Questões de Vestibular PUC - RS 2015 para Vestibular, Primeiro Semestre 2º Dia

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Ano: 2015 Banca: PUC - RS Órgão: PUC - RS Prova: PUC - RS - 2015 - PUC - RS - Vestibular - Primeiro Semestre 2º Dia |
Q638272 Literatura

Segundo informações do Amadeus CarsForum, evento realizado em Miami em 2015, a indústria do turismo cresceu 12,6% no Brasil, o dobro da média mundial. Nunca, em todos os tempos, os brasileiros viajaram tanto, atingindo a média de três viagens ao ano por habitante. Cecília Meireles, a poetisa que, significativamente, intitulou seu primeiro livro de Viagem, dizia que “há as viagens que se sonham e as viagens que se fazem – o que é muito diferente”.

Nesta prova de literatura em língua portuguesa, você deverá resolver questões que tratam do viajante, dos lugares percorridos ou imaginados e da experiência da viagem.

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o trecho abaixo, de Lygia Fagundes Telles, retirado da obra Passaporte para a China.

“Rio de Janeiro, 24 de setembro de 1960.

Diz o horóscopo que os do signo de Áries não devem de modo algum se arriscar no dia de hoje.

Sou do signo de Áries e daqui a pouco, em plena noite, devo embarcar num avião a jato para a China. Escalas? Dacar, Paris, Praga, Omsk, Irkutsck e finalmente Pequim. Quer dizer, atravessarei quatro continentes: América, África, Europa e Ásia. É continente demais, hein! Melhor tomar antes um chope duplo ali no bar do Lucas, defronte ao mar de Copacabana, ficar ouvindo a voz espumejante das ondas e esquecer que passarei horas e horas “naquela coisa” que às vezes a gente ouve cortar o céu tão rapidamente e com um silvo tão desesperado que quando se olha para as nuvens não se vê mais nada. Nada.”

Com base no texto selecionado e na obra de Lygia Fagundes Teles, analise as seguintes afirmativas:

I. A narradora enfrenta a ideia de voar com expectativa, pois, além do país asiático, conhecerá outras cinco cidades.

II. O texto expressa os sentimentos de uma viajante momentos antes da partida, enfrentando o pânico de cruzar o planeta para conhecer um país distante.

III. O emprego reiterado de aliterações no último parágrafo sugere a ideia da velocidade que provoca temor na viajante supersticiosa.

A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são:

Alternativas
Ano: 2015 Banca: PUC - RS Órgão: PUC - RS Prova: PUC - RS - 2015 - PUC - RS - Vestibular - Primeiro Semestre 2º Dia |
Q638273 Literatura

INSTRUÇÃO: Para responder à questão 32, leia o trecho a seguir, retirado de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.

“Ultimamente, restituído à forma humana, vi chegar um hipopótamo, que me arrebatou. Deixei-me ir, calado, não sei se por medo ou confiança; mas, dentro em pouco, a carreira de tal modo se tornou vertiginosa, que me atrevi a interrogá-lo, e com alguma arte lhe disse que a viagem me parecia sem destino.

– Engana-se, replicou o animal, nós vamos à origem dos séculos.

Insinuei que deveria ser muitíssimo longe; mas o hipopótamo não me entendeu ou não me ouviu, se é que não fingiu uma dessas coisas, e, perguntando-lhe, visto que ele falava, se era descendente do cavalo de Aquiles ou da asna de Balaão, retorquiu-me com um gesto peculiar a estes dois quadrúpedes: abanou as orelhas. Pela minha parte fechei os olhos e deixei-me ir à ventura. Já agora não se me dá de confessar que sentia umas tais ou quais cócegas de curiosidade, por saber onde ficava a origem do Nilo, e sobretudo se valia alguma coisa mais ou menos que a consumação dos mesmos séculos: reflexões de cérebro enfermo. Como ia de olhos fechados, não via o caminho; lembra-me só que a sensação de frio aumentava com a jornada, e que chegou uma ocasião em que me pareceu entrar na região dos gelos eternos.”

Todas as afirmativas estão corretamente associadas ao texto, EXCETO:

Alternativas
Ano: 2015 Banca: PUC - RS Órgão: PUC - RS Prova: PUC - RS - 2015 - PUC - RS - Vestibular - Primeiro Semestre 2º Dia |
Q638274 Literatura

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o trecho extraído de “Maria-Fumaça”, de autoria de Mario Quintana, e analise as afirmativas que seguem.

“As lentas, poeirentas, deliciosas viagens nos trens antigos. As famílias (viajavam famílias inteiras) levavam galinhas com farofa em cestas de vime, que ofereciam, pois não, aos viajantes solitários.

E os viajantes solitários (e os meninos) ainda desciam nas estaçõezinhas pobres... Para os pastéis, os sonhos, as laranjas...

(...)

O mal dos aviões é que não se pode descer a toda hora para comprar laranjas.

Nesses aviões, vamos todos imóveis e empacotados como encomendas. Às vezes encomendas para a Eternidade...

Cruzes, poeta! Deixa-te de ideias funéreas e pensa nas aeromoças, arejadas e amáveis como anjos.

E “anjos”, aplicado a elas, não é exagero nenhum.

(...)

Entre a monotonia irreparável das nuvens, nada vemos da viagem. Isto é, não viajamos: chegamos.

Pobres turistas de aeroportos, damos a volta ao mundo sem nada ver do mundo.

I. Nesse texto, Mario Quintana retira a matéria para sua criação literária do tema da viagem, comparando diferentes modalidades de transporte e hábitos dos viajantes.

II. Valendo-se de uma linguagem simples, com frases irônicas e com humor, Mario Quintana reflete sobre a função da viagem e o seu significado para o viajante.

III. Para o poeta, viajar de avião não concretiza o verdadeiro prazer da viagem, que estaria mais no ato de ver, experimentar, conhecer, do que no percurso partida-chegada.

A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são:

Alternativas
Ano: 2015 Banca: PUC - RS Órgão: PUC - RS Prova: PUC - RS - 2015 - PUC - RS - Vestibular - Primeiro Semestre 2º Dia |
Q638275 Português

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o trecho abaixo e o comentário crítico sobre a obra do qual ele foi extraído, preenchendo as lacunas com o nome do autor e o título das obras.

“Então, a Península Ibérica moveu-se um pouco mais, um metro, dois metros, a experimentar as forças. As cordas a que serviam de testemunhos, lançadas de bordo a bordo, tal qual os bombeiros fazem nas paredes que apresentam rachas e ameaçam desabar, rebentaram como simples cordéis, algumas mais sólidas arrancaram pela raiz as árvores e os postes a que estavam atadas. Houve depois uma pausa, sentiu-se passar nos ares um grande sopro, como a primeira respiração profunda de quem acorda, e a massa de pedra e terra, coberta de cidades, aldeias, rios, bosques e fábricas, matos bravios, campos cultivados, com a sua gente e os seus animais, começou a mover-se, barca que se afasta do porto e aponta ao mar outra vez desconhecido.”

“Mas a ideologia e as preocupações humanitárias de _________ revelam-se, sobretudo, e numa primeira fase, ou ciclo de produção romanesca, a partir das revisitações que faz do passado histórico português. Revisitações de amplitude e de jaez diverso, como facilmente se constata a partir da leitura de romances como _________ e _________.”

(Adaptado de texto de autoria de Ana Paula Arnaut)

A alternativa que completa corretamente as lacunas da análise de Ana Paula Arnaut é:

Alternativas
Ano: 2015 Banca: PUC - RS Órgão: PUC - RS Prova: PUC - RS - 2015 - PUC - RS - Vestibular - Primeiro Semestre 2º Dia |
Q638276 Literatura

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o trecho do diário de viagem de Mário de Andrade, retirado de O turista aprendiz.

“Durante esta viagem pela Amazônia, muito resolvido a... escrever um livro modernista, provavelmente mais resolvido a escrever que a viajar, tomei muitas notas como vai se ver. Notas rápidas, telegráficas muitas vezes. Algumas porém se alongaram mais pacientemente, sugeridas pelos descansos forçados do vaticano de fundo chato, vencendo difícil a torrente do rio. Mas quase tudo anotado sem nenhuma intenção da obra-de-arte, reservada pra elaborações futuras, nem com a menor intenção de dar a conhecer aos outros a terra viajada. E a elaboração definitiva nunca realizei. Fiz algumas tentativas, fiz. Mas parava logo no princípio, nem sabia bem porque, desagradado. Decerto já devia me desgostar naquele tempo o personalismo do que anotava. Se gostei e gozei muito pelo Amazonas, a verdade é que vivi metido comigo por todo esse caminho largo de água.”

Com base no excerto e em seu contexto, preencha os parênteses com V para verdadeiro ou F para falso.

( ) O diário de viagem é uma modalidade de narrativa que relata não só os acontecimentos transcorridos durante o percurso, mas também os sentimentos do sujeito viajante.

( ) As anotações do diário acompanhavam a rotina do barco: às vezes eram breves, outras mais longas em função das paradas e do movimento da embarcação nas águas do rio.

( ) O narrador se assume como um tipo especial de viajante porque não se integra à paisagem e ao ambiente da Amazônia, uma vez que a viagem que empreende é de ordem subjetiva.

( ) Mário de Andrade se identifica como um turista aprendiz porque fez muitas anotações, escreveu um livro sobre a viagem, corrigiu os originais e experimentou um personalismo exacerbado.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

Alternativas
Respostas
31: D
32: D
33: E
34: B
35: A