Questões de Concurso Comentadas sobre português para assistente social

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Q2301287 Português
         A publicidade e o consumo parecem ser aspectos estruturantes da prática do culto ao corpo. A primeira, por tornar presente diariamente na vida dos indivíduos temáticas acerca do corpo, seja pelas mais avançadas tecnologias ou pelo mais recente chá descoberto, ditando cotidianamente estilos e tendências. A segunda, pelo horizonte que torna o corpo um objeto passível de consumo. A lógica do consumo se faz imperiosa nos modos de relação que estabelecemos com o nosso corpo. Somos permeados pela crença de que podemos consumir desde receitas até próteses perfeitas. O nosso corpo tornou-se extensão do mercado e os produtos de beleza suas valiosas mercadorias.
       Em nosso horizonte histórico percebemos o culto exacerbado do corpo e a perseguição de modelos estéticos estabelecidos socialmente. Falamos de um ideal vinculado pelo social que vende a saúde e a beleza como conjunto de curvas perfeitas, pele sedosa, cabelos lisos e, sobretudo, a magreza. O corpo como mensageiro da saúde e da beleza torna-se um imperativo tão poderoso que conduz à ideia de obrigação. Ser feliz e pleno na atualidade corresponde a conquista de medidas perfeitas, bem como a pele e o cabelo mais reluzente. O corpo ganhou uma posição de valor supremo, seu bem-estar parece ser um grande objetivo de qualquer busca existencial na atualidade.
          As representações sociais do corpo e de sua boa forma aparecem como elementos que reforçam a autoestima e dependem em grande parte da força de vontade, pois, quem quer pode ter um corpo magro, belo e saudável. A aparência de um corpo bem definido e torneado indicaria saúde, revelando o poder que a exaltação e a exibição do corpo assumiram no mundo contemporâneo. A mídia de um modo geral tornou-se, assim, uma importante forma de divulgação e capitalização do que estamos chamando de culto ao corpo.
        Entendemos que os cuidados com o corpo são importantes e essenciais não apenas no que se refere à saúde, mas também ao que se refere ao viver em sociedade. O problema reside na propagação de um ideal inatingível, na culpabilização do indivíduo por não atingir este ideal, no fato de tornarmos as mudanças naturais do corpo, objetos estéticos da medicina, o fato de não entendermos ou ouvirmos as verdadeiras necessidades corporais que temos. Como bem nos diz Sant'Anna (2001, p. 79): não se trata, portanto, de negar os avanços da tecnociência, nem de condená-la em bloco. Mas de reconhecer que o corpo não cessa de ser redescoberto, ao mesmo tempo em que nunca é totalmente revelado.

(DANTAS, Jurema Barros. Um ensaio sobre o culto ao corpo na contemporaneidade. Adaptado. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/ index.php/revispsi/article/view/8342/6136.)
Dentre as alterações sugeridas a seguir, a norma-padrão pode ser observada apenas em: 
Alternativas
Q2301285 Português
         A publicidade e o consumo parecem ser aspectos estruturantes da prática do culto ao corpo. A primeira, por tornar presente diariamente na vida dos indivíduos temáticas acerca do corpo, seja pelas mais avançadas tecnologias ou pelo mais recente chá descoberto, ditando cotidianamente estilos e tendências. A segunda, pelo horizonte que torna o corpo um objeto passível de consumo. A lógica do consumo se faz imperiosa nos modos de relação que estabelecemos com o nosso corpo. Somos permeados pela crença de que podemos consumir desde receitas até próteses perfeitas. O nosso corpo tornou-se extensão do mercado e os produtos de beleza suas valiosas mercadorias.
       Em nosso horizonte histórico percebemos o culto exacerbado do corpo e a perseguição de modelos estéticos estabelecidos socialmente. Falamos de um ideal vinculado pelo social que vende a saúde e a beleza como conjunto de curvas perfeitas, pele sedosa, cabelos lisos e, sobretudo, a magreza. O corpo como mensageiro da saúde e da beleza torna-se um imperativo tão poderoso que conduz à ideia de obrigação. Ser feliz e pleno na atualidade corresponde a conquista de medidas perfeitas, bem como a pele e o cabelo mais reluzente. O corpo ganhou uma posição de valor supremo, seu bem-estar parece ser um grande objetivo de qualquer busca existencial na atualidade.
          As representações sociais do corpo e de sua boa forma aparecem como elementos que reforçam a autoestima e dependem em grande parte da força de vontade, pois, quem quer pode ter um corpo magro, belo e saudável. A aparência de um corpo bem definido e torneado indicaria saúde, revelando o poder que a exaltação e a exibição do corpo assumiram no mundo contemporâneo. A mídia de um modo geral tornou-se, assim, uma importante forma de divulgação e capitalização do que estamos chamando de culto ao corpo.
        Entendemos que os cuidados com o corpo são importantes e essenciais não apenas no que se refere à saúde, mas também ao que se refere ao viver em sociedade. O problema reside na propagação de um ideal inatingível, na culpabilização do indivíduo por não atingir este ideal, no fato de tornarmos as mudanças naturais do corpo, objetos estéticos da medicina, o fato de não entendermos ou ouvirmos as verdadeiras necessidades corporais que temos. Como bem nos diz Sant'Anna (2001, p. 79): não se trata, portanto, de negar os avanços da tecnociência, nem de condená-la em bloco. Mas de reconhecer que o corpo não cessa de ser redescoberto, ao mesmo tempo em que nunca é totalmente revelado.

(DANTAS, Jurema Barros. Um ensaio sobre o culto ao corpo na contemporaneidade. Adaptado. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/ index.php/revispsi/article/view/8342/6136.)
Quanto ao emprego da forma verbal destacada em “A publicidade e o consumo parecem ser aspectos estruturantes da prática do culto ao corpo.” (1º§), pode-se afirmar que:

I. Poderia ter sua posição alterada na oração de modo a não comprometer o sentido básico original expresso.

II. Demonstra, semanticamente, um aspecto duvidoso em relação à informação apresentada a qual é questionada no período seguinte.

III. Semanticamente, denota um aspecto reflexivo do enunciador referente ao assunto tratado envolvendo elementos importantes a ele relacionados.

IV. Sintaticamente, pode ser reconhecida como núcleo do predicado expressando a ação desenvolvida pelo sujeito com o qual a concordância é estabelecida.

Está correto o que se afirma apenas em
Alternativas
Ano: 2023 Banca: OBJETIVA Órgão: Prefeitura de Sinimbu - RS Provas: OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Procurador Jurídico | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Professor – Educação Física | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Professor – Educação Infantil | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Professor – Ensino Religioso | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Professor – Geografia | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Professor – História | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Professor – Letras Português | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Professor – Matemática | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Analista de Recursos Humanos | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Assistente Social | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Auditor Tributário | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Cirurgião Dentista | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Contador | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Controlador Interno | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Enfermeiro | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Engenheiro Civil | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Farmacêutico | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Médico | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Médico Clínico Geral | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Médico Veterinário | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Nutricionista | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Psicopedagogo | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Psicólogo | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Professor – Arte | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Professor – Atendimento Educacional Especializado - AEE | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Professor – Ciências |
Q2300731 Português

Assinalar a alternativa que preenche as lacunas do texto abaixo CORRETAMENTE:


Uma das principais dicas apontadas pelos astrônomos para isso é a cor do ponto de interrogação. A tonalidade mais avermelhada indica que o objeto _____ bastante afastado e lembra outras galáxias do espaço profundo detectadas no último ano pelas câmeras do ______________. A cor do objeto é semelhante ____ cor de outras galáxias de fundo que aparecem na imagem. Isso indica que estão mais ou menos na mesma distância e se formaram na mesma época.

(Fonte: G1 — adaptado.)
Alternativas
Ano: 2023 Banca: OBJETIVA Órgão: Prefeitura de Sinimbu - RS Provas: OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Procurador Jurídico | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Professor – Educação Física | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Professor – Educação Infantil | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Professor – Ensino Religioso | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Professor – Geografia | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Professor – História | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Professor – Letras Português | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Professor – Matemática | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Analista de Recursos Humanos | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Assistente Social | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Auditor Tributário | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Cirurgião Dentista | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Contador | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Controlador Interno | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Enfermeiro | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Engenheiro Civil | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Farmacêutico | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Médico | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Médico Clínico Geral | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Médico Veterinário | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Nutricionista | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Psicopedagogo | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Psicólogo | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Professor – Arte | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Professor – Atendimento Educacional Especializado - AEE | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Professor – Ciências |
Q2300729 Português

Da calma e do silêncio


Quando eu morder

a palavra,

por favor,

não me apressem,

quero mascar,

rasgar entre os dentes,

a pele, os ossos, o tutano

do verbo,

para assim versejar

o âmago das coisas.


Quando meu olhar

se perder no nada,

por favor,

não me despertem,

quero reter,

no adentro da íris,

a menor sombra,

do ínfimo movimento.


Quando meus pés

abrandarem na marcha,

por favor,

não me forcem.

Caminhar para quê?

Deixem-me quedar,

deixem-me quieta,

na aparente inércia.

Nem todo viandante

anda estradas,

há mundos submersos,

que só o silêncio

da poesia penetra.


(Fonte: Conceição Evaristo — adaptado.)

Com relação à acentuação gráfica, assinalar a alternativa em que a palavra é acentuada pelo mesmo motivo que a palavra “âmago”:
Alternativas
Ano: 2023 Banca: CONSULPAM Órgão: CISCOPAR Provas: CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Assessor Jurídico | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Analista em Administração e Planejamento | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Analista em Informática | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Assistente Social | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Enfermeiro | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Farmacêutico Bioquímico | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Fonoaudiólogo | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Odontólogo | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Psicólogo | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Contador | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Cirurgião Vascular | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Alergista e Imunologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Cardiologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Cirurgião do Aparelho Digestivo | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Pneumologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Proctologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Psiquiatra | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Radiologista/Ultrassonografista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Reumatologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Urologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Nutricionista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Fisioterapeuta | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Terapeuta Ocupacional | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Cirurgião Geral | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Cirurgião Pediátrico | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Oftalmologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Dermatologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Endocrinologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Endocrinologista Infantil | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Endoscopista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Gastroenterologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Geriatra | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Ginecologista Obstetra | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Infectologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Nefrologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Neurologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Ortopedista e Traumatologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Otorrinolaringologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Pediatra |
Q2299137 Português
Texto 1


MULTILINGUISMO

      Os povos indígenas sempre conviveram com situações de multilinguismo. Isso quer dizer que o número de línguas usadas por um indivíduo pode ser bastante variado. Há aqueles que falam e entendem mais de uma língua ou que entendem muitas línguas, mas só falam uma ou algumas delas.

      Assim, não é raro encontrar sociedades ou indivíduos indígenas em situação de bilinguismo, trilinguismo ou mesmo multilinguismo.

          É possível nos depararmos, numa mesma aldeia, com indivíduos que só falam a língua indígena, com outros que só falam a língua portuguesa e outros ainda que são bilíngues ou multilíngues. A diferença linguística não é, geralmente, impedimento para que os povos indígenas se relacionem e casem entre si, troquem coisas, façam festas ou tenham aulas juntos. Um bom exemplo disso se encontra entre os índios da família linguística tukano, localizados em grande parte ao longo do rio Uaupés, um dos grandes formadores do rio Negro, numa extensão que vai da Colômbia ao Brasil.

          Entre esses povos habitantes do rio Negro, os homens costumam falar de três a cinco línguas, ou mesmo mais, havendo poliglotas que dominam de oito a dez idiomas. Além disso, as línguas representam, para eles, elementos para a constituição da identidade pessoal. Um homem, por exemplo, deve falar a mesma língua que seu pai, ou seja, partilhar com ele o mesmo grupo linguístico. No entanto, deve se casar com uma mulher que fale uma língua diferente, ou seja, que pertença a um outro grupo linguístico.

          Os povos tukano são, assim, tipicamente multilíngues. Eles demonstram como o ser humano tem capacidade para aprender em diferentes idades e dominar com perfeição numerosas línguas, independente do grau de diferença entre elas, e mantê-las conscientemente bem distintas, apenas com uma boa motivação social para fazê-lo.

       O multilinguismo dos índios do Uaupés não inclui somente línguas da família tukano. Envolve também, em muitos casos, idiomas das famílias aruak e maku, assim como a língua geral amazônica ou nheengatu, o português e o espanhol.

          Às vezes, nesses contextos, uma das línguas torna-se o meio de comunicação mais usado (o que os especialistas chamam de língua-franca), passando a ser utilizada por todos, quando estão juntos, para superar as barreiras da compreensão. Por exemplo, a língua tukano, que pertence à família tukano, tem uma posição social privilegiada entre as demais línguas orientais dessa família, visto que se converteu em língua geral ou língua franca da área do Uaupés, servindo de veículo de comunicação entre falantes de línguas diferentes. Ela suplantou algumas outras línguas (completamente, no caso arapaço, ou quase completamente, no caso tariana).

      Há casos em que é o português que funciona como língua franca. Em algumas regiões da Amazônia, por exemplo, há situações em que diferentes povos indígenas e a população ribeirinha falam o nheengatu, língua geral amazônica, quando conversam entre si.

          Nos primeiros tempos da colonização portuguesa no Brasil, a língua dos índios tupinambá (tronco tupi) era falada em uma enorme extensão ao longo da costa atlântica. Já no século XVI, ela passou a ser aprendida pelos portugueses, que de início eram minoria diante da população indígena. Aos poucos, o uso dessa língua, chamada de brasílica, intensificou-se e generalizou-se de tal forma que passou a ser falada por quase toda a população que integrava o sistema colonial brasileiro.

          Grande parte dos colonos vinha da Europa sem mulheres e acabavam tendo filhos com índias, de modo que essa era a língua materna dos seus filhos. Além disso, as missões jesuítas incorporaram essa língua como instrumento de catequização indígena. O padre José de Anchieta publicou uma gramática, em 1595, intitulada Arte de Gramática da Língua mais usada na Costa do Brasil. Em 1618, publicou-se o primeiro catecismo na língua brasílica. Um manuscrito de 1621 contém o dicionário dos jesuítas, Vocabulário na Língua Brasílica.

           A partir da segunda metade do século XVII, essa língua, já bastante modificada pelo uso corrente de índios missionados e não-índios, passou a ser conhecida pelo nome língua geral. Mas é preciso distinguir duas línguas gerais no Brasil-Colônia: a paulista e a amazônica. Foi a primeira delas que deixou fortes marcas no vocabulário popular brasileiro ainda hoje usado (nomes de coisas, lugares, animais, alimentos etc.) e que leva muita gente a imaginar que “a língua dos índios é (apenas) o tupi”.

         A língua geral paulista teve sua origem na língua dos índios tupi de São Vicente e do alto rio Tietê, a qual diferia um pouco da dos tupinambá. No século XVII, era falada pelos exploradores dos sertões conhecidos como bandeirantes. Por intermédio deles, a língua geral paulista penetrou em áreas jamais alcançadas pelos índios tupi-guarani, influenciando a linguagem corriqueira de brasileiros.

     Essa segunda língua geral desenvolveu-se inicialmente no Maranhão e no Pará, a partir do tupinambá, nos séculos XVII e XVIII. Até o século XIX, ela foi veículo da catequese e da ação social e política portuguesa e luso-brasileira. Desde o final do século XIX, a língua geral amazônica passou a ser conhecida, também, pelo nome nheengatu (ie’engatú = língua boa).

      Apesar de suas muitas transformações, o nheengatu continua sendo falado nos dias de hoje, especialmente na bacia do rio Negro (rios Uaupés e Içana). Além de ser a língua materna da população cabocla, mantém o caráter de língua de comunicação entre índios e não-índios, ou entre índios de diferentes línguas. Constitui, ainda, um instrumento de afirmação étnica dos povos que perderam suas línguas, como os baré, os arapaço e outros.


Fonte: https://pib.socioambiental.org/pt/L%C3%ADnguas. Adaptado conforme o acordo ortográfico vigente. Acesso em:

O que os especialistas chamam de língua-franca.


Em relação aos aspectos morfossintáticos do período acima, é CORRETO afirmar que:

Alternativas
Respostas
21: B
22: A
23: A
24: C
25: A