Questões de Vestibular IF-TO 2016 para Cursos Técnicos Subsequentes ao Ensino Médio

Foram encontradas 5 questões

Ano: 2016 Banca: IF-TO Órgão: IFF Prova: IF-TO - 2016 - IF-TO - Cursos Técnicos Subsequentes ao Ensino Médio |
Q1338003 Português
Leia o texto a seguir para responder à questão.

Uma campanha alegre

O País perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos e os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido, nem instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não existe nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Já se não crê na honestidade dos homens públicos. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos vão abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias aumenta em cada dia. Vivemos todos ao acaso. Perfeita, absoluta indiferença de cima a baixo! Todo o viver espiritual, intelectual, parado. O tédio invadiu as almas. A mocidade arrasta-se, envelhecida, das mesas das secretarias para as mesas dos cafés. A ruína econômica cresce, cresce, cresce... O comércio definha. A indústria enfraquece. O salário diminui. A renda diminui. O Estado é considerado na sua ação fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. Neste salve-se quem puder, a burguesia proprietária de casas explora aluguel. A agiotagem explora o juro. (…) A intriga política alastra-se por sobre a sonolência enfastiada do País. Apenas a devoção perturba o silêncio da opinião, com padre-nossos maquinais.
Não é uma existência, é uma expiação. 

Disponível em: QUEIROZ, E. Obras de Eça de Queiroz. Vol. III. Porto: Lello & Irmão, [s.d.], p. 959-960. 
O texto, do escritor português Eça de Queiroz, retrata a realidade de Portugal do século XIX, mas muitas das situações que o texto aborda ainda fazem parte da realidade brasileira atual. Com base nas informações textuais, aponte os itens verdadeiros (V) ou falsos (F), e marque a alternativa correspondente.

( ) Cidadãos de moral duvidosa debochavam das instituições públicas.
( ) A classe média, por dispor de melhores condições culturais e econômicas, era vista como a salvação.
( ) O Fisco Estadual, no ato de cobrança de impostos e tributos, é considerado como se fosse um fora da lei.
( ) Em momentos de crise, até a atividade da agiotagem fica comprometida.
( ) A intriga política se prolifera facilmente quando não encontra ação efetiva do cidadão cansado.
Alternativas
Ano: 2016 Banca: IF-TO Órgão: IFF Prova: IF-TO - 2016 - IF-TO - Cursos Técnicos Subsequentes ao Ensino Médio |
Q1338008 Português

Texto para as questão


21 de maio


Passei uma noite horrivel. Sonhei que eu residia numa casa residivel, tinha banheiro, cozinha, copa e até quarto e criada. Eu ia festejar o aniversário de minha filha Vera Eunice. Eu ia comprar-lhe umas panelinhas que há muito ela vive pedindo. Porque eu estava em condições de comprar. Sentei na mesa para comer. A toalha era alva ao lirio. Eu comia bife, pão com manteiga, batata frita e salada. Quando fui pegar outro bife despertei. Que realidade amarga! Eu não residia na cidade. Estava na favela. Na lama, as margens do Tietê. E com 9 cruzeiros apenas. Não tenho açucar porque ontem eu saí e os meninos comeram o pouco que eu tinha.
[...] Quem deve dirigir é quem tem capacidade. Quem tem dó e amisade ao povo. Quem governa o nosso país é quem tem dinheiro. Quem não sabe o que é fome, a dor, e a aflição do pobre. Se a maioria revoltar-se, o que pode fazer a minoria? Eu estou ao lado do pobre, que é o braço. Braço desnutrido. Precisamos livrar o paiz dos politicos açambarcadores.


Disponível em: JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. 10. ed. São Paulo, Ática, 2014. (fragmento). 

A autora, embora tenha tido baixa escolaridade, revela ter certo grau de contato com as práticas da escrita, provavelmente por meio da leitura de livros e jornais. Apesar das várias inadequações ortográficas identificadas no texto, percebe-se um esforço de Carolina no sentido de adequar sua linguagem ao contexto da norma escrita padrão, sofisticando, assim, sua linguagem. Dos excertos abaixo extraídos do texto, todos servem como exemplo desse esforço da autora para adequar seu texto à norma-padrão da Língua Portuguesa, exceto:
Alternativas
Ano: 2016 Banca: IF-TO Órgão: IFF Prova: IF-TO - 2016 - IF-TO - Cursos Técnicos Subsequentes ao Ensino Médio |
Q1338009 Português

Texto para as questão


21 de maio


Passei uma noite horrivel. Sonhei que eu residia numa casa residivel, tinha banheiro, cozinha, copa e até quarto e criada. Eu ia festejar o aniversário de minha filha Vera Eunice. Eu ia comprar-lhe umas panelinhas que há muito ela vive pedindo. Porque eu estava em condições de comprar. Sentei na mesa para comer. A toalha era alva ao lirio. Eu comia bife, pão com manteiga, batata frita e salada. Quando fui pegar outro bife despertei. Que realidade amarga! Eu não residia na cidade. Estava na favela. Na lama, as margens do Tietê. E com 9 cruzeiros apenas. Não tenho açucar porque ontem eu saí e os meninos comeram o pouco que eu tinha.
[...] Quem deve dirigir é quem tem capacidade. Quem tem dó e amisade ao povo. Quem governa o nosso país é quem tem dinheiro. Quem não sabe o que é fome, a dor, e a aflição do pobre. Se a maioria revoltar-se, o que pode fazer a minoria? Eu estou ao lado do pobre, que é o braço. Braço desnutrido. Precisamos livrar o paiz dos politicos açambarcadores.


Disponível em: JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. 10. ed. São Paulo, Ática, 2014. (fragmento). 

No decorrer do texto, a autora revela sua opinião a respeito de assuntos como a realidade na favela, o desempenho do governo e o papel da sociedade civil. A partir do ponto de vista de Carolina de Jesus sobre esses assuntos, analise as afirmativas a seguir:

I – Apesar das dificuldades que a autora enfrenta, ela gosta de viver na favela. II – Na opinião da autora, os governantes ignoram as necessidades dos pobres. III – A mobilização da sociedade civil é vista, pela autora, como a solução para os problemas sociais. IV – A autora considera amarga sua realidade na favela, e não acha que o lugar em que mora seja adequado para viver. V – Na opinião da autora, os eleitores não devem votar em políticos que fazem falsas promessas (“políticos açambarcadores”).


Estão corretas as afirmativas:

Alternativas
Ano: 2016 Banca: IF-TO Órgão: IFF Prova: IF-TO - 2016 - IF-TO - Cursos Técnicos Subsequentes ao Ensino Médio |
Q1338011 Português

“Vidas Secas”, romance de Graciliano Ramos, apresenta a pobreza como fruto da miséria humana. Leia o trecho a seguir, e identifique a alternativa falsa.


[…] Bichos. As criaturas que me serviram durante anos eram bichos. Havia bichos domésticos, como o Padilha, bichos do mato, como Casimiro Lopes, e muitos bichos pra o serviço do campo, bois mansos. Os currais que se escoram uns aos outros, lá embaixo,tinham lâmpadas elétricas. E os bezerrinhos mais taludos soletravam a cartilha e aprendiam de cor os mandamentos da lei de Deus. […]


RAMOS, Graciliano. São Bernardo. 81. ed. Rio de Janeiro: Record, 2005, p 217 (fragmento)

Alternativas
Ano: 2016 Banca: IF-TO Órgão: IFF Prova: IF-TO - 2016 - IF-TO - Cursos Técnicos Subsequentes ao Ensino Médio |
Q1338014 Português
A prosa pós-moderna é marcada pela mudança da experimentação da linguagem e pela ruptura com as estruturas narrativas. Leia o trecho a seguir, e assinale a alternativa verdadeira.
“…Estou procurando, estou procurando. Estou tentando entender. Tentando dar a alguém o que vivi e não sei a quem, mas não quero ficar com o que vivi. Não sei o que fazer do que vivi, tenho medo dessa desorganização profunda. Não confio no que me aconteceu. Aconteceu-me alguma coisa que eu, pelo fato de não a saber como viver, vivi uma outra? A isso quereria chamar desorganização, e teria a segurança de me aventurar, porque saberia depois para onde voltar: para a organização anterior. A isso prefiro chamar desorganização pois não quero me confirmar no que vivi – na confirmação de mim eu perderia o mundo como eu o tinha, e sei que não tenho capacidade para outro.”
Disponível em: LISPECTOR, Clarice. A paixão segundo G.H. Rio de Janeiro. Rocco, 1998, p 11. (fragmento)
Alternativas
Respostas
1: B
2: B
3: C
4: D
5: C