A crise estrutural do capitalismo, vivenciada em escala mund...
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Alternativa Correta: D - projetos civilizatórios.
O tema central da questão aborda a crise estrutural do capitalismo e suas repercussões. Essa crise, intensificada a partir da década de 1990, é analisada pelo historiador Eric Hobsbawm como algo que também afeta os projetos civilizatórios. Compreender esse conceito exige uma visão crítica sobre como as grandes transformações econômicas, políticas e sociais impactam a organização da sociedade e seus valores.
Resumo Teórico:
A crise estrutural do capitalismo refere-se a mudanças profundas e sistêmicas nas estruturas capitalistas que afetam sua capacidade de sustentar crescimento econômico e bem-estar social. Segundo Hobsbawm, isso não se limita apenas à economia, mas abrange também os projetos civilizatórios, que são ideais coletivos sobre como a sociedade deve se desenvolver cultural e socialmente.
Esses projetos incluem noções de justiça social, progresso tecnológico e educação. A crise pode enfraquecer essas aspirações, levando a uma revisão das metas sociais e civilizatórias que antes pareciam alcançáveis. Essa análise é apoiada por estudiosos do serviço social que exploram como essas transformações afetam políticas públicas e estruturas sociais.
Justificação da Alternativa Correta:
A alternativa D - projetos civilizatórios é correta porque a análise de Hobsbawm sobre a crise estrutural do capitalismo inclui a percepção de que as bases sobre as quais as sociedades se organizam e definem seus objetivos estão em crise. Esse ponto é crucial para entender o impacto dessas mudanças no tecido social, conforme abordado em textos acadêmicos sobre o tema.
Análise das Alternativas Incorretas:
A - esquerda e suas organizações: Apesar de a crise ter impacto em ideologias políticas, a análise de Hobsbawm é mais abrangente, focando nos projetos civilizatórios ao invés de se limitar a um espectro político.
B - moral e costumes: A crise pode afetar valores morais, mas Hobsbawm aponta para uma questão mais estrutural e global: os projetos civilizatórios.
C - ideologia do fim da história: Essa ideia, proposta por Francis Fukuyama, não é o foco central da análise de Hobsbawm. A análise de Hobsbawm se concentra mais nas mudanças socioeconômicas do que em uma suposta estagnação da evolução ideológica.
E - gestão do trabalho: Embora a crise impacte o trabalho, Hobsbawm destaca a dimensão mais ampla, que envolve os projetos civilizatórios como um todo, e não apenas a gestão do trabalho.
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GABARITO: LETRA D
A crise atual evidencia o encerramento das possibilidades civilizatórias do capitalismo. Hobsbawm (1995) a denomina como uma crise de civilização, com efeitos destrutivos e devastadores para a humanidade em geral. A flexibilização, a precarização, a instabilidade, a privatização, a desregulamentação, a crescente rotatividade, as subcontratações, a despolitização e criminalização dos movimentos da classe trabalhadora, são exemplos das implicações da crise no mundo do trabalho.
Força, guerreiros(as)!!
Zé Paulo também trata sobre o assunto no artigo "Crise do capital e consequências societárias" ao analisar os últimos trinta anos:
"[...] a ordem do capital esgotou completamente as suas potencialidades progressistas, constituindo‑se, contemporaneamente, em vetor de travagem e reversão de todas as conquistas civilizatórias."
Um artigo maravilhoso que deveria ser lido por todos, não só pelos assistentes sociais.
Qual a fonte do seu comentário, Arthur? Achei um texto idêntico ao que você citou, mas não citam Hobsbawm!
A crise atual evidencia o encerramento das possibilidades civilizatórias do capitalismo. Chesnais (2011) a denomina como uma crise de civilização, com efeitos destrutivos e devastadores para a humanidade em geral. A flexibilização, a precarização, a instabilidade, a privatização, a desregulamentação, a crescente rotatividade, as subcontratações, a despolitização e criminalização dos movimentos da classe trabalhadora, são exemplos das implicações da crise no mundo do trabalho.
Fiquei confusa, poderia esclarecer?
fonte: https://cress-mg.org.br/hotsites/Upload/Pics/c6/c63a2eb1-2a24-4b92-a8be-48902a0e5389.pdf
gab D
As abordagens totalizante da crise contemporânea a consideram uma crise global com dimensões amplas, diversificadas, que afeta tanto as formas de produção/valorização do capital quanto as de reprodução/regulação social dos dois sistemas sociais vigentes no século XX: o socialismo real e o Estado de Bem Estar Social (Hobsbawm, 1992 e 1995; Netto, 1993 e 1996). Apresenta-se como uma crise do processo civilizatório, daqueles projetos societários pelos quais este último século se consolidou, das sociedades organizadas por iniciativas de economias planejadas, dos Estados intervencionistas, enfim, das alternativas à barbárie social (cf. Hobsbawm, 1992 e 1995; Netto, 1993; Frederico, 1994)8 .
Fonte: O SERVIÇO SOCIAL FRENTE A CRISE CONTEMPORÂNEA: DEMANDAS E PERSPECTIVAS - Yolanda Guerra
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