      – Perdi a condução... Não sei... é tão difícil arranjar condução...
     O rapaz examinou-a já com olhos de cobiça. Que criatura fascinante! Tão branca... Devia ser uma coisa branca, um mar de leite, um amor pálido. Suas pernas tinham uma alvura de marfim e suas mãos pareciam porcelanas brancas. Veio-lhe uma sensação estranha, um arrepio percorreu-lhe todo o corpo e ele se sentiu entregar a um sono triste, onde a volúpia cantava baixinho. Teve um gesto para ela: 
      – Vem... Eu levo você... 
    Ela foi. Abriu a porta do carro e sentou-se a seu lado. Fosse porque a madrugada avançasse, a noite se fizera mais fria e, ao tê-la aconchegada – talvez emoção –, o rapaz tiritou. Seus braços eram frios como o mármore e sua boca gelada como éter. Vinha dela um suave perfume de flores que o levou para longe. Ela se deixou, passiva, em seus braços, entregue a um mundo de beijos mansos.
      Quando a madrugada rompeu, ele acordou do seu letargo amoroso. A moça branca parecia mais branca ainda, e agora olhava o mar, de onde vinha um vento branco. Ele disse:
        – Amor, vou levar você agora.
       Ela deu-lhe seus olhos quase inexistentes, de tão claros:
       – Em Botafogo, por favor.
     Tocou o carro. A aventura dera-lhe um delírio de velocidade. Entrou pelo túnel como um louco e fez, a pedido dela, a curva de General Polidoro num ângulo quase absurdo. 
      – É aqui – disse ela em voz baixa.
      Ele parou. Olhou para ela espantado:
       – Por que aqui?
      – Eu moro aqui. Venha me ver quando quiser. Muito obrigada por tudo.
    E dando-lhe um último longo beijo, frio como o éter, abriu a porta do carro, passou através do portão fechado do cemitério e desapareceu.

(Para uma menina com uma flor, 2009.)
“O rapaz examinou-a já com olhos de cobiça. [...] Veio-lhe uma sensação estranha, um arrepio percorreu-lhe todo o corpo e ele se sentiu entregar a um sono triste, onde a volúpia cantava baixinho.” (8° parágrafo)
Os termos sublinhados constituem, respectivamente,
Alternativas
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: SÃO CAMILO Prova: VUNESP - 2018 - SÃO CAMILO - Processo Seletivo - 2º Semestre de 2018 - Medicina |
Q1798960 Português
Leia a crônica “Conto carioca”, de Vinicius de Moraes, para responder à questão.

     O rapaz vinha passando num Cadillac novo pela avenida Atlântica. Vinha despreocupado, assoviando um blue, os olhos esquecidos no asfalto em retração. A noite era longa, alta e esférica, cheia de uma paz talvez macabra, mas o rapaz nada sentia. Ganhara o bastante na roleta para resolver a despesa do cassino, o que lhe dava essa sensação de comando do homem que paga: porque tratava-se de um “duro”, e o automóvel era o carro paterno, obtido depois de uma promessa de fazer força nos estudos. O show estivera agradável e ele flertara com quase todas as mulheres da sua mesa. A lua imobilizava-se no céu, imparticipante, clareando a cabeleira das ondas que rugiam, mas como que em silêncio.
     De súbito, em frente ao Lido, uma mulher sentada num banco. Uma mulher de branco, o rosto envolto num véu branco, e tão elegante e bonita, meu Deus, que parecia também, em sua claridade, um luar dormente. O freio de pé agiu quase automaticamente e a borracha deslizou, levando o carro maneiroso até o meio-fio, onde estacou num rincho ousado. Depois ele deu ré, até junto da dama branca.
      – Sozinha a essas horas?
   Ela não respondeu. Limitou-se a olhar serenamente o rapaz do Cadillac, com seu olhar extraordinariamente fluido, enquanto o vento sul agitava-lhe docemente os cabelos cor de cinza.
     – Sabe que é muito perigoso ficar aqui até estas horas, uma mulher tão bonita?
     A voz veio de longe, uma voz branca, branca como a mulher, e ao mesmo tempo crestada por um ligeiro sotaque nórdico:
      – Perdi a condução... Não sei... é tão difícil arranjar condução...
     O rapaz examinou-a já com olhos de cobiça. Que criatura fascinante! Tão branca... Devia ser uma coisa branca, um mar de leite, um amor pálido. Suas pernas tinham uma alvura de marfim e suas mãos pareciam porcelanas brancas. Veio-lhe uma sensação estranha, um arrepio percorreu-lhe todo o corpo e ele se sentiu entregar a um sono triste, onde a volúpia cantava baixinho. Teve um gesto para ela: 
      – Vem... Eu levo você... 
    Ela foi. Abriu a porta do carro e sentou-se a seu lado. Fosse porque a madrugada avançasse, a noite se fizera mais fria e, ao tê-la aconchegada – talvez emoção –, o rapaz tiritou. Seus braços eram frios como o mármore e sua boca gelada como éter. Vinha dela um suave perfume de flores que o levou para longe. Ela se deixou, passiva, em seus braços, entregue a um mundo de beijos mansos.
      Quando a madrugada rompeu, ele acordou do seu letargo amoroso. A moça branca parecia mais branca ainda, e agora olhava o mar, de onde vinha um vento branco. Ele disse:
        – Amor, vou levar você agora.
       Ela deu-lhe seus olhos quase inexistentes, de tão claros:
       – Em Botafogo, por favor.
     Tocou o carro. A aventura dera-lhe um delírio de velocidade. Entrou pelo túnel como um louco e fez, a pedido dela, a curva de General Polidoro num ângulo quase absurdo. 
      – É aqui – disse ela em voz baixa.
      Ele parou. Olhou para ela espantado:
       – Por que aqui?
      – Eu moro aqui. Venha me ver quando quiser. Muito obrigada por tudo.
    E dando-lhe um último longo beijo, frio como o éter, abriu a porta do carro, passou através do portão fechado do cemitério e desapareceu.

(Para uma menina com uma flor, 2009.)
As palavras do texto cujos prefixos exprimem ideia de negação são
Alternativas
Ano: 2015 Banca: UNICENTRO Órgão: UNICENTRO Prova: UNICENTRO - 2015 - UNICENTRO - VESTIBULAR DE 2016 - Português |
Q1798396 Português
Leia o texto a seguir e responda à questão.

Internet é coisa do passado

Para especialista, humanos estarão cada vez mais integrados com tecnologia. Não, um futurista não é alguém que veio do futuro para nos prevenir a respeito do domínio das máquinas e o início de uma guerra sem fim. Muito pelo contrário, Tiago Mattos é multiempreendedor, educador, palestrante e formado pela Singularity University como futurista e seu trabalho é entender que tendências a tecnologia está seguindo. Para entrar no curso, o empreendedor gaúcho de 35 anos de idade foi avaliado com a capacidade de impactar um bilhão de pessoas em dez anos. De acordo com ele, a revolução da Internet já passou e, agora, o futuro aponta para uma integração cada vez maior entre homens e tecnologias. A Singularity University é uma iniciativa da NASA em parceria com o Google e tem como meta principal discutir e encontrar novos caminhos da cultura digital e pós-digital. “O pensamento humano é linear. Já o pensamento dos computadores funciona de acordo com uma lógica exponencial. A cada dezoito meses, mais ou menos, nossa capacidade duplica. Por isso, a velocidade da evolução é cada vez maior”, explica Mattos. Depois da Internet, segundo as discussões da Singularity, três novas revoluções em curso ditam as tendências do futuro próximo: genética/biotecnologia, nanotecnologia e robótica/inteligência artificial. Mattos explica que os anos de 1980 foram transformados pela computação, os 1990 pela Internet e os 2000/2010 viveram o advento dos sensores e da Internet das coisas, agora, o momento já é outro. As interações entre os objetos e os humanos devem se intensificar e se complexificar. “Este é um processo irreversível. Se já temos smartphone, SmarTVs... as coisas ficarão cada vez mais “espertas” e nós, humanos, somos apenas mais uma dessas coisas”, afirma Tiago.

As novas revoluções já começaram

Talvez, para um terráqueo das antigas, muito pode parecer roteiro de ficção científica, mas as três revoluções citadas por Mattos já estão a pleno vapor. Pesquisas para desenvolvimento de órgãos humanos com impressoras 3D, realidade aumentada para uso pedagógico em simulações de situações de risco e funções de dispositivos móveis capazes de monitorar condições médicas dos usuários ou acessar dados bancários remotamente são exemplos de como essas novas tecnologias já estão em nosso dia a dia. E, pelo visto, vem muito mais por aí.

(Adaptado de: RODRIGUES, Ennio. Internet é coisa do passado. Disponível em:<https://super.abril.com.br/tecnologia/internet-e-coisa-do-passado/> . Acesso em: 21 jul. 2015.) 
Com base no texto, considere afirmativas a seguir.
I. “De acordo com ele, a revolução da Internet já passou e, agora, o futuro aponta para uma integração cada vez maior entre homens e tecnologias”, o trecho sublinhado faz uma retomada do referencial, indicando conformidade. II. Em “O pensamento humano é linear. o pensamento dos computadores funciona de acordo com uma lógica exponencial”, o conectivo sublinhado indica relação de adição entre os períodos. III. Em “A cada dezoito meses, mais ou menos, nossa capacidade duplica. Por isso, a velocidade da evolução é cada vez maior”, a locução sublinhada indica finalidade. IV. Em “Depois da Internet, segundo as discussões da Singularity, três novas revoluções em curso ditam as tendências do futuro próximo”, a circunstância sublinhada tem valor semântico temporal.
Assinale a alternativa correta.
Alternativas
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: SÃO CAMILO Prova: VUNESP - 2019 - SÃO CAMILO - Processo Seletivo - 2º Semestre de 2019 - Medicina |
Q1798228 Português
Leia a crônica de Ruy Castro para responder à questão. 

Como um tumor

     Cientistas da Universidade de Hiroshima, no Japão, criaram uma rã transparente, cujas intimidades ficam expostas e podem ser perfeitamente observadas pelo lado de fora. Com isso, salvaram-se gerações inteiras de rãs, porque os cientistas não precisarão mais dissecá-las para saber como reagem às substâncias que eles vivem lhes injetando. Outra vantagem é a de que poderão acompanhar uma rã por todo o seu ciclo de vida — o ciclo de vida da rã, claro, não dos cientistas.
    Para chegar à rã transparente, os japoneses, craques em engenharia genética, levaram anos cruzando exemplares de rãs albinas. E agora partiram para aperfeiçoá-la: vão fazer com que qualquer corpo estranho que apareça dentro da rã se acenda. Um tumor, por exemplo. 
     Já no Marrocos, também nesta semana, os cientistas da Universidade de Rabat conseguiram com que um pato nascesse no ovo de uma galinha. Se isso lhe parece meio mixo (afinal, no mesmo dia, em Recife, uma avó deu à luz seus próprios netos, lembra-se?), saiba que a proeza marroquina é considerada mais importante, pelo fato de os palmípedes e os galináceos constituírem famílias diferentes.
     Por coincidência, é o que se está discutindo em Brasília nos últimos dias: um político gerado num ovo destinado a palmípedes pode se baldear no meio do mandato para o terreiro dos galináceos, por ver neste mais oportunidades para ciscar? Em princípio, não. Mas e se o eleitor só quiser saber do pinto ou do pato, e não do ovo de onde ele saiu?
     Essas mudanças nunca são de graça. Assim, sugiro convocar os japoneses para cruzar nossos políticos com as rãs albinas e, com isso, criar políticos transparentes. Quando um deles recebesse um corpo estranho — uma propina, por exemplo —, esse corpo se acenderia. Como um tumor.

(Crônicas para ler na escola, 2010.)
“Com isso, salvaram-se gerações inteiras de rãs, porque os cientistas não precisarão mais dissecá-las para saber como reagem às substâncias que eles vivem lhes injetando.” (1° parágrafo)
Preservando o sentido original, a palavra sublinhada pode ser substituída por
Alternativas
Respostas
36: A
37: B
38: D
39: B
40: A