Questões de Vestibular UECE 2020 para Vestibular - Conhecimentos Específicos - Primeiro Dia - Prova 1 - Português

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Q2030424 Português

TEXTO 1 
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.

ANDRADE, Oswald. Obras completas.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972.


TEXTO 2
Samba do Arnesto

O Arnesto nos convidô prum samba,
 [ele mora no Brás
Nóis fumo e não encontremos ninguém
Nóis vortemo cuma baita duma reiva
Da outra veiz nóis num vai mais
Nóis não semos tatu!
Outro dia encontremo com o Arnesto
Que pidiu descurpa mais nóis não aceitemos
Isso não se faz, Arnesto, nóis não se importa
Mais você devia ter ponhado um recado na
 [porta
Anssim: “Ói, turma, num deu prá esperá
A vez que isso num tem importância,
 [num faz má
Depois que nóis vai, depois que nóis vorta
Assinado em cruz porque não sei escrever
Arnesto"


BARBOSA, Adoniran, Gravações Elétricas
Continental S/A, 1953.
Os textos 1 e 2 se referem ao uso da variante informal da língua portuguesa. O uso dessa variante, em ambos os textos, justifica-se por mostrar ao leitor
Alternativas
Q2030425 Literatura

TEXTO 1 
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.

ANDRADE, Oswald. Obras completas.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972.


TEXTO 2
Samba do Arnesto

O Arnesto nos convidô prum samba,
 [ele mora no Brás
Nóis fumo e não encontremos ninguém
Nóis vortemo cuma baita duma reiva
Da outra veiz nóis num vai mais
Nóis não semos tatu!
Outro dia encontremo com o Arnesto
Que pidiu descurpa mais nóis não aceitemos
Isso não se faz, Arnesto, nóis não se importa
Mais você devia ter ponhado um recado na
 [porta
Anssim: “Ói, turma, num deu prá esperá
A vez que isso num tem importância,
 [num faz má
Depois que nóis vai, depois que nóis vorta
Assinado em cruz porque não sei escrever
Arnesto"


BARBOSA, Adoniran, Gravações Elétricas
Continental S/A, 1953.
A característica da temática e do estilo próprios da escrita literária de Oswald de Andrade que NÃO está presente no poema “Pronominais” é
Alternativas
Q2030426 Português

TEXTO 1 
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.

ANDRADE, Oswald. Obras completas.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972.


TEXTO 2
Samba do Arnesto

O Arnesto nos convidô prum samba,
 [ele mora no Brás
Nóis fumo e não encontremos ninguém
Nóis vortemo cuma baita duma reiva
Da outra veiz nóis num vai mais
Nóis não semos tatu!
Outro dia encontremo com o Arnesto
Que pidiu descurpa mais nóis não aceitemos
Isso não se faz, Arnesto, nóis não se importa
Mais você devia ter ponhado um recado na
 [porta
Anssim: “Ói, turma, num deu prá esperá
A vez que isso num tem importância,
 [num faz má
Depois que nóis vai, depois que nóis vorta
Assinado em cruz porque não sei escrever
Arnesto"


BARBOSA, Adoniran, Gravações Elétricas
Continental S/A, 1953.
Sobre a explicação dada por Oswald de Andrade para o não emprego da ênclise na fala do português do Brasil, é correto afirmar que o autor
Alternativas
Q2030427 Português

TEXTO 1 
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.

ANDRADE, Oswald. Obras completas.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972.


TEXTO 2
Samba do Arnesto

O Arnesto nos convidô prum samba,
 [ele mora no Brás
Nóis fumo e não encontremos ninguém
Nóis vortemo cuma baita duma reiva
Da outra veiz nóis num vai mais
Nóis não semos tatu!
Outro dia encontremo com o Arnesto
Que pidiu descurpa mais nóis não aceitemos
Isso não se faz, Arnesto, nóis não se importa
Mais você devia ter ponhado um recado na
 [porta
Anssim: “Ói, turma, num deu prá esperá
A vez que isso num tem importância,
 [num faz má
Depois que nóis vai, depois que nóis vorta
Assinado em cruz porque não sei escrever
Arnesto"


BARBOSA, Adoniran, Gravações Elétricas
Continental S/A, 1953.
A variação linguística pode revelar muitas informações acerca de quem a está utilizando. Valendo-se desse fenômeno, o autor do texto 2 apresenta o eu lírico como alguém que não domina a norma culta brasileira, por misturar traços da linguagem caipira com a fala de imigrantes italianos de conhecidos bairros paulistas para figurativizar o personagem. Atente para o que se diz a seguir sobre variação linguística:
I. As línguas têm formas variáveis e há usos de determinada variedade em uma sociedade formada por uma heterogeneidade de falantes advindos de lugares distintos, a exemplo de São Paulo.
II. Os aspectos mais perceptíveis da variação linguística são a pronúncia e o vocabulário, mas pode-se apontar, no texto 2, variações em todos os níveis da língua.
III. O fenômeno da variação é complexo e o princípio de adequação à identidade de quem utiliza, a situação comunicativa e outros fatores podem intervir.
É correto o que se afirma em
Alternativas
Q2030428 Português
TEXTO 3
Meu Caro Amigo
Chico Buarque


Meu caro amigo, me perdoe, por favor
Se eu não lhe faço uma visita
Mas como agora apareceu um portador
Mando notícias nessa fita

Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate o sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa
 [aqui tá preta

Muita mutreta pra levar a situação
Que a gente vai levando de teimoso e de
 [pirraça
E a gente vai tomando que também sem a
 [cachaça

Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo, eu não pretendo provocar
Nem atiçar suas saudades
Mas acontece que não posso me furtar
A lhe contar as novidades

É pirueta pra cavar o ganha-pão
Que a gente vai cavando só de birra,
 [só de sarro
E a gente vai fumando que, também,
 [sem um cigarro
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo, eu quis até telefonar
Mas a tarifa não tem graça
Eu ando aflito pra fazer você ficar
A par de tudo que se passa

Muita careta pra engolir a transação
Que a gente tá engolindo cada sapo no
 [caminho
E a gente vai se amando que, também,
 [sem um carinho
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo, eu bem queria lhe
 [escrever
Mas o correio andou arisco

Se me permitem, vou tentar lhe remeter
Notícias frescas nesse disco
A Marieta manda um beijo para os seus
Um beijo na família, na Cecília e nas crianças
O Francis aproveita pra também mandar
 [lembranças
A todo o pessoal
Adeus!


BUARQUE, Chico. Phonogram, 1976.

Considerando que a letra da canção “Meu caro amigo” foi escrita em 1976, um momento de repressão a qualquer denúncia ao governo e aos abusos estatais ou a manifestações contrárias ao regime, constata-se que Chico Buarque faz da música uma das principais formas de protestar indiretamente, para evitar a censura, espalhar uma mensagem de resistência e conscientizar a população. Fruto de uma parceria com Francis Hime, a canção foi criada como uma tentativa de burlar o regime por meio do envio de notícias do Brasil a seu amigo Augusto Boal, que vivia no exílio em Lisboa. Atente para o que se diz a seguir a respeito dessa canção e assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso.
( ) A expressão “Muita mutreta pra levar a situação” (linha 36) revela o esforço do eu lírico para suportar as dificuldades. ( ) O eu lírico mostra que para segurar “esse rojão” (linhas 41, 51 e 61) o remetente da carta busca refúgio em prazeres momentâneos como a cachaça, o cigarro e o amor. ( ) O autor cita nomes de pessoas reais: Marieta, Francis e Cecília para organizar um discurso que fala de si próprio, passando a ideia da realidade dentro de uma ficção. ( ) O tom formal da mensagem permite identificar uma relação de distanciamento entre o emissor e o seu “caro amigo” (linhas 42, 52, 62).
A sequência correta, de cima para baixo, é:
Alternativas
Respostas
1: A
2: D
3: B
4: D
5: C