Questões de Concurso Sobre português para vunesp

Foram encontradas 11.581 questões

Resolva questões gratuitamente!

Junte-se a mais de 4 milhões de concurseiros!

Ano: 2024 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2024 - TJ-SP - Oficial de Justiça |
Q3253539 Português
Leia o excerto a seguir para responder à questão.

    Os poetas cansam-nos a paciência a falarem do amor da mulher aos quinze anos, como paixão perigosa, única e inflexível. Alguns prosadores de romance dizem o mesmo. Enganam-se ambos. O amor dos quinze anos é uma brincadeira; é a última manifestação do amor às bonecas; é a tentativa da avezinha que ensaia o voo fora do ninho, sempre com os olhos fitos na ave-mãe, que a está da fronde próxima chamando: tanto sabe a primeira o que é amor intenso, como a segunda o que é voar para longe.
    Teresa de Albuquerque devia ser, porventura, uma exceção no seu amor.
    O magistrado e sua família eram odiosos ao pai de Teresa, por motivos de litígios, em que Domingos Botelho lhe deu sentença contra. Afora isso, ainda no ano anterior dois criados de Tadeu de Albuquerque tinham sido feridos na celebrada pancadaria da fonte. É, pois, evidente que o amor de Teresa, declinando de si o dever de obtemperar e sacrificar-se ao justo azedume do pai, era verdadeiro e forte.
    E esse amor era singularmente discreto e cauteloso. Viram-se e falaram-se três meses, sem darem rebate à vizinhança, e nem sequer suspeitas às duas famílias. O destino que ambos se prometiam era o mais honesto: ele ia formar- -se para poder sustentá-la, se não tivessem outros recursos; ela esperava que seu velho pai falecesse para, senhora sua, lhe dar, com o coração, o seu grande patrimônio. Espanta discrição tamanha na índole de Simão Botelho, e na presumível ignorância de Teresa em coisas materiais da vida, como são um patrimônio!

(Camilo Castelo Branco. Amor de Perdição, 1994. Adaptado)
A frase está em conformidade com a norma-padrão de colocação pronominal em: 
Alternativas
Ano: 2024 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2024 - TJ-SP - Oficial de Justiça |
Q3253538 Português
Leia o excerto a seguir para responder à questão.

    Os poetas cansam-nos a paciência a falarem do amor da mulher aos quinze anos, como paixão perigosa, única e inflexível. Alguns prosadores de romance dizem o mesmo. Enganam-se ambos. O amor dos quinze anos é uma brincadeira; é a última manifestação do amor às bonecas; é a tentativa da avezinha que ensaia o voo fora do ninho, sempre com os olhos fitos na ave-mãe, que a está da fronde próxima chamando: tanto sabe a primeira o que é amor intenso, como a segunda o que é voar para longe.
    Teresa de Albuquerque devia ser, porventura, uma exceção no seu amor.
    O magistrado e sua família eram odiosos ao pai de Teresa, por motivos de litígios, em que Domingos Botelho lhe deu sentença contra. Afora isso, ainda no ano anterior dois criados de Tadeu de Albuquerque tinham sido feridos na celebrada pancadaria da fonte. É, pois, evidente que o amor de Teresa, declinando de si o dever de obtemperar e sacrificar-se ao justo azedume do pai, era verdadeiro e forte.
    E esse amor era singularmente discreto e cauteloso. Viram-se e falaram-se três meses, sem darem rebate à vizinhança, e nem sequer suspeitas às duas famílias. O destino que ambos se prometiam era o mais honesto: ele ia formar- -se para poder sustentá-la, se não tivessem outros recursos; ela esperava que seu velho pai falecesse para, senhora sua, lhe dar, com o coração, o seu grande patrimônio. Espanta discrição tamanha na índole de Simão Botelho, e na presumível ignorância de Teresa em coisas materiais da vida, como são um patrimônio!

(Camilo Castelo Branco. Amor de Perdição, 1994. Adaptado)
A reescrita da passagem – É, pois, evidente que o amor de Teresa, declinando de si o dever de obtemperar e sacrificar-se ao justo azedume do pai, era verdadeiro e forte. (3º parágrafo) – mantém o sentido original e atende à norma-padrão em: 
Alternativas
Ano: 2024 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2024 - TJ-SP - Oficial de Justiça |
Q3253537 Português
Leia o excerto a seguir para responder à questão.

    Os poetas cansam-nos a paciência a falarem do amor da mulher aos quinze anos, como paixão perigosa, única e inflexível. Alguns prosadores de romance dizem o mesmo. Enganam-se ambos. O amor dos quinze anos é uma brincadeira; é a última manifestação do amor às bonecas; é a tentativa da avezinha que ensaia o voo fora do ninho, sempre com os olhos fitos na ave-mãe, que a está da fronde próxima chamando: tanto sabe a primeira o que é amor intenso, como a segunda o que é voar para longe.
    Teresa de Albuquerque devia ser, porventura, uma exceção no seu amor.
    O magistrado e sua família eram odiosos ao pai de Teresa, por motivos de litígios, em que Domingos Botelho lhe deu sentença contra. Afora isso, ainda no ano anterior dois criados de Tadeu de Albuquerque tinham sido feridos na celebrada pancadaria da fonte. É, pois, evidente que o amor de Teresa, declinando de si o dever de obtemperar e sacrificar-se ao justo azedume do pai, era verdadeiro e forte.
    E esse amor era singularmente discreto e cauteloso. Viram-se e falaram-se três meses, sem darem rebate à vizinhança, e nem sequer suspeitas às duas famílias. O destino que ambos se prometiam era o mais honesto: ele ia formar- -se para poder sustentá-la, se não tivessem outros recursos; ela esperava que seu velho pai falecesse para, senhora sua, lhe dar, com o coração, o seu grande patrimônio. Espanta discrição tamanha na índole de Simão Botelho, e na presumível ignorância de Teresa em coisas materiais da vida, como são um patrimônio!

(Camilo Castelo Branco. Amor de Perdição, 1994. Adaptado)
Considere as passagens:

•  ... é a tentativa da avezinha que ensaia o voo fora do ninho... (1º parágrafo)
•  ... sempre com os olhos fitos na ave-mãe... (1º parágrafo)
•  ... sem darem rebate à vizinhança, e nem sequer suspeitas às duas famílias. (4º parágrafo)
•  ... ela esperava que seu velho pai falecesse para, senhora sua, lhe dar, com o coração... (4º parágrafo)

As expressões destacadas associam-se, correta e respectivamente, aos sentidos de:
Alternativas
Ano: 2024 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2024 - TJ-SP - Oficial de Justiça |
Q3253536 Português
Leia o excerto a seguir para responder à questão.

    Os poetas cansam-nos a paciência a falarem do amor da mulher aos quinze anos, como paixão perigosa, única e inflexível. Alguns prosadores de romance dizem o mesmo. Enganam-se ambos. O amor dos quinze anos é uma brincadeira; é a última manifestação do amor às bonecas; é a tentativa da avezinha que ensaia o voo fora do ninho, sempre com os olhos fitos na ave-mãe, que a está da fronde próxima chamando: tanto sabe a primeira o que é amor intenso, como a segunda o que é voar para longe.
    Teresa de Albuquerque devia ser, porventura, uma exceção no seu amor.
    O magistrado e sua família eram odiosos ao pai de Teresa, por motivos de litígios, em que Domingos Botelho lhe deu sentença contra. Afora isso, ainda no ano anterior dois criados de Tadeu de Albuquerque tinham sido feridos na celebrada pancadaria da fonte. É, pois, evidente que o amor de Teresa, declinando de si o dever de obtemperar e sacrificar-se ao justo azedume do pai, era verdadeiro e forte.
    E esse amor era singularmente discreto e cauteloso. Viram-se e falaram-se três meses, sem darem rebate à vizinhança, e nem sequer suspeitas às duas famílias. O destino que ambos se prometiam era o mais honesto: ele ia formar- -se para poder sustentá-la, se não tivessem outros recursos; ela esperava que seu velho pai falecesse para, senhora sua, lhe dar, com o coração, o seu grande patrimônio. Espanta discrição tamanha na índole de Simão Botelho, e na presumível ignorância de Teresa em coisas materiais da vida, como são um patrimônio!

(Camilo Castelo Branco. Amor de Perdição, 1994. Adaptado)
O narrador indica que o amor de Teresa e Simão enfrenta resistências familiares devido 
Alternativas
Ano: 2024 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2024 - TJ-SP - Oficial de Justiça |
Q3253535 Português
Leia o excerto a seguir para responder à questão.

    Os poetas cansam-nos a paciência a falarem do amor da mulher aos quinze anos, como paixão perigosa, única e inflexível. Alguns prosadores de romance dizem o mesmo. Enganam-se ambos. O amor dos quinze anos é uma brincadeira; é a última manifestação do amor às bonecas; é a tentativa da avezinha que ensaia o voo fora do ninho, sempre com os olhos fitos na ave-mãe, que a está da fronde próxima chamando: tanto sabe a primeira o que é amor intenso, como a segunda o que é voar para longe.
    Teresa de Albuquerque devia ser, porventura, uma exceção no seu amor.
    O magistrado e sua família eram odiosos ao pai de Teresa, por motivos de litígios, em que Domingos Botelho lhe deu sentença contra. Afora isso, ainda no ano anterior dois criados de Tadeu de Albuquerque tinham sido feridos na celebrada pancadaria da fonte. É, pois, evidente que o amor de Teresa, declinando de si o dever de obtemperar e sacrificar-se ao justo azedume do pai, era verdadeiro e forte.
    E esse amor era singularmente discreto e cauteloso. Viram-se e falaram-se três meses, sem darem rebate à vizinhança, e nem sequer suspeitas às duas famílias. O destino que ambos se prometiam era o mais honesto: ele ia formar- -se para poder sustentá-la, se não tivessem outros recursos; ela esperava que seu velho pai falecesse para, senhora sua, lhe dar, com o coração, o seu grande patrimônio. Espanta discrição tamanha na índole de Simão Botelho, e na presumível ignorância de Teresa em coisas materiais da vida, como são um patrimônio!

(Camilo Castelo Branco. Amor de Perdição, 1994. Adaptado)
No texto, há uma crítica estabelecida
Alternativas
Ano: 2024 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2024 - TJ-SP - Oficial de Justiça |
Q3253534 Português
Leia o texto para responder à questão.

Descobrindo nosso planeta: os mistérios do oceano

    Há alguns dias, o mundo soube de uma nova montanha na Terra. Com 3109 metros de altura, ela é quase oito vezes mais alta que o icônico Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro. Mas não é tão fácil de ser vista, por estar escondida no nosso oceano. Seu cume fica quase mil metros abaixo da superfície do mar, de modo que toda a montanha fique em escuridão absoluta, e, mesmo assim, ela abriga vida marinha abundante, que está intacta durante séculos. A descoberta ocorreu durante uma expedição para explorar as águas internacionais da Cordilheira de Nazca, uma cadeia montanhosa no Sudeste do Pacífico, usando tecnologias sofisticadas de mapeamento do fundo do mar a partir de um navio de pesquisa.
    Explorar as profundezas marítimas é tarefa difícil, por ser um lugar inóspito para humanos – com altas pressões, um ambiente corrosivo de água salgada e sem luz. Não à toa, mais pessoas estiveram por mais tempo na superfície lunar iluminada pelo sol do que no ponto mais profundo do oceano do nosso planeta.
    Há 170 anos acreditava-se que não havia vida na profundeza oceânica em razão da ausência de luz solar. Hoje, sabemos que não só existe vida, como essa vida marinha existe nos ambientes mais extremos. As fontes hidrotermais habitadas por organismos a mais de três quilômetros de profundidade, descobertas em 1977 por cientistas, hospedam vida que obtém energia a partir de reações químicas, em vez da luz solar. No ano passado, foi descoberto um novo ecossistema animal prosperando em cavidades abaixo dessas fontes. Com tanto para explorar, não nos espanta que tantas novas espécies marinhas sejam encontradas com frequência. Neste ano, apenas nas Cordilheiras de Salas y Gomez e Nazca foram descobertas cerca de 170 novas espécies. Cientistas seguem a procurar outras para serem somadas às cerca de 240 mil espécies marinhas já identificadas, entre 2,2 milhões estimadas pelo Censo Oceânico.

(Janaína Bumbeer e Jyotika Virmani. Em: https://www.estadao.com.br, 16.09.2024. Adaptado)
Garantindo-se o sentido original e o atendimento à norma-padrão, assinale a alternativa em que a expressão destacada pode ser substituída por “devido à”.
Alternativas
Ano: 2024 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2024 - TJ-SP - Oficial de Justiça |
Q3253533 Português
Leia o texto para responder à questão.

Descobrindo nosso planeta: os mistérios do oceano

    Há alguns dias, o mundo soube de uma nova montanha na Terra. Com 3109 metros de altura, ela é quase oito vezes mais alta que o icônico Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro. Mas não é tão fácil de ser vista, por estar escondida no nosso oceano. Seu cume fica quase mil metros abaixo da superfície do mar, de modo que toda a montanha fique em escuridão absoluta, e, mesmo assim, ela abriga vida marinha abundante, que está intacta durante séculos. A descoberta ocorreu durante uma expedição para explorar as águas internacionais da Cordilheira de Nazca, uma cadeia montanhosa no Sudeste do Pacífico, usando tecnologias sofisticadas de mapeamento do fundo do mar a partir de um navio de pesquisa.
    Explorar as profundezas marítimas é tarefa difícil, por ser um lugar inóspito para humanos – com altas pressões, um ambiente corrosivo de água salgada e sem luz. Não à toa, mais pessoas estiveram por mais tempo na superfície lunar iluminada pelo sol do que no ponto mais profundo do oceano do nosso planeta.
    Há 170 anos acreditava-se que não havia vida na profundeza oceânica em razão da ausência de luz solar. Hoje, sabemos que não só existe vida, como essa vida marinha existe nos ambientes mais extremos. As fontes hidrotermais habitadas por organismos a mais de três quilômetros de profundidade, descobertas em 1977 por cientistas, hospedam vida que obtém energia a partir de reações químicas, em vez da luz solar. No ano passado, foi descoberto um novo ecossistema animal prosperando em cavidades abaixo dessas fontes. Com tanto para explorar, não nos espanta que tantas novas espécies marinhas sejam encontradas com frequência. Neste ano, apenas nas Cordilheiras de Salas y Gomez e Nazca foram descobertas cerca de 170 novas espécies. Cientistas seguem a procurar outras para serem somadas às cerca de 240 mil espécies marinhas já identificadas, entre 2,2 milhões estimadas pelo Censo Oceânico.

(Janaína Bumbeer e Jyotika Virmani. Em: https://www.estadao.com.br, 16.09.2024. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a flexão do termo destacado em negrito para o plural implica flexão do verbo sublinhado, de acordo com a norma-padrão.
Alternativas
Ano: 2024 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2024 - TJ-SP - Oficial de Justiça |
Q3253532 Português
Leia o texto para responder à questão.

Descobrindo nosso planeta: os mistérios do oceano

    Há alguns dias, o mundo soube de uma nova montanha na Terra. Com 3109 metros de altura, ela é quase oito vezes mais alta que o icônico Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro. Mas não é tão fácil de ser vista, por estar escondida no nosso oceano. Seu cume fica quase mil metros abaixo da superfície do mar, de modo que toda a montanha fique em escuridão absoluta, e, mesmo assim, ela abriga vida marinha abundante, que está intacta durante séculos. A descoberta ocorreu durante uma expedição para explorar as águas internacionais da Cordilheira de Nazca, uma cadeia montanhosa no Sudeste do Pacífico, usando tecnologias sofisticadas de mapeamento do fundo do mar a partir de um navio de pesquisa.
    Explorar as profundezas marítimas é tarefa difícil, por ser um lugar inóspito para humanos – com altas pressões, um ambiente corrosivo de água salgada e sem luz. Não à toa, mais pessoas estiveram por mais tempo na superfície lunar iluminada pelo sol do que no ponto mais profundo do oceano do nosso planeta.
    Há 170 anos acreditava-se que não havia vida na profundeza oceânica em razão da ausência de luz solar. Hoje, sabemos que não só existe vida, como essa vida marinha existe nos ambientes mais extremos. As fontes hidrotermais habitadas por organismos a mais de três quilômetros de profundidade, descobertas em 1977 por cientistas, hospedam vida que obtém energia a partir de reações químicas, em vez da luz solar. No ano passado, foi descoberto um novo ecossistema animal prosperando em cavidades abaixo dessas fontes. Com tanto para explorar, não nos espanta que tantas novas espécies marinhas sejam encontradas com frequência. Neste ano, apenas nas Cordilheiras de Salas y Gomez e Nazca foram descobertas cerca de 170 novas espécies. Cientistas seguem a procurar outras para serem somadas às cerca de 240 mil espécies marinhas já identificadas, entre 2,2 milhões estimadas pelo Censo Oceânico.

(Janaína Bumbeer e Jyotika Virmani. Em: https://www.estadao.com.br, 16.09.2024. Adaptado)
O emprego de vírgulas em – A descoberta ocorreu durante uma expedição para explorar as águas internacionais da Cordilheira de Nazca, uma cadeia montanhosa no Sudeste do Pacífico, usando tecnologias sofisticadas de mapeamento do fundo do mar a partir de um navio de pesquisa. (1º parágrafo) – ocorre pelo mesmo motivo na passagem:
Alternativas
Ano: 2024 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2024 - TJ-SP - Oficial de Justiça |
Q3253531 Português
Leia o texto para responder à questão.

Descobrindo nosso planeta: os mistérios do oceano

    Há alguns dias, o mundo soube de uma nova montanha na Terra. Com 3109 metros de altura, ela é quase oito vezes mais alta que o icônico Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro. Mas não é tão fácil de ser vista, por estar escondida no nosso oceano. Seu cume fica quase mil metros abaixo da superfície do mar, de modo que toda a montanha fique em escuridão absoluta, e, mesmo assim, ela abriga vida marinha abundante, que está intacta durante séculos. A descoberta ocorreu durante uma expedição para explorar as águas internacionais da Cordilheira de Nazca, uma cadeia montanhosa no Sudeste do Pacífico, usando tecnologias sofisticadas de mapeamento do fundo do mar a partir de um navio de pesquisa.
    Explorar as profundezas marítimas é tarefa difícil, por ser um lugar inóspito para humanos – com altas pressões, um ambiente corrosivo de água salgada e sem luz. Não à toa, mais pessoas estiveram por mais tempo na superfície lunar iluminada pelo sol do que no ponto mais profundo do oceano do nosso planeta.
    Há 170 anos acreditava-se que não havia vida na profundeza oceânica em razão da ausência de luz solar. Hoje, sabemos que não só existe vida, como essa vida marinha existe nos ambientes mais extremos. As fontes hidrotermais habitadas por organismos a mais de três quilômetros de profundidade, descobertas em 1977 por cientistas, hospedam vida que obtém energia a partir de reações químicas, em vez da luz solar. No ano passado, foi descoberto um novo ecossistema animal prosperando em cavidades abaixo dessas fontes. Com tanto para explorar, não nos espanta que tantas novas espécies marinhas sejam encontradas com frequência. Neste ano, apenas nas Cordilheiras de Salas y Gomez e Nazca foram descobertas cerca de 170 novas espécies. Cientistas seguem a procurar outras para serem somadas às cerca de 240 mil espécies marinhas já identificadas, entre 2,2 milhões estimadas pelo Censo Oceânico.

(Janaína Bumbeer e Jyotika Virmani. Em: https://www.estadao.com.br, 16.09.2024. Adaptado)
Considere as passagens:

•  ... ela é quase oito vezes mais alta que o icônico Pão de Açúcar... (1º parágrafo)
•  ... por ser um lugar inóspito para humanos... (2º parágrafo)
•  ... foi descoberto um novo ecossistema animal prosperando... (3º parágrafo)

Os termos destacados são sinônimos de, respectivamente:
Alternativas
Ano: 2024 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2024 - TJ-SP - Oficial de Justiça |
Q3253530 Português
Leia o texto para responder à questão.

Descobrindo nosso planeta: os mistérios do oceano

    Há alguns dias, o mundo soube de uma nova montanha na Terra. Com 3109 metros de altura, ela é quase oito vezes mais alta que o icônico Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro. Mas não é tão fácil de ser vista, por estar escondida no nosso oceano. Seu cume fica quase mil metros abaixo da superfície do mar, de modo que toda a montanha fique em escuridão absoluta, e, mesmo assim, ela abriga vida marinha abundante, que está intacta durante séculos. A descoberta ocorreu durante uma expedição para explorar as águas internacionais da Cordilheira de Nazca, uma cadeia montanhosa no Sudeste do Pacífico, usando tecnologias sofisticadas de mapeamento do fundo do mar a partir de um navio de pesquisa.
    Explorar as profundezas marítimas é tarefa difícil, por ser um lugar inóspito para humanos – com altas pressões, um ambiente corrosivo de água salgada e sem luz. Não à toa, mais pessoas estiveram por mais tempo na superfície lunar iluminada pelo sol do que no ponto mais profundo do oceano do nosso planeta.
    Há 170 anos acreditava-se que não havia vida na profundeza oceânica em razão da ausência de luz solar. Hoje, sabemos que não só existe vida, como essa vida marinha existe nos ambientes mais extremos. As fontes hidrotermais habitadas por organismos a mais de três quilômetros de profundidade, descobertas em 1977 por cientistas, hospedam vida que obtém energia a partir de reações químicas, em vez da luz solar. No ano passado, foi descoberto um novo ecossistema animal prosperando em cavidades abaixo dessas fontes. Com tanto para explorar, não nos espanta que tantas novas espécies marinhas sejam encontradas com frequência. Neste ano, apenas nas Cordilheiras de Salas y Gomez e Nazca foram descobertas cerca de 170 novas espécies. Cientistas seguem a procurar outras para serem somadas às cerca de 240 mil espécies marinhas já identificadas, entre 2,2 milhões estimadas pelo Censo Oceânico.

(Janaína Bumbeer e Jyotika Virmani. Em: https://www.estadao.com.br, 16.09.2024. Adaptado)
A relação de consequência e causa, nessa ordem, está presente entre as informações da seguinte passagem do texto:
Alternativas
Ano: 2024 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2024 - TJ-SP - Oficial de Justiça |
Q3253529 Português
Leia o texto para responder à questão.

Descobrindo nosso planeta: os mistérios do oceano

    Há alguns dias, o mundo soube de uma nova montanha na Terra. Com 3109 metros de altura, ela é quase oito vezes mais alta que o icônico Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro. Mas não é tão fácil de ser vista, por estar escondida no nosso oceano. Seu cume fica quase mil metros abaixo da superfície do mar, de modo que toda a montanha fique em escuridão absoluta, e, mesmo assim, ela abriga vida marinha abundante, que está intacta durante séculos. A descoberta ocorreu durante uma expedição para explorar as águas internacionais da Cordilheira de Nazca, uma cadeia montanhosa no Sudeste do Pacífico, usando tecnologias sofisticadas de mapeamento do fundo do mar a partir de um navio de pesquisa.
    Explorar as profundezas marítimas é tarefa difícil, por ser um lugar inóspito para humanos – com altas pressões, um ambiente corrosivo de água salgada e sem luz. Não à toa, mais pessoas estiveram por mais tempo na superfície lunar iluminada pelo sol do que no ponto mais profundo do oceano do nosso planeta.
    Há 170 anos acreditava-se que não havia vida na profundeza oceânica em razão da ausência de luz solar. Hoje, sabemos que não só existe vida, como essa vida marinha existe nos ambientes mais extremos. As fontes hidrotermais habitadas por organismos a mais de três quilômetros de profundidade, descobertas em 1977 por cientistas, hospedam vida que obtém energia a partir de reações químicas, em vez da luz solar. No ano passado, foi descoberto um novo ecossistema animal prosperando em cavidades abaixo dessas fontes. Com tanto para explorar, não nos espanta que tantas novas espécies marinhas sejam encontradas com frequência. Neste ano, apenas nas Cordilheiras de Salas y Gomez e Nazca foram descobertas cerca de 170 novas espécies. Cientistas seguem a procurar outras para serem somadas às cerca de 240 mil espécies marinhas já identificadas, entre 2,2 milhões estimadas pelo Censo Oceânico.

(Janaína Bumbeer e Jyotika Virmani. Em: https://www.estadao.com.br, 16.09.2024. Adaptado)
O texto tem como objetivo
Alternativas
Q3252490 Português




(Mort Walker, “Recruta Zero”. https://cultura.estadao.com.br/quadrinhos, 20.09.2024)

O termo obsoleto (1 º quadro) é antônimo de
Alternativas
Q3252489 Português




(Mort Walker, “Recruta Zero”. https://cultura.estadao.com.br/quadrinhos, 20.09.2024)

Com a frase do personagem no 2o quadro, conclui-se corretamente que ele decidiu
Alternativas
Q3252488 Português
Agora, o quadro se agravou. Os fatos nos põem frente__________  frente com o exaurimento não dos impérios, não da humanidade, mas do planeta Terra. Estamos presenciando________ fadiga do material e do imaterial: fadiga da natureza e das narrativas sobre a natureza, fadiga do Corpo de Bombeiros e dos métodos incorpóreos de combate _________queimadas. Fadiga da fadiga.

(Eugênio Bucci, Sensações Apocalíticas. Em: https://www.estadao.com.br/opiniao, 19.09.2024. Adaptado)
Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, com:
Alternativas
Q3252487 Português
Sensações apocalíticas


   Na capa do jornal Estado de terça-feira, uma foto mostra Brasília submersa em fumaça densa, quase opaca. Na TV, paredões de fogo se levantam e marcham. A olho nu, a fuligem se derrama sobre a cidade; filamentos de carvão vindos no vento aterrissam como libélulas no capô do automóvel de um milhão de reais. O desastre climático é um desastre social, que castiga antes os de baixo, mas quando se impõe para valer não respeita a segregação entre as classes. Não respeita nada, cobre até os astros no céu. A Lua fica vermelha, como se obedecesse ao Apocalipse (6:12): “Inteira como sangue”.

   Sol prata, chuva preta (isso quando chove). Aumentam as internações nos hospitais. Sobem os óbitos por problemas respiratórios. O noticiário dá conta de que um território equivalente ao Estado de Roraima já virou cinza. A realidade se mostra pior do que as previsões da teoria.

   O livro A Terra Inabitável, do jornalista americano David Wallace-Wells, passava por pessimista ao ser lançado, em 2017, mas agora parece brando. Seu alerta de que o descongelamento do solo do Alasca e da Sibéria liberaria gases de efeito estufa e ressuscitaria micro-organismos capazes de desencadear epidemias desconhecidas foi superado por cenários ainda mais assustadores.

   O cientista Carlos Nobre se declarou “apavorado”. Num artigo publicado no UOL, ele retomou o adjetivo que deu título ao livro de Wallace-Wells e sentenciou: “Se a temperatura global aumentar em 4º C até 2100, grande parte do planeta, incluindo o Brasil, pode se tornar inabitável”. O Rio Solimões se reduziu a um riacho fantasma, inabitável para peixes. As metrópoles estrebucham entre dois extremos: no primeiro, inundações infectas alagam as casas com doenças e lama; no segundo, a seca ameaça matar de sede os moradores.

   Para onde quer que se olhe, proliferam os sinais de esfacelamento generalizado.


(Eugênio Bucci, Sensações Apocalíticas.
Em: https://www.estadao.com.br/opiniao, 19.09.2024. Adaptado)
Considere as passagens:

•  ... uma foto mostra Brasília submersa em fumaça densa... (1 º parágrafo)
•  ... que castiga antes os de baixo... (1 º parágrafo)
•  Sobem os óbitos por problemas respiratórios. (2 º parágrafo)
•  ... a seca ameaça matar de sede os moradores. (4 º parágrafo)

De acordo com a norma-padrão e o sentido original, a reescrita de Brasília submersa em fumaça densa, o sinônimo de antes e as relações estabelecidas pelas preposições por e de são, respectivamente:
Alternativas
Q3252486 Português
Sensações apocalíticas


   Na capa do jornal Estado de terça-feira, uma foto mostra Brasília submersa em fumaça densa, quase opaca. Na TV, paredões de fogo se levantam e marcham. A olho nu, a fuligem se derrama sobre a cidade; filamentos de carvão vindos no vento aterrissam como libélulas no capô do automóvel de um milhão de reais. O desastre climático é um desastre social, que castiga antes os de baixo, mas quando se impõe para valer não respeita a segregação entre as classes. Não respeita nada, cobre até os astros no céu. A Lua fica vermelha, como se obedecesse ao Apocalipse (6:12): “Inteira como sangue”.

   Sol prata, chuva preta (isso quando chove). Aumentam as internações nos hospitais. Sobem os óbitos por problemas respiratórios. O noticiário dá conta de que um território equivalente ao Estado de Roraima já virou cinza. A realidade se mostra pior do que as previsões da teoria.

   O livro A Terra Inabitável, do jornalista americano David Wallace-Wells, passava por pessimista ao ser lançado, em 2017, mas agora parece brando. Seu alerta de que o descongelamento do solo do Alasca e da Sibéria liberaria gases de efeito estufa e ressuscitaria micro-organismos capazes de desencadear epidemias desconhecidas foi superado por cenários ainda mais assustadores.

   O cientista Carlos Nobre se declarou “apavorado”. Num artigo publicado no UOL, ele retomou o adjetivo que deu título ao livro de Wallace-Wells e sentenciou: “Se a temperatura global aumentar em 4º C até 2100, grande parte do planeta, incluindo o Brasil, pode se tornar inabitável”. O Rio Solimões se reduziu a um riacho fantasma, inabitável para peixes. As metrópoles estrebucham entre dois extremos: no primeiro, inundações infectas alagam as casas com doenças e lama; no segundo, a seca ameaça matar de sede os moradores.

   Para onde quer que se olhe, proliferam os sinais de esfacelamento generalizado.


(Eugênio Bucci, Sensações Apocalíticas.
Em: https://www.estadao.com.br/opiniao, 19.09.2024. Adaptado)
A concordância verbal e a concordância nominal estão em conformidade com a norma-padrão na seguinte reescrita de informações do texto:
Alternativas
Q3252485 Português
Sensações apocalíticas


   Na capa do jornal Estado de terça-feira, uma foto mostra Brasília submersa em fumaça densa, quase opaca. Na TV, paredões de fogo se levantam e marcham. A olho nu, a fuligem se derrama sobre a cidade; filamentos de carvão vindos no vento aterrissam como libélulas no capô do automóvel de um milhão de reais. O desastre climático é um desastre social, que castiga antes os de baixo, mas quando se impõe para valer não respeita a segregação entre as classes. Não respeita nada, cobre até os astros no céu. A Lua fica vermelha, como se obedecesse ao Apocalipse (6:12): “Inteira como sangue”.

   Sol prata, chuva preta (isso quando chove). Aumentam as internações nos hospitais. Sobem os óbitos por problemas respiratórios. O noticiário dá conta de que um território equivalente ao Estado de Roraima já virou cinza. A realidade se mostra pior do que as previsões da teoria.

   O livro A Terra Inabitável, do jornalista americano David Wallace-Wells, passava por pessimista ao ser lançado, em 2017, mas agora parece brando. Seu alerta de que o descongelamento do solo do Alasca e da Sibéria liberaria gases de efeito estufa e ressuscitaria micro-organismos capazes de desencadear epidemias desconhecidas foi superado por cenários ainda mais assustadores.

   O cientista Carlos Nobre se declarou “apavorado”. Num artigo publicado no UOL, ele retomou o adjetivo que deu título ao livro de Wallace-Wells e sentenciou: “Se a temperatura global aumentar em 4º C até 2100, grande parte do planeta, incluindo o Brasil, pode se tornar inabitável”. O Rio Solimões se reduziu a um riacho fantasma, inabitável para peixes. As metrópoles estrebucham entre dois extremos: no primeiro, inundações infectas alagam as casas com doenças e lama; no segundo, a seca ameaça matar de sede os moradores.

   Para onde quer que se olhe, proliferam os sinais de esfacelamento generalizado.


(Eugênio Bucci, Sensações Apocalíticas.
Em: https://www.estadao.com.br/opiniao, 19.09.2024. Adaptado)
Considere as passagens:
•  Não respeita nada, cobre até os astros no céu. (1 º parágrafo)
•  Seu alerta de que o descongelamento do solo... (3 º parágrafo)
•  ... ele retomou o adjetivo... (4 º parágrafo)

As expressões destacadas mantêm relação coesiva, correta e respectivamente, com os termos: 
Alternativas
Q3252481 Português
Sensações apocalíticas


   Na capa do jornal Estado de terça-feira, uma foto mostra Brasília submersa em fumaça densa, quase opaca. Na TV, paredões de fogo se levantam e marcham. A olho nu, a fuligem se derrama sobre a cidade; filamentos de carvão vindos no vento aterrissam como libélulas no capô do automóvel de um milhão de reais. O desastre climático é um desastre social, que castiga antes os de baixo, mas quando se impõe para valer não respeita a segregação entre as classes. Não respeita nada, cobre até os astros no céu. A Lua fica vermelha, como se obedecesse ao Apocalipse (6:12): “Inteira como sangue”.

   Sol prata, chuva preta (isso quando chove). Aumentam as internações nos hospitais. Sobem os óbitos por problemas respiratórios. O noticiário dá conta de que um território equivalente ao Estado de Roraima já virou cinza. A realidade se mostra pior do que as previsões da teoria.

   O livro A Terra Inabitável, do jornalista americano David Wallace-Wells, passava por pessimista ao ser lançado, em 2017, mas agora parece brando. Seu alerta de que o descongelamento do solo do Alasca e da Sibéria liberaria gases de efeito estufa e ressuscitaria micro-organismos capazes de desencadear epidemias desconhecidas foi superado por cenários ainda mais assustadores.

   O cientista Carlos Nobre se declarou “apavorado”. Num artigo publicado no UOL, ele retomou o adjetivo que deu título ao livro de Wallace-Wells e sentenciou: “Se a temperatura global aumentar em 4º C até 2100, grande parte do planeta, incluindo o Brasil, pode se tornar inabitável”. O Rio Solimões se reduziu a um riacho fantasma, inabitável para peixes. As metrópoles estrebucham entre dois extremos: no primeiro, inundações infectas alagam as casas com doenças e lama; no segundo, a seca ameaça matar de sede os moradores.

   Para onde quer que se olhe, proliferam os sinais de esfacelamento generalizado.


(Eugênio Bucci, Sensações Apocalíticas.
Em: https://www.estadao.com.br/opiniao, 19.09.2024. Adaptado)
Na opinião do autor, a situação ambiental do país
Alternativas
Q3252479 Português
A andorinha da torre


   Desde muito tempo que o serviço da torre da Igreja de X estava confiado ao velho Emílio...

   Era aquele homem de barbas longas e brancas, espécie dessas figuras com que se costuma fazer a imagem mítica dos grandes rios, era aquele velho que via-se de tarde, à janela da torre sob a cúpula enorme do sino grande, olhando vagamente para o espaço, sem dar atenção ao burburinho da cidade, que circulava nas ruas lá embaixo...

   Os mais antigos moradores do lugar lembravam-se de que Emílio fora sempre o mesmo homem de barbas longas e brancas, o mesmo, como a ruína consagrada pelo tempo, que nunca fica mais velha. Respeitava-se muito ao velho sineiro. Era o mais honrado dos homens e, além disso, era o avô da mais galante criança que se tem visto.

    Por aqueles cinco quarteirões em volta não havia quem não gostasse da andorinha da torre. Festejavam muito aquela criança, davam a ela doces e beijos que não havia mãos a medir; sentiam só que ela fugisse tanto a meter-se na torre com o avô e esquecesse pelos velhos amigos de bronze que moravam lá no alto as pessoas da cidade que tanto a queriam.

   Mas como havia de ser se ela amava perdidamente os seus sinos e o seu avô?... Achava os sinos frios demais e pachorrentos como uns homens de idade, mas, em compensação, admirava-os, quando vovô Emílio despertava-lhes a sanha e os fazia pularem, voltearem como clowns*, precipitarem-se no espaço como se fossem desabar e ressurgirem para o alto, com a boca largamente aberta, como um sorriso de gigante satisfeito.

   A pequena Rita admirava os sinos. Esta admiração transformava-se em amorosa simpatia. Estranhava no fundo do espírito aqueles monstros boquiabertos que sabiam ser igualmente a imobilidade e o turbilhão, o silêncio e a trovoada; ajudava o avô a tratá-los, limpar-lhes o bojo profundo e escuro, clarear-lhes os dourados de fora, esgravatar-lhes os interstícios dos relevos que os enfeitavam...

    Havia amor de família naquele pequeno mundo que vivia na torre.


(Raul Pompeia, A andorinha da torre. Em: https://www.biblio.com.br. Adaptado. Acesso em 12.09.2024)

* palhaços 
Conforme os sentidos expressos no texto e a norma-padrão de pontuação, a passagem – Achava os sinos frios demais e pachorrentos como uns homens de idade, mas, em compensação, admirava-os, quando vovô Emílio despertava-lhes a sanha e os fazia pularem... (5º parágrafo) – está adequadamente reescrita em:
Alternativas
Q3252476 Português
A andorinha da torre


   Desde muito tempo que o serviço da torre da Igreja de X estava confiado ao velho Emílio...

   Era aquele homem de barbas longas e brancas, espécie dessas figuras com que se costuma fazer a imagem mítica dos grandes rios, era aquele velho que via-se de tarde, à janela da torre sob a cúpula enorme do sino grande, olhando vagamente para o espaço, sem dar atenção ao burburinho da cidade, que circulava nas ruas lá embaixo...

   Os mais antigos moradores do lugar lembravam-se de que Emílio fora sempre o mesmo homem de barbas longas e brancas, o mesmo, como a ruína consagrada pelo tempo, que nunca fica mais velha. Respeitava-se muito ao velho sineiro. Era o mais honrado dos homens e, além disso, era o avô da mais galante criança que se tem visto.

    Por aqueles cinco quarteirões em volta não havia quem não gostasse da andorinha da torre. Festejavam muito aquela criança, davam a ela doces e beijos que não havia mãos a medir; sentiam só que ela fugisse tanto a meter-se na torre com o avô e esquecesse pelos velhos amigos de bronze que moravam lá no alto as pessoas da cidade que tanto a queriam.

   Mas como havia de ser se ela amava perdidamente os seus sinos e o seu avô?... Achava os sinos frios demais e pachorrentos como uns homens de idade, mas, em compensação, admirava-os, quando vovô Emílio despertava-lhes a sanha e os fazia pularem, voltearem como clowns*, precipitarem-se no espaço como se fossem desabar e ressurgirem para o alto, com a boca largamente aberta, como um sorriso de gigante satisfeito.

   A pequena Rita admirava os sinos. Esta admiração transformava-se em amorosa simpatia. Estranhava no fundo do espírito aqueles monstros boquiabertos que sabiam ser igualmente a imobilidade e o turbilhão, o silêncio e a trovoada; ajudava o avô a tratá-los, limpar-lhes o bojo profundo e escuro, clarear-lhes os dourados de fora, esgravatar-lhes os interstícios dos relevos que os enfeitavam...

    Havia amor de família naquele pequeno mundo que vivia na torre.


(Raul Pompeia, A andorinha da torre. Em: https://www.biblio.com.br. Adaptado. Acesso em 12.09.2024)

* palhaços 
O conto, escrito no século XIX, apresenta colocação pronominal desabonada pela norma-padrão atual. Isso se evidencia na passagem: 
Alternativas
Respostas
321: A
322: D
323: D
324: C
325: E
326: B
327: A
328: E
329: C
330: B
331: D
332: C
333: D
334: B
335: E
336: B
337: A
338: B
339: D
340: C