O verbo é o núcleo da informação em

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Q2042174 Português
            Até [recentemente] toda a produção e grande parte da cultura estavam baseadas no trabalho  humano. As constituições das nações enfatizam a centralidade do trabalho. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, em seu artigo 23, estipula que "toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de seu trabalho e a condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à proteção contra o  desemprego". O trabalho emergia assim, tanto para o capitalismo quanto para o socialismo, como o  construtor do mundo e da cultura, como um direito humano fundamental, como a forma mediante a  qual o ser humano se constrói a si mesmo como criador. O desemprego, na sociedade clássica,  significava um disfuncionamento passageiro. O ideal visado pela sociedade era criar o pleno emprego para todos. Inadmissível seria compreender e aceitar o desemprego como consequência de  uma nova revolução tecnológica. Tudo era montado para dar emprego e trabalho a todos. Ora, é  exatamente o contrário que está correndo de forma irrecuperável. O aparelho produtivo  informatizado e robotizado produz mais e melhor e com quase nenhum trabalho humano. A  produção excede às necessidades dos países ricos. Desfez-se a conexão produção versus  necessidade. A questão é nunca deixar de produzir cada vez mais. Em razão desta lógica, devem-se  suscitar, mesmo artificialmente, necessidades para satisfazê-las mediante uma maior produção. 
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         A informatização e a robotização junto com as relações desiguais no comércio  internacional, favorecendo os países ricos, à custa dos pobres, produziram este fenômeno  surpreendente: nos últimos trinta anos, a Europa triplicou na riqueza e ao mesmo tempo diminuiu em  um quarto o tempo de trabalho. 
        Na medida em que cresce a abundância de bens e de serviços produzidos pela  informatização, cresce também o número dos excluídos do emprego e dos excluídos sociais.  ..................................................................................................................................................... 

        A lógica desse tipo de desenvolvimento (...) prolonga a perversidade da lógica  presente no modelo capitalista de desenvolvimento: o primado do quantitativo  sobre o qualitativo, o privilégio do capital dos meios novos de produção sobre a pessoa humana trabalhadora; a predominância do material sobre o humanístico, sobre o ético e sobre o espiritual.  .................................................................................................................................................... 

          (...) Observador atento das mudanças mundiais, o teólogo da libertação, vivendo no Brasil, José Comblin, escreveu com acerto: "Na atualidade, está se formando outra concepção da vida: o papel da pessoa na sociedade, ou melhor dito, no espetáculo da sociedade, é mais importante do que o trabalho. Por isso as atividades sociais, de representação, de diversão, de espetáculo são as mais  importantes. Para um empresário, mais importante do que o trabalho são as entrevistas dadas à  imprensa e à TV. O trabalho é o meio de acesso a um certo status social, uma figuração. Não vale  pelo trabalho, mas pela figuração que permite. No trabalho, o que importa não é a produção, mas o prestígio que confere, a iluminação que dá ao sujeito na sociedade". (...) 
           Nesta sociedade em mutação, a realização de si mesmo constitui a preocupação principal;  nem sempre esta realização passa pelo trabalho, pois pode passar por outra atividade qualquer,  ocupação alternativa e autônoma. (...) Daí a importância, nesta nova fase, do tempo livre, das férias  em função das quais se trabalha o ano todo. O fim de semana livre é mais importante que os demais dias de trabalho da semana. 
          A própria vivência da sociedade muda. Antes, conhecia-se a sociedade pela participação nela através de mil e uma atividades. Agora, pelos meios de comunicação. Sabemos o que se passa na nossa cidade por aquilo que o rádio, a televisão e os jornais mostram. A cidade virou um grande espetáculo: são os shopping centers, as vitrines, os jogos, os shows. Tudo se transformou em imagem dos mas media. O que a TV não noticia não existe e não aconteceu. O espetáculo é mundial, dos jogos olímpicos, dos campeonatos internacionais de futebol, dos shows-business, dos grandes cantores como Pavaroti, Carreras, Elton John e os Beatles e até dos conflitos e das guerras. Todos participam na TV do desenrolar das batalhas e tranquilamente torcem por um dos contendores como se estivessem numa disputa esportiva. 

         Todos se transformaram em espectadores e querem sê-lo. É pelas imagens que os cidadãos  se contemplam e projetam sua identidade. E a identidade de uma pessoa é mais e mais a imagem que  se projeta dela para os outros e menos o que ela é em si mesma em sua profundidade, em sua  dialogação consigo e com seu universo interior e exterior. Ou se participa efetivamente deste tipo de  sociedade-espetáculo, sendo um ator real, ou se participa pelo imaginário e pela imagem. Comenta José Comblin que as massas não praticam esporte, mas o veem pela TV; não produzem música, mas  escutam-na; não fazem história, mas comentam-na. Pela imagem se sentem também participantes e  não excluídos da história. 
O verbo é o núcleo da informação em
Alternativas

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Interpretação do Enunciado: A questão pede para identificar qual frase contém um verbo que é o núcleo da informação. Aqui, estamos focando na função do verbo dentro de cada oração apresentada nas alternativas.

Norma Gramatical Aplicável: O verbo é considerado o núcleo do predicado, pois é ele que traz a ação ou o estado do sujeito, formando a base da informação na oração. Segundo a Gramática Normativa da Língua Portuguesa, o verbo é essencial para a construção do sentido de uma frase.

Alternativa Correta: A alternativa D - "como se estivessem numa disputa esportiva." (L.50) - é a correta. O verbo "estivessem" é o núcleo da oração, pois expressa a ação e estabelece a relação de estado do sujeito com o predicado. Aqui, o verbo é fundamental para entender a comparação proposta, indicando a situação em que os indivíduos se encontram, ou seja, como se fossem participantes de uma disputa.

Justificativa das Alternativas Incorretas:

A - "as atividades sociais (...) são as mais importantes." (L.32/33): O verbo "são" é um verbo de ligação, que conecta o sujeito "as atividades sociais" a um predicativo. Embora seja importante, não é o núcleo da informação em um contexto mais dinâmico.

B - "O fim de semana livre é mais importante." (L.40): O verbo "é" também funciona como verbo de ligação, estabelecendo uma relação entre o sujeito e o predicativo, mas não traz uma ação que constitua o núcleo informativo.

C - "A cidade virou um grande espetáculo." (L.44/45): Embora "virou" seja um verbo de ação, a frase não apresenta a mesma relação de comparação e estado que a alternativa D, onde o verbo é central na compreensão do contexto apresentado.

Conclusão: A alternativa D é a única que coloca um verbo no centro da ação, que é crucial para entender a perspectiva apresentada no texto. As demais opções, apesar de conterem verbos, não se encaixam na definição de núcleo informativo da mesma forma.

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Comentários

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Como se eles estivessem- Sujeito Oculto.

- Núcleo da informação.

#Pertencerei PRF BRASIL

3 verbos de ligação e 1 índice de indeterminação do sujeito (gabarito).

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