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Q1008348 Atualidades
Em Meados de 2013, diante do evento esportivo mundial denominado “Copa das Confederações”, realizado no “País do Futebol”, eclodiram inumeráveis manifestações populares. Pessoas de diversas localidades ocuparam as ruas das cidades. Esses eventos ficaram conhecidos por “Jornadas de Junho”. [...] As Jornadas de Junho no Brasil podem ser vistas como um desdobramento de um sentimento maior, em nível mundial, que teve seus prelúdios em 2011, com a eclosão simultânea e contagiosa de movimentos sociais e manifestações de protestos com reivindicações particulares em várias regiões do planeta, mas com formas de luta muito assemelhadas e consciência de solidariedade mútua. [...] As Jornadas de Junho foram plurais, assim como múltiplos foram os atores em cena. Não foram movimentos hegemônicos. Nem mesmo quando se observam ações ocorridas na mesma cidade e no mesmo momento de concretização. Historicamente, o povo brasileiro foi sistematicamente alvo de tentativa de exclusão da ação na vida republicana, seja pelo uso da força seja por uma cultura política assistencialista e da dádiva. A historicidade das relações de poder no Brasil seriam a expressão exemplar do ressentimento social. Por outro lado, constrói-se um modelo de democracia que não é capaz de construir os espaços da escuta e da fala. Colônia, Império e República, em cada tempo histórico, o Brasil construiu seus ressentidos. Alimentou-os. [...] Mais do que “reivindicar a voz daqueles que são obrigados a sofrer calados”, é necessário construir uma via de emancipação e autonomia política. (Texto adaptado de COTTA, Francis Albert. Vozes das Ruas: Ressentimentos Sociais e Manifestações Populares em Junho de 2013. Belo Horizonte: Edições Superiores, 2017, p. 23-30 e 161- 163). 
Na explicação das Jornadas de Junho como movimentos plurais, é CORRETO afirmar:
Alternativas

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Alternativa Correta: C

As Jornadas de Junho de 2013 no Brasil representam um momento importante de manifestação popular no contexto de um cenário global de protestos. Esse evento reflete um impasse nas democracias contemporâneas, onde a fragmentação política e a diversidade de vozes se tornaram mais visíveis. Vamos analisar por que a alternativa C é a correta e entender por que as outras não se adequam à explicação do fenômeno.

Justificativa da Alternativa Correta (C):

A alternativa C menciona que a pluralidade nas ruas reflete o "atual impasse da democracia", destacando como a fragmentação partidária leva grupos com diferentes demandas às ruas. Este ponto se alinha diretamente com o texto, que fala sobre a pluralidade e a não hegemonia das manifestações. Naquele momento, diferentes grupos sociais expressaram suas insatisfações e anseios de maneiras diversas, refletindo um processo democrático em transformação, onde as demandas não eram apenas econômicas ou políticas, mas também sociais e culturais.

Análise das Alternativas Incorretas:

A. A alternativa A sugere que as manifestações não envolvem instâncias econômicas e políticas, o que é incorreto. As Jornadas de Junho incluíam uma gama de reivindicações, muitas das quais eram de natureza econômica e política, como o custo do transporte público e a corrupção.

B. A alternativa B foca no impacto das redes sociais e substitui a política tradicional, o que é um exagero. Embora as redes sociais tenham desempenhado um papel crucial na mobilização, elas não substituem as instituições políticas ou educacionais. Elas são ferramentas de organização, mas não substituem totalmente as maneiras tradicionais de engajamento cívico.

D. A alternativa D classifica as demandas de forma simplista em dois grupos: povão e classe média, o que não reflete a complexidade das manifestações. As Jornadas foram caracterizadas pela sua diversidade, com variadas pautas que não se restringiam a uma divisão binária.

E. A alternativa E sugere que houve um enfraquecimento dos grupos políticos tradicionais. No entanto, as Jornadas de Junho não indicaram necessariamente um enfraquecimento, mas sim uma manifestação de novas formas de engajamento e participação política, sem necessariamente substituir os sindicatos ou partidos.

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