Chuva com lembrançasComeçam a cair uns pingos de chuva. Tão ...

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Ano: 2009 Banca: CONSULPLAN Órgão: CESAN
Q1208683 Português
Chuva com lembranças
Começam a cair uns pingos de chuva. Tão leves e raros que nem as borboletas ainda perceberam, e continuam a pousar, às tontas, de jasmim em jasmim. As pedras estão muito quentes, e cada gota que cai logo se evapora. Os meninos olham para o céu cinzento, estendem a mão – vão fazer outra coisa. (Como desejariam pular em poças d’água! – Mas a chuva não vem...)
Nas terras secas, tanta gente a esta hora está procurando, também, no céu um sinal de chuva! E nas terras inundadas, quanta gente estará suspirando por um raio de sol!
Penso em chuvas de outrora: chuvas matinais, que molham cabelos soltos, que despencam as flores das cercas, que entram pelos cadernos escolares e vão apagar a caprichosa caligrafia dos exercícios! (...)
Chuvas modernas, sem trovoadas, sem igrejas em prece, mas com as ruas igualmente transformadas em rios, os barracos a escorregarem pelos morros; barreiras, pedras, telheiros a soterrarem pobre gente! Chuvas que interrompem estradas, estragam lavouras, deixam na miséria aqueles que justamente desejariam a boa rega do céu para a fecundidade de seus campos...
(Cecília Meireles. Escolha o seu sonho. 7ª ed. Rio de Janeiro: Record, s. d., p. 74-76)
No segundo parágrafo do texto, “terras secas” e “terras inundadas” apresentam uma relação de: 
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