Nos “Cadernos do Cárcere” (2001), Gramsci considera que “a ...

Letra C

Para Gramsci, os intelectuais classificam-se como um grupo social que nasce no terreno originário de uma função essencial no mundo da produção econômica, dividindo-se entre orgânicos e tradicionais.

Bons estudos, galera!

A alternativa correta é a C, que diz: "um grupo social que nasce no terreno originário de uma função essencial no mundo da produção econômica, dividindo-se entre orgânicos e tradicionais".

Para compreender a visão de Antonio Gramsci sobre os intelectuais, é fundamental reconhecer que, para ele, estes não formam uma classe social autônoma ou independente, mas sim emergem do tecido das relações sociais e econômicas existentes. Gramsci argumenta que todos os homens são, de certa forma, intelectuais, mas nem todos têm a função de intelectuais na sociedade.

Gramsci diferenciou os intelectuais em duas categorias principais: orgânicos e tradicionais. Os intelectuais orgânicos são aqueles que emergem diretamente das classes fundamentais, como o proletariado, e estão intimamente ligados às necessidades práticas e à consolidação e expansão das classes que representam. Eles são, portanto, ativos na formulação de uma nova hegemonia cultural e no impulsionamento de transformações sociais. Por outro lado, os intelectuais tradicionais são aqueles que parecem ter uma autonomia e uma independência da classe dominante, como professores, filósofos e artistas, mas que, em realidade, estão vinculados à manutenção da cultura e da hegemonia existente, muitas vezes perpetuando a visão de mundo da classe dominante.

A escola, segundo Gramsci, tem um papel fundamental na formação de intelectuais, pois é nela que se dá o processo de educação e moldagem das consciências, contribuindo para a manutenção ou para a transformação da ordem social e cultural. Este processo está atrelado ao que ele denomina de hegemonia, que é a dominação cultural e ideológica de uma classe sobre outra, consolidada pelos intelectuais e pelas instituições educacionais. Portanto, a escola não é apenas um espaço para a transmissão de conhecimentos técnicos, mas também um terreno para a luta e construção de ideologias e de consciência de classe.

Essa compreensão é crucial para os pedagogos e educadores, especialmente em contextos de educação pública e de formação cidadã, pois reitera o papel do educador como um intelectual potencialmente orgânico, com a possibilidade de contribuir para o desenvolvimento crítico e transformador dos estudantes, em direção a uma sociedade mais justa e equitativa.