Acerca do planejamento e da gestão de projetos sociais, bem ...
Acerca do planejamento e da gestão de projetos sociais, bem como dos planos, programas, projetos e atividades de trabalho do assistente social, julgue o item subsequente.
Quando o planejamento de um projeto social prioriza o produto final em detrimento do processo, esse planejamento opera sob a lógica da razão crítica e propositiva, constituída pela prática contínua da equipe em uma perspectiva teleológica.
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Para compreender a questão proposta, precisamos discutir o planejamento de projetos sociais e a lógica por trás de suas abordagens. É essencial entender a diferença entre focar no produto final e no processo em si, dentro de uma perspectiva de projeto.
O planejamento de projetos sociais pode ser feito sob diversas abordagens, sendo duas delas:
- Foco no Produto Final: O planejamento prioriza resultados tangíveis e mensuráveis, muitas vezes em detrimento do processo participativo e crítico.
- Foco no Processo: Este modelo valoriza o desenvolvimento contínuo e participativo, fundamentado na razão crítica e na prática reflexiva da equipe.
A questão menciona que priorizar o produto final em detrimento do processo ocorre sob a lógica da razão crítica e propositiva, que é constituída pela prática contínua da equipe em uma perspectiva teleológica. Esse conceito está incorreto.
Justificativa para a alternativa correta ("E - Errado"):
Na verdade, quando o planejamento prioriza o produto final, ele geralmente reflete uma lógica de razão instrumental, que foca em eficiência e resultados específicos, e não na crítica e no desenvolvimento processual ou participativo. A razão crítica e propositiva está alinhada com práticas que valorizam o processo, a reflexão e a participação contínua da equipe, não apenas os resultados finais. Portanto, afirmar que priorizar o produto final representa uma razão crítica é errado.
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Comentários
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é imprescindivel que ocorra o inverso, ou seja, dar prioridade ao processo sob a lógica da razão crítica e propositiva.
questão errada;
Comentário à luz de autores do Serviço Social:
De acordo com Carlos Montaño (2003) e Yolanda Guerra (2000), a razão crítica e propositiva está fundamentada em uma prática profissional reflexiva, ético-política e comprometida com a transformação social. Essa racionalidade crítica se contrapõe à lógica tecnocrática e instrumental, que tende a valorizar resultados mensuráveis, metas e eficiência, muitas vezes em detrimento da participação, da autonomia dos sujeitos e do processo de construção coletiva.
Quando um planejamento de projeto social prioriza exclusivamente o produto final, ele opera sob a lógica da razão instrumental ou tecnocrática, que, segundo Barroco (2003), desconsidera a totalidade da realidade social e fragmenta a intervenção profissional, reduzindo-a a metas pontuais e imediatistas. Essa lógica está vinculada à racionalidade dominante nas políticas neoliberais, onde o fazer profissional é submetido à lógica da produtividade e dos indicadores.
Já a razão crítica e propositiva, como defendida por Iamamoto (2007), implica um planejamento que considera o processo como essencial — um processo dialético, participativo e comprometido com os sujeitos sociais, e que se constrói em movimento, com base na realidade concreta e nas necessidades sociais.
A perspectiva teleológica, mencionada na afirmativa, diz respeito à orientação para um fim, um objetivo. No entanto, sob a ótica crítica, o fim não justifica os meios, e sim, os meios (isto é, o processo) fazem parte da construção do fim. O planejamento crítico, portanto, integra processo e produto, como parte de uma prática comprometida com a emancipação social e não com a simples execução de tarefas.
Em resumo, segundo os autores do Serviço Social:
- A priorização do produto em detrimento do processo está mais próxima da racionalidade tecnocrática, não da crítica.
- A razão crítica e propositiva, segundo Guerra, Barroco e Iamamoto, exige um planejamento participativo, processual e comprometido com o projeto ético-político do Serviço Social.
- O planejamento não deve ser reduzido a uma lógica de resultados, mas compreendido como um processo intencional e transformador, que respeita os sujeitos e suas realidades.
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