A partir daí, a humanidade ...
Uma em quatro pessoas já vive em países que
atingiram pico populacional
As estimativas atualizadas da divisão de população das
Nações Unidas aumentaram as chances de que o
mundo chegue ao pico demográfico ainda neste século,
um cenário ainda mais pronunciado de declínio agregado
da população mundial.
As estimativas atualizadas da divisão de população das
Nações Unidas aumentaram as chances de que o
mundo chegue ao pico demográfico ainda neste século,
um cenário ainda mais pronunciado de declínio agregado
da população mundial.
A chance de que a humanidade atinja seu pico
populacional ainda neste século e, em seguida, entre em
um processo gradual de declínio ficou maior: a ONU fala
em 80% de chances de que isso ocorra, contra 30% de
probabilidade há dez anos.
Isso deve ocorrer em meados de 2080, quando seremos
10,3 bilhões. A partir daí, a humanidade deve entrar em
declínio demográfico e terminar o século 21 com 10,2
bilhões − 700 milhões a menos do que o estimado há
uma década.
Os resultados das estimativas divulgados nesta
quinta-feira (11) fazem parte das projeções anuais
produzidas pela ONU desde 1950, calculadas com base
nos censos nacionais e em estatísticas vitais de todos os
países, além de centenas de pesquisas amostrais com
representatividade nacional. As projeções tratam de
informações gerais relativas aos grandes fatores que
influenciam tamanho e composição das populações:
natalidade, fecundidade, mortalidade, migração, idade
média ao ter filhos, entre outros.
"O cenário demográfico evoluiu muito nos últimos anos.
Em alguns países, a taxa de natalidade agora é ainda
mais baixa do que anteriormente previsto, e também
estamos vendo declínios ligeiramente mais rápidos em
algumas regiões de alta fecundidade", diz Li Junhua,
subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Sociais
da ONU, em comunicado.
Um dos principais fatores foi a fecundidade ainda menor
do que a estimada na China, que já vem há décadas em
trajetória de redução das taxas de fecundidade e viu seu
primeiro declínio populacional em 62 anos em 2022.
Foram 850 mil pessoas a menos no país em 2022,
segundo dados oficiais, resultado de um número de
mortes maior que o de nascimentos.
Um resultado divulgado pela ONU que reforça a
tendência é o número de nascimentos por mulher, que
registra uma criança a menos do que em 1990. São 2,3
filhos em média por mulher no mundo atualmente, em
comparação a 3,3 em 1990.
Cerca de metade dos países registram taxas de
fecundidade abaixo de 2,1 nascimentos por mulher,
patamar que hipoteticamente manteria populações em
tamanho constante a longo prazo em cenário em que
não ocorre migração.
Há ainda países que experienciam taxas de fecundidade
chamadas de ultrabaixas pela ONU, ou seja, abaixo de
1,4 nascimento por mulher, casos de China, Espanha,
Itália e Coreia do Sul, por exemplo. Para os 24 países
nesse patamar, segundo a organização, o retorno ao
nível de reposição de 2,1 filhos por mulher nos próximos
30 anos é altamente improvável.
O impacto desse cenário demográfico já é sentido em
termos econômicos, com discussões que vão da cultura
ao mercado de trabalho, e também preocupa pelo efeito
inercial na estrutura etária das populações. Isto é:
décadas de baixas taxas de fecundidade resultam em
décadas de populações proporcionalmente mais
envelhecidas no presente e no futuro, que não
conseguirão retomar em pouco tempo os níveis
experimentados antes.
No momento de pico da população mundial no fim do
século, as estimativas sugerem que a fatia da
humanidade com 65 anos ou mais será maior do que a
de pessoas com menos de 18 anos. A diferença nos
extremos da estrutura etária acontecerá bem antes: em
meados de 2030, pessoas com 80 anos ou mais serão
mais numerosas do que os recém-nascidos (1 ano ou
menos).
Para Li Junhua, da ONU, há um lado positivo nesse
cenário de redução demográfica. "O pico mais cedo e
mais baixo é um sinal esperançoso. Isso poderia
significar pressões ambientais reduzidas dos impactos
humanos devido a um consumo agregado menor", diz.
Ele ressalta, por outro lado, que "um crescimento
populacional mais lento não eliminará a necessidade de
reduzir o impacto médio atribuível às atividades de cada
pessoa".
A Índia, que ultrapassou a China como país mais
populoso do mundo e tem mais de 1,4 bilhão de
habitantes, ainda tem uma janela de crescimento
relativamente grande. Segundo as estimativas da ONU,
o ano em que o país deve atingir seu pico populacional é
2062.
A migração deve seguir sendo um fator determinante
para a composição demográfica dos países. Em 50 deles
a imigração projetada será importante para atenuar o
declínio populacional; por outro lado, 13 países com a
fecundidade ultrabaixa devem sofrer com a emigração e
aprofundar a redução de sua população.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br
No período acima, empregaram-se as palavras "bilhão" e "milhão", flexionadas corretamente no plural. Em relação à concordância nominal com essas palavras e com outras com noção numeral, assinale a alternativa em que a construção esteja de acordo com a norma culta. Não leve em conta o sentido que elas trazem.
Comentários
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Alguém ajuda
Por que a alternativa E está correta:
Quando temos um numeral seguido de um substantivo ("bilhões de pessoas"), o verbo concorda com o numeral. Como "10 bilhões" está no plural, o verbo "podem" também deve estar no plural.
Por que as outras alternativas estão incorretas:
*A: As milhões de pessoas que ocupam países no mundo hoje precisam se alimentar e obter meios de sustento de vida. O correto seria "Os milhões de pessoas... precisam".
B: O mundo precisa encontrar caminhos sustentáveis para promover vida digna para as milhões de crianças que estão por nascer. O correto seria "para os milhões de crianças...".
C: As milhares de pessoas que nascem no mundo diariamente acabam acelerando o crescimento populacional. O correto seria "Os milhares de pessoas... acabam".
D: As 700 milhões de pessoas que vão existir a menos no mundo equivalem a várias populações de países somadas hoje. O correto seria "Os 700 milhões de pessoas... equivalem".
A alternativa correta é a letra E.
Quando utilizamos numerais seguidos de "milhão", "bilhão", "trilhão", etc., o artigo deve concordar com esses substantivos, que são masculinos.
Que?
E) Os 10 bilhões de pessoas no mundo podem enfrentar uma escassez de alimentos.
- Concordância nominal com numerais (milhão, bilhão, milhar):
- Quando essas palavras são seguidas de um substantivo, elas devem concordar em número (singular/plural) com o numeral que as antecede.
- Exemplo correto:
- "Os 10 bilhões de pessoas" (plural, pois "10" exige "bilhões" e o artigo "os" concorda com "bilhões").
- "As 700 milhões de pessoas" (plural, pois "700" exige "milhões" e o artigo "as" concorda com "milhões").
- Erros nas outras alternativas:
- A) "As milhões de pessoas" → Incorreto, pois "milhão" deve ficar no singular quando precedido de artigo definido no plural ("os/as"). O correto seria "Os milhões de pessoas" (mas o ideal é usar a forma exata: "as 700 milhões").
- B) "As milhões de crianças" → Mesmo erro da alternativa A. O correto seria "Os milhões de crianças" ou "As 700 milhões de crianças".
- C) "As milhares de pessoas" → Incorreto. O certo é "Os milhares de pessoas" (ou "As 5 mil pessoas", se houver numeral exato).
- D) "As 700 milhões de pessoas" → A concordância está correta ("700 milhões"), mas a alternativa E é mais precisa por seguir a estrutura do enunciado ("10 bilhões").
- Segue rigorosamente a norma culta:
- "Os 10 bilhões de pessoas" (concordância perfeita entre artigo, numeral, "bilhões" e substantivo).
- Não apresenta ambiguidade ou erro gramatical.
A alternativa D também estaria tecnicamente correta em outro contexto, mas E é a que melhor se alinha ao padrão do enunciado ("10 bilhões" vs. "700 milhões").
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