Questões de Concurso
Comentadas para colégio pedro ii
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Suponho, portanto, que todas as coisas que vejo são falsas; persuado-me de que nada jamais existiu de tudo quanto minha memória repleta de mentiras me representa; penso não possuir nenhum sentido; creio que o corpo, a figura, a extensão, o movimento e o lugar são apenas ficções de meu espírito. O que poderá, pois, ser considerado verdadeiro? Talvez nenhuma outra coisa a não ser que nada há no mundo de certo. [...]
De sorte que, após ter pensado bastante nisto e de ter examinado cuidadosamente todas as coisas, cumpre enfim concluir e ter por constante que esta proposição, eu sou, eu existo, é necessariamente verdadeira, todas as vezes que a enuncio ou que a concebo em meu espírito. (DESCARTES, 2011, p. 78)
O intelecto, como um meio para a conservação do indivíduo, desenvolve suas forças principais na dissimulação; pois esta é o meio através do qual se conservam os indivíduos mais fracos, menos robustos, aos quais foi negado travar uma luta pela existência com os cornos ou a mordida afiada de uma fera. No ser humano essa arte da dissimulação atinge o seu auge: aqui o engano, a lisonja, mentiras e ilusões, o falar-portrás, o representar, o viver do brilho alheio, o estar mascarado, a convenção velada, o jogo de cena diante dos outros e de si mesmo, em suma: o constante esvoaçar em torno de uma chama de vaidade são tanto a regra e a lei segundo as quais quase nada é mais incompreensível do que o surgimento entre os homens de um impulso honesto e puro para a verdade. (NIETZSCHE, 2011, p. 142)
DESCARTES, R. Meditações metafísicas. In: MARCONDES, D. (Org.).
Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2011.
NIETZSCHE, F. Sobre a verdade e a mentira em um sentido extramoral.
In: MARCONDES, D. (Org.).Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2011.
Sobre os textos, é correto afirmar que
Parece que a felicidade, mais que qualquer outro bem, é tida como este bem supremo, pois a escolhemos sempre por si mesma, e nunca por causa de algo mais; mas as honrarias, o prazer, a inteligência e todas as outras formas de excelência, embora as escolhamos por si mesmas (escolhê-las-íamos ainda que nada resultasse delas), escolhemo-las por causa da felicidade, pensando que através delas seremos felizes. (ARISTÓTELES, 2007, p. 42)
Ora, pode-se chamar a habilidade, na escolha dos meios para o seu máximo bem-estar próprio, de prudência no sentido mais estrito. Portanto, o imperativo que se refere à escolha dos meios para a felicidade própria, isto é, o preceito da prudência, é sempre ainda hipotético: a ação não é ordenada absolutamente, mas apenas como meio para um outro objetivo. Finalmente há um imperativo que, sem pôr no fundamento como condição qualquer outro objetivo a ser alcançado mediante uma certa conduta, ordena imediatamente essa conduta. Este imperativo é categórico. Ele não diz respeito à matéria da ação e ao que deve seguir-se dela, mas à forma e ao princípio do qual ela mesma decorre, e o essencialmente bom da ação consiste na disposição [Gesinnung], seja qual for o seu resultado. Este imperativo pode chamar-se de imperativo da moralidade. (KANT, 2011, p. 123)
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. In: MARCONDES, D. (Org.).
Textos básicos de ética. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.
KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. In: MARCONDES, D. (Org.).
Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2011.
Sobre a relação entre moralidade e felicidade, nas filosofias de Aristóteles e Kant, é correto
afirmar que
A questão é que nenhum deus persegue a sabedoria ou deseja tornar-se sábio, pois já o é; e ninguém mais que seja sábio persegue a sabedoria. Nem o ignorante persegue a sabedoria ou deseja ser sábio; nisso, aliás, a ignorância é confrangedora: estar satisfeita consigo mesma sem ser uma pessoa esclarecida nem inteligente. O homem que não se sente deficiente não deseja aquilo de que não sente deficiência. (PLATÃO, 2007, p. 29)
PLATÃO. O banquete. In: MARCONDES, D. (Org.).
Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.
De acordo com o texto,
Qual é a relação da obra de arte com a comunicação? Nenhuma. Nenhuma, a obra de arte não é um instrumento de comunicação. A obra de arte não tem nada a ver com a comunicação. A obra de arte não contém estritamente a menor informação. Em contrapartida, há uma afinidade fundamental entre a obra de arte e o ato de resistência. Visto desse modo, sim: ela tem algo a fazer com a informação e a comunicação a título de resistência. (DELEUZE, 2012, p. 385-397)
DELEUZE, G. O que é criação? In: DUARTE, R. (Org.). O belo autônomo: textos clássicos de estética. Belo Horizonte: Autêntica, 2012.
Com base na leitura do texto, é correto afirmar que a obra de arte
FOUCAULT, M. História da sexualidade 2: o uso dos prazeres. In: MARCONDES, D. (Org.). Textos básicos de ética. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.
De acordo com o texto, uma ação moral
No texto a seguir, Cida Bento tematiza o “pacto narcísico” constitutivo da branquitude e seu papel nas relações raciais no Brasil:
O silêncio, a omissão, a distorção do lugar do branco na situação das desigualdades raciais no Brasil têm um forte componente narcísico, de autopreservação, porque vêm acompanhados de um pesado investimento na colocação desse grupo como grupo de referência da condição humana. Quando precisam mostrar uma família, um jovem ou uma criança, todos os meios de comunicação social brasileiros usam quase que exclusivamente o modelo branco. Freud identifica a expressão do amor a si mesmo, ou seja, o narcisismo, como elemento que trabalha para a preservação do indivíduo e que gera aversões ao que é estranho, diferente. É como se o diferente, o estranho, pusesse em questão o “normal”, o “universal”, exigindo que se modifique, quando autopreservarse remete exatamente à imutabilidade. Assim, a aversão e a antipatia surgem. (BENTO, 2002, p. 30)
BENTO, M. A. S. Branqueamento e branquitude no Brasil.
In: CARONE, I.; BENTO, M. A. S. (Org.). Psicologia social do racismo:
estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Petrópolis: Vozes, 2002.
De acordo com o texto,
Com expressiva força epistêmica, a categoria da amefricanidade permite que grupos subalternizados pelo modelo moderno/colonial produzam, a partir de suas experiências e processos de resistência, conhecimentos e fazeres que desafiem os lugares sociais e as estruturas de poder próprias da colonialidade. Aberta às múltiplas formas de ser, estar e bem viver, desarruma as fronteiras que estabelecem o centro e a periferia, acessa os diversos rostos e corpos que compõem o mosaico da Améfrica Ladina e ajuda a compor uma noção de direitos humanos que consiga dar conta das múltiplas possibilidades de ser humano e estar na natureza. (PIRES, 2020, p. 163)
PIRES, T. Por um constitucionalismo ladino-amefricano. In: BERNARDINO-COSTA, J.; MALDONADO
TORRES, N.; GROSFOGUEL, N. (Org.). Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico.
Belo Horizonte: Autêntica, 2020.
De acordo com o texto, a categoria “amefricanidade”, proposta por Lélia Gonzalez,
BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014.
Com base no texto, é correto afirmar que
Nós também definíamos a moralidade por essa adesão a si, e é por isso que dizemos que o homem não pode positivamente optar entre a negação e a assunção de sua liberdade, pois uma vez que ele opta, assume; ele não pode querer positivamente não ser livre, pois uma tal vontade se destruiria a si mesma. Ocorre apenas que, à diferença de Kant, o homem não nos aparece como sendo essencialmente uma vontade positiva: ao contrário, ele se define primeiramente como negatividade; ele está primeiramente à distância de si mesmo, ele só pode coincidir consigo se aceitar não reunir-se jamais a si mesmo. (BEAUVOIR, 2005, p. 33)
Com base na leitura do texto, é correto afirmar que
[...] alguns autores reservam o termo “falácia” para os argumentos inválidos que parecem válidos. [...] são as falácias que são particularmente perigosas. Os argumentos cuja invalidade é evidente não são enganadores e, se todos os argumentos inválidos fossem assim, não seria necessário estudar lógica para saber evitar erros de argumentação. (MURCHO, 2015, p. 10-11)
MURCHO, D. O lugar da lógica na filosofia. Corroios (PT): Plátano, 2015.
Com base no texto, é correto afirmar que SE
Observe a figura e o fragmento a seguir:
Cenário do Rio de Janeiro – Street Fighter V (2016).
Disponível em: https://www.fightersgeneration.com. Acesso em: 26 ago. 2022.
As imagens são construções culturais que possibilitam representar visualmente aspectos e fenômenos do mundo, logo adentram ao campo do simbólico, da imaginação, do pensamento e da elaboração dos conceitos, por isso, são importantes instrumentos para a ciência, em especial a geográfica. Compreendemos que enquanto artefatos culturais (que foram produzidas pelo próprio sujeito ou por outros) as imagens participam dos processos cognitivos, obviamente não sendo os únicos recursos disponíveis e necessários na educação escolar, mas como signos interiores que podem potencializar a aprendizagem. (PIRES; CAVALCANTI, 2020, p. 384)
PIRES, M. M.; CAVALCANTI, L. S. A imagem e seus aportes ao desenvolvimento do pensamento e das funções mentais no ensino de geografia. Revista Brasileira de Educação em Geografia,
v. 10. n. 19, p. 381-402, 2020.
Com base no fragmento e nos elementos da figura, assinale a alternativa em que se identificam
I. um tema para uma aula de Geografia no Ensino Fundamental II; e
II. uma habilidade correspondente na BNCC e seu respectivo ano.
Observe o gráfico a seguir:
Disponível em: https://www.nexojornal.com.br. Acesso em 19 set. 2022 (adaptado).
Em relação ao tema da licença-paternidade no mundo, é correto afirmar que
A pandemia, na qual estamos imersos, tem nos ensinado, de forma bastante dura, os efeitos não só do vírus, mas também do modelo de sociedade em que estamos inseridos. Nas palavras de Boaventura de Souza Santos (apud CASTRO, 2020), é “a cruel pedagogia do vírus”. Um exame rápido da propagação da covid-19 nos mostra que, apesar de atingir todo o planeta, suas implicações socioespaciais são diferenciadas, tanto em termos de capacidade de respostas para prevenção e tratamento quanto em termos dos seus efeitos relacionados com raça, gênero e classe social. Se, por um lado, o isolamento social é fundamental para evitar a contaminação das pessoas e a propagação de um vírus respiratório, por outro, a quarentena é irreal para trabalhadores precários, moradores das periferias e favelas, população em situação de rua, entre outros grupos sociais cotidianamente excluídos. Dessa forma, o vírus reforça as injustiças socioespaciais em diferentes escalas.
CASTRO, D. Apresentação. Revista Giramundo: Revista de Geografia do Colégio Pedro II, Rio de Janeiro,
v. 7, n. 13, p. 3-4, 2020. [Dossiê Geografia e Educação no Contexto da Pandemia].
Observe as charges a seguir:
Figura 1. Disponível em: https://www.anped.org.br. Figura 2: Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br.
Acesso em: 19 set. 2022.
Ao correlacionar o texto e as charges, é correto afirmar que

Sobre o conflito armado mencionado e o uso da imagem acima pelo governo ucraniano, é possível afirmar, respectivamente:
O esquema a seguir é uma representação do padrão de distribuição das atividades e empregos industriais e terciários ao longo de um eixo de desenvolvimento econômico do estado de São Paulo.
FERNANDES, A. C. Identidade em ação: ciências humanas e sociais aplicadas – manual do professor.
São Paulo: Moderna, 2020. p. 113 (adaptado).
O nome e a caracterização da etapa do processo de industrialização ilustrada no esquema são,
respectivamente,
A riqueza comum criada pelo trabalho social aparece em uma variedade infinita de valores de uso, desde facas e garfos até desmatamentos, cidades inteiras, o avião em que viajamos, os carros que dirigimos, a comida que ingerimos, as casas em que vivemos e as roupas que usamos. A apropriação e a acumulação privada dessa riqueza comum e o trabalho social nela cristalizado ocorrem de duas maneiras muito diferentes.
Em primeiro lugar, há uma vasta gama do que poderíamos chamar hoje de atividades ilegais [...]. Em segundo lugar, as pessoas acumulam riqueza por meio de trocas legalmente sancionadas, sob condições não coercitivas de comércio e em mercados de funcionamento livre. Teóricos [...] constroem seus modelos de circulação e acumulação do capital baseados no pressuposto de que apenas o segundo tipo de apropriação privada e acúmulo de riqueza social é legítimo e relevante. (HARVEY, 2016, p. 59)
HARVEY, D. 17 contradições e o fim do capitalismo. São Paulo: Boitempo, 2016.
Sobre as imbricações territoriais do legal-ilegal, é correto afirmar que

Último pau de arara, canção de José Guimarães, Corumba e Venâncio.
O trecho da canção Último pau de arara remonta à migração da população do Sertão nordestino rumo a melhores condições de vida. Essa região se configura como uma das áreas secas mais densamente povoadas do mundo. O Cariri, citado na música, está localizado ao sul do estado do Ceará e é a segunda maior região metropolitana do estado.
O processo de formação de algumas das cidades do Cariri se deve
Em paralelo, a área plantada de soja cresceu mais de 5 vezes, ou 460%, de 6,9 milhões de hectares para 38,9 milhões de hectares. A de milho quase dobrou, passando de 11,7 milhões de hectares para 19,9 milhões.
Disponível em: https://www.bbc.com. Acesso em: 19 set. 2022.
Sobre a diminuição da área plantada com gêneros alimentícios básicos e sua substituição por lavouras de commodities agrícolas no Brasil, é correto afirmar que
Analise as informações a seguir:
SANTANA, F. T.; DUARTE, R. G. Rio de Janeiro: estado e metrópole.
São Paulo: Editora do Brasil, 2009. p. 118-121 (adaptado).
A caracterização apresentada permite identificar que as regiões X e Y são, respectivamente,
ALMEIDA, R. D. Novos rumos da cartografia escolar: currículo, linguagem e tecnologia. São Paulo: Contexto, 2011.
Não raro, no Colégio Pedro II, há estudantes com deficiência visual em turmas regulares, majoritariamente compostas por estudantes normovisuais. Nesse contexto, o uso de linguagem cartográfica exige adaptações.
Para este fim, ainda que se reconheçam – desde a produção até seu uso pedagógico – diversas dificuldades e limitações nessa estratégia, recomenda-se a produção de maquetes e mapas táteis que