O Plano Cruzado decretado em 28 de fevereiro de 1986:

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Q221988 Economia
O Plano Cruzado decretado em 28 de fevereiro de 1986:
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Alternativa correta: A - provocou uma redistribuição de renda em favor dos assalariados.

O tema central desta questão é o Plano Cruzado, um plano econômico implementado no Brasil em 1986, que teve como objetivo principal combater a inflação galopante que o país enfrentava na época. Para responder corretamente à questão, é essencial compreender os efeitos e medidas desse plano na economia, especialmente em relação aos assalariados.

O Plano Cruzado foi uma tentativa de controlar a inflação por meio de um congelamento de preços e salários, a introdução de uma nova moeda (o Cruzado) e a eliminação da indexação automática dos preços. Uma das consequências do congelamento foi a redistribuição de renda em favor dos assalariados, pois os salários foram reajustados antes do congelamento, enquanto os preços permaneceram fixos, aumentando temporariamente o poder de compra dos trabalhadores.

Justificativa da alternativa correta:

A alternativa A está correta porque, de fato, o Plano Cruzado, ao congelar preços e reajustar salários, trouxe uma momentânea melhoria no poder aquisitivo dos assalariados. Isso ocorreu porque, durante o congelamento, os preços das mercadorias permaneciam estáveis, enquanto os salários, que haviam sido reajustados, aumentaram a capacidade de compra da população.

Análise das alternativas incorretas:

B - teve como objetivo gerar maior indexação no Brasil para ampliar a atividade econômica.

Essa alternativa está incorreta. O Plano Cruzado visava reduzir a indexação, não aumentá-la. A ideia era desacelerar a inflação cortando a inércia inflacionária, que era alimentada pela alta indexação dos preços e salários.

C - realizou um rigoroso ajuste fiscal e monetário.

Esta alternativa não é precisa. O Plano Cruzado não foi caracterizado por um ajuste fiscal rigoroso. Embora houvesse controle inflacionário, as medidas fiscais não foram o foco principal do plano.

D - provocou um forte ajuste externo como nunca se tinha visto em anos anteriores a 1986.

Essa afirmação é incorreta. O Plano Cruzado não priorizou um ajuste externo significativo. Sua principal preocupação era o controle da inflação interna, não as contas externas.

E - obteve uma desvalorização altamente significativa da taxa de câmbio no Brasil.

Essa alternativa está errada. O Plano Cruzado não se concentrou em desvalorizar a moeda; pelo contrário, introduziu uma nova moeda, o Cruzado, e buscava estabilidade econômica por meio do controle de preços.

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O Plano Cruzado:

As principais medidas contidas no Plano eram:

  • congelamento de preços de bens e serviços nos níveis do dia 27 de fevereiro de 1986;
  • Congelamento da Taxa de Câmbio por um ano em 13,84 Cruzados = 1 Dólar e 20,58 Cruzados = 1 Libra
  • reforma monetária, com alteração da unidade do sistema monetário, que passou a denominar-se cruzado (Cz$), cujo valor correspondia a mil unidades de cruzeiro;
  • substituição da Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional ORTN, título da dívida pública instituído em 1964, pela Obrigação do Tesouro Nacional (OTN), cujo valor foi fixada em Cz$106,40 e congelado por um ano;
  • congelamento dos salários pela média de seu valor dos últimos seis meses e do salário mínimo em Cz$ 804,00, que era igual a Aproximadamente a US$ 67,00 de Salário Mínimo
  • como a economia fora desindexada, institui-se uma tabela de conversão para transformar as dívidas contraídas numa economia com inflação muito alta em dívidas contraídas em uma economia de inflação praticamente nula;
  • criação de uma espécie de seguro-desemprego para aqueles que fossem dispensados sem justa causa ou em virtude do fechamento de empresas;
  • os reajustes salariais passaram a ser realizados por um dispositivo chamado "gatilho salarial" ou "seguro-inflação", que estabelecia o reajuste automático dos salários sempre que a inflação alcançasse 20% [2]
b) O principal objetivo era conter a inflação
c) Não foi realizado ajuste fiscal ou monetário. Quando muito, traca de moeda cruzeiro para cruzado, fim da correção monetária e congelamento de preços.
d) Não provocou ajuste externo.
e) Não havia referência específica no decreto-lei quanto a taxa de câmbio, mas o governo indicou que a manteria fixa indefinidamente a Cz$ 13,84 em relação ao Dólar.
Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Plano_cruzado e http://estudoeconomia.webnode.com.br/news/o-plano-cruzado/

 

A) provocou uma redistribuição de renda em favor dos assalariados.

CERTO - com o aumento do poder de compra em função da correção dos salários () houve redistribuição de renda em favor dos assalariados

B) teve como objetivo gerar maior indexação no Brasil para ampliar a atividade econômica.

ERRADO - justamente o contrário, pois o diagnóstico era o de inflação inercial (excesso de indexação).

C) realizou um rigoroso ajuste fiscal e monetário.

ERRADO - não houve um rigoroso ajuste fiscal e monetário (políticas moderadamente passivas)

D) provocou um forte ajuste externo como nunca se tinha visto em anos anteriores a 1986.

ERRADO - o ajuste externo (desvalorização do câmbio) se deu antes do plano cruzado, a saber, no início do governo Sarney, quando se buscou via maxidesvalorização cambial os saldos positivos na balança comercial. Ocorre que o salto na balança comercial (X-M) não modificou o produto (Y), o que evidenciou uma redução no consumo (C), ou nos gastos do governo (G) ou no investimento privado (I) [ dada a equação fundamental Y = C + I + G + (X - M) ]. Daí a necessidade de emissão de títulos públicos internos desde então. Na sequência do plano Cruzado, o câmbio não foi depreciado, e sim congelado (valor fixado em US$ 1,00 >>> CRZ$ 13,80).

E) obteve uma desvalorização altamente significativa da taxa de câmbio no Brasil.

ERRADO - ver explicação da alternativa anterior.

GABARITO: A

Bons estudos!

fgv cpdoc

A concepção neo-estruturalista do processo inflacionário supunha que a moeda era passiva e que, portanto, caberia à política monetária ajustar a oferta de moeda à quantidade demandada. Na economia brasileira, por razões institucionais, em virtude do sistema de reservas bancárias defasadas e da liquidação da compra e venda dos títulos públicos na conta reservas bancárias que os bancos mantêm junto ao Banco Central, o instrumento que esta instituição utilizava para conduzir a política monetária, no dia-a-dia de suas operações, consistia na fixação da taxa de juros do overnight, a taxa pela qual os bancos comerciais trocam reservas bancárias entre si. No primeiro dia útil após o lançamento do Plano Cruzado, o Banco Central do Brasil fixou a taxa de juros supondo que a inflação esperada pelo público coincidia com a meta de inflação zero estabelecida pelo governo. O comportamento do público nos primeiros três meses do Plano Cruzado, entretanto, mostrava sinais claros de que a taxa de inflação esperada pelo público não era zero. A monetização da economia não era, portanto, compatível com a meta de inflação zero, em virtude do descompasso entre o que o público desejava e o que o Banco Central injetava de moeda na economia.

Os autores do Plano Cruzado não tiveram nenhuma preocupação com a política fiscal, pois o déficit público e seu financiamento nada tinha a ver com o processo inflacionário, segundo a visão inercialista da inflação. Na verdade, a política fiscal do Plano Cruzado foi expansionista porque houve um aumento dos salários reais do setor público, em virtude dos abonos concedidos na conversão dos mesmos para cruzados.

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