“A sociedade não pediu nas ruas reforma política”. Assinale...
A crise que o país atravessa desde a eclosão dos primeiros protestos contra o aumento das passagens de ônibus têm três componentes articulados:
1 – A sociedade quer transporte, saúde e educação de qualidade, pois ela paga caro por isso, por meio de impostos, e não recebe em troca serviços públicos à altura. Simples assim. A sociedade não pediu nas ruas reforma política, nem plebiscito para eliminar suplente de senador.
2 – A sociedade quer o fim da impunidade,pois está cansada de ver corruptos soltos debochando de quem é honesto, mesmo depois de condenados. Acrescentar o adjetivo hediondo à corrupção de pouco adianta se deputados e ministros continuam usando aviões da FAB para passear e se criminosos estão soltos, alguns até ocupando cargos de liderança ou participando de comissões no Congresso.
3 – A sociedade quer estabilidade econômica: para a percepção do cidadão comum, os 20 centavos pesaram como mais um sinal de que a economia está saindo do controle. A percepção do aumento da inflação é crescente em todas as classes sociais; em última análise, este será o fator determinante dos rumos da crise a médio prazo, já que não há discurso ou propaganda que camufle a corrosão do poder de compra das pessoas, sobretudo daquelas recentemente incorporadas à economia formal.
Esses problemas não são de agora, nem responsabilidade exclusiva dos últimos governos. Mas o que se espera de quem está no poder é que compreenda que a melhor maneira de reconquistar o apoio perdido é dar respostas concretas e rápidas às demandas feitas nas ruas ( e não às questões que ninguém fez).
(Adaptado. Luciano Trigo, O Globo, 11-7-2013)
Assinale a alternativa que apresenta a forma de reescrever-se esse segmento do texto que gera problemas de sentido.
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Interpretação do enunciado: A questão aborda a reescrita de um segmento textual, focando na clareza e na correção da frase apresentada. O objetivo é manter o sentido original, mas com uma estrutura que evite ambiguidade.
Alternativa correta: A alternativa D - A sociedade não pediu reforma política nas ruas. é a correta, pois mantém a ideia original e apresenta a informação de forma clara. A posição do advérbio "nas ruas" ao final da frase não altera o sentido, mas torna a leitura mais fluida e direta.
Justificativa das alternativas incorretas:
A - A reforma política não foi pedida nas ruas pela sociedade. Esta alternativa muda a estrutura da frase, mas inverte o foco da ação, o que pode causar confusão sobre quem fez o pedido.
B - A sociedade não pediu, nas ruas, reforma política. Embora gramaticalmente correta, a pausa feita pela vírgula pode sugerir que "nas ruas" é uma informação adicional, e não o foco principal da frase, o que pode levar a interpretações erradas.
C - Nas ruas, a sociedade não pediu reforma política. Nesta alternativa, a ênfase em "nas ruas" pode dar a entender que a falta de pedido se restringe a esse local, o que não é o sentido original.
E - Nas ruas, a reforma política não foi pedida pela sociedade. Esta opção também muda a ênfase, colocando a reforma política como o sujeito da frase e desviando o foco do agente que é a sociedade.
Conclusão: A alternativa D é a única que preserva a estrutura e o sentido da frase original, evitando ambiguidades e mantendo a clareza na comunicação.
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Comentários
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Você percebe que em todas as estruturas a forma nas ruas está ligada à ação verbal pediu ou foi pedida, exceto na letra D, na qual o termo nas ruas está ligado a reforma, ou seja, ele fala de reformas na rua e não que foi pedido na rua. Mudou o sentido.
Heber Vieira
Na alternativa C): "nas ruas" está separada de "pediu"
Nas ruas completa o sentido do verbo pedir, não pediu onde?
"não pediu nas ruas"
Ao jogar ele pro final, causa ambiguidade, dando a entender que a reforma política "é para as ruas".
"reforma política nas ruas"
Logo a que muda o sentido (causa ambiguidade de sentidos) é a letra D).
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