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Q3323850 Enfermagem
O uso dos "certos" foi criado em 1960, inicialmente como "5 certos" para otimizar a verificação da equipe de Enfermagem na administração de medicamentos. A administração de medicamentos na assistência à saúde deve se basear em boas práticas, para promover a segurança do paciente e evitar complicações, sequelas e/ou eventos adversos. Considerando essa explicação, associe a segunda coluna de acordo com a primeira, que relacionam eventos adversos e/ou complicações associadas à administração de uma medicação parenteral com seu respectivo conceito:

Primeira coluna: eventos adversos e/ou complicações

1.Lipodistrofia 2.Tromboflebite 3.Infiltração 4.Embolia

Segunda Coluna: conceito

(__)Processo inflamatório de um segmento de uma veia, geralmente de localização superficial, com a formação de coágulos, na área afetada; seus sinais são: dor localizada, rubor, calor e edema ao redor da inserção ou ao longo do trajeto da veia.

(__)Obstrução de um vaso (geralmente artéria) pela migração de um corpo estranho pela corrente sanguínea.

(__)Administração de uma solução ou medicamento não vesicante no tecido circunvizinho; caracterizada por edema, extravasamento do líquido para fora do leito venoso, dor e sensação de frio.

(__)Reação localizada, caracterizada por nódulo endurecido e doloroso no tecido adiposo.

Assinale a alternativa que apresenta a correta associação entre as colunas:
Alternativas
Q3323849 Auditoria Governamental
O processo de mudança das práticas de auditoria, na perspectiva da saúde coletiva, incorpora a avaliação da qualidade das ações de promoção, prevenção e assistência visando, especialmente, a redução das iniquidades, a garantia do direito ao acesso e a eficiência das ações e serviços, que é medida por indicadores de saúde e pela efetividade da participação e controle social, sem prejuízo de suas demais funções. O compromisso da auditoria para o fortalecimento da gestão estabelece-se na orientação ao gestor quanto à aplicação eficiente do orçamento da saúde, o qual deve refletir na melhoria dos indicadores epidemiológicos e de bem-estar social, no acesso e na humanização dos serviços. O Processo de Trabalho na Auditoria tem início com a elaboração da Programação Anual de Atividades, que corresponde à programação interna dos componentes do Sistema Nacional de Auditoria, a partir das diretrizes definidas pelos gestores em decorrência do Plano de Saúde.

A respeito das finalidades da auditoria, analise as assertivas que seguem e assinale V, para as verdadeiras, e F, para as falsas:

(__)Aferir a preservação dos padrões estabelecidos e proceder ao levantamento de dados que permitam conhecer a qualidade, a quantidade, os custos e os gastos da atenção à saúde.
(__)Avaliar os elementos componentes dos processos da instituição, serviço ou sistema auditado, objetivando a melhoria dos procedimentos, por meio da detecção de desvios dos padrões estabelecidos.
(__)Avaliar a qualidade, a propriedade e a efetividade dos serviços de saúde prestados à população, visando à melhoria progressiva da assistência à saúde.
(__)Produzir informações para subsidiar o planejamento das ações que contribuam para o aperfeiçoamento do SUS e para a satisfação do usuário.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
Alternativas
Q3323848 Enfermagem
Os sinais vitais são indicadores do estado de saúde de uma pessoa, dando informações de funcionamento das funções circulatória, respiratória, neural e endócrina do corpo. Os sinais vitais mais importantes em semiologia são: temperatura, pressão arterial, pulsação, respiração e dor. Em relação a esse tema, associe a segunda coluna de acordo com a primeira, que relacionam a terminologia das alterações de temperatura ao seu respectivo padrão determinado das alterações da temperatura.

Primeira coluna: terminologia das alterações da temperatura

1.Hipotermia 2.Febril 3.Febre 4.Hiperpirexia 5.Afebril

Segunda coluna: padrão determinado das alterações da temperatura

(__)temperatura de 37,3°C a 37,7°C. (__)temperatura acima de 40°C. (__)temperatura abaixo de 35°C. (__)temperatura de 36,1°C a 37,2°C. (__)temperatura de 37,8°C a 38,9°C.

Assinale a alternativa que apresenta a correta relação entre as colunas:
Alternativas
Q3323847 Saúde Pública
O Sistema de Informação em Saúde (SIS) é um conjunto de componentes que atuam de forma integrada através da coleta, processamento, análise e transmissão da informação. O principal objetivo do SIS é utilizar essas informações para planejamento, medidas de prevenção, redistribuição de recursos e financiamentos e avaliação dos serviços já disponibilizados. É papel do profissional de saúde fornecer os dados necessários para o sistema de saúde do município e este, por sua vez, para o Sistema Nacional. Acerca deste tema, assinale a alternativa correta:
Alternativas
Q3323846 Enfermagem
 O IBGE divulgou os resultados do Censo 2022, indicando que a população do Brasil é formada por 203.080.756 pessoas. Isso indica também que a estimativa sobre o número de pessoas com diabetes no Brasil passaria a ser de aproximadamente 20 milhões, já que o último Vigitel, levantamento em amostra representativa da população brasileira feito pelo Ministério da Saúde, apontou que, no conjunto de 27 capitais pesquisadas, a frequência do diagnóstico autorreferido de diabetes foi de 10,2%. A Federação Internacional de Diabetes (IDF), entidade que reúne mais de 240 associações de diabetes, em mais de 161 países e territórios, também estima que a prevalência do diabetes no Brasil é de 10,5%. Dentre os tipos de diabetes, a maioria é de diabetes Tipo 2. Já o diabetes Tipo 1, afeta aproximadamente 600 mil pessoas. Ainda segundo a IDF, o Brasil ocupa o 6º lugar no mundo entre os países com mais pessoas com diabetes no geral, e o 3º lugar quando se fala em diabetes Tipo 1. A melhor forma de prevenção de diabetes é praticar atividades físicas regularmente, manter uma alimentação saudável e evitar o consumo de álcool, tabaco e outras drogas. Comportamentos saudáveis evitam não apenas diabetes, mas outras doenças. É uma doença causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo. O diabetes pode causar o aumento da glicemia e as altas taxas podem levar a complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos. Em casos mais graves, o diabetes pode levar à morte.

Em relação à glicemia capilar, assinale V, para as verdadeiras, e F, para as falsas:

(__)Os testes de glicemia capilar contribuem com a equipe de saúde para compreender em tempo real o valor da glicemia. A frequência de realização da monitorização glicêmica varia de acordo com a necessidade individual (tipo de diabetes, esquema terapêutico, insulinização, hipoglicemia assintomática e/ou hipoglicemias graves, uso de drogas diabetogênicas, mudança de tratamento, estresse clínico e/ou cirúrgico, gravidez, atividade física, gastroparesia, entre outros) e com a adequação clínica do tratamento. Os horários mais utilizados para realização de glicemias capilares são: em jejum, nos períodos pré-prandiais (antes das refeições), pós-prandiais (2h após o início das refeições e 1h para gestantes) e ao deitar e durante a madrugada.

(__)São considerados fatores que podem interferir no resultado da glicemia capilar: a. extremidades quentes, que podem ocasionar vasoconstrição e como consequência a dificuldade da ejeção do sangue. A conduta orientada, nesse caso, é lavar o membro com água corrente antes de realizar a glicemia capilar; b. qualidade das tiras reagentes, as tiras contêm uma camada de reação enzimática complexa e devem ser sempre armazenadas nas embalagens originais, bem lacradas, para preservar sua estabilidade analítica, pois tiras-teste, em embalagens abertas, deterioram-se mais rapidamente; c. condições ambientais e de amostragem também podem influenciar os resultados.

(__)Etapas da realização do teste de Glicemia capilar: lavar as mãos com água e sabonete líquido e hipoalergênico (de preferência), com técnica padronizada (do profissional e da pessoa com diabetes) e secar bem; reunir todo o material necessário (glicosímetro; lanceta retrátil ou lancetador/lanceta; tira reagente; algodão; álcool 70% líquido); verificar se a tira reagente está dentro do prazo de validade e seguir as instruções para o uso do aparelho e, se necessário, verificar o código de segurança entre o aparelho e a tira reagente e esperar o glicosímetro ligar automaticamente; friccionar as mãos uma contra a outra para aquecê-las, caso estejam frias; realizar a antissepsia com álcool 70% líquido no local da punção (não utilizar álcool em gel ou álcool perfumado); certificar-se que o local que será puncionado esteja bem seco; posicionar a mão de modo que facilite a colocação da gota de sangue na tira reagente; se necessário, fazer ordenha do dedo (base para a ponta); posicionar o lancetador ou lanceta e puncionar a polpa digital lateral (evitar a polpa digital central devido à sensação dolorosa); instilar (depósito ou sucção) uma gota de sangue no local indicado até preencher a tira reagente em quantidade suficiente para verificação da glicemia; aguardar o tempo determinado para a leitura conforme a padronização do glicosímetro; retirar a tira reagente do glicosímetro e descartar os materiais perfurocortantes e contaminados nos recipientes apropriados; registrar o valor da glicemia capilar no prontuário ou no mapa de monitorização. Ainda é importante lembrar de realizar o rodízio do local de punção: optar por fazer as glicemias capilares em diferentes dedos e em diferentes regiões da lateral ao longo do dia e da semana, pois isso evita lesões nos dedos e o aumento da sensação dolorosa, além da alteração da impressão digital.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
Alternativas
Q3323845 Enfermagem
Os medicamentos são administrados por diversas vias, fato que influencia sua absorção. A absorção é a passagem do medicamento do local em que foi administrado para a corrente sanguínea. O profissional da enfermagem, ao executar a administração de medicamentos, tem como objetivo primordial alcançar os efeitos terapêuticos desejados, provocando o mínimo de efeitos colaterais. Em relação a esse tema, analise as assertivas que seguem e assinale V, para as verdadeiras, e F, para as falsas:

(__)Via intradérmica: a administração ocorre em pequena quantidade entre a pele e o tecido subcutâneo. É uma via de absorção muito lenta, utilizada principalmente na administração da vacina BCG. O local comumente utilizado é a face anterior do antebraço e o volume máximo é de 0,5 ml.
(__)Via intramuscular: é uma via de administração de medicamentos parenterais utilizada para medicamentos que necessitam de absorção lenta.
(__)Via endovenosa: a administração ocorre diretamente na corrente sanguínea, promovendo rápida absorção. Os locais de escolha para adultos são as veias periféricas dos membros superiores e, para crianças, os locais comumente utilizados são membros superiores e inferiores, não havendo limite máximo de volume.
(__)Via subcutânea: a administração ocorre na camada subcutânea da pele, promovendo uma absorção lenta, sendo comumente utilizada para a administração de medicamentos de uso contínuo (por exemplo: aplicação de insulina, heparina ou enoxaparina). Os locais preferenciais de administração são a face superior externa do braço, a face anterior da coxa, a região supra e infraumbilical, sendo o volume máximo para essa via de 1 ml.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
Alternativas
Q3323844 Saúde Pública
O planejamento do SUS é de responsabilidade conjunta das três esferas da federação, sendo que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devem desenvolver seus processos de planejamento de maneira integrada, levando em conta as prioridades das demais esferas, buscando gerar complementaridade e funcionalidade. O planejamento no SUS deve fundamentar-se em uma dinâmica federativa em que cada uma das esferas possui suas atribuições específicas, as quais, articuladas, produzem um planejamento orientado para impulsionar estratégias de regionalização. O planejamento no Sistema Único de Saúde é uma função gestora que, além de requisito legal, é um dos mecanismos relevantes para assegurar a unicidade e os princípios constitucionais do SUS. A tarefa de planejar exige conhecimento técnico que se expressa em instrumentos e ferramentas desenvolvidas em processos de trabalho. O caráter integrado das atividades de planejamento no SUS valoriza a autonomia dos entes federados, uma vez que todo o processo deve ser conduzido de maneira ascendente, desde os Municípios até a União.
Sobre esse tema, associe a segunda coluna de acordo com a primeira, que relacionam os instrumentos de planejamento a seu respectivo conceito e características:

Primeira coluna: instrumentos de planejamento

1.Plano de Saúde 2.Relatorio de gestão 3.Programação anual 4.Plano Plurianual (PPA) 5.Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 6.Lei Orçamentária Anual (LOA)

Segunda coluna: conceito e características

(__)Define as diretrizes, objetivos e metas da Administração Pública relativas às despesas de capital e aos gastos correntes delas derivados, ou seja, sintetiza as estratégias de médio prazo e as operacionaliza por meio dos programas que o constituem. Estrutura-se em duas partes fundamentais que são a base estratégica e os programas. A base estratégica consiste no conjunto de análises de cenário e de prospecção estratégica que orientará o planejamento governamental, deve contemplar a análise da situação econômica e social; as diretrizes, os objetivos e as metas estabelecidas pelo chefe do Poder Executivo; a previsão dos recursos orçamentários e sua distribuição entre os setores ou entre os programas; e as diretrizes, os objetivos e as metas dos demais órgãos compatíveis com a orientação estratégica do chefe do Poder Executivo.

(__)Realiza o detalhamento anual dos gastos relativos a cada etapa das estratégias adotadas, cujo conteúdo deve guardar plena compatibilidade com as diretrizes expressas nos programas. Consiste na expressão anual do planejamento governamental, quando são previstos com maior detalhamento o volume de recursos arrecadados e como esses serão alocados ao longo do conjunto de programas e projetos que serão executados no exercício fiscal correspondente.

(__)Instrumento inovador instituído pela Constituição Federal de 1988 em matéria de organização orçamentária. Cabe a este instrumento estabelecer, para cada exercício fiscal, as metas e as prioridades da Administração Pública e os parâmetros de elaboração da LOA.

(__)É o instrumento central de planejamento para definição e implementação de todas as iniciativas no âmbito da saúde de cada esfera da gestão do SUS para o período de quatro anos. Norteia a elaboração do planejamento e do orçamento do governo no tocante à saúde e consolida as políticas e compromissos de saúde em uma determinada esfera de governo. Nesse sentido, reflete, a partir da análise situacional, as necessidades de saúde da população e as peculiaridades próprias de cada esfera. É elaborado no primeiro ano da gestão em curso, com execução a partir do segundo ano da gestão em curso ao primeiro ano da gestão subsequente.

(__)Nesse instrumento são detalhadas as ações e serviços; as metas anuais; os indicadores; e a previsão de alocação de recursos orçamentários no ano. É elaborada no ano em curso e executada no ano subsequente, coincide com o período definido para o exercício orçamentário (um ano calendário) e a Lei Orçamentária Anual, sendo o subsídio para elaboração desta última. Contém as ações que contribuem para o alcance dos objetivos e o cumprimento das metas estabelecidas em outro instrumento de planejamento.

(__)É o instrumento que apresenta os resultados alcançados com a execução de um outro instrumento de planejamento, apurados com base no conjunto de diretrizes, objetivos e indicadores. Orienta eventuais redirecionamentos que se fizerem necessários aos demais instrumentos de planejamento da saúde. Por essas características, é o instrumento em que os gestores do SUS prestam contas das ações que foram executadas no ano anterior.

Assinale a alternativa que apresenta a correta relação entre as colunas: 
Alternativas
Q3323843 Enfermagem
A combinação entre a higiene e o conforto é fundamental para promover a saúde do ser humano. Um ambiente limpo e confortável pode fazer toda a diferença no processo de recuperação de um paciente. Cuidar desses aspectos é contribuir para que os cuidados de saúde sejam mais efetivos e para que o paciente se sinta acolhido e seguro. Por isso, a higiene e o conforto devem ser prioridade em todas as instituições de saúde. As medidas de higiene e conforto do paciente são fundamentais para garantir um ambiente salubre e seguro em hospitais, clínicas e outras unidades de saúde. Essas medidas são cuidados básicos que visam proteger o paciente de infecções e doenças, além de garantir o seu bem-estar físico e mental.
Acerca desse tema, associe a segunda coluna de acordo com a primeira, relacionando as medidas de higiene e conforto com sua respectiva explicação: 


Primeira coluna: Medidas de higiene e conforto
1.Higiene 2.Conforto 3.Prevenção de lesão 4.Controle de infecção 5.Comunicação

Segunda coluna: Explicações

(__)Conjunto de práticas destinadas a evitar a transmissão de microrganismos entre pacientes e profissionais no ambiente hospitalar. Inclui higienização adequada das mãos, uso de equipamentos de proteção e adoção de medidas de isolamento quando há indícios de doenças contagiosas.
(__)Conjunto de medidas que proporcionam bem-estar físico e psicológico ao paciente durante seu período de internação. Este cuidado inclui adequação da temperatura ambiente, uso de roupas adequadas, preservação da privacidade e intimidade, alimentação apropriada e garantia de descanso tranquilo.
(__)Processo interativo essencial no cuidado ao paciente que envolve troca de informações entre profissionais de saúde, pacientes e familiares. Os profissionais devem dialogar, esclarecer dúvidas e orientar quanto aos procedimentos e cuidados necessários para a recuperação.
(__)Conjunto de ações voltadas para evitar o desenvolvimento de úlceras por pressão e outros danos teciduais. Requer avaliação constante da mobilidade do paciente, mudanças periódicas de posicionamento e utilização de superfícies especiais de suporte para redistribuição da pressão corporal.
(__)Conjunto de práticas fundamentais para a manutenção da saúde e prevenção de doenças no ambiente hospitalar. Inclui limpeza adequada de quartos e instalações sanitárias, lavagem frequente das mãos, utilização de EPIs e assistência ao paciente para sua higiene pessoal, como banho e cuidados orais.

Assinale a alternativa que apresenta a correta relação entre as colunas:
Alternativas
Q3323842 Enfermagem
O prontuário do paciente é um documento que contém todas as informações relevantes sobre os cuidados prestados a ele, por todos os profissionais envolvidos na assistência. Essas informações são registradas de forma padronizada, organizada e concisa. Esse documento é fundamental por permitir que os profissionais de saúde tenham acesso a todas as informações necessárias para prestar cuidados adequados e individualizados ao usuário/paciente. O registro das informações de saúde de um usuário/paciente em prontuário é uma ação importante, tem fundamentação científica e é regulamentado pela legislação, além de ser um direito do usuário/paciente e tum dever de todo profissional. Considerando esse tema, assinale a alternativa que apresenta a principal finalidade do registro de enfermagem em um prontuário:
Alternativas
Q3323841 Enfermagem
A correta higiene das mãos é considerada uma ação simples, mas se realizada no momento certo e da maneira certa, pode salvar vidas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) desenvolveu as Diretrizes da OMS sobre Higiene das Mãos em Serviços de Saúde baseadas em evidências científicas para auxiliar os serviços de saúde a melhorar a higiene das mãos e, assim, reduzir as infecções. As infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) representam um problema sério e têm um impacto econômico significativo nos pacientes e sistemas de saúde em todo o mundo. Em relação a esse tema, assinale a alternativa correta:
Alternativas
Q3323840 Segurança e Saúde no Trabalho
Promover a biossegurança e a bioproteção em saúde não apenas contribui para o aprimoramento técnico na área, mas, sobretudo, reforça o propósito de prevenção de agravos e promoção da saúde que são princípios fundamentais do Sistema Único de Saúde. A biossegurança e a bioproteção devem ser capazes de promover ambientes seguros em serviços de saúde, bem como, em laboratórios de instituições de ensino, de pesquisa, da indústria e em atividades de campo. Por essa perspectiva, a biossegurança e a bioproteção em saúde consistem em um conjunto de elementos que incluem aspectos técnicos, éticos, normativos, diretrizes de boas práticas, que permitem desenvolver atividades com agentes biológicos de risco e seus derivados, com a necessária segurança, sem causar danos à saúde humana, animal, vegetal e meio ambiente.

Sobre esta temática assinale a alternativa correta:
Alternativas
Q3323839 Direito Sanitário
Considerando os princípios fundamentais que regem os direitos humanos relacionados à saúde no Brasil, analise as afirmativas a seguir:

I.A desigualdade regional no acesso à saúde é um dos maiores desafios para a efetivação do direito à saúde no Brasil, com áreas rurais e periféricas enfrentando limitações significativas em infraestrutura e recursos humanos.
II.A implementação de estratégias de atendimento familiar representa uma política pública que contribui apenas para o diagnóstico de doenças, sem impacto significativo na redução de desigualdades no acesso aos serviços de saúde.
III.O princípio da equidade no sistema de saúde reconhece as diferenças entre grupos sociais e busca fornecer a cada um o suporte necessário para o pleno usufruto do direito à saúde, adaptando práticas às diferentes necessidades da população.

É correto o que se afirma em
Alternativas
Q3323837 Saúde Pública
A organização dos serviços de saúde em Santa Catarina apresenta características relacionadas à distribuição populacional e às condições geográficas do estado. Sobre este tema e considerando os aspectos históricos, sociais e econômicos catarinenses, analise as afirmativas a seguir:

I.A divisão do estado em macrorregiões de saúde busca garantir a integralidade da assistência, considerando as distâncias entre municípios e a distribuição dos equipamentos de saúde especializados.
II.As características socioeconômicas homogêneas de Santa Catarina resultam em indicadores de saúde igualmente uniformes em todas as regiões do estado, dispensando políticas específicas para áreas de maior vulnerabilidade.
III.Os consórcios intermunicipais de saúde, como o CISAMVE, surgiram como resposta à necessidade de organizar serviços regionalizados e garantir economia de escala na oferta de atendimentos especializados.

É correto o que se afirma e
Alternativas
Q3323833 Direito Administrativo
Um Consórcio Público Interfederativo de Saúde e Serviços está em processo de formação entre diversos municípios e o Estado para ampliar o acesso a serviços, especializados de saúde. O protocolo de intenções já foi assinado pelos representantes dos entes federativos, mas ainda está pendente de ratificação por algumas Câmaras Municipais. Considerando o artigo 6º do Decreto Federal n.º 6.017/2007, que regulamenta as normas gerais de contratação de consórcios públicos, assinale a alternativa correta:
Alternativas
Q3323829 Português
Microplásticos são identificados no cérebro humano


De tão pequenas, é impossível vê-las a olho nu. Mas elas existem e estão em todos os lugares. No mexilhão comprado direto do pescador, nas frutas e nos legumes da feira ou nos alimentos industrializados do mercado. Também já foram encontradas na cerveja, no chá, no leite, na água (em especial a engarrafada) e ainda no solo e no ar. Em formato de esfera, fios ou fragmentos de filmes ou espuma, as partículas de plástico de tamanho microscópico são hoje mais abundantes do que nunca no planeta. Com a vida imersa em plásticos, era esperado que, em algum momento, diminutos fragmentos do material fossem encontrados até mesmo no mais protegido dos órgãos humanos, o cérebro. Agora foram.

Na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), a patologista Thais Mauad, o engenheiro ambiental Luís Fernando Amato Lourenço e a bióloga Regiani Carvalho de Oliveira identificaram, em um projeto apoiado pela FAPESP e pela organização não governamental holandesa Plastic Soup, partículas de microplástico no cérebro de oito pessoas que viveram ao menos cinco anos na cidade de São Paulo. Após a morte, elas foram submetidas à autopsia no Serviço de Verificação de Óbitos da Capital, onde os pesquisadores coletaram amostras de uma estrutura chamada bulbo olfatório. Localizado no interior do crânio logo acima do nariz, os bulbos olfatórios − há dois, um em cada hemisfério cerebral − são a primeira parte do sistema nervoso central a que chegam as informações sobre os cheiros. Eles estão em contato com neurônios que detectam moléculas de odor no fundo do nariz e funcionam como uma potencial via de entrada dessas e de outras partículas, além de microrganismos, no cérebro.

Os pesquisadores precisaram resgatar equipamentos que não eram usados havia mais de 40 anos, como seringas de vidro, para lidar com esse material biológico. Também tiveram de adotar um protocolo rigoroso de limpeza dos utensílios − com lavagens com água filtrada três vezes e o uso de acetona −, além de substituir o plástico por papel alumínio ou vidro para cobrir ou fechar os recipientes. Nos dias de manipulação do material, só se podia usar roupas de algodão.

Eles congelaram as amostras do bulbo olfatório e as fatiaram em lâminas com 10 micrômetros (µm) − cada micrômetro corresponde ao milímetro dividido em mil partes iguais. Uma parte do material foi digerida por enzimas para que fosse possível detectar partículas eventualmente situadas em regiões profundas das amostras. Depois de preparado, o material foi levado para o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas, a 110 quilômetros de São Paulo. Lá fica o Sirius, uma das mais brilhantes fontes de radiação síncrotron em atividade no mundo. Ele produz um tipo especial de luz altamente energética que alimenta 10 estações de trabalho. Com o auxílio do físico Raul de Oliveira Freitas e da química Ohanna Menezes, ambos do CNPEM, a equipe da USP usou uma dessas estações − a Imbuia − ao longo de uma semana para iluminar as amostras com um feixe de radiação infravermelha e caracterizar a composição de partículas de plástico encontradas nelas.

Em cada fragmento de bulbo olfatório analisado, foram achadas de 1 a 4 partículas de microplástico. Elas tinham dimensões variando de 5,5 µm a 26,4 µm − aproximadamente o tamanho da maior parte das bactérias e algumas vezes menor que o de uma célula humana. A maioria (75%) estava na forma de fragmentos ou esferas e 25% delas eram fibras, descreveram os pesquisadores em setembro em um artigo publicado na revista JAMA Network Open. Em 44% dos casos, os microplásticos eram compostos de polipropileno (PP), o segundo polímero plástico mais produzido no mundo (16% do total). Derivado do petróleo, ele gera um plástico duro e translúcido, que pode ser moldado com o calor e é amplamente usado na produção de embalagens; peças plásticas de veículos; produtos de uso pessoal, como fraldas e máscaras descartáveis; e equipamentos da área médica. Em proporção menor, havia também microplásticos de poliamida (PA), polietileno acetato de vinila (Peva) e polietileno (PE).

"Não havia grande quantidade de microplásticos nas amostras do bulbo olfatório, mas, de fato, eles estavam lá", relata Mauad, que há mais de 15 anos investiga os efeitos da poluição sobre a saúde. Por algum tempo, ela própria desconfiou de que os microplásticos detectados não tivessem penetrado no cérebro, mas fossem resultado de contaminação das amostras, uma vez que esse material está em toda parte e em quantidade expressiva no ar. Só se convenceu ao constatar, durante as análises, que as partículas eram muito fragmentadas e pequenas e se localizavam no interior das células ou nas proximidades de vasos sanguíneos.

"A detecção de microplásticos no cérebro causa preocupação porque ele é o órgão mais blindado do corpo", afirma o químico Henrique Eisi Toma, do Instituto de Química da USP e estudioso dos nanomateriais, que não participou do estudo. Para chegar ao cérebro, as moléculas e agentes infecciosos têm de conseguir atravessar a chamada barreira hematoencefálica, uma espécie de membrana formada por três tipos de células estreitamente unidas que impede a passagem da maioria dos compostos carreados pelo sangue. "Muitas moléculas só conseguem atravessar a barreira usando mecanismos complicados de transporte", explica o pesquisador, coordenador de um grupo que descreveu em dezembro na revista Micron uma estratégia que usa nanopartículas magnéticas envoltas em uma espécie de cola para retirar microplásticos da água.



Retirado e adaptado de: ZORZETTO, Ricardo. Equipe da USP identifica microplásticos no cérebro humano. Revista Pesquisa FAPESP. Disponível em:https://revistapesquisa.fapesp.br/equipe-da-usp-identifica-microplastico s-no-cerebro-humano/ Acesso em: 03 mar., 2025.
A respeito das relações de sentido construídas no texto, analise as proposições a seguir. Marque V, para verdadeiras, e F, para falsas:

(__)Em "De tão pequenas, é impossível vê-las a olho nu. Mas elas existem e estão em todos os lugares", há uma relação de oposição.
(__)Em "fios ou fragmentos de filmes ou espuma", há a ideia de alternância.
(__)Em "A detecção de microplásticos no cérebro causa preocupação porque ele é o órgão mais blindado do corpo", há a ideia de explicação.
(__)Em "Não havia grande quantidade de microplásticos nas amostras do bulbo olfatório, mas, de fato, eles estavam lá", há a ideia de disjunção.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
Alternativas
Q3323828 Português
Microplásticos são identificados no cérebro humano


De tão pequenas, é impossível vê-las a olho nu. Mas elas existem e estão em todos os lugares. No mexilhão comprado direto do pescador, nas frutas e nos legumes da feira ou nos alimentos industrializados do mercado. Também já foram encontradas na cerveja, no chá, no leite, na água (em especial a engarrafada) e ainda no solo e no ar. Em formato de esfera, fios ou fragmentos de filmes ou espuma, as partículas de plástico de tamanho microscópico são hoje mais abundantes do que nunca no planeta. Com a vida imersa em plásticos, era esperado que, em algum momento, diminutos fragmentos do material fossem encontrados até mesmo no mais protegido dos órgãos humanos, o cérebro. Agora foram.

Na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), a patologista Thais Mauad, o engenheiro ambiental Luís Fernando Amato Lourenço e a bióloga Regiani Carvalho de Oliveira identificaram, em um projeto apoiado pela FAPESP e pela organização não governamental holandesa Plastic Soup, partículas de microplástico no cérebro de oito pessoas que viveram ao menos cinco anos na cidade de São Paulo. Após a morte, elas foram submetidas à autopsia no Serviço de Verificação de Óbitos da Capital, onde os pesquisadores coletaram amostras de uma estrutura chamada bulbo olfatório. Localizado no interior do crânio logo acima do nariz, os bulbos olfatórios − há dois, um em cada hemisfério cerebral − são a primeira parte do sistema nervoso central a que chegam as informações sobre os cheiros. Eles estão em contato com neurônios que detectam moléculas de odor no fundo do nariz e funcionam como uma potencial via de entrada dessas e de outras partículas, além de microrganismos, no cérebro.

Os pesquisadores precisaram resgatar equipamentos que não eram usados havia mais de 40 anos, como seringas de vidro, para lidar com esse material biológico. Também tiveram de adotar um protocolo rigoroso de limpeza dos utensílios − com lavagens com água filtrada três vezes e o uso de acetona −, além de substituir o plástico por papel alumínio ou vidro para cobrir ou fechar os recipientes. Nos dias de manipulação do material, só se podia usar roupas de algodão.

Eles congelaram as amostras do bulbo olfatório e as fatiaram em lâminas com 10 micrômetros (µm) − cada micrômetro corresponde ao milímetro dividido em mil partes iguais. Uma parte do material foi digerida por enzimas para que fosse possível detectar partículas eventualmente situadas em regiões profundas das amostras. Depois de preparado, o material foi levado para o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas, a 110 quilômetros de São Paulo. Lá fica o Sirius, uma das mais brilhantes fontes de radiação síncrotron em atividade no mundo. Ele produz um tipo especial de luz altamente energética que alimenta 10 estações de trabalho. Com o auxílio do físico Raul de Oliveira Freitas e da química Ohanna Menezes, ambos do CNPEM, a equipe da USP usou uma dessas estações − a Imbuia − ao longo de uma semana para iluminar as amostras com um feixe de radiação infravermelha e caracterizar a composição de partículas de plástico encontradas nelas.

Em cada fragmento de bulbo olfatório analisado, foram achadas de 1 a 4 partículas de microplástico. Elas tinham dimensões variando de 5,5 µm a 26,4 µm − aproximadamente o tamanho da maior parte das bactérias e algumas vezes menor que o de uma célula humana. A maioria (75%) estava na forma de fragmentos ou esferas e 25% delas eram fibras, descreveram os pesquisadores em setembro em um artigo publicado na revista JAMA Network Open. Em 44% dos casos, os microplásticos eram compostos de polipropileno (PP), o segundo polímero plástico mais produzido no mundo (16% do total). Derivado do petróleo, ele gera um plástico duro e translúcido, que pode ser moldado com o calor e é amplamente usado na produção de embalagens; peças plásticas de veículos; produtos de uso pessoal, como fraldas e máscaras descartáveis; e equipamentos da área médica. Em proporção menor, havia também microplásticos de poliamida (PA), polietileno acetato de vinila (Peva) e polietileno (PE).

"Não havia grande quantidade de microplásticos nas amostras do bulbo olfatório, mas, de fato, eles estavam lá", relata Mauad, que há mais de 15 anos investiga os efeitos da poluição sobre a saúde. Por algum tempo, ela própria desconfiou de que os microplásticos detectados não tivessem penetrado no cérebro, mas fossem resultado de contaminação das amostras, uma vez que esse material está em toda parte e em quantidade expressiva no ar. Só se convenceu ao constatar, durante as análises, que as partículas eram muito fragmentadas e pequenas e se localizavam no interior das células ou nas proximidades de vasos sanguíneos.

"A detecção de microplásticos no cérebro causa preocupação porque ele é o órgão mais blindado do corpo", afirma o químico Henrique Eisi Toma, do Instituto de Química da USP e estudioso dos nanomateriais, que não participou do estudo. Para chegar ao cérebro, as moléculas e agentes infecciosos têm de conseguir atravessar a chamada barreira hematoencefálica, uma espécie de membrana formada por três tipos de células estreitamente unidas que impede a passagem da maioria dos compostos carreados pelo sangue. "Muitas moléculas só conseguem atravessar a barreira usando mecanismos complicados de transporte", explica o pesquisador, coordenador de um grupo que descreveu em dezembro na revista Micron uma estratégia que usa nanopartículas magnéticas envoltas em uma espécie de cola para retirar microplásticos da água.



Retirado e adaptado de: ZORZETTO, Ricardo. Equipe da USP identifica microplásticos no cérebro humano. Revista Pesquisa FAPESP. Disponível em:https://revistapesquisa.fapesp.br/equipe-da-usp-identifica-microplastico s-no-cerebro-humano/ Acesso em: 03 mar., 2025.
A respeito da função da linguagem predominante no texto, analise as afirmações a seguir e a relação proposta entre elas:

I.No texto, predomina a função da linguagem chamada de função conativa.

PORQUE

II.Tem como principal objetivo apresentar informações de maneira objetiva e direta, sem envolvimento emocional ou subjetividade. O foco está no conteúdo da mensagem, ou seja, no referente (o assunto tratado).

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:
Alternativas
Q3323827 Português
Microplásticos são identificados no cérebro humano


De tão pequenas, é impossível vê-las a olho nu. Mas elas existem e estão em todos os lugares. No mexilhão comprado direto do pescador, nas frutas e nos legumes da feira ou nos alimentos industrializados do mercado. Também já foram encontradas na cerveja, no chá, no leite, na água (em especial a engarrafada) e ainda no solo e no ar. Em formato de esfera, fios ou fragmentos de filmes ou espuma, as partículas de plástico de tamanho microscópico são hoje mais abundantes do que nunca no planeta. Com a vida imersa em plásticos, era esperado que, em algum momento, diminutos fragmentos do material fossem encontrados até mesmo no mais protegido dos órgãos humanos, o cérebro. Agora foram.

Na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), a patologista Thais Mauad, o engenheiro ambiental Luís Fernando Amato Lourenço e a bióloga Regiani Carvalho de Oliveira identificaram, em um projeto apoiado pela FAPESP e pela organização não governamental holandesa Plastic Soup, partículas de microplástico no cérebro de oito pessoas que viveram ao menos cinco anos na cidade de São Paulo. Após a morte, elas foram submetidas à autopsia no Serviço de Verificação de Óbitos da Capital, onde os pesquisadores coletaram amostras de uma estrutura chamada bulbo olfatório. Localizado no interior do crânio logo acima do nariz, os bulbos olfatórios − há dois, um em cada hemisfério cerebral − são a primeira parte do sistema nervoso central a que chegam as informações sobre os cheiros. Eles estão em contato com neurônios que detectam moléculas de odor no fundo do nariz e funcionam como uma potencial via de entrada dessas e de outras partículas, além de microrganismos, no cérebro.

Os pesquisadores precisaram resgatar equipamentos que não eram usados havia mais de 40 anos, como seringas de vidro, para lidar com esse material biológico. Também tiveram de adotar um protocolo rigoroso de limpeza dos utensílios − com lavagens com água filtrada três vezes e o uso de acetona −, além de substituir o plástico por papel alumínio ou vidro para cobrir ou fechar os recipientes. Nos dias de manipulação do material, só se podia usar roupas de algodão.

Eles congelaram as amostras do bulbo olfatório e as fatiaram em lâminas com 10 micrômetros (µm) − cada micrômetro corresponde ao milímetro dividido em mil partes iguais. Uma parte do material foi digerida por enzimas para que fosse possível detectar partículas eventualmente situadas em regiões profundas das amostras. Depois de preparado, o material foi levado para o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas, a 110 quilômetros de São Paulo. Lá fica o Sirius, uma das mais brilhantes fontes de radiação síncrotron em atividade no mundo. Ele produz um tipo especial de luz altamente energética que alimenta 10 estações de trabalho. Com o auxílio do físico Raul de Oliveira Freitas e da química Ohanna Menezes, ambos do CNPEM, a equipe da USP usou uma dessas estações − a Imbuia − ao longo de uma semana para iluminar as amostras com um feixe de radiação infravermelha e caracterizar a composição de partículas de plástico encontradas nelas.

Em cada fragmento de bulbo olfatório analisado, foram achadas de 1 a 4 partículas de microplástico. Elas tinham dimensões variando de 5,5 µm a 26,4 µm − aproximadamente o tamanho da maior parte das bactérias e algumas vezes menor que o de uma célula humana. A maioria (75%) estava na forma de fragmentos ou esferas e 25% delas eram fibras, descreveram os pesquisadores em setembro em um artigo publicado na revista JAMA Network Open. Em 44% dos casos, os microplásticos eram compostos de polipropileno (PP), o segundo polímero plástico mais produzido no mundo (16% do total). Derivado do petróleo, ele gera um plástico duro e translúcido, que pode ser moldado com o calor e é amplamente usado na produção de embalagens; peças plásticas de veículos; produtos de uso pessoal, como fraldas e máscaras descartáveis; e equipamentos da área médica. Em proporção menor, havia também microplásticos de poliamida (PA), polietileno acetato de vinila (Peva) e polietileno (PE).

"Não havia grande quantidade de microplásticos nas amostras do bulbo olfatório, mas, de fato, eles estavam lá", relata Mauad, que há mais de 15 anos investiga os efeitos da poluição sobre a saúde. Por algum tempo, ela própria desconfiou de que os microplásticos detectados não tivessem penetrado no cérebro, mas fossem resultado de contaminação das amostras, uma vez que esse material está em toda parte e em quantidade expressiva no ar. Só se convenceu ao constatar, durante as análises, que as partículas eram muito fragmentadas e pequenas e se localizavam no interior das células ou nas proximidades de vasos sanguíneos.

"A detecção de microplásticos no cérebro causa preocupação porque ele é o órgão mais blindado do corpo", afirma o químico Henrique Eisi Toma, do Instituto de Química da USP e estudioso dos nanomateriais, que não participou do estudo. Para chegar ao cérebro, as moléculas e agentes infecciosos têm de conseguir atravessar a chamada barreira hematoencefálica, uma espécie de membrana formada por três tipos de células estreitamente unidas que impede a passagem da maioria dos compostos carreados pelo sangue. "Muitas moléculas só conseguem atravessar a barreira usando mecanismos complicados de transporte", explica o pesquisador, coordenador de um grupo que descreveu em dezembro na revista Micron uma estratégia que usa nanopartículas magnéticas envoltas em uma espécie de cola para retirar microplásticos da água.



Retirado e adaptado de: ZORZETTO, Ricardo. Equipe da USP identifica microplásticos no cérebro humano. Revista Pesquisa FAPESP. Disponível em:https://revistapesquisa.fapesp.br/equipe-da-usp-identifica-microplastico s-no-cerebro-humano/ Acesso em: 03 mar., 2025.
As sentenças a seguir foram criadas a partir do texto. Analise-as:

I.Os microplásticos são onipresentes, espreitando em cada canto da vida cotidiana (personificação).
II.As partículas de plástico são como fantasmas invisíveis, rondando nossos corpos sem serem percebidas (metáfora).
III.O cérebro humano, antes um cofre inviolável, agora se abre às minúsculas invasões plásticas (antítese).
IV.A barreira hematoencefálica é um escudo impenetrável para a maioria das substâncias (paradoxo).

Assinale a alternativa que apresenta, entre parênteses, a correta classificação da figura de linguagem indicada na sentença:
Alternativas
Q3323826 Português
Microplásticos são identificados no cérebro humano


De tão pequenas, é impossível vê-las a olho nu. Mas elas existem e estão em todos os lugares. No mexilhão comprado direto do pescador, nas frutas e nos legumes da feira ou nos alimentos industrializados do mercado. Também já foram encontradas na cerveja, no chá, no leite, na água (em especial a engarrafada) e ainda no solo e no ar. Em formato de esfera, fios ou fragmentos de filmes ou espuma, as partículas de plástico de tamanho microscópico são hoje mais abundantes do que nunca no planeta. Com a vida imersa em plásticos, era esperado que, em algum momento, diminutos fragmentos do material fossem encontrados até mesmo no mais protegido dos órgãos humanos, o cérebro. Agora foram.

Na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), a patologista Thais Mauad, o engenheiro ambiental Luís Fernando Amato Lourenço e a bióloga Regiani Carvalho de Oliveira identificaram, em um projeto apoiado pela FAPESP e pela organização não governamental holandesa Plastic Soup, partículas de microplástico no cérebro de oito pessoas que viveram ao menos cinco anos na cidade de São Paulo. Após a morte, elas foram submetidas à autopsia no Serviço de Verificação de Óbitos da Capital, onde os pesquisadores coletaram amostras de uma estrutura chamada bulbo olfatório. Localizado no interior do crânio logo acima do nariz, os bulbos olfatórios − há dois, um em cada hemisfério cerebral − são a primeira parte do sistema nervoso central a que chegam as informações sobre os cheiros. Eles estão em contato com neurônios que detectam moléculas de odor no fundo do nariz e funcionam como uma potencial via de entrada dessas e de outras partículas, além de microrganismos, no cérebro.

Os pesquisadores precisaram resgatar equipamentos que não eram usados havia mais de 40 anos, como seringas de vidro, para lidar com esse material biológico. Também tiveram de adotar um protocolo rigoroso de limpeza dos utensílios − com lavagens com água filtrada três vezes e o uso de acetona −, além de substituir o plástico por papel alumínio ou vidro para cobrir ou fechar os recipientes. Nos dias de manipulação do material, só se podia usar roupas de algodão.

Eles congelaram as amostras do bulbo olfatório e as fatiaram em lâminas com 10 micrômetros (µm) − cada micrômetro corresponde ao milímetro dividido em mil partes iguais. Uma parte do material foi digerida por enzimas para que fosse possível detectar partículas eventualmente situadas em regiões profundas das amostras. Depois de preparado, o material foi levado para o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas, a 110 quilômetros de São Paulo. Lá fica o Sirius, uma das mais brilhantes fontes de radiação síncrotron em atividade no mundo. Ele produz um tipo especial de luz altamente energética que alimenta 10 estações de trabalho. Com o auxílio do físico Raul de Oliveira Freitas e da química Ohanna Menezes, ambos do CNPEM, a equipe da USP usou uma dessas estações − a Imbuia − ao longo de uma semana para iluminar as amostras com um feixe de radiação infravermelha e caracterizar a composição de partículas de plástico encontradas nelas.

Em cada fragmento de bulbo olfatório analisado, foram achadas de 1 a 4 partículas de microplástico. Elas tinham dimensões variando de 5,5 µm a 26,4 µm − aproximadamente o tamanho da maior parte das bactérias e algumas vezes menor que o de uma célula humana. A maioria (75%) estava na forma de fragmentos ou esferas e 25% delas eram fibras, descreveram os pesquisadores em setembro em um artigo publicado na revista JAMA Network Open. Em 44% dos casos, os microplásticos eram compostos de polipropileno (PP), o segundo polímero plástico mais produzido no mundo (16% do total). Derivado do petróleo, ele gera um plástico duro e translúcido, que pode ser moldado com o calor e é amplamente usado na produção de embalagens; peças plásticas de veículos; produtos de uso pessoal, como fraldas e máscaras descartáveis; e equipamentos da área médica. Em proporção menor, havia também microplásticos de poliamida (PA), polietileno acetato de vinila (Peva) e polietileno (PE).

"Não havia grande quantidade de microplásticos nas amostras do bulbo olfatório, mas, de fato, eles estavam lá", relata Mauad, que há mais de 15 anos investiga os efeitos da poluição sobre a saúde. Por algum tempo, ela própria desconfiou de que os microplásticos detectados não tivessem penetrado no cérebro, mas fossem resultado de contaminação das amostras, uma vez que esse material está em toda parte e em quantidade expressiva no ar. Só se convenceu ao constatar, durante as análises, que as partículas eram muito fragmentadas e pequenas e se localizavam no interior das células ou nas proximidades de vasos sanguíneos.

"A detecção de microplásticos no cérebro causa preocupação porque ele é o órgão mais blindado do corpo", afirma o químico Henrique Eisi Toma, do Instituto de Química da USP e estudioso dos nanomateriais, que não participou do estudo. Para chegar ao cérebro, as moléculas e agentes infecciosos têm de conseguir atravessar a chamada barreira hematoencefálica, uma espécie de membrana formada por três tipos de células estreitamente unidas que impede a passagem da maioria dos compostos carreados pelo sangue. "Muitas moléculas só conseguem atravessar a barreira usando mecanismos complicados de transporte", explica o pesquisador, coordenador de um grupo que descreveu em dezembro na revista Micron uma estratégia que usa nanopartículas magnéticas envoltas em uma espécie de cola para retirar microplásticos da água.



Retirado e adaptado de: ZORZETTO, Ricardo. Equipe da USP identifica microplásticos no cérebro humano. Revista Pesquisa FAPESP. Disponível em:https://revistapesquisa.fapesp.br/equipe-da-usp-identifica-microplastico s-no-cerebro-humano/ Acesso em: 03 mar., 2025.
Analise as sentenças a seguir, no que diz respeito ao uso do acento grave (crase):

I.Os cientistas chegaram à resultados preocupantes sobre os microplásticos.
II.Os resultados das pesquisas chegaram à revistas internacionais e têm muito reconhecimento.
III.Agora, resta a busca às causas de os microplásticos conseguirem chegar tão longe no organismo humano.
IV.A pesquisadora esteve receosa de que tivesse chegado à conclusões questionáveis no estudo.

Está correto o uso do acento grave (crase) em: 
Alternativas
Q3323822 Português
Microplásticos são identificados no cérebro humano


De tão pequenas, é impossível vê-las a olho nu. Mas elas existem e estão em todos os lugares. No mexilhão comprado direto do pescador, nas frutas e nos legumes da feira ou nos alimentos industrializados do mercado. Também já foram encontradas na cerveja, no chá, no leite, na água (em especial a engarrafada) e ainda no solo e no ar. Em formato de esfera, fios ou fragmentos de filmes ou espuma, as partículas de plástico de tamanho microscópico são hoje mais abundantes do que nunca no planeta. Com a vida imersa em plásticos, era esperado que, em algum momento, diminutos fragmentos do material fossem encontrados até mesmo no mais protegido dos órgãos humanos, o cérebro. Agora foram.

Na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), a patologista Thais Mauad, o engenheiro ambiental Luís Fernando Amato Lourenço e a bióloga Regiani Carvalho de Oliveira identificaram, em um projeto apoiado pela FAPESP e pela organização não governamental holandesa Plastic Soup, partículas de microplástico no cérebro de oito pessoas que viveram ao menos cinco anos na cidade de São Paulo. Após a morte, elas foram submetidas à autopsia no Serviço de Verificação de Óbitos da Capital, onde os pesquisadores coletaram amostras de uma estrutura chamada bulbo olfatório. Localizado no interior do crânio logo acima do nariz, os bulbos olfatórios − há dois, um em cada hemisfério cerebral − são a primeira parte do sistema nervoso central a que chegam as informações sobre os cheiros. Eles estão em contato com neurônios que detectam moléculas de odor no fundo do nariz e funcionam como uma potencial via de entrada dessas e de outras partículas, além de microrganismos, no cérebro.

Os pesquisadores precisaram resgatar equipamentos que não eram usados havia mais de 40 anos, como seringas de vidro, para lidar com esse material biológico. Também tiveram de adotar um protocolo rigoroso de limpeza dos utensílios − com lavagens com água filtrada três vezes e o uso de acetona −, além de substituir o plástico por papel alumínio ou vidro para cobrir ou fechar os recipientes. Nos dias de manipulação do material, só se podia usar roupas de algodão.

Eles congelaram as amostras do bulbo olfatório e as fatiaram em lâminas com 10 micrômetros (µm) − cada micrômetro corresponde ao milímetro dividido em mil partes iguais. Uma parte do material foi digerida por enzimas para que fosse possível detectar partículas eventualmente situadas em regiões profundas das amostras. Depois de preparado, o material foi levado para o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas, a 110 quilômetros de São Paulo. Lá fica o Sirius, uma das mais brilhantes fontes de radiação síncrotron em atividade no mundo. Ele produz um tipo especial de luz altamente energética que alimenta 10 estações de trabalho. Com o auxílio do físico Raul de Oliveira Freitas e da química Ohanna Menezes, ambos do CNPEM, a equipe da USP usou uma dessas estações − a Imbuia − ao longo de uma semana para iluminar as amostras com um feixe de radiação infravermelha e caracterizar a composição de partículas de plástico encontradas nelas.

Em cada fragmento de bulbo olfatório analisado, foram achadas de 1 a 4 partículas de microplástico. Elas tinham dimensões variando de 5,5 µm a 26,4 µm − aproximadamente o tamanho da maior parte das bactérias e algumas vezes menor que o de uma célula humana. A maioria (75%) estava na forma de fragmentos ou esferas e 25% delas eram fibras, descreveram os pesquisadores em setembro em um artigo publicado na revista JAMA Network Open. Em 44% dos casos, os microplásticos eram compostos de polipropileno (PP), o segundo polímero plástico mais produzido no mundo (16% do total). Derivado do petróleo, ele gera um plástico duro e translúcido, que pode ser moldado com o calor e é amplamente usado na produção de embalagens; peças plásticas de veículos; produtos de uso pessoal, como fraldas e máscaras descartáveis; e equipamentos da área médica. Em proporção menor, havia também microplásticos de poliamida (PA), polietileno acetato de vinila (Peva) e polietileno (PE).

"Não havia grande quantidade de microplásticos nas amostras do bulbo olfatório, mas, de fato, eles estavam lá", relata Mauad, que há mais de 15 anos investiga os efeitos da poluição sobre a saúde. Por algum tempo, ela própria desconfiou de que os microplásticos detectados não tivessem penetrado no cérebro, mas fossem resultado de contaminação das amostras, uma vez que esse material está em toda parte e em quantidade expressiva no ar. Só se convenceu ao constatar, durante as análises, que as partículas eram muito fragmentadas e pequenas e se localizavam no interior das células ou nas proximidades de vasos sanguíneos.

"A detecção de microplásticos no cérebro causa preocupação porque ele é o órgão mais blindado do corpo", afirma o químico Henrique Eisi Toma, do Instituto de Química da USP e estudioso dos nanomateriais, que não participou do estudo. Para chegar ao cérebro, as moléculas e agentes infecciosos têm de conseguir atravessar a chamada barreira hematoencefálica, uma espécie de membrana formada por três tipos de células estreitamente unidas que impede a passagem da maioria dos compostos carreados pelo sangue. "Muitas moléculas só conseguem atravessar a barreira usando mecanismos complicados de transporte", explica o pesquisador, coordenador de um grupo que descreveu em dezembro na revista Micron uma estratégia que usa nanopartículas magnéticas envoltas em uma espécie de cola para retirar microplásticos da água.



Retirado e adaptado de: ZORZETTO, Ricardo. Equipe da USP identifica microplásticos no cérebro humano. Revista Pesquisa FAPESP. Disponível em:https://revistapesquisa.fapesp.br/equipe-da-usp-identifica-microplastico s-no-cerebro-humano/ Acesso em: 03 mar., 2025.
Assinale a alternativa que apresenta a correta colocação pronominal:
Alternativas
Q3323820 Português
Microplásticos são identificados no cérebro humano


De tão pequenas, é impossível vê-las a olho nu. Mas elas existem e estão em todos os lugares. No mexilhão comprado direto do pescador, nas frutas e nos legumes da feira ou nos alimentos industrializados do mercado. Também já foram encontradas na cerveja, no chá, no leite, na água (em especial a engarrafada) e ainda no solo e no ar. Em formato de esfera, fios ou fragmentos de filmes ou espuma, as partículas de plástico de tamanho microscópico são hoje mais abundantes do que nunca no planeta. Com a vida imersa em plásticos, era esperado que, em algum momento, diminutos fragmentos do material fossem encontrados até mesmo no mais protegido dos órgãos humanos, o cérebro. Agora foram.

Na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), a patologista Thais Mauad, o engenheiro ambiental Luís Fernando Amato Lourenço e a bióloga Regiani Carvalho de Oliveira identificaram, em um projeto apoiado pela FAPESP e pela organização não governamental holandesa Plastic Soup, partículas de microplástico no cérebro de oito pessoas que viveram ao menos cinco anos na cidade de São Paulo. Após a morte, elas foram submetidas à autopsia no Serviço de Verificação de Óbitos da Capital, onde os pesquisadores coletaram amostras de uma estrutura chamada bulbo olfatório. Localizado no interior do crânio logo acima do nariz, os bulbos olfatórios − há dois, um em cada hemisfério cerebral − são a primeira parte do sistema nervoso central a que chegam as informações sobre os cheiros. Eles estão em contato com neurônios que detectam moléculas de odor no fundo do nariz e funcionam como uma potencial via de entrada dessas e de outras partículas, além de microrganismos, no cérebro.

Os pesquisadores precisaram resgatar equipamentos que não eram usados havia mais de 40 anos, como seringas de vidro, para lidar com esse material biológico. Também tiveram de adotar um protocolo rigoroso de limpeza dos utensílios − com lavagens com água filtrada três vezes e o uso de acetona −, além de substituir o plástico por papel alumínio ou vidro para cobrir ou fechar os recipientes. Nos dias de manipulação do material, só se podia usar roupas de algodão.

Eles congelaram as amostras do bulbo olfatório e as fatiaram em lâminas com 10 micrômetros (µm) − cada micrômetro corresponde ao milímetro dividido em mil partes iguais. Uma parte do material foi digerida por enzimas para que fosse possível detectar partículas eventualmente situadas em regiões profundas das amostras. Depois de preparado, o material foi levado para o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas, a 110 quilômetros de São Paulo. Lá fica o Sirius, uma das mais brilhantes fontes de radiação síncrotron em atividade no mundo. Ele produz um tipo especial de luz altamente energética que alimenta 10 estações de trabalho. Com o auxílio do físico Raul de Oliveira Freitas e da química Ohanna Menezes, ambos do CNPEM, a equipe da USP usou uma dessas estações − a Imbuia − ao longo de uma semana para iluminar as amostras com um feixe de radiação infravermelha e caracterizar a composição de partículas de plástico encontradas nelas.

Em cada fragmento de bulbo olfatório analisado, foram achadas de 1 a 4 partículas de microplástico. Elas tinham dimensões variando de 5,5 µm a 26,4 µm − aproximadamente o tamanho da maior parte das bactérias e algumas vezes menor que o de uma célula humana. A maioria (75%) estava na forma de fragmentos ou esferas e 25% delas eram fibras, descreveram os pesquisadores em setembro em um artigo publicado na revista JAMA Network Open. Em 44% dos casos, os microplásticos eram compostos de polipropileno (PP), o segundo polímero plástico mais produzido no mundo (16% do total). Derivado do petróleo, ele gera um plástico duro e translúcido, que pode ser moldado com o calor e é amplamente usado na produção de embalagens; peças plásticas de veículos; produtos de uso pessoal, como fraldas e máscaras descartáveis; e equipamentos da área médica. Em proporção menor, havia também microplásticos de poliamida (PA), polietileno acetato de vinila (Peva) e polietileno (PE).

"Não havia grande quantidade de microplásticos nas amostras do bulbo olfatório, mas, de fato, eles estavam lá", relata Mauad, que há mais de 15 anos investiga os efeitos da poluição sobre a saúde. Por algum tempo, ela própria desconfiou de que os microplásticos detectados não tivessem penetrado no cérebro, mas fossem resultado de contaminação das amostras, uma vez que esse material está em toda parte e em quantidade expressiva no ar. Só se convenceu ao constatar, durante as análises, que as partículas eram muito fragmentadas e pequenas e se localizavam no interior das células ou nas proximidades de vasos sanguíneos.

"A detecção de microplásticos no cérebro causa preocupação porque ele é o órgão mais blindado do corpo", afirma o químico Henrique Eisi Toma, do Instituto de Química da USP e estudioso dos nanomateriais, que não participou do estudo. Para chegar ao cérebro, as moléculas e agentes infecciosos têm de conseguir atravessar a chamada barreira hematoencefálica, uma espécie de membrana formada por três tipos de células estreitamente unidas que impede a passagem da maioria dos compostos carreados pelo sangue. "Muitas moléculas só conseguem atravessar a barreira usando mecanismos complicados de transporte", explica o pesquisador, coordenador de um grupo que descreveu em dezembro na revista Micron uma estratégia que usa nanopartículas magnéticas envoltas em uma espécie de cola para retirar microplásticos da água.



Retirado e adaptado de: ZORZETTO, Ricardo. Equipe da USP identifica microplásticos no cérebro humano. Revista Pesquisa FAPESP. Disponível em:https://revistapesquisa.fapesp.br/equipe-da-usp-identifica-microplastico s-no-cerebro-humano/ Acesso em: 03 mar., 2025.
 A partir da leitura do texto, analise as proposições a seguir:

I.A coleta e a análise de dados da pesquisa demandou dos pesquisadores cuidados restritos com os equipamentos de pesquisa.
II.Ao final da pesquisa, a pesquisadora principal não pôde afirmar, com certeza, se os microplásticos estavam mesmo inseridos no cérebro.
III.Embora o número de partículas de microplástico encontradas no cérebro humano não tenha sido muito alto, apenas o fato de existirem já deixa os pesquisadores preocupados.
IV.Ainda que o estilo de vida que temos levado, cercado por plásticos, seja preocupante, não era de se esperar que esses microplásticos conseguissem chegar ao cérebro humano.

É correto o que se afirma em: 
Alternativas
Respostas
121: D
122: E
123: A
124: C
125: C
126: B
127: D
128: B
129: B
130: D
131: D
132: D
133: E
134: A
135: B
136: C
137: C
138: C
139: D
140: E