A partir da análise do diálogo entre Sócrates e Teeteto, rep...

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Ano: 2013 Banca: UFBA Órgão: UFBA Prova: UFBA - 2013 - UFBA - Vestibular de Filosofia |
Q527709 Filosofia
Sócrates — É a sensação que dizes ser a ciência?

Teeteto — Sim.

Sócrates — Na verdade, corres o perigo de teres dito algo nada banal sobre a ciência; ao contrário, é o mesmo que diz Protágoras. A fórmula dele é um pouco diferente, mas ele diz a mesma coisa. Afirma, com efeito, mais ou menos isto: “o homem é a medida de todas as coisas; para aquelas que são, medida de seu ser; para aquelas que não são, medida de seu não ser". Provavelmente leste isso?

Teeteto — Li, e muitas vezes.

Sócrates — Ele não quer dizer algo do tipo: tais como me aparecem sucessivamente as coisas, tais elas são para mim; tais como te aparecem, tais são para ti? Ora, tu és homem e eu também.

Teeteto — Ele fala bem nesse sentido.

Sócrates — É provável, de fato, que um homem sábio não fale aereamente: sigamos portanto seu pensamento. Não há momentos em que o mesmo sopro de vento causa em um de nós arrepios, e no outro não; para um é suave, para o outro violento?

Teeteto — Muito certamente.

Sócrates — Nesse momento, que será em si mesmo o vento? Diremos que é frio ou que não é frio? Ou então concordaremos com Protágoras em que ele é frio para aquele que se arrepia; que para o outro ele não é?

Teeteto — É provável.

Sócrates — Aparece de um modo para um, de outro modo para o outro?

Teeteto — Sim

Sócrates — Ora, esse “aparecer" significa ser sentido?

Teeteto — Efetivamente.

Sócrates — Logo, aparência e sensação são idênticas, para o calor e para outros estados semelhantes. Tais como cada um os sente, assim para cada um também parecem ser.

Teeteto — Provavelmente.

Sócrates — Não há, portanto, jamais sensação senão daquilo que é, e sempre sensação infalível, já que ela é ciência.

Teeteto — Aparentemente. (PLATÃO. In: REZENDE, 2005, p. 58-59).




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A partir da análise do diálogo entre Sócrates e Teeteto, reproduzido na obra de Platão, é correto afirmar:

A tese de Protágoras, apresentada por Sócrates, implica que não há verdade absoluta, toda verdade será relativa a quem a enuncia.
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