Questões de Concurso Sobre pronomes indefinidos em português
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Ano: 2004
Banca:
CESPE / CEBRASPE
Órgão:
Polícia Federal
Prova:
CESPE / CEBRASPE - 2004 - Polícia Federal - Técnico em Assuntos Culturais |
Q2249424
Português
Julgue o item que se segue, a respeito do texto acima.
Na linha 4, a opção pelo emprego do pronome “tudo”, em lugar de todos ou todas e pelo emprego coloquial da forma verbal “virou” reforça no texto a idéia — não partilhada pelo autor — de pouco respeito à multiculturalidade dos indígenas e dos brasileiros.
Na linha 4, a opção pelo emprego do pronome “tudo”, em lugar de todos ou todas e pelo emprego coloquial da forma verbal “virou” reforça no texto a idéia — não partilhada pelo autor — de pouco respeito à multiculturalidade dos indígenas e dos brasileiros.
Ano: 2023
Banca:
Avança SP
Órgão:
Prefeitura de Araçariguama - SP
Provas:
Avança SP - 2023 - Prefeitura de Araçariguama - SP - Desenhista
|
Avança SP - 2023 - Prefeitura de Araçariguama - SP - Fiscal Sanitário |
Avança SP - 2023 - Prefeitura de Araçariguama - SP - Técnico em Contabilidade |
Avança SP - 2023 - Prefeitura de Araçariguama - SP - Técnico em Preservação Ambiental |
Q2237775
Português
Texto associado
Uma galinha
Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã. Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio. Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto vôo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro vôo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa, lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar, vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta, hesitante e trêmula, escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida, a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar, sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E, por mais ínfima que fosse a presa, o grito de conquista havia soado. Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre. Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que, morrendo uma, surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma. Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por uma asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos. Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou, respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração, tão pequeno num prato, solevava e abaixava as penas, enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento, despregou-se do chão e saiu aos gritos:
— Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem! Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre, nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer. Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha.
O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:
— Se você mandar matar esta galinha, nunca mais comerei galinha na minha vida!
— Eu também! jurou a menina com ardor.
A mãe, cansada, deu de ombros.
Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: "E dizer que a obriguei a correr naquele estado!" A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto. Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado. Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado às fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos. Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.
Clarice Lispector
Considere o excerto "É verdade que não se poderia contar com ela para nada." Em relação à classe gramatical, as palavras "que", "não", "com" e "nada" são, respectivamente:
Ano: 2023
Banca:
Avança SP
Órgão:
Prefeitura de Araçariguama - SP
Provas:
Avança SP - 2023 - Prefeitura de Araçariguama - SP - Bibliotecário
|
Avança SP - 2023 - Prefeitura de Araçariguama - SP - Engenheiro Agrônomo |
Avança SP - 2023 - Prefeitura de Araçariguama - SP - Engenheiro Sanitarista |
Avança SP - 2023 - Prefeitura de Araçariguama - SP - Psicólogo |
Q2236970
Português
Texto associado
Uma galinha
Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque
não passava de nove horas da manhã. Parecia
calma. Desde sábado encolhera-se num canto da
cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém
olhava para ela. Mesmo quando a escolheram,
apalpando sua intimidade com indiferença, não
souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se
adivinharia nela um anseio. Foi pois uma
surpresa quando a viram abrir as asas de curto
vôo, inchar o peito e, em dois ou três lances,
alcançar a murada do terraço. Um instante ainda
vacilou - o tempo da cozinheira dar um grito - e em breve estava no terraço do vizinho, de onde,
em outro vôo desajeitado, alcançou um telhado.
Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora
num, ora noutro pé. A família foi chamada com
urgência e consternada viu o almoço junto de
uma chaminé. O dono da casa, lembrando-se da
dupla necessidade de fazer esporadicamente
algum esporte e de almoçar, vestiu radiante um
calção de banho e resolveu seguir o itinerário da
galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado
onde esta, hesitante e trêmula, escolhia com
urgência outro rumo. A perseguição tornou-se
mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido
mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma
luta mais selvagem pela vida, a galinha tinha que
decidir por si mesma os caminhos a tomar, sem
nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era
um caçador adormecido. E, por mais ínfima que
fosse a presa, o grito de conquista havia soado.
Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria,
arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga,
pairava ofegante num beiral de telhado e
enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade
tinha tempo de se refazer por um momento. E
então parecia tão livre. Estápida, tímida e livre.
Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que
é que havia nas suas vísceras que fazia dela um
ser? A galinha é um ser. É verdade que não se
poderia contar com ela para nada. Nem ela
prÛpria contava consigo, como o galo crê na sua
crista. Sua única vantagem é que havia tantas
galinhas que, morrendo uma, surgiria no mesmo
instante outra tão igual como se fora a mesma.
Afinal, numa das vezes em que parou para gozar
sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em
triunfo por uma asa através das telhas e pousada
no chão da cozinha com certa violência. Ainda
tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos
e indecisos. Foi então que aconteceu. De pura
afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida,
exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo
depois, nascida que fora para a maternidade,
parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se
sobre o ovo e assim ficou, respirando, abotoando
e desabotoando os olhos. Seu coração, tão
pequeno num prato, solevava e abaixava as
penas, enchendo de tepidez aquilo que nunca
passaria de um ovo. Só a menina estava perto e
assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu
desvencilhar-se do acontecimento, despregou-se
do chão e saiu aos gritos:
- Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela
pôs um ovo! Ela quer o nosso bem!
Todos correram de novo à cozinha e rodearam
mudos a jovem parturiente. Esquentando seu
filho, esta não era nem suave nem arisca, nem
alegre, nem triste, não era nada, era uma galinha.
O que não sugeria nenhum sentimento especial.
O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo,
sem propriamente um pensamento qualquer.
Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha.
O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:
- Se você mandar matar esta galinha, nunca
mais comerei galinha na minha vida!
- Eu também! jurou a menina com ardor.
A mãe, cansada, deu de ombros.
Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: "E dizer que a obriguei a correr naquele estado!" A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto. Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga - e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado. Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar.
Nesses momentos enchia os pulmões com o ar
impuro da cozinha e, se fosse dado às fêmeas
cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais
contente. Embora nem nesses instantes a
expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na
fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando
milho - era uma cabeça de galinha, a mesma
que fora desenhada no começo dos séculos. Até
que um dia mataram-na, comeram-na e
passaram-se anos.
Clarice Lispector
Considere o excerto "É verdade que não se poderia contar com ela para nada." Em relação à classe gramatical, as palavras "que", "não", "com" e "nada" são, respectivamente:
Ano: 2023
Banca:
IESES
Órgão:
IBHASES
Provas:
IESES - 2023 - IBHASES - Auxiliar Administrativo
|
IESES - 2023 - IBHASES - Auxiliar de Farmácia |
IESES - 2023 - IBHASES - Recepcionista |
IESES - 2023 - IBHASES - Técnico de Enfermagem |
Q2236595
Português
Na frase todos estão de costas, o vocábulo todos
consiste em um pronome:
Ano: 2023
Banca:
MS Concursos e Consultoria
Órgão:
Prefeitura de Luís Eduardo Magalhães - BA
Prova:
MS Concursos e Consultoria - 2023 - Prefeitura de Luís Eduardo Magalhães - BA - Guarda Municipal |
Q2235945
Português
Marque a alternativa que apresenta a série
com todos os pronomes indefinidos
variáveis.