Questões de Vestibular PUC - RS 2015 para Vestibular - Segundo Semestre 2º dia

Foram encontradas 8 questões

Ano: 2015 Banca: PUC - RS Órgão: PUC - RS Prova: PUC - RS - 2015 - PUC - RS - Vestibular - Segundo Semestre 2º dia |
Q535502 Português
INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o excerto do poema “Meus oito anos", e analise a pintura “História trágico-marítima", da portuguesa Maria Helena Vieira da Silva. A artista e seu marido, o também pintor húngaro Árpád Szenes, vêm ao Brasil para fugir das perseguições contra os judeus, e aqui vivem de 1940 a 1947.

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!(...)

O mar é – lago sereno,
O céu – um manto azulado,
O mundo – um sonho dourado,
A vida – um hino d'amor!



I. A passagem do poema, escrito por Casimiro de Abreu, apresenta as saudades de uma infância mítica, e os ele- A passagem do poema, escrito por Casimiro de Abreu, apresenta as saudades de uma infância mítica, e os elementos da natureza reforçam essa idealização tipicamente romântica.
II. O título da obra de Vieira da Silva faz referência aos horrores dos naufrágios marítimos, na época das grandes navegações. No entanto, o contexto da sua criação, 1944, permite-nos afirmar que a pintura traz o naufrágio como metáfora dos horrores da guerra.
III. É perceptível, na obra de Vieira da Silva, a influência do movimento realista, a partir da exatidão dos traços sombrios do desenho, na denúncia da guerra.
IV. Comparativamente, o excerto do poema, se um quadro fosse, apresentaria formas claras, nítidas e estáticas, uma vez que “Meus oito anos" está muito longe das intempéries e turbulências: tudo é belo e sossegado, inclusive o mar.

As afirmativas corretas são:
Alternativas
Ano: 2015 Banca: PUC - RS Órgão: PUC - RS Prova: PUC - RS - 2015 - PUC - RS - Vestibular - Segundo Semestre 2º dia |
Q535503 Português
INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o poema “O mar", de Cruz e Sousa.


Que nostalgia vem das tuas vagas,
Ó velho mar, ó lutador oceano!
Tu de saudades íntimas alagas
O mais profundo coração humano.


Sim! Do teu choro enorme e soberano,
Do teu gemer nas desoladas plagas,
Sai o quer que é, rude sultão ufano,
Que abre nos peitos verdadeiras chagas.


Ó mar! ó mar! embora esse eletrismo,
Tu tens em ti o gérmen do lirismo,
És um poeta lírico demais.


E eu para rir com bom humor das tuas
Nevroses colossais, bastam-me as luas
Quando fazem luzir os seus metais.


Com base no poema e em seu contexto, preencha os parênteses com C para certo e E para errado.

( ) A obsessão pelo branco, uma das características de Cruz e Sousa, aparece de forma intensa neste poema.
( ) O soneto, através do uso da personificação, estabelece uma relação de correspondência entre o mar e o poeta.
( ) O mar surge, no poema, como um elemento catalizador de memórias e de inspiração.
( ) O soneto expressa forte musicalidade, revelada no cuidado com a linguagem, embora seja composto de versos brancos.


O correto preenchimento dos parênteses, de cima parabaixo, é:
Alternativas
Ano: 2015 Banca: PUC - RS Órgão: PUC - RS Prova: PUC - RS - 2015 - PUC - RS - Vestibular - Segundo Semestre 2º dia |
Q535504 Português
INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o trecho do conto “As águas do mundo”, de Clarice Lispector, e as afirmativas que seguem.

Aí está ele, o mar, o mais ininteligível das existências não humanas. E aqui está a mulher, de pé na praia, o mais ininteligível dos seres vivos. Como o ser humano fez um dia uma pergunta sobre si mesmo, tornou-se o mais ininteligível dos seres vivos. Ela e o mar. Só poderia haver um encontro de seus mistérios se um se entregasse ao outro: a entrega de dois mundos incognoscíveis feita com a confiança com que se entregariam duas compreensões. Ela olha o mar, é o que se pode fazer. 
Ele só lhe é delimitado pela linha do horizonte, isto é, pela sua incapacidade humana de ver a curvatura da terra. São seis horas da manhã. Só um cão livre hesita na praia, um cão negro. Por que é que um cão é tão livre? Porque ele é o mistério vivo que não se indaga. A mulher hesita porque vai entrar. Seu corpo se consola com sua própria exiguidade em relação à vastidão do mar porque é a exiguidade do corpo que o permite manter-se quente e é essa exiguidade que a torna pobre e livre gente, com sua parte de liberdade de cão nas areias. Esse corpo entrará no ilimitado frio que sem raiva ruge no silêncio das seis horas. A mulher não está sabendo: mas está cumprindo uma coragem. Com a praia vazia nessa hora da manhã, ela não tem o exemplo de outros humanos que transformam a entrada no mar em simples jogo leviano de viver. Ela está sozinha. O mar salgado não é sozinho porque é salgado e grande, e isso é uma realização. Nessa hora ela se conhece menos ainda do que conhece o mar. Sua coragem é a de, não se conhecendo, no entanto prosseguir. É fatal não se conhecer, e não se conhecer exige coragem.

I. O trecho apresenta uma abordagem filosófica sobre as existências do homem e do mar, a partir de inferências e questionamentos.
II. A passagem, intimista, revela uma das principais características da obra de Clarice Lispector.
III. Segundo o trecho, o homem não é um ser livre porque tem a capacidade de autoquestionar-se.
IV. O trecho também apresenta uma abordagem exis- O trecho também apresenta uma abordagem existencialista, mostrando que a união da mulher com o oceano a faz conhecer-se melhor e, finalmente, desfrutar o mar como os outros humanos.


Estão corretas apenas as afirmativas:
Alternativas
Ano: 2015 Banca: PUC - RS Órgão: PUC - RS Prova: PUC - RS - 2015 - PUC - RS - Vestibular - Segundo Semestre 2º dia |
Q535506 Português
INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia os versos do poema Mar absoluto e considere a informação sobre o(a) autor(a).
Foi desde sempre o mar,
E multidões passadas me empurravam como o barco esquecido.
Um dos nomes da literatura brasileira que mais utilizou o mar como matéria poética, com títulos como Viagem, Vaga música e Mar absoluto, foi:
Alternativas
Ano: 2015 Banca: PUC - RS Órgão: PUC - RS Prova: PUC - RS - 2015 - PUC - RS - Vestibular - Segundo Semestre 2º dia |
Q535507 Português
INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o excerto a seguir, da obra Manuelzão e Miguilim, de Guimarães Rosa.

Daí, dos demais, deu tudo vagalume. – “Olha quanto mija-fogo se desajuntando no ar, bruxolim deles parece festa!” (...) Dito arranjava um vidro vazio, para guardar deles vivendo. Dito e Tomezinho corriam no pátio, querendo pegar, chamavam – “Vagalume, lume, lume, seu pai, sua mãe estão aqui!...” Mãe minha Mãe. O vagalume. Mãe gostava, falava, afagando os cabelos de Miguilim: - “O lumêio deles é um acenado de amor” (...) Um vagalume se apaga descendo ao fundo do mar. – ‘Mãe, que é que é o mar, Mãe?’ Mar era longe, muito longe dali, espécie duma lagoa enorme, um mundo d’água sem fim, Mãe mesma nunca tinha avistado o mar, suspirava. – ‘Pois, Mãe, então mar é o que a gente tem saudade?’ Miguelim parava. Drelina espiava em sonho, da janela.

Com base no excerto e em seu contexto, considere as seguintes afirmativas:

I. O texto de Guimarães Rosa provoca um estranha- O texto de Guimarães Rosa provoca um estranhamento no leitor, por conta de seus desvios linguísticos, como inversões sintáticas, emprego de um léxico sertanejo e utilização de neologismos.
II. A definição do mar, trazida pela mãe, primeiramente é espacial, relacionada à ausência. Apenas num segundo momento essa definição é figurativa.
III. Com estrutura narrativa complexa e linguagem ino- Com estrutura narrativa complexa e linguagem inovadora, Os Sertões é a obra-prima de Guimarães Rosa.
IV. Podemos inferir pelo trecho que Miguelim, na ver- Podemos inferir pelo trecho que Miguelim, na verdade, conheceu o mar quando menor, uma vez que provavelmente sente saudade do tempo em que brincava na praia como as outras crianças.

As afirmativas corretas são:
Alternativas
Respostas
1: D
2: B
3: C
4: B
5: B