Dislexia1. A dislexia fonológica, ou disfonética, envolve d...
Dislexia
1. A dislexia fonológica, ou disfonética, envolve dificuldades na decodificação fonológica, resultando em problemas na conversão de grafemas em fonemas, enquanto a dislexia superficial, ou diseidética, afeta o reconhecimento visual de palavras irregulares, prejudicando a leitura rápida e automática (Shaywitz, 2003).
2. Modelos de dupla rota de leitura, como propostos por Coltheart, sugerem que há duas vias neurais distintas para a leitura: uma viafonológica, que processa palavras desconhecidas e não palavras, e uma via lexical, que lida com palavras familiares e irregulares, refletindo a interação complexa entre os sistemas fonológico e ortográfico (Coltheart et al., 2001).
3. Estudos de neuroimagem indicam que a dislexia está associada a anormalidades funcionais e estruturais nas regiões temporoparietal e occipito-temporal esquerdas, áreas críticas para o processamento fonológico e ortográfico, mostrando uma disfunção na integração multimodal dos estímulos visuais e auditivos (Shaywitz & Shaywitz, 2008).
4. Intervenções baseadas em evidências para dislexia incluem programas de instrução fonológica explícita, que visam fortalecer as habilidades de decodificação e a consciência fonêmica, essenciais para a leitura eficaz, integrando estratégias de ensino multisensoriais para facilitar a aprendizagem (Snowling & Hulme, 2012).
5. A dislexia é frequentemente superada na idade adulta sem necessidade de intervenção contínua, uma vez que os indivíduos desenvolvem estratégias compensatórias naturais ao longo do tempo, tornando a intervenção fonoaudiológica dispensável após a adolescência (Lyon et al., 2003).
Alternativas:
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Para responder à questão apresentada sobre dislexia, é fundamental compreender alguns conceitos relacionados aos tipos de dislexia, modelos de leitura e intervenções possíveis.
Alternativa correta: B - As afirmativas 1, 2 e 4 são corroboradas pela literatura acadêmica.
A seguir, explico o porquê:
1. **Dislexia fonológica e superficial:** As afirmativas trazem uma diferenciação entre dislexia fonológica (dificuldades na decodificação dos sons das letras) e dislexia superficial (dificuldades no reconhecimento visual de palavras), conforme descrito por Shaywitz (2003). Essa classificação é amplamente aceita na literatura científica.
2. **Modelos de dupla rota de leitura:** Coltheart et al. (2001) propõem que existem duas vias neurais para a leitura: a via fonológica, que é utilizada para palavras desconhecidas e não palavras, e a via lexical, que processa palavras familiares e irregulares. Essa teoria é um pilar importante nos estudos de leitura e dislexia.
4. **Intervenções baseadas em evidências:** Afirmativas sobre instruções fonológicas explícitas e intervenções multisensoriais são sustentadas por Snowling e Hulme (2012). Estas estratégias são reconhecidas por melhorar a leitura em indivíduos com dislexia.
Agora, vamos analisar por que as outras alternativas estão incorretas:
A - Todas as afirmativas são inquestionavelmente verdadeiras. Esta alternativa está incorreta porque a afirmativa 5 não é universalmente aceita. Nem todos os indivíduos superam a dislexia na idade adulta sem intervenção contínua.
C - As afirmativas 2, 3 e 5 são validadas por estudos empíricos e teóricos. A afirmativa 5 não é consistentemente apoiada por estudos empíricos, pois muitos indivíduos precisam de suporte contínuo.
D - As afirmativas 1, 3 e 5 encontram respaldo nas pesquisas contemporâneas. Novamente, a afirmativa 5 não é corroborada por todos os estudos contemporâneos.
E - Apenas as afirmativas 1, 2 e 3 são sustentadas por evidências teóricas e empíricas. Embora 1, 2 e 3 sejam apoiadas, a exclusão da afirmativa 4 torna essa opção incorreta, já que 4 é substancialmente corroborada por evidências.
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