Sobre a economia keynesiana, considere as afirmativas. I - ...
I - Um incentivo do governo via gastos gera um efeito multiplicador de aumentos dos níveis de renda. II - A elevação do gasto do governo em uma unidade monetária financiada pelo aumento da tributação em uma unidade monetária faz com que a renda fique inalterada. III - A taxa de juros influencia as decisões de especulação, investimento e poupança. IV - Keynes considera uma demanda especulativa individual de moeda em que há uma taxa crítica de juros; quando a taxa de juros de mercado ultrapassa essa taxa crítica, o indivíduo utiliza a totalidade da moeda especulativa na compra de títulos.
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Gabarito: C (I e IV, apenas)
A questão explora conceitos fundamentais da economia keynesiana, uma teoria que destaca a importância da demanda agregada na determinação dos níveis de renda e emprego. John Maynard Keynes propôs que, em situações de economia abaixo do pleno emprego, medidas governamentais podem ser eficazes para estimular a economia.
Vamos analisar cada afirmativa para entender melhor:
I - Um incentivo do governo via gastos gera um efeito multiplicador de aumentos dos níveis de renda.
Esse conceito é central na teoria keynesiana, que introduz o efeito multiplicador. Quando o governo aumenta seus gastos, isso tende a aumentar a renda das pessoas, que por sua vez aumentam seu consumo, gerando um efeito em cadeia. Assim, essa afirmativa está correta.
II - A elevação do gasto do governo em uma unidade monetária financiada pelo aumento da tributação em uma unidade monetária faz com que a renda fique inalterada.
Esta afirmativa está incorreta. Segundo Keynes, mesmo quando o aumento dos gastos é financiado por um aumento tributário equivalente, pode haver um efeito positivo, embora menor, na renda, devido ao multiplicador. A tributação imediata retira parte da renda disponível, mas o gasto pode gerar mais atividade econômica.
III - A taxa de juros influencia as decisões de especulação, investimento e poupança.
Embora a taxa de juros seja importante na teoria keynesiana, essa afirmativa não é totalmente correta nesse contexto. A taxa de juros influencia investimentos e poupanças, mas a questão específica pode ter sido montada para confundir, já que investimento e poupança são mais diretamente afetados do que especulação.
IV - Keynes considera uma demanda especulativa individual de moeda em que há uma taxa crítica de juros; quando a taxa de juros de mercado ultrapassa essa taxa crítica, o indivíduo utiliza a totalidade da moeda especulativa na compra de títulos.
Esta afirmativa é correta. Keynes argumenta que a demanda por moeda para especulação está relacionada à taxa de juros, pois os indivíduos mantêm moeda quando as taxas são baixas, esperando que subam e os títulos depreciem.
Portanto, analisando as afirmações, as corretas são I e IV, justificando a escolha da alternativa C.
Estratégia para interpretação: Ao ler questões de macroeconomia, busque identificar conceitos-chave, como o multiplicador keynesiano e o papel das taxas de juros. Os enunciados podem conter pegadinhas, como suposições implícitas, que devem ser desafiadas com base no entendimento teórico.
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Comentários
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Com certeza o QCONCURSO tem que corrigir o fato de umas matérias terem muitos comentarios dos professores, e outras nenhum comentário. pq quando o assinante escolhe o qconcurso, certamente ele conta com essa ferramenta que é prometida na compra do pacote, e muito pouco se vê na prática.
Vamos lá:
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I - Um incentivo do governo via gastos gera um efeito multiplicador de aumentos dos níveis de renda.
VERDADEIRO - Como o multiplicador se encontra no produto que segue, tanto maior o gasto autônomo, maior o produto. Tratam-se de variáveis diretamente proporcionais.
Y = {1 / (1 – c1 + c1t – i1 + m1)} (c0 + c1R – c1t0 + i0 + G + X – m0)
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II - A elevação do gasto do governo em uma unidade monetária financiada pelo aumento da tributação em uma unidade monetária faz com que a renda fique inalterada.
FALSO - Aumentos equivalentes em gasto do governo (G) e tributação (T) geram aumento na renda agregada no mesmo valor. Isso é demonstrado pelo multiplicador Haavelmo.
Dados hipotéticos:
C = 2000 + 0,8Yd = 2000 + 0,8(Y – T)
I = 3000
G = 4000
T = 3500
PIB em t1:
Y = (C) + I + G
Y = (c0 + c1Yd) + I + G
Y = 2000 + 0,8(Y – T) + 3000 + 4000
Y = 2000 + 0,8Y – 0,8*3500 + 3000 + 4000
(1-0,8)Y = 2000 – 2800 + 3000 + 4000
Y = (5) 6200
Y = 31000
Supondo-se aumento nos gastos do governo e nos tributos em 1000, PIB em t2:
Y = (C) + I + G
Y = (c0 + c1Yd) + I + G
Y = 2000 + 0,8(Y – T) + I + G
Y = 2000 + 0,8Y – 0,8*4500 + 3000 + 5000
(1-0,8)Y = 2000 – 3600 + 3000 + 5000
Y = (5) 6400
Y = 32000
Variação do PIB:
∆Y= 1000 = Y(t2) – Y (t1) = 32000 – 31000
∆G = 1000
∆T = 1000
Ou seja, se as despesas do governo forem equivalentes às receitas, o PIB ainda assim crescerá, devido à diferença entre os multiplicadores dos gastos e dos tributos. Essa é uma prova matemática de que é interessante expandir gastos públicos para fins de crescimento do produto interno bruto do país.
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III - A taxa de juros influencia as decisões de especulação, investimento e poupança.
FALSO - A doutrina tradicional de Keynes associa a taxa de juros ao investimento (e por tabela à especulação, quando os juros de mercado são baixos - armadilha de liquidez). A poupança não é influenciada por essa variável, pois é o contrário do consumo (que também não é influenciado pelos juros).
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IV - Keynes considera uma demanda especulativa individual de moeda em que há uma taxa crítica de juros; quando a taxa de juros de mercado ultrapassa essa taxa crítica, o indivíduo utiliza a totalidade da moeda especulativa na compra de títulos.
VERDADEIRO - quando a taxa de juros de mercado é baixa (abaixo da taxa crítica), haverá demanda por papel-moeda (geralmente para investimentos questionáveis). O contrário é verdadeiro: quando a taxa de juros de mercado é alta (acima da taxa crítica), a demanda será por títulos (isso se dá em ambientes inflacionários, quando o investimento se dará em papeis do governo, por exemplo).
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GABARITO: C
Bons estudos!
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