Questões de Concurso Comentadas sobre português para orientador social
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Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
Prefeitura de Astolfo Dutra - MG
Provas:
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Astolfo Dutra - MG - Assistente Social – CAPS
|
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Astolfo Dutra - MG - Assistente Social 30 horas |
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Astolfo Dutra - MG - Cirurgião Dentista da ESF |
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Astolfo Dutra - MG - Educador Físico |
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Astolfo Dutra - MG - Fisioterapeuta |
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Astolfo Dutra - MG - Fonoaudiólogo |
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Astolfo Dutra - MG - Supervisor Pedagógico |
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Astolfo Dutra - MG - Nutricionista |
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Astolfo Dutra - MG - Orientador Social |
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Astolfo Dutra - MG - Psicólogo CAPS |
Q2301532
Português
Texto associado
Apenas 3 em cada 10 alunos com deficiência participam efetivamente das aulas
Pesquisa sobre Educação Inclusiva feita pela Nova Escola revela ainda outros
obstáculos enfrentados pelos professores das escolas brasileiras.
Estrutura física limitada, atendimentos educacionais especializados restritos, falta de formação docente e ainda episódios de
preconceito. A escola brasileira ainda enfrenta uma série de obstáculos para promover uma educação inclusiva. As conclusões constam
na pesquisa “Inclusão na Educação”, realizada pela Nova Escola, que entrevistou 4.745 educadores em todo o Brasil.
Entre os achados destaca-se que, para metade dos professores ouvidos, a estrutura física do ambiente escolar é inadequada às
necessidades de uma educação inclusiva. As respostas coletadas também indicam que mais da metade das unidades de ensino do
país não apresentam nenhuma estrutura física inclusiva. Por exemplo, as rampas de acesso estão presentes em apenas 44% das
instituições.
Já em relação ao apoio pedagógico, quatro em cada dez profissionais afirmam não ter recebido orientação especializada
para o desenvolvimento das atividades com alunos com deficiência. Os Atendimentos Educacionais Especializados (AEEs) no
contraturno das aulas regulares são realidade para apenas quatro em cada dez professores. A adaptação das atividades a serem
realizadas pelos alunos – após a definição dos objetivos e conteúdos pelo professor da sala regular – acontece apenas em quatro
de cada dez AEEs, segundo a percepção dos entrevistados.
Quando questionados sobre a participação dos estudantes, a percepção dos professores é a de que apenas três de cada
dez alunos com deficiência se envolvem efetivamente com as atividades em aula. E ainda: somente metade dos profissionais
acredita na plena integração dos alunos com deficiência com os demais estudantes no ambiente escolar.
A realidade da educação inclusiva na sala de aula.
Com 17 anos de magistério, a professora Cristina da Silva Brito trabalha em duas escolas municipais, uma na cidade de Cachoerinha (RS) e outra, em Gravataí (RS). Na primeira, leciona geografia para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e, na segunda, para o 1º
ano com foco na alfabetização. Em ambas as instituições há alunos com algum tipo de deficiência.
Ainda que a escola de Gravataí possua AEE estruturado, os obstáculos são grandes. A começar pelo tamanho da turma –
são 26 alunos em uma sala que idealmente deveria abrigar 20 estudantes.
“Os desafios são muitos. Todos eles precisam ser alfabetizados e do meu mesmo olhar. Então, preciso mesclar atividades
para todos os alunos, mas sem diferenciar. Mesmo crianças de seis anos querem fazer as mesmas atividades que todo o grupo
está fazendo. É buscar essa adaptação curricular, mas adequando de forma que o aluno com deficiência não fique fora do contexto
dos demais”, analisa.
Cristina sente falta de um apoio mais consistente das escolas e das secretarias municipais de ensino voltado para formações
continuadas com o objetivo de entender mais profundamente as deficiências e a atuação na prática da educação inclusiva. Esse apoio,
acredita, ajudaria na realização dos planejamentos e adaptações pedagógicas e também contribuiria para o entendimento de quais
intervenções podem ser aplicadas para contornar problemas com questões comportamentais em sala, por exemplo. “A gente vai
buscando uma coisa aqui e ali: uma colega que indica, outra que coloca alguma atividade no grupo, e assim a gente vai trocando
figurinhas sobre experimentos. Mas muitas vezes não sabemos como atuar especificamente em alguns casos”, avalia.
Para a professora Olinda Rosa Mariano da Silva, o desafio diário é conseguir dar a atenção, o suporte e o acolhimento
necessários a todos os seus alunos, incluídos aqueles com deficiência, nos 45 minutos de aula. “Nesse tempo, temos que fazer
toda a trajetória, todo o percurso da aula: fazer chamada, colocar o conteúdo na Secretaria Digital, porque somos cobrados por
isso em tempo real. Então é complicado. A gente tenta dar o melhor de si”, diz. Olinda leciona para uma média de 38 estudantes
por turma, considerando as seis salas com as quais trabalha em duas escolas da rede estadual paulista, em Atibaia (SP). Em
uma, leciona Biologia para o 1º ano do Ensino Médio; na outra, Ciências para 6º e 7º anos.
Para os alunos com deficiência, Olinda costuma preparar e imprimir atividades específicas e acompanhar sua execução. Quando
há um professor de apoio presente na sala, ela passa os comandos e esse profissional faz o acompanhamento do exercício. “Não dá
para simplesmente dar o comando de uma atividade. O aluno com deficiência não se sente estimulado”, avalia. A professora também
reforça que é preciso atuação em conjunto entre professor, escola e familiares. “Temos de agir em equipe, senão esse aluno não vai
ter desenvolvimento psicossocial, muito menos na aprendizagem.”
Essa dificuldade de envolver todos na rotina escolar é percebida por Elizângela Santos Mota, professora de AEE. Ela atende
toda a rede municipal de Cedro de São João (SE), que possui quatro escolas, e atua na única sala de recursos multifuncionais da
cidade, localizada na EM Antônio Carlos Valadares, que hoje atende 52 estudantes laudados.
“Pronto, lá vem ela dizer que a inclusão dá certo”, disse já ter ouvido de colegas educadores. Elizângela trabalha diariamente
nesse processo de convencimento sobre a necessidade da educação inclusiva, tanto de professores quanto de pais e responsáveis que não acreditam em uma escola que atenda todos os estudantes nas suas necessidades específicas. “Quero entrar na cabeça
dessas pessoas para que entendam que essas crianças aprendem, que conseguem”. Para ela, o professor regular precisa ser
mais observador, fazer avaliações diagnósticas de aprendizagem da turma sem se prender aos laudos médicos dos alunos, além
de se atentar melhor para o contexto familiar e social dos estudantes. “Tudo isso ajuda o educador a montar um planejamento
bem articulado para os estudantes”, defende.
Um entendimento ainda em evolução.
Para Maria Teresa Eglér Mantoan, coordenadora do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diferença da
Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Leped/Unicamp), além das questões estruturais que prejudicam
a escola, apontadas pelos educadores ouvidos na pesquisa, outro desafio é a necessidade de amadurecer a compreensão sobre
o que é educação inclusiva no país.
“Até agora, no Brasil, a inclusão tem sido interpretada como a inserção de pessoas diferentes na escola comum. E é exatamente
o que ela não é”, explica a especialista, que é uma das autoras do livro A escola que queremos para todos(Editora CRV, 2022). Com a
Constituição de 1988, o acesso à Educação tornou-se um direito de todos e, portanto, genuinamente inclusivo, explica. “No entanto,
isso não é interpretado dessa forma por professores e autoridades educacionais de níveis federal, estadual e municipal.”
Além disso, desde os anos 1990, diversos marcos legais nacionais e internacionais têm garantido que todos os estudantes,
independentemente de sua condição física ou neurológica, tenham direto à Educação escolar e acesso a instituições de ensino
comum. Mas,mesmo com esse reconhecimento, os alunos com deficiência ainda são classificados – seja como especiais, excepcionais,
com necessidades especiais – de forma a excluí-los, avalia a educadora. “A inclusão não é a inserção dos diferentes na escola.
A inclusão é a escola de todos, porque todos são diferentes”, explica Maria Theresa. “O sujeito tem direito à escola não por
causa dessa diferença. Ele tem direito à escola porque ele é um ser único, singular, como qualquer outro.”
Maria Theresa questiona ainda a ideia da integração, comumente usada no contexto da educação inclusiva e tida como uma
“inclusão responsável” ou “inclusão possível”. “A inclusão não deveria condicionar de forma alguma o acesso, a permanência e a
participação de todos na escola”, explica. A educadora critica o modelo estabelecido pela educação brasileira de impor classificações
e parâmetros de aprendizagens, de aproveitamento, de currículo para cada aluno a cada etapa de ensino etc. “A escola parece só
aceitar aqueles que possuem as características admitidas pela escola”, pondera.
Também por isso é contra mudanças ou flexibilizações nos currículos para alunos com deficiência. “O maior crime da
educação dita inclusiva é adaptar currículo ou atividades. As adaptações precisam ser de natureza diferente. Por exemplo, uma
pessoa cega não vai conseguir fazer uma prova com lápis e papel, mas ela pode fazer com braile ou via computador. O que
menos interessa é o meio; o que importa é aquilo que ela vai dizer ou entender sobre o tema da atividade.”
O desconhecimento sobre o tema, inclusive, pode alimentar uma série de preconceitos. Segundo a pesquisa realizada pela
Nova Escola, oito em cada dez profissionais disseram ter percebido discriminação contra estudantes com deficiência. Ainda,
segundo o levantamento, os principais agentes do preconceito foram outros alunos (58%) e familiares de estudantes (32%).
Boas práticas inclusivas em sala de aula.
Com mais de 25 anos de estudos na área, Maria Theresa acredita que a Educação potente é aquela que aplica práticas
diversificadas em sala de aula para atender as necessidades de cada aluno – independentemente se ele tem deficiência ou não.
Ela exemplifica que vários formatos e propostas podem ser apresentados e colocados para escolha dos alunos com o intuito de
explorar um tema – por exemplo, produção de texto, desenho, música etc. A ideia é deixar o aluno livre para apostar no formato
por meio do qual se sente mais confortável para aprender.
Trabalhar em grupo também é uma aposta certeira para enturmar e possibilitar trocas em sala e ajuda mútua. “Eu acredito
muito no grupo como prática pedagógica, como uma ação que dá resultado”, conta a professora Olinda. Para ela, a metodologia ativa
da sala de aula invertida também funciona com grupos diversos, especialmente com suas turmas dos Anos Finais do Fundamental.
“Depende muito também do feeling de cada professor e das turmas com as quais está trabalhando na ocasião”, avalia.
Para a fase de alfabetização, a professora Cristina já reparou que consegue integrar bem as salas quando propõe atividades
envolvendo jogos. “Percebo que é algo que une bastante. Acende aquele desejo de participar e de ganhar”, conta.
Em relação às famílias, a professora Olinda costuma alertar os pais e responsáveis para um aspecto importante: “Nas
reuniões, lembro que não estou apenas fazendo o filho aprender [para a escola], mas também preparando-o para o mundo.
Argumento que esse filho vai crescer e passar para outras fases da escola e da vida. E os pais precisam acompanhá-lo nessa
trajetória”. Uma reflexão que também vale para a escola e educadores: como estamos nos preparando para melhor apoiá-los?
(Revista Nova Escola. Por: Rachael Bonino. Acesso em: 03/07/2023. Adaptado.)
Considerando o uso da linguagem no texto apresentado, assinale a afirmativa que melhor descreve a diferença entre a denotação
e a conotação no contexto específico.
Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
Prefeitura de Jequié - BA
Provas:
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Jequié - BA - Facilitador de Oficinas de Música - SEDES
|
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Jequié - BA - Facilitador de Oficinas de Manicure - SEDES |
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Jequié - BA - Facilitador de Oficinas de Teatro - SEDES |
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Jequié - BA - Facilitador de Oficinas de Reciclagem - SEDES |
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Jequié - BA - Facilitador de Oficinas de Dança |
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Jequié - BA - Facilitador de Oficinas de Cabeleireiro - SEDES |
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Jequié - BA - Facilitador de Oficinas de Culinária - SEDES |
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Jequié - BA - Orientador Social - SEDES |
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Jequié - BA - Entrevistador - SEDES |
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Jequié - BA - Motorista A/B - SEDES |
Q2264245
Português
Texto associado
Tuim criado no dedo
João-de-barro é um bicho bobo que ninguém pega, embora goste de ficar perto da gente, mas de dentro daquela
casa de João-de-barro vinha uma espécie de choro, um chorinho fazendo tuim, tuim, tuim…
A casa estava num galho alto, mas um menino subiu até
perto, depois com uma vara de bambu conseguiu tirar a casa
sem quebrar e veio baixando até o outro menino apanhar.
Dentro, naquele quartinho que fica bem escondido depois do
corredor de entrada para o vento não incomodar, havia três
filhotes, não de João-de-barro, mas de tuim.
Você conhece, não? De todos esses periquitinhos que
tem no Brasil, tuim é capaz de ser menor. Tem bico redondo
e rabo curto e é todo verde, mas o macho tem umas penas
azuis para enfeitar. Três filhotes, um mais feio que o outro,
ainda sem penas, os três chorando.
O menino levou-os para casa, inventou comidinhas para
eles, um morreu, outro morreu, ficou um. Geralmente se cria
em casa é casal de tuim, especialmente para se apreciar o namorinho deles.
Mas aquele tuim macho foi criado sozinho e, como se diz
na roça, criado no dedo. Passava o dia solto, esvoaçando em
volta da casa da fazenda, comendo sementinhas de imbaúba.
Mas o pai disse: “menino, você está criando muito amor
a esse bicho, quero avisar: tuim é acostumado a viver em
bando. Esse bichinho se acostuma assim, toda tarde vem procurar sua gaiola para dormir, mas no dia que passar pela fazenda um bando de tuins, adeus. Ou você prende o tuim ou
ele vai embora com os outros, mesmo ele estando preso e ouvindo o bando passar, está arriscado ele morrer de tristeza”.
Aquilo encheu de medo o coração do menino. Soltar um
pouquinho no quintal não devia ser perigo, desde que ficasse
perto, se ele quisesse voar para longe era só chamar, que voltava, mas uma vez não voltou.
Teve uma ideia, foi ao armazém de “seu” Perrota: “tem
gaiola para vender?” Disseram que tinha. “Venderam alguma
gaiola hoje?” Tinham vendido uma para uma casa ali perto.
Foi lá, chorando, disse ao dono da casa: “se não prenderam o meu tuim então por que o senhor comprou gaiola
hoje?”
O homem acabou confessando que tinha aparecido um
periquitinho verde sim, de rabo curto, não sabia que chamava
tuim. Ofereceu comprar, o filho dele gostara tanto, ia ficar desapontado quando voltasse da escola e não achasse mais o
bichinho. “Não senhor, o tuim é meu, foi criado por mim.”
Voltou para casa com o tuim no dedo.
Pegou uma tesoura: era triste, era uma judiação, mas era
preciso, cortou as asinhas, assim o bichinho poderia andar
solto no quintal, e nunca mais fugiria.
Depois foi dentro de casa para fazer uma coisa que estava precisando fazer, e, quando voltou para dar comida a seu tuim, viu só algumas penas verdes e as manchas de sangue no
cimento. Subiu num caixote para olhar por cima do muro, e
ainda viu o vulto de um gato ruivo que sumia.
Acabou-se a triste história do tuim.
(BRAGA, Rubem. Livro “Ai de ti, Copacabana”. Rio de Janeiro: Record,
2010. Adaptado.)
No trecho “[...] assim o bichinho poderia andar solto no quintal, e nunca mais fugiria.” (12º§), os verbos “poderia” e “fugiria” referem-se a ações que:
Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
Prefeitura de Jequié - BA
Provas:
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Jequié - BA - Facilitador de Oficinas de Música - SEDES
|
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Jequié - BA - Facilitador de Oficinas de Manicure - SEDES |
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Jequié - BA - Facilitador de Oficinas de Teatro - SEDES |
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Jequié - BA - Facilitador de Oficinas de Reciclagem - SEDES |
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Jequié - BA - Facilitador de Oficinas de Dança |
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Jequié - BA - Facilitador de Oficinas de Cabeleireiro - SEDES |
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Jequié - BA - Facilitador de Oficinas de Culinária - SEDES |
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Jequié - BA - Orientador Social - SEDES |
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Jequié - BA - Entrevistador - SEDES |
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Jequié - BA - Motorista A/B - SEDES |
Q2264243
Português
Texto associado
Tuim criado no dedo
João-de-barro é um bicho bobo que ninguém pega, embora goste de ficar perto da gente, mas de dentro daquela
casa de João-de-barro vinha uma espécie de choro, um chorinho fazendo tuim, tuim, tuim…
A casa estava num galho alto, mas um menino subiu até
perto, depois com uma vara de bambu conseguiu tirar a casa
sem quebrar e veio baixando até o outro menino apanhar.
Dentro, naquele quartinho que fica bem escondido depois do
corredor de entrada para o vento não incomodar, havia três
filhotes, não de João-de-barro, mas de tuim.
Você conhece, não? De todos esses periquitinhos que
tem no Brasil, tuim é capaz de ser menor. Tem bico redondo
e rabo curto e é todo verde, mas o macho tem umas penas
azuis para enfeitar. Três filhotes, um mais feio que o outro,
ainda sem penas, os três chorando.
O menino levou-os para casa, inventou comidinhas para
eles, um morreu, outro morreu, ficou um. Geralmente se cria
em casa é casal de tuim, especialmente para se apreciar o namorinho deles.
Mas aquele tuim macho foi criado sozinho e, como se diz
na roça, criado no dedo. Passava o dia solto, esvoaçando em
volta da casa da fazenda, comendo sementinhas de imbaúba.
Mas o pai disse: “menino, você está criando muito amor
a esse bicho, quero avisar: tuim é acostumado a viver em
bando. Esse bichinho se acostuma assim, toda tarde vem procurar sua gaiola para dormir, mas no dia que passar pela fazenda um bando de tuins, adeus. Ou você prende o tuim ou
ele vai embora com os outros, mesmo ele estando preso e ouvindo o bando passar, está arriscado ele morrer de tristeza”.
Aquilo encheu de medo o coração do menino. Soltar um
pouquinho no quintal não devia ser perigo, desde que ficasse
perto, se ele quisesse voar para longe era só chamar, que voltava, mas uma vez não voltou.
Teve uma ideia, foi ao armazém de “seu” Perrota: “tem
gaiola para vender?” Disseram que tinha. “Venderam alguma
gaiola hoje?” Tinham vendido uma para uma casa ali perto.
Foi lá, chorando, disse ao dono da casa: “se não prenderam o meu tuim então por que o senhor comprou gaiola
hoje?”
O homem acabou confessando que tinha aparecido um
periquitinho verde sim, de rabo curto, não sabia que chamava
tuim. Ofereceu comprar, o filho dele gostara tanto, ia ficar desapontado quando voltasse da escola e não achasse mais o
bichinho. “Não senhor, o tuim é meu, foi criado por mim.”
Voltou para casa com o tuim no dedo.
Pegou uma tesoura: era triste, era uma judiação, mas era
preciso, cortou as asinhas, assim o bichinho poderia andar
solto no quintal, e nunca mais fugiria.
Depois foi dentro de casa para fazer uma coisa que estava precisando fazer, e, quando voltou para dar comida a seu tuim, viu só algumas penas verdes e as manchas de sangue no
cimento. Subiu num caixote para olhar por cima do muro, e
ainda viu o vulto de um gato ruivo que sumia.
Acabou-se a triste história do tuim.
(BRAGA, Rubem. Livro “Ai de ti, Copacabana”. Rio de Janeiro: Record,
2010. Adaptado.)
No trecho “[...] um chorinho fazendo tuim, tuim, tuim...”
(1º§), a repetição do termo “tuim” demonstra o uso da figura de linguagem conhecida como:
Ano: 2023
Banca:
AMEOSC
Órgão:
Prefeitura de Anchieta - SC
Prova:
AMEOSC - 2023 - Prefeitura de Anchieta - SC - Orientador Social |
Q2205779
Português
Texto associado
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.
A gravidade era explicada antes de Newton
Obviamente, as coisas já caíam antes de Newton. Mas
como será que as pessoas encaravam o fenômeno?
Qual era a explicação, até o século XVII, para o que hoje
chamamos de gravidade? Muitos anos depois de
Newton, o físico alemão Albert Einstein diria que "a
gravidade é a primeira coisa em que não pensamos".
Afinal, parece natural a ideia de que uma pedra
arremessada caia, do mesmo jeito que uma fruta não
colhida do pé, ou que um tropeço bobo seja prenúncio
de um tombo.
No livro 'Por Que as Coisas Caem? Uma História da
Gravidade', publicado pela editora Zahar em 2009, os
astrônomos Alexandre Cherman e Bruno Rainho
Mendonça partem da constatação de que a gravidade,
sem dúvida, é especial. "Se não fosse, como explicar
que os dois maiores gênios das ciências, Isaac Newton e
Albert Einstein, tenham se dedicado a ela? E não só
isso: tenham sido alçado a essa condição genial
justamente por terem vislumbrado parte de seus
segredos?", escreve Cherman.
Segundo ele, a importância da gravidade reside em dois
fatores: ela é universal, "para usar uma palavra cara a
Newton", e geral, "usando um termo querido de
Einstein". Mas como se explicava antes?
O sábio grego Aristóteles é considerado um dos mais
influentes pensadores da história ocidental e muito da
própria lógica do pensamento científico se deve a suas
prerrogativas.
"Ele dividia um pouco os fenômenos a partir dos
elementos, e entendia que havia uma tendência natural
do objeto que pertencia a determinado elemento a voltar
à posição desse elemento", explica o físico Rodrigo
Panosso Macedo. "Assim, se um objeto era feito de
terra, sua tendência natural seria voltar para a terra, por
isso ele cairia. Já um objeto feito de ar gasoso teria a
tendência natural de voltar para o ar, por isso ele subia."
Uma representação pictórica do século VIII a.C. indica
que esse filósofo acreditava que a gravitação mantinha o
Sistema Solar unido e que o Sol, por ser o astro com a
maior massa, deveria ocupar a posição central no
modelo.
https://www.bbc.com/portuguese/articles/c10q3z5rr4zo. Adaptado.
E não só isso: tenham sido alçado a essa condição
genial justamente por terem vislumbrado parte de seus
segredos?"
O número de advérbios presentes na frase é de:
O número de advérbios presentes na frase é de:
Ano: 2023
Banca:
FUNCERN
Órgão:
Prefeitura de Junco do Seridó - PB
Provas:
FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Técnico De Enfermagem
|
FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Orientador Social |
FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Agente Administrativo |
Q2197825
Português
A Prefeitura de São Paulo publicizou uma campanha institucional para combater o mosquito transmissor
da dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Recém-lançada, a peça publicitária com o slogan “AEDES
AEGYPTI. JUNTOS, A GENTE TE PEGA.” foi parar nas redes sociais, transformando-se em memes e
piadas nas mãos de internautas.
O problema semântico que provocou a cômica recepção dos brasileiros à campanha está evidenciado em:
TEXTO 03![Imagem associada para resolução da questão](https://qcon-assets-production.s3.amazonaws.com/images/provas/94778/Captura_de%20Tela%20%28271%29.png)
Campanha da Agência Lua Propaganda Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/12/
O problema semântico que provocou a cômica recepção dos brasileiros à campanha está evidenciado em:
TEXTO 03
![Imagem associada para resolução da questão](https://qcon-assets-production.s3.amazonaws.com/images/provas/94778/Captura_de%20Tela%20%28271%29.png)
Campanha da Agência Lua Propaganda Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/12/