Questões de Vestibular UEMA 2021 para Vestibular - 2º Dia
Foram encontradas 44 questões
Q2081771
Português
Texto associado
Leia o trecho do Cap. 1 para responder à questão.
Capítulo I
[...]
Nem bem teve seis anos deram água num chocalho pra ele e Macunaíma principiou falando como
todos. E pediu pra mãe que largasse da mandioca ralando na cevadeira e levasse ele passear no mato.
A mãe não quis porque não podia largar da mandioca não. Macunaíma choramingou dia inteiro.
De-noite continuou chorando. No outro dia esperou com o olho esquerdo dormindo que a mãe
principiasse o trabalho. Então pediu pra ela que largasse de tecer o paneiro de guarumá-membeca e
levasse ele no mato passear. A mãe não quis porque não podia largar o paneiro não. E pediu pra nora,
companheira de Jiguê, que levasse o menino. A companheira de Jiguê era bem moça e chamava
Sofará. Foi se aproximando ressabiada porém desta vez Macunaíma ficou muito quieto sem botar
a mão na graça de ninguém. A moça carregou o piá nas costas e foi até o pé de aninga na beira do
rio. A água parara pra inventar um ponteio de gozo nas folhas do javari. O longe estava bonito com
muitos biguás e biguatingas avoando na estrada do furo. A moça botou Macunaíma na praia porém
ele principiou choramingando, que tinha muita formiga!... e pediu pra Sofará que o levasse até o
derrame do morro lá dentro do mato. A moça fez. Mas assim que deitou o curumim nas tiriricas, tajás
e trapoerabas da serrapilheira, ele botou corpo num átimo e ficou um príncipe lindo. Andaram por
lá muito.
[...]
Andrade, M. Macunaíma. São Paulo: Ótima, 2015.
A obra Macunaíma apresenta uma exploração criativa da linguagem, em nível oral e popular, que se distancia
da linguagem padrão. No trecho acima, essa subversão linguística é marcada pelo(a)
Q2081772
Português
Texto associado
Leia o trecho do Cap. 1 para responder à questão.
Capítulo I
[...]
Nem bem teve seis anos deram água num chocalho pra ele e Macunaíma principiou falando como
todos. E pediu pra mãe que largasse da mandioca ralando na cevadeira e levasse ele passear no mato.
A mãe não quis porque não podia largar da mandioca não. Macunaíma choramingou dia inteiro.
De-noite continuou chorando. No outro dia esperou com o olho esquerdo dormindo que a mãe
principiasse o trabalho. Então pediu pra ela que largasse de tecer o paneiro de guarumá-membeca e
levasse ele no mato passear. A mãe não quis porque não podia largar o paneiro não. E pediu pra nora,
companheira de Jiguê, que levasse o menino. A companheira de Jiguê era bem moça e chamava
Sofará. Foi se aproximando ressabiada porém desta vez Macunaíma ficou muito quieto sem botar
a mão na graça de ninguém. A moça carregou o piá nas costas e foi até o pé de aninga na beira do
rio. A água parara pra inventar um ponteio de gozo nas folhas do javari. O longe estava bonito com
muitos biguás e biguatingas avoando na estrada do furo. A moça botou Macunaíma na praia porém
ele principiou choramingando, que tinha muita formiga!... e pediu pra Sofará que o levasse até o
derrame do morro lá dentro do mato. A moça fez. Mas assim que deitou o curumim nas tiriricas, tajás
e trapoerabas da serrapilheira, ele botou corpo num átimo e ficou um príncipe lindo. Andaram por
lá muito.
[...]
Andrade, M. Macunaíma. São Paulo: Ótima, 2015.
As metamorfoses experimentadas pelo herói no percurso da obra concorrem para a solidez do epíteto
“herói sem nenhum caráter”. Além dessas transformações, Macunaíma apresenta, ao longo da narrativa,
indícios de sua falta de caráter, tal como se comprova no trecho:
Q2081773
Português
O tempo, na arte literária, opera diversificado conforme os gêneros. Analise os fragmentos extraídos dos
capítulos 3 e 4, de Macunaíma.
Cap. 3 No outro dia quando Macunaíma foi visitar o túmulo do filho, viu que nascera do corpo uma plantinha. Trataram dela com muito cuidado e foi o guaraná.
Cap. 4 No outro dia bem cedo o herói padecendo saudades de Ci, a companheira pra sempre inesquecível, furou o beiço inferior e fez da muiraquitã um tembetá.
A expressão “no outro dia”, exemplificada acima, é frequentemente usada pelo narrador ao longo da obra Macunaíma. A recorrência desse marcador temporal mostra a intencionalidade do narrador em
Cap. 3 No outro dia quando Macunaíma foi visitar o túmulo do filho, viu que nascera do corpo uma plantinha. Trataram dela com muito cuidado e foi o guaraná.
Cap. 4 No outro dia bem cedo o herói padecendo saudades de Ci, a companheira pra sempre inesquecível, furou o beiço inferior e fez da muiraquitã um tembetá.
A expressão “no outro dia”, exemplificada acima, é frequentemente usada pelo narrador ao longo da obra Macunaíma. A recorrência desse marcador temporal mostra a intencionalidade do narrador em
Q2081774
Português
Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, é um ser que alegoricamente traz em si ambiguidades, ironias
e diversas marcas como um mosaico da cultura original do Brasil.
Há correspondência entre o fragmento do texto e o sentimento expresso pela palavra dos parênteses em:
Há correspondência entre o fragmento do texto e o sentimento expresso pela palavra dos parênteses em:
Q2081775
Português
Mario Quintana, poeta gaúcho, foi um dos maiores expoentes da literatura brasileira. Com estilo eclético, estreou em 1940, desafiando os críticos literários por se ter tornado um poeta popular. Sua poesia é compreensível sem ser banal; sua originalidade é natural; suas metáforas são claras, mas, ao mesmo tempo, surpreendentes.
A questão trata do poema deste poeta de nossa literatura.
Leia o poema Solau à moda antiga para responder à questão.
Senhora, eu vos amo tanto Que até por vosso marido Me dá um certo quebranto... Pois que tem que a gente inclua No mesmo alastrante amor Pessoa animal ou cousa Ou seja lá o que for, Só porque os banha o esplendor Daquela a quem se ama tanto? E sendo desta maneira, Não me culpeis, por favor, Da chama que ardente abrasa O nome de vossa rua, Vossa gente e vossa casa E vossa linda macieira Que ainda ontem deu flor...
QUINTANA, M. Esconderijos do tempo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.
Nesse poema, marcado pelo senso de humor, reconhece-se, fortemente, características da poesia medieval trovadoresca nos versos:
A questão trata do poema deste poeta de nossa literatura.
Leia o poema Solau à moda antiga para responder à questão.
Senhora, eu vos amo tanto Que até por vosso marido Me dá um certo quebranto... Pois que tem que a gente inclua No mesmo alastrante amor Pessoa animal ou cousa Ou seja lá o que for, Só porque os banha o esplendor Daquela a quem se ama tanto? E sendo desta maneira, Não me culpeis, por favor, Da chama que ardente abrasa O nome de vossa rua, Vossa gente e vossa casa E vossa linda macieira Que ainda ontem deu flor...
QUINTANA, M. Esconderijos do tempo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.
Nesse poema, marcado pelo senso de humor, reconhece-se, fortemente, características da poesia medieval trovadoresca nos versos: