Leia os trechos da música a seguir.Chopis Centis Mamonas As...
Leia os trechos da música a seguir.
Chopis Centis
Mamonas Assassinas
Eu di um beijo nela
E chamei pra passear
A gente fomos no shopping
Pra mode a gente lanchar
Comi uns bicho estranho
Com um tal de gergelim
Até que tava gostoso
Mas eu prefiro aipim
Quanta gente
Quanta alegria
A minha felicidade
É um crediário
Nas Casas Bahia
[...]
Esse tal Chópis Cêntis
É muicho legalzinho
Pra levar as namoradas
E dar uns rolézinhos
Quando eu estou no trabalho
Não vejo a hora de descer dos andaime
Pra pegar um cinema do Schwarzenegger
Tombém o Van Daime
[...]
Composição: Dinho / Júlio Rasec.
Disponível em: https://www.letras.mus.br/mamonas-assassinas/24144/. Acesso em: 04 nov. 2020.
A música do grupo Mamonas Assassinas apresenta uma linguagem coloquial que discorre sobre trabalho na construção civil e passeio no shopping center para ir ao restaurante e ao cinema. Dessa forma, é possível perceber que se trata de um discurso de um trabalhador de classe desprivilegiada.
Os versos “A minha felicidade
/ É um crediário / Nas Casas Bahia” e “Quando eu estou no trabalho / Não vejo a hora de descer dos andaime /
Pra pegar um cinema do Schwarzenegger / Tombém o Van Daime” demonstram uma atitude negativa em
relação ao trabalho e a evasão pelo consumo, expressando, desse modo, o seguinte conceito sociológico:
A alienação (do latim, alienatio) significa estar fora de algo, estar alheio a algo. No caso da alienação do trabalho, ela é o efeito do trabalhador não ter acesso aos bens que ele mesmo produz.
O conceito de alienação do trabalho é um dos principais conceitos desenvolvidos por Karl Marx ao longo de sua obra.
Numa linha de produção, por exemplo, o trabalhador faz apenas parte do processo, estando completamente alheio ao produto final e, por consequência, do valor agregado ao bem a partir de seu trabalho.
Entretanto, é pelo trabalho que, ao longo da história, o indivíduo se humaniza, domina e transforma a natureza a favor de suas necessidades.
Marx, em sua obra principal, O Capital, argumenta sobre a construção da humanidade ao longo da história. Através da história compreende-se que o desenvolvimento do ser humano, desde seu início até os dias atuais, ocorreu por meio da luta de classes.
Deste modo, o trabalho quando não dedicado ao interesse da humanidade, e sim de um grupo específico, torna-se trabalho alienado. O indivíduo perde sua liberdade e humanidade, torna-se apenas força de trabalho e é transformado em coisa.