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Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: Banestes Prova: FGV - 2018 - Banestes - Assistente Social |
Q892325 Serviço Social

Texto 1


Na análise de Netto (2010, p.22), “(...) é largo o leque de fenômenos contemporâneos que indicam o exaurimento das possibilidades civilizatórias da ordem tardia do capital (...)”. 

Considerando a assertiva do texto 1, as políticas sociais para os “excluídos” enfrentam apenas a penúria mais extrema. O minimalismo dessas políticas, “frente a uma questão social maximizada” (Netto, 2010, p.24), materializa-se em políticas de rendas mínimas, que se cronificam como basicamente assistencialistas, pois:
Alternativas

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Alternativa Correta: B - não se conjugam com transformações estruturais

Vamos entender o porquê dessa ser a resposta correta:

O tema central da questão é a análise crítica de políticas sociais assistencialistas que não promovem mudanças estruturais significativas no contexto da ordem tardia do capital. Segundo Netto (2010), essas políticas são minimalistas frente a uma questão social maximizada, ou seja, elas lidam apenas com os sintomas da pobreza, sem abordar suas causas.

Resumo teórico: Políticas sociais assistencialistas muitas vezes focam em medidas paliativas, como a distribuição de rendas mínimas, sem promover transformações estruturais que poderiam reduzir de forma significativa as desigualdades sociais. A crítica aponta que, sem essas transformações, as políticas acabam por perpetuar o status quo.

Justificativa da alternativa correta: A opção B é correta porque destaca a ausência de conjugação com transformações estruturais. Isso está alinhado com a crítica de que as políticas assistencialistas não alteram as estruturas sociais subjacentes, apenas mitigando de forma temporária as condições de pobreza.

Análise das alternativas incorretas:

  • A - apresentam condicionalidades financeiras: Esta alternativa não está correta no contexto do enunciado, pois a crítica é sobre a falta de transformação estrutural, e não sobre condicionalidades que podem ou não existir.
  • C - possuem uma distribuição democrática inexequível: Embora possa haver dificuldades na execução, a questão se concentra na falta de mudanças estruturais, não na viabilidade democrática das políticas.
  • D - são ações do Estado neodesenvolvimentista: O termo "neodesenvolvimentista" indica políticas que promovem o desenvolvimento econômico com a intervenção do Estado, o que não é o foco da crítica feita por Netto.
  • E - terminam por acomodar os pobres na sua situação: Embora esta afirmativa esteja parcialmente correta ao indicar um problema das políticas assistencialistas, a crítica central de Netto é a falta de transformação estrutural, não apenas a acomodação dos pobres.

Para resolver questões como essa, é importante analisar o contexto e a crítica central apresentada no enunciado. Identificar palavras-chave e entender o argumento principal ajudará a escolher a alternativa correta.

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Gabarito B

Interpretando trecho do artigo entendo que, de fato, as Políticas Sociais só serão efetivas se forem articuladas com transformações estruturais. Porém, não é isso que vem acontecendo, demonstrando que os ganhos dessas políticas não são capazes de erradicar a pobreza, expressão da questão social. Esse minimalismo, de apenas enfrentar a penúria extrema, conforme Netto, acabam por cronificar‑se como programas emergenciais e basicamente assistencialistas.

Segue abaixo trecho do artigo de José Paulo Netto - Crise do capital e consequências societárias - Revista Seso e Sociedade 111.

Segundo Netto, à hipertrofia da dimensão/ação repressiva do Estado burguês conjuga‑se outra dimensão, coesiva e legitimadora: o novo assistencialismo, a nova filantropia que satura as várias iniciativas — estatais, privadas e estatal/privadas, mediante as chamadas “parcerias público‑privado” — que configuram as políticas sociais implementadas desde os anos 1980‑90 para enfrentar o quadro da pauperização contemporânea, isto é, da “questão social”, “velha” e/ou “nova”. A política social dirigida aos agora qualificados como excluídos se perfila, reivindicando‑se como inscrita no domínio dos direitos, enquanto específica do tardo‑capitalismo: não tem nem mesmo a formal pretensão de erradicar a pobreza, mas de enfrentar apenas a penúria mais extrema, a indigência. Observamos que a proposta do objetivos de desenvolvimento do milênio era de até 2015, reduzir a extrema pobreza pela metade. Os relatórios do PNUD, ainda que enfatizem “ganhos” deste programa, deixam claro que seus objetivos — reitere‑se: minimalistas — não serão alcançados. E esse minimalismo é que caracterizam os programas de rendas mínimas têm sido implementados em alguns países capitalistas centrais e em muitos países periféricos. A experiência de mais de uma década, especialmente na América Latina, é muito pouco promissora: na medida em que não se conjugam efetivamente com transformações estruturais (e esta é uma das condições políticas para que o tardo‑capitalismo os suporte), eles acabam por cronificar‑se como programas emergenciais e basicamente assistencialistas.

Crise do capital e consequências societárias - Revista Seso e Sociedade 111.

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