Milhares de operários se movem como enxames de abelhas por todo o canteiro de obras da pirâmide, que acabará
sendo a tumba de Quéops (ou Khufu, em egípcio antigo), arrastando as pedras gigantes para suas posições, verificando
e reverificando seu alinhamento. A estrutura está quase concluída. Logo as camadas superiores de blocos de pedra
estarão no lugar, e a pirâmide estará totalmente revestida de pedra calcária. A ideia dominante sustenta que eles
construíram uma rampa interna para transportar os blocos de calcário sucessivamente para posições mais altas na
estrutura. A evidência indica que ele empregou trabalhadores de elite que não só assentaram as pedras de calcário
polidas da pirâmide, transportadas de Tura, mas também navegaram em missões comerciais para terras distantes,
como Wadi el-Jarf, no Mar Vermelho, às minas de cobre, na Península do Sinai de onde extraíram o metal para produzir
ferramentas. A infraestrutrura, conjugada com um sistema de governo em que o faraó detinha o poder absoluto e era
considerado um Deus, foi o segredo do sucesso egípcio para construir a Grande Pirâmide e gerar imensas riquezas
por séculos vindouros. Operários precisavam de ferramentas de cobre, fabricadas a partir da mistura desse metal com
estanho para construir as pirâmides. Mas obter esse metal era extremamente trabalhoso. A maioria dos faraós conseguiu
organizar uma única expedição de extração de cobre. Quéops, no entanto, reuniu os recursos para realizar, pelo menos,
duas. As pirâmides eram consideradas a segunda casa dos faraós. Em seu interior eram colocados todos os pertences,
como ouro, prata e objetos de valor, pois eles acreditavam que, após a morte, reviveriam, o que explica o fato de
serem embalsamados. (ZORICH, 2015, p. 26-33).