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Q2501001 Português

Leia o texto abaixo para responder à questão.

Grávidas no contrafluxo

        O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou a pesquisa: Indicadores Sociais 2007, e um dos dados que mais chamou a atenção foi o número de adolescentes que tiveram filhos nos últimos dez anos. Em 1996, 6,9% das garotas entre 15 e 17 anos já eram mães. Esse número subiu para 7,6% em 2006. Você pode até pensar que o aumento não foi tão grande assim, se não fosse por um detalhe: essa é a única faixa etária em que a taxa de fecundidade aumentou. Ou seja, as mulheres estão tendo menos filhos e as adultas estão esperando mais para se tornarem mães. Só as adolescentes vêm no contrafluxo. Para se ter uma ideia, na faixa dos 18 aos 24 anos, a fecundidade caiu de 38% para 34,9% durante os últimos dez anos. Quer mais um número impressionante? De todos os partos realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) no ano passado, quase 16% deles envolveram garotas com menos de 19 anos, ou seja, elas engravidaram ainda na adolescência.
        Esse aumento de mães adolescentes é bastante preocupante, embora não seja só por causa da questão emocional que a gravidez na adolescência deva ser evitada. Vendo sob o aspecto da saúde, a gestação precoce é considerada de alto risco, mesmo que a garota seja muito saudável. Como o corpo da adolescente ainda não está completamente desenvolvido, as condições para a realização do parto são mais complicadas. Além disso, os bebês gerados por adolescentes têm uma tendência maior a nascerem prematuros e abaixo do peso normal - o baixo peso, menos de 2,5 quilos ao nascer, é um dos fatores de risco para a mortalidade infantil. A chance de uma gestante adolescente ter hipertensão (pressão alta na gestação), por exemplo, é cinco vezes maior do que uma mulher adulta. O risco de desenvolver anemia durante a gravidez também é maior entre as adolescentes, graças a duas características: seus corpos ainda não estarem completamente desenvolvidos e os hormônios estarem em alta nessa faixa-etária. A coisa é bem séria: a gestação precoce é a terceira causa de morte de garotas entre 15 e 18 anos no Brasil.
        Outro ponto a ser levado em consideração é a evasão escolar. Pense bem: se às vezes já é difícil levar os estudos direitinho sem ter que cuidar de um bebê, imagine uma garota que tem de amamentar, trocar fralda, preparar papinha e que não vai conseguir dormir bem porque seu bebê chora a noite inteira! Sem contar que muitas ficam com vergonha de voltar para a escola depois de terem seus bebês. Por isso, tantas meninas saem da escola quando engravidam. Um estudo feito pela ONU, com mais de 10 mil brasileiros na faixa etária de 15 a 17 anos, mostra que 56% dos jovens que abandonam a escola são garotas. Um quarto delas parou de estudar porque engravidou na adolescência. Isso torna a gravidez precoce a maior causa de evasão escolar entre as meninas que deveriam estar no Ensino Médio.
        O problema não é só durante a gestação ou logo após o parto. Mesmo depois de terem seus filhos, a taxa de retorno à escola é bem baixa entre as jovens mães. Para agravar ainda mais a situação, cerca de 40% das garotas que têm filho antes dos 18 anos voltam a engravidar dentro de 3 anos. Complicado, hein?
(BOUER, Jairo. Disponível em: [http://blogeducacional.com.br/jairo_bouer/p74553/#c mnt]. Acesso em 25/11/2016)
Assinale a alternativa que mais se assemelha ao sentido da expressão contida no texto: “vir no contrafluxo”
Alternativas
Q2499995 Português
Texto para o item.



Internet: <www.g1.globo.com> (com adaptações).
A respeito do texto, julgue o item.
No trecho “Quando atendemos um paciente” (linhas 23 e 24), a forma verbal está conjugada no plural para incluir o leitor. 
Alternativas
Q2499820 Português

INSTRUÇÃO: A questão refere-se ao texto seguinte. 


Se a ciência é feita por humanos e eles falham, como confiar nela?


    Em agosto de 2021, a Agência Federal de Saúde dos Estados Unidos, a FDA (Food and Drug Administration), postou um tuíte inusitado, mesclando humor e desespero: “Você não é um cavalo. Você não é uma vaca. Sério, pessoal. Parem com isso”. O tuíte trazia o link para uma página da FDA explicando por que não se devia usar ivermectina para o tratamento da COVID-19.
    A razão do apelo era simples: muita gente estava tomando o medicamento de uso veterinário, mesmo com as dezenas de alertas sobre efeitos colaterais em humanos e falta de eficácia comprovada. Verdadeira febre em diversos países, a corrida por esse remédio começou a partir de estudos cheios de vieses e erros metodológicos, tendo sido agravada pelo modo como a ciência é transmitida para a sociedade.
    O caso da ivermectina é apenas um exemplo da pandemia de desinformação que confunde as pessoas e desafia a credibilidade da ciência. O modo como o processo científico opera não costuma ser ensinado nas escolas nem divulgado amplamente nas mídias. Longe da visão clássica do cientista fazendo uma única descoberta que mudará o mundo, os pesquisadores trabalham em equipes que desenvolvem hipóteses, e essas hipóteses são testadas em experimentos que não raro chegam a resultados contraditórios.
    Muitas vezes, só a repetição dos experimentos em contextos diferentes ajuda a formar um consenso científico sobre determinado tema. Além disso, se a hipótese não for corretamente formulada, se os experimentos não forem bem conduzidos, e se as análises forem enviesadas, teremos resultados que não refletem a realidade. Infelizmente, parte da produção científica se constitui de artigos desenvolvidos nesses moldes, o que só aumenta a confusão.
    Cientistas são seres humanos passíveis de cometer erros – algo que é compreendido e analisado no processo científico. E é justamente por isso que resultados submetidos a revistas científicas são primeiramente avaliados por outros cientistas da área. Isso não impede a ocorrência de erros, já que os avaliadores também não são imunes a eles, mas pode funcionar como uma peneira, em maior ou menor grau.
    E aí entra outro complicador: existem revistas científicas que não são motivadas pela qualidade e impacto dos achados, mas pelos lucros financeiros, com pouco ou nenhum escrutínio dos resultados – é a chamada revista predatória. Pesquisadores podem acabar escrevendo para essas revistas por desconhecimento ou de forma proposital, já que as métricas tradicionais de desempenho acadêmico levam em conta a produtividade: quanto mais artigos publicados, mais chances de evolução na carreira.
    Se a avalição do grau de confiabilidade de artigos e revistas científicas já é uma tarefa difícil mesmo para equipes de cientistas íntegros e bem treinados, como garantir que pessoas alheias ao ambiente acadêmico consigam diferenciar artigos bons e ruins? E mais: como garantir que uma questão complexa ou uma decisão de saúde pública não se fundamente em apenas um único artigo?
    Enquanto a ciência é dinâmica e movida pela contestação, as pessoas querem respostas rápidas e simples para perguntas complicadas: ovo faz bem ou faz mal? Qual o melhor remédio para COVID-19? É fácil encontrar respostas pontuais em meio aos milhares de artigos científicos publicados todos os anos, mas o que de fato importa é chegar às explicações mais adequadas com base na análise das melhores evidências disponíveis.
    Não é incomum, porém, que se use a ciência para reforçar um ou outro lado de interesse. É o que chamamos de cherry picking, uma alusão ao ato de colher as cerejas maiores e mais vermelhas, na tentativa de afirmar que todas as cerejas existentes são assim.
    Mostrar apenas as pesquisas que nos interessam e descaracterizar estudos promove pseudociências e fortalece o negacionismo e determinadas agendas políticas, confundindo ainda mais a população. O uso distorcido de evidências interfere em tomadas de decisões governamentais e põe em risco o bem-estar mundial, uma vez que constitui uma ameaça à saúde pública.
    A ciência é a mais eficiente estratégia humana para conhecer o mundo e deve seguir projetando confiança, mesmo reconhecendo que opera num certo grau de incerteza e com inúmeros desafios. Tornar as nuances acadêmicas cada vez mais conhecidas da sociedade ajudará a entender que conclusões definitivas não são simples e que, muito além do apego a um artigo de forma isolada, o apoio e a confiança nos processos científicos nos ajudarão a chegar às melhores respostas e soluções para a humanidade.


(SOLETTI, Rossana. Se a ciência é feita por humanos e eles falham, como confiar nela? Folha de S. Paulo, São Paulo, 29 jun. 2023. Blog Ciência Fundamental. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/blogs/ciencia-fundamental/2023/06/se-a-ciencia-e-feita-por-humanos-e-eles-falham-como-confiarnela.shtml).

Assinale a alternativa cujo verbo em negrito deve sua flexão ao termo sublinhado.
Alternativas
Q2498803 Português
Leia a crônica a seguir para responder à questão.


CONFERÊNCIA ÍNTIMA (Samarone Lima)

    Me impressiona um pouco quando me convidam para esses avanços da Internet, o compartilhamento de fotos, de labirintos e pandemônios, e vejo que algumas pessoas têm 456 amigos numa tacada só, ou num arquivo, ou num sistema.
   Eu ficaria paralisado, sem saber a quem recorrer, no caso de uma aflição, um cansaço, uma deselegância, esses chauvinismos dos dias desafortunados. Olho, louvo a disposição para tanta gente, mas fico lembrando da época em que eu recebia cartas, direcionadas apenas para mim, com o selo pregado, o papel, o carimbo dos Correios etc. As cartas tinham rosto. Era a caligrafia da pessoa, a força de suas mãos. Tenho caixas dessas cartas comigo.
    Lembro também de telefonemas do tipo “não estou bem, preciso conversar ainda hoje contigo”, e tudo se providenciava para o encontro, porque o “ainda hoje”, dito por um amigo, é o maior dos mandamentos.
    É que sou de uma civilização do papel, dos amigos de carne e osso e de uma dose importante de conversa fiada. O que tem me preocupado mais nesse meu mundo, não é que eu tenha muitos ou poucos amigos. O alarmante mesmo é que estou vendo menos os amigos que ganhei da vida. Há uma certa dispersão de minha parte, que se acomoda gentilmente com minhas viagens, projetos, escritos.
    Era preciso que a gente tivesse menos obrigações, menos pensamentos lá adiante. Eu queria viver com menos, deixar todo o supérfluo de lado.
    Ultimamente, as promessas de cafés se avolumam, os “precisamos nos encontrar” se renovam, e às vezes me lembro do “olá como vai” do Paulinho da Viola, embora meu sinal esteja aberto para tantas coisas lindas. Outro dia, desmarquei um almoço com um velho amigo e depois pensei que era ridículo não peitar as demandas, fazer da agenda somente um objeto quadrado e relegado, dizendo “espera aí, compadre, que nos vemos daqui a pouco, isso é o mais importante para hoje”.
    Há pouco, fui olhar uma coletânea de textos lindos, de pessoas queridas, que me chegaram pelo e-mail ao longo dos últimos anos. Me deu uma saudade, mas atravessou-me o sentimento de distância reparável, uma constatação sem dor da dispersão natural. Aconteceu. Algumas pessoas de que gosto muito eu raramente encontro, apesar de queridíssimas, de saber da importância. Outro dia, o velho e bom Lourival Holanda disse que eu era um avaro de mim mesmo, e fiquei a pensar sem nostalgia nisso, à beira do Parque 13 de Maio. Talvez eu esteja somente distraído, introspectivo, nesse dia chuvoso no Recife. Muitas vezes acontece isso. Estou tão distraído, que não vejo o melhor.
    Talvez nós humanos sejamos um pouco assim, distraídos e dados ao efêmero. Então escrevo, buscando talvez alguma espécie de redenção.
Avalie a veracidade das proposições a seguir sobre os recursos linguísticos presentes no texto.

I- Apresença de verbos no pretérito imperfeito (As cartas tinham rosto), pretérito perfeito (Há pouco fui olhar...) e presente (Então escrevo...) é motivada por haver uma mescla de sequências descritivas, narrativas e de comentário no decorrer do texto.
II- O emprego de verbos no subjuntivo em algumas frases (Talvez eu esteja somente distraído... /Talvez nós humanos sejamos...) significa que há uma correlação entre o advérbio e o modo verbal, que remetem a noção de incerteza.
III- Em: “Então escrevo, buscando talvez alguma espécie de redenção.”, a menção ao substantivo “redenção” significa que o autor deseja fazer uma reparação ou desculpar-se por algum descuido, como o distanciamento.
IV- Em: “Talvez eu esteja somente distraído, introspectivo, nesse dia chuvoso no Recife. [...] Estou tão distraído, que não vejo o melhor. Talvez nós humanos sejamos um pouco assim, distraídos e dados ao efêmero”, o advérbio “assim” caracteriza-se como um elemento coesivo que recupera, anaforicamente, a informação “não vejo o melhor”.
V- No contexto: “o velho e bom Lourival Holanda disse que eu era um avaro de mim mesmo, e fiquei a pensar sem nostalgia nisso”, O pronome demonstrativo “isso” sintaticamente é objeto direto e, semanticamente, recupera a informação “chove demais em Recife”.

É CORRETO o que se afirma apenas em:
Alternativas
Q2497235 Português

Após leitura da tirinha abaixo, analise as afirmativas a seguir.  


Q15.png (438×422)


Fonte: https://www.aio.com.br


I- A personagem, na tirinha, demonstra a importância da modalização na descrição dos aspectos da narrativa;

II-Sutileza é adjetivo que nomeia um problema encontrado nas histórias de Snoopy;

III- As palavras “meio”, “mais” e “menos” são advérbios que modalizam os adjetivos “escura” e “chuvosa”;

IV- O verbo “era”, verbo de ação, é comum no predicado nominal, no qual os adjetivos são o núcleo do predicado.


Após análise das afirmativas, conclui-se que:

Alternativas
Respostas
21: D
22: E
23: C
24: A
25: D