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Q3104822 Psicologia

    Lívia, 14 anos de idade, teve uma perda ponderal considerável nos últimos meses. Estranhando o comportamento da filha, a genitora decidiu levá-la para receber atenção profissional na rede pública de saúde, em seu território. Chegando lá, a equipe multidisciplinar, composta por médico e psicólogo, iniciou a entrevista com mãe e filha presentes. A mãe relatou o seguinte:


         “Nos últimos 4 meses, Lívia tem comido bem menos. Como trabalho muito e a crio sozinha, não sei muito bem como começou. Passei a estranhar quando ela começou a não comer a marmita que sempre deixo pronta para ela e passou a não pedir para eu fazer as comidinhas e sobremesas que pedia aos finais de semana. Ficou mais quieta e mais fraca. Até achei que tinha relação com o período menstrual, pois ela tem um fluxo intenso e fica mais na dela quando está naqueles dias. Quando perguntei, ela me contou não tinha nada a ver com isso e que a menstruação não vinha havia mais de dois meses. Passamos logo no postinho e ela fez um teste de gravidez. Fez três vezes pra termos certeza. Mas não era menino não.” [sic].


     E continuou:

    

    “Passou a ficar irritadiça quando eu perguntava sobre sua alimentação ou oferecia as coisas que antes ela gostava de comer. Ficou mais calada, quieta e passou a ficar mais tempo no quarto. Com muito jeito, depois de alguns dias, ela conseguiu se abrir comigo. Comentou que nunca gostou de seu corpo, que sempre se achou gorda demais, que o nariz é ‘grande e de batata’, que tem vontade de morrer só de pensar em engordar. Revelou para mim que tem contado as calorias de tudo o que come e que a cabeça falta explodir, porque os pensamentos não param. Meu coração quase não aguentou, doutor. Mas o que quase acabou comigo foi encontrar umas marcas no braço dela. Depois de muito esforço meu, ela confessou que tem tido pensamentos muito ruins e tem perdido a vontade de tudo, inclusive de viver. Minhas pernas falharam na hora. Pensei que fosse ter um ataque. Nunca tinha visto minha filha assim. Estou disposta a largar tudo para cuidar dela e ela sabe disso. Falava que não precisava de tratamento nenhum e que a única coisa da qual gostaria de se livrar é do medo de engordar. Mas, depois que fizemos os exames na unidade básica de saúde, o médico disse que precisaríamos buscar ajuda psicológica também, pois o quadro dela não melhoraria se não cuidássemos da sua saúde mental. Aí ela amoleceu e aceitou vir hoje.” [sic]. 



Ainda considerando o caso clínico apresentado no texto 17A1, julgue o item que se segue, relativos à avaliação psicológica e a teorias psicoterápicas. 
Para a detecção de possíveis doenças mentais, o médico da unidade básica de saúde que inicialmente atendeu Lívia e sua mãe poderia fazer uso de uma das seguintes três estratégias, as quais são indicadas para a realização de diagnóstico clínico: entrevistas padronizadas, escalas rápidas de rastreamento e escalas psicométricas. 
Alternativas

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Gabarito: E - Errado

A questão aborda a detecção de possíveis doenças mentais em um ambiente de saúde pública, utilizando estratégias específicas de avaliação psicológica. Para resolver corretamente, é necessário compreender as diferenças entre as ferramentas mencionadas e suas aplicações adequadas.

Explicação:

O enunciado sugere que o médico da unidade de saúde poderia usar "entrevistas padronizadas, escalas rápidas de rastreamento e escalas psicométricas" para realizar um diagnóstico clínico. No entanto, é importante entender que cada uma dessas ferramentas possui características específicas de aplicação em contextos clínicos.

1. Entrevistas padronizadas: São utilizadas para obter informações consistentes e abrangentes sobre o paciente, seguindo um formato específico. Elas são eficazes para a coleta de dados qualitativos, mas não são suficientes por si só para um diagnóstico preciso de doenças mentais sem o apoio de outras ferramentas complementares.

2. Escalas rápidas de rastreamento: São instrumentos que ajudam a identificar rapidamente sintomas ou sinais de possíveis transtornos, mas não substituem um diagnóstico completo. Elas são úteis para triagem inicial, não sendo adequadas para diagnósticos definitivos.

3. Escalas psicométricas: Estas são usadas para medir construtos psicológicos específicos, como ansiedade ou depressão. Embora forneçam dados quantitativos valiosos, elas precisam ser interpretadas dentro do contexto clínico e geralmente complementam outras formas de avaliação.

No cenário apresentado, afirmar que essas estratégias, isoladamente, são suficientes para realizar um diagnóstico clínico completo é incorreto. Para um diagnóstico preciso, especialmente em casos complexos como o de Lívia, é necessário um processo abrangente que combine diferentes abordagens e avaliações, considerando a colaboração interdisciplinar.

Conclusão: O gabarito está correto ao indicar "Errado" para a afirmação de que essas estratégias, por si só, são suficientes para diagnóstico clínico de doenças mentais. Elas são parte do processo, mas não substituem uma avaliação completa e integrada.

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Comentários

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Testes Psicométricos são privativos de psicólogos. Portanto, o médico da UBS não poderia fazer uso.

Entrevistas padronizadas não são favoráveis ao processo diagnóstico clínico, visto que não abre espaço investigações aprofundadas.

O erro está em afirmar que as entrevistas padronizadas, escalas rápidas de rastreamento e escalas psicométricas são para diagnóstico clínico. Esses instrumentos ajudam no rastreamento, mas o diagnóstico deve ser feito por um profissional qualificado, com uma avaliação mais aprofundada.

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