Um clube recreativo (sociedade sem fins lucrativos) realiza ...
Um clube recreativo (sociedade sem fins lucrativos) realiza festas reiteradamente para sócios e não sócios, aproveitando, sistematicamente, as oportunidades de festa, para encetar suas promoções. Nesse caso, há inegável reiteração e existe sucessividade. Diante da afirmativa, em relação ao ISS (Imposto Sobre Serviços de qualquer natureza), e levando em conta a Regra Matriz de Incidência Tributária e a legislação de regência sobre a matéria, analise as assertivas abaixo.
I. No caso exposto, não discutindo a posição jurídico-tributária de entidades que assim procedam, há a característica da habitualidade. Aquela frequência própria das atividades sistemáticas com que quase todas as agremiações recreativas reúnem seus sócios, familiares e convidados, está presente, delineando o timbre habitual de suas realizações. Dessa escala refogem os clubes que realizam eventos desse teor, apenas a título episódico e ocasional. No caso, surge o requisito da habitualidade, com toda força de seu significado, dando ensanchas à previsão por parte de qualquer dos interessados ou frequentadores. Mas o certificado desse quesito não esgota a figura típica, para que possa existir a incidência do ISS.
II. O substrato econômico é importante, no exercício da atividade, para percussão do gravame (ISS), por ser uma festa recreativa para sócios e não sócios, e, no caso, com o requisito da habitualidade configurado, a lembrança de que a associação não tem fins lucrativos é relevante para afastar a incidência desse tributo, devido à imunidade constitucional.
III. Os sócios, dentro do contexto exposto, ou seja, o clube recreativo, realizam festas reiteradamente para sócios e não sócios, configurando o requisito da habitualidade. Entendendo-se que há substrato econômico, o valor da base de cálculo será o valor da totalidade da arrecadação.
IV. Considerando o contexto, é válido afirmar que, ao isolar o critério material da hipótese de incidência do ISS, anuncia-se, de modo enfático, o conteúdo econômico da prestação, jamais a contingência de auferir-se ou não lucros, algo aleatório, que se prende ao risco de cada negócio e reflui do esboço essencial de qualquer das espécies de atividades.
V. O substrato-econômico do evento “festa” realizada com habitualidade por associações sem fins lucrativos que admite terceiros para o referido evento, ou seja, não associados, é relevante para caracterizar a exigência do ISS.
É correto o que se afirma em
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Vamos analisar a questão sobre a incidência do ISS (Imposto Sobre Serviços) em atividades realizadas por um clube recreativo, uma sociedade sem fins lucrativos. O tema central é a análise da habitualidade e a existência de substrato econômico, que podem caracterizar a incidência do ISS.
Interpretação do Enunciado: Entendemos que a questão discute se um clube recreativo que realiza festas, mesmo sendo uma entidade sem fins lucrativos, pode ser tributado pelo ISS. A chave está na habitualidade e no substrato econômico dessas atividades.
Legislação Aplicável: O ISS é regido pela Lei Complementar 116/2003, que define os serviços passíveis de tributação. A habitualidade e o caráter econômico das atividades são fatores que podem desencadear a incidência desse imposto.
Alternativa Correta: A alternativa C (I, IV e V) é a correta. Vamos entender o porquê:
- I. A habitualidade é uma característica importante para a incidência do ISS, pois demonstra que a atividade é realizada de forma sistemática.
- IV. A questão destaca que o critério material da hipótese de incidência do ISS foca no conteúdo econômico da prestação de serviço, independentemente de lucro.
- V. O substrato econômico de eventos organizados habitualmente por associações, incluindo não sócios, é relevante para caracterizar a exigência do ISS.
Exemplo Prático: Imagine um clube que organiza festas mensais abertas ao público. Embora o clube seja sem fins lucrativos, a prática habitual e a cobrança de ingresso configuram um serviço com substrato econômico, tornando-o passível de ISS.
Análise das Alternativas Incorretas:
- II. A imunidade constitucional para entidades sem fins lucrativos não se aplica automaticamente a todas as atividades. A habitualidade e o substrato econômico são fatores que mantêm a incidência do ISS, mesmo para estas entidades.
- III. A base de cálculo do ISS não é necessariamente a totalidade da arrecadação sem considerar custos e despesas, mas sim o valor do serviço prestado.
- IV. Já foi explicada como correta.
- V. Já foi explicada como correta.
Estratégias para Resolução: Sempre identifique palavras-chave como "habitualidade" e "substrato econômico". Elas são fundamentais para entender a incidência de tributos como o ISS. Além disso, diferencie entre imunidade e não incidência, que são conceitos distintos em direito tributário.
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Comentários
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III - Art. 7 A base de cálculo do imposto é o preço do serviço. Logo, não incide sobre o valor total da arrecadação.
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título;
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais;
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
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