De acordo com o texto, qual é a percepção das pessoas em rel...
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Ano: 2024
Banca:
IDCAP
Órgão:
UEFS
Prova:
IDCAP - 2024 - UEFS - Técnico de Nível Médio - Educador para Creche |
Q3324073
Português
Texto associado
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.
Estamos na era do déficit de atenção?
Posso apostar que uma parcela daqueles que estão
lendo este texto agora anda tendo dificuldade para
manter o foco. Ler, por exemplo, tem se tornado mais
difícil, porque qualquer ruído, qualquer notificação que
chega no celular já é suficiente para nos deixar
dispersos.
Já se fala, inclusive, numa cultura do déficit de atenção.
Não estou falando do TDAH (o transtorno de déficit de
atenção e hiperatividade), cujas taxas de diagnóstico são
cada vez maiores no mundo todo, mas do fato que
parece que estamos cada vez mais distraídos.
Somos bombardeados o tempo todo, o dia todo, com
todo tipo de informação, com todo tipo de estímulo. Dos
vídeos ultracurtos do TikTok à imensa variedade de
conteúdos a que estamos expostos − áudios no
WhatsApp, memes, emojis, stories no Instagram, só para
citar alguns com os quais interagimos o dia inteiro − tudo
incita permanentemente a nossa cognição. O resultado é
que a capacidade para sustentar o foco vai ficando
prejudicada.
Eis um dado que pode ajudar a dimensionar o que eu
estou falando. Uma pesquisa do Centro de Estudos
sobre a Atenção do King's College, de Londres, mostrou
que, no Reino Unido, os adultos subestimam a
frequência com que verificam seus smartphones.
Enquanto a maioria acha que dá uma checadinha no
celular só 25 vezes ao dia (eu diria que isso já é muito), o
que dados sugerem é que, lá, os números chegam a 80
vezes ao dia.
Como manter-se concentrado se, em apenas uma hora,
considerando o exemplo acima, desviamos o foco do
que fazemos para dar uma espiada no celular ao menos
três vezes?
Embora não possamos afirmar que realmente a nossa
capacidade de atenção diminuiu, por falta de estudos de
longo prazo, o que se pode dizer, baseando-se em
várias pesquisas, é que as pessoas têm tido, sim, a
percepção de uma redução na capacidade de
manterem-se concentradas.
Pesquisas também têm mostrado que a tecnologia é
uma das responsáveis por isso. Desviar a atenção entre
redes sociais, smartphones, tablets, internet, televisão,
rádio ou outros meios de comunicação prejudica a
capacidade de realizar tarefas simples.
A questão é que muitas pessoas − entre 3% e 6% da
população mundial − têm apelado para remédios para
tratar o TDAH, os chamados psicoestimulantes, como
solução para uma condição que parece fazer parte
desse mundo em que vivemos. Acontece que o uso
abusivo desses medicamentos, e sem orientação
médica, traz grande prejuízo à saúde mental.
O que fazer, então, dado que todos nós precisamos
fazer uso dessas tecnologias para trabalhar, para nos
locomover, para pagar as contas e até para nos
relacionarmos?
Dado que o cardápio de coisas que temos à nossa
disposição e que são capazes de nos distrair é gigante e
dado que temos tarefas a cumprir no dia a dia, a
sugestão é fazer algo bem simples: uma listinha das
suas prioridades em ordem decrescente. Isso irá ajudá-lo
a concentrar a energia naquilo que é mais importante, ao
invés de querer dividir a atenção entre todos os itens da
lista.
Enquanto está trabalhando, procure desligar as
notificações do seu celular e do seu computador ou
deixe o seu celular no mudo. Tal atitude, com o tempo,
vai auxiliá-lo a habituar-se a manter a atenção
concentrada ao menos durante um período do dia.
https://forbes.com.br/forbessaude/2024/05/arthur-guerra-estamos-na-er
a-do-deficit-de-atencao/
De acordo com o texto, qual é a percepção das pessoas em relação à sua capacidade de atenção e quais são os fatores que a influenciam?