Questões de Concurso Comentadas sobre português para técnico legislativo

Foram encontradas 163 questões

Resolva questões gratuitamente!

Junte-se a mais de 4 milhões de concurseiros!

Q1806440 Português
Texto l

    Água virtual e consumo consciente

        Qual a quantidade de água que você acredita utilizar diariamente? Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 110 litros devem ser suficientes para atender às necessidades de uma pessoa ao longo de 24 horas, mas um banho de cinco minutos já consome cerca de 60 litros de água. Entretanto, essa estimativa da ONU não considera um conceito importante: a água virtual.
          Qualquer processo produtivo utiliza água, mesmo que ela não faça parte do produto final. O total do líquido empregado, desde o início da produção até o artigo chegar ao ponto de venda, é o que chamamos de água virtual. Nos produtos agrícolas, como frutas, legumes e grãos, por exemplo, entram no cálculo a água de irrigação da lavoura, a que é necessária na industrialização, na confecção da embalagem e no transporte até o mercado.
           Esse conceito ainda não é muito difundido entre a maior parte das pessoas e seu cálculo não faz parte do dia a dia. Quando falamos em economia de água, nós a relacionamos a banhos mais curtos ou a escovar os dentes com a torneira fechada. São atitudes que têm importância, mas também é imprescindível pensar nos nossos hábitos gerais de consumo e como eles podem afetar a disponibilidade de recursos hídricos. Peças empregadas na montagem de um computador, por exemplo, utilizam aproximadamente 31,5 mil litros de água. Existe mais água embutida na fabricação de produtos usados cotidianamente do que a maior parte das pessoas imagina. Uma simples camiseta de algodão consome 200 litros e um copo de cerveja, 75. Para que um litro de leite chegue até a mesa do consumidor, foram necessários mil litros de água, contando com o que foi ingerido pela vaca e utilizado no processo industrial posteriormente.
           Os números envolvidos na produção de carne bovina são ainda mais altos: 15,5 mil litros de água podem ser usados na obtenção de um quilo do alimento. Para um quilo de carne de frango são consumidos 4,3 mil litros. Uma refeição simples, como uma xícara de café, um pão francês e uma fatia de queijo, exige quase 200 litros de água. Evitar o desperdício de alimentos e outros bens de consumo é uma das medidas para reduzir o gasto de água virtual. Fazer mudanças no cardápio também pode ajudar. Trocar a carne de boi pela de frango algumas vezes na semana é uma boa opção para poupar água e gastar menos.

Guilherme Karam 
(Disponível em https://www.revistaplaneta.com.br/agua-virtuale-consumo-consciente/09/05/2017)
Os verbos evitar, fazer e trocar, no último parágrafo, encontram-se no infinitivo:
Alternativas
Q1784790 Português
Leia atentamente o texto a seguir para responder à questão.

Os pais devem consolar o seu filho ou deixar que ele se acalme sozinho? Maria Montessori nos orienta sobre isso.


Acessado em 3/03/2020
Para o autor do texto, não damos atenção à tristeza das crianças
Alternativas
Q1707722 Português
As comunidades invisíveis do Brasil 


     Muito se fala das desigualdades do país ou de como isso afeta nossa educação. Estudos têm apontado para as diversas desigualdades na educação brasileira, tais como entre os setores mais pobres e os mais ricos, entre a população branca e a população negra ou a indígena. Também não podemos esquecer as desigualdades socioespaciais, expressas pelo contraste entre as zonas rural e urbana e entre as regiões norte e nordeste e as demais regiões do país e, até mesmo, as que ocorrem dentro de uma mesma cidade ou região e muitas vezes não constam nos indicadores educacionais nacionais. 
     Nesta semana, visitei algumas comunidades ribeirinhas na Amazônia. Situadas ao longo dos rios Sucunduri e Acari, elas vivem em um quase completo estado de isolamento, rompido apenas quando uma pequena construção de madeira indica que ali funciona uma sala de aula. No entanto, até meados de abril, data da minha visita, o ano letivo ainda não tinha começado por lá. Ou seja, os alunos do ensino fundamental 1 e da educação de jovens e adultos (EJA) já perderam praticamente dois meses de aula este ano.
     O esquecimento dessas populações isoladas faz com que muitas vezes elas não sejam contempladas por políticas públicas que atuam junto a outras minorias (como os quilombolas ou indígenas). Frequentemente, a única ajuda que elas recebem vem de projetos de organizações da sociedade civil. Este é o caso do projeto Doutores das Águas. Criado em 2011, ele tem o objetivo de realizar mutirões de saúde e educação para as pessoas que vivem em pequenos núcleos na floresta amazônica. Para os Doutores, uma das melhores formas de preservar a Amazônia e garantir a sua sustentabilidade é proporcionar condições para que as comunidades que habitam a região possam viver na floresta com mais recursos e mais dignidade. O trabalho se dá por meio da construção de laços de confiança alcançados pela escuta, respeito e continuidade das ações do projeto.
     O sucesso alcançado por essa iniciativa parece mostrar que existem caminhos possíveis para superar o isolamento de comunidades tidas como invisíveis. No entanto, não podemos nos conformar com ações feitas apenas pela sociedade civil. A defesa de uma educação de qualidade para todos implica alcançar os meios para que esses programas sejam combinados a políticas públicas, caminhando para um país menos desigual.


(Maria Alice Setubal, para Uol Educação. ADAPTADO. Disponível em educação.uol.com.br)
No excerto “[...] Situadas ao longo dos rios Sucunduri e Acari, elas vivem em um quase completo estado de isolamento, rompido apenas quando uma pequena construção de madeira indica que ali funciona uma sala de aula. No entanto, até meados de abril, data da minha visita, o ano letivo ainda não tinha começado por lá. [...]”, a expressão em destaque pode ser substituída, sem alteração de sentido, por
Alternativas
Q1012890 Português

Texto


      No Brasil, entre o “pode” e o “não pode”, encontramos um “jeito”, ou seja, uma forma de conciliar todos os interesses, criando uma relação aceitável entre o solicitante, o funcionário-autoridade e a lei universal. Geralmente, isso se dá quando as motivações profundas de ambas as partes são conhecidas; ou imediatamente, quando ambos descobrem um elo em comum banal (torcer pelo mesmo time) ou especial (um amigo comum, uma instituição pela qual ambos passaram ou o fato de se ter nascido na mesma cidade). A verdade é que a invocação da relação pessoal, da regionalidade, do gosto, da religião e de outros fatores externos àquela situação poderá provocar uma resolução satisfatória ou menos injusta. Essa é a forma típica do “jeitinho”. Uma de suas primeiras regras é não usar o argumento igualmente autoritário, o que também pode ocorrer, mas que leva a um reforço da má vontade do funcionário. De fato, quando se deseja utilizar o argumento da autoridade contra o funcionário, o jeitinho é um ato de força que no Brasil é conhecido como o “Sabe com quem está falando?”, em que não se busca uma igualdade simpática ou uma relação contínua com o agente da lei atrás do balcão, mas uma hierarquização inapelável entre o usuário e o atendente. De modo que, diante do “não pode” do funcionário, encontra-se um “não pode do não pode” feito pela invocação do “Sabe com quem você está falando?”. De qualquer modo, um jeito foi dado. “Jeitinho” e “Você sabe com quem está falando?” são os dois polos de uma mesma situação. Um é um modo harmonioso de resolver a disputa; o outro, um modo conflituoso e direto de realizar a mesma coisa. O “jeitinho” tem muito de cantada, de harmonização de interesses opostos, tal como quando uma mulher encontra um homem e ambos, interessados num encontro romântico, devem discutir a forma que o encontro deverá assumir. O “Sabe com quem está falando?”, por seu lado, afirma um estilo em que a autoridade é reafirmada , mas com a indicação de que o sistema é escalonado e não tem uma finalidade muito certa ou precisa. Há sempre outra autoridade, ainda mais alta, a quem se poderá recorrer. E assim as cartas são lançadas.

  1. (DAMATTA, Roberto. O modo de navegação social: a malandragem
  2. e o “jeitinho”. O que faz o brasil, Brasil?. Rio de Janeiro: Rocco, 1884. P79-89, (Adaptado) . 

Considere o fragmento abaixo para responder à questão.



A verdade é que a invocação da relação pessoal, da regionalidade, do gosto, da religião e de outros fatores externos àquela situação poderá provocar uma resolução satisfatória ou menos injusta.” 


Cumprem papel caracterizador, podendo ser classificados como adjetivos, todos os vocábulos abaixo, EXCETO:

Alternativas
Q991315 Português

As Boas Coisas da Vida

Rubem Braga

Uma revista mais ou menos frívola pediu a várias pessoas para dizer as “dez coisas que fazem a vida valer a pena”. Sem pensar demasiado, fiz esta pequena lista:

- Esbarrar às vezes com certas comidas da infância, por exemplo: aipim cozido, ainda quente, com melado de cana que vem numa garrafa cuja rolha é um sabugo de milho. O sabugo dará um certo gosto ao melado? Dá: gosto de infância, de tarde na fazenda.

- Tomar um banho excelente num bom hotel, vestir uma roupa confortável e sair pela primeira vez pelas ruas de uma cidade estranha, achando que ali vão acontecer coisas surpreendentes e lindas. E acontecerem.

- Quando você vai andando por um lugar e há um bate-bola, sentir que a bola vem para o seu lado e, de repente, dar um chute perfeito - e ser aplaudido pelos serventes de pedreiro.

- Ler pela primeira vez um poema realmente bom. Ou um pedaço de prosa, daqueles que dão inveja na gente e vontade de reler.

- Aquele momento em que você sente que de um velho amor ficou uma grande amizade - ou que uma grande amizade está virando, de repente, amor. - Sentir que você deixou de gostar de uma mulher que, afinal, para você, era apenas aflição de espírito e frustração da carne - essa amaldiçoada.

-Viajar, partir...

-Voltar.

- Quando se vive na Europa, voltar para Paris, quando se vive no Brasil, voltar para o Rio. - Pensar que, por pior que estejam as coisas, há sempre uma solução, a morte - o assim chamado descanso eterno.

Texto adaptado de BRAGA, R., As Boas Coisas da Vida, 1988. 

A opção, na qual o pronome relativo está empregado corretamente, é:
Alternativas
Respostas
26: B
27: B
28: E
29: C
30: E