Assinale a opção correta, tendo como referência o caso clíni...

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Q1875822 Psicologia
Caso clínico 4A1-I

    Joana, de 7 anos de idade, apresenta choro recorrente na presença de aves de qualquer espécie. A mãe relata, no momento da entrevista, que a criança agarra suas pernas e grita sempre que uma ave está por perto. O que inquieta a mãe é que a criança começou a ficar ansiosa só de saber que passaria o final de semana no sítio da família. Diz a mãe: “Joana nunca teve medo de nada, mas, desde que uma coruja avançou nela em nosso sítio, ela nunca mais foi a mesma. Isso já deve ter, aproximadamente, 8 meses. Já expliquei e já mostrei como os animais podem ser dóceis, mas nada adianta. O que me preocupa é que parece estar cada vez pior. Já tem mais de dois meses que Joana fica irritadiça e chora sempre que se aproxima a sexta-feira, pois sabe que passamos os finais de semana descansando no sítio. Ela chora sem parar antes mesmo de adentrarmos a casa. Acaba passando o final de semana inteiro no quarto. Até pra brincar é difícil. Acho até que o rendimento na escola piorou. Tem dado mais trabalho até mesmo para realizar as tarefas de casa. Parece menos motivada com a escola e com os amigos que fez lá. Com toda essa história, estamos pensando em vender o sítio. Mas não sabemos se isso é uma fase, se é birra ou se ficou mesmo algum trauma”(sic).
Assinale a opção correta, tendo como referência o caso clínico 4A1-I e considerando a psicopatologia bem como as contribuições da abordagem psicanalítica. 
Alternativas

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Alternativa Correta: C

O caso clínico apresentado segue a abordagem da teoria psicanalítica, mais especificamente as contribuições lacanianas, para abordar a forma como Joana está lidando com sua ansiedade e medos. A alternativa C é a correta porque sugere que o quadro de Joana pode ser interpretado como uma interação entre a neurose histérica e a neurose obsessiva. Segundo Lacan, essas neuroses podem funcionar como uma "placa giratória", uma metáfora para descrever como os sintomas podem se mover entre diferentes formas de expressão dentro das neuroses.

Vamos agora analisar cada uma das alternativas para compreender por que as demais estão incorretas:

Alternativa A: Esta opção menciona que o quadro de Joana seria decorrente do mecanismo de rejeição frente à castração. Embora Lacan utilize o conceito de castração, a rejeição aqui não explica adequadamente o fenômeno, pois a rejeição está mais associada a estruturas psicóticas, ao invés de neuróticas.

Alternativa B: Sugere que o quadro de Joana está próximo de uma psicose. No entanto, a psicose, em termos lacanianos, envolve a foraclusão do Nome-do-Pai, um mecanismo que não parece ser o caso aqui, já que os sintomas de Joana são mais típicos de uma neurose.

Alternativa D: Afirma que o diagnóstico de Joana é fixo e não pode coexistir com outras neuroses. Essa visão de fixidez não se alinha com a perspectiva lacaniana, que considera a dinâmica entre diferentes formas de neurose.

Alternativa E: Propõe que o quadro poderia ser uma variante do fetichismo. Fetichismo, na psicanálise lacaniana, refere-se a uma formação substitutiva associada a um mecanismo diferente da neurose, e não se encaixa nas manifestações relatadas por Joana.

Em resumo, a alternativa C é a mais adequada, pois reconhece a complexidade do quadro de Joana dentro do espectro das neuroses, conforme a teoria lacaniana sugere.

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Comentários

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Percebemos uma certa divergência etimológica das diferentes vertentes da Psicopatologia.

Dentro do que foi conceituado por Dalgalarrondo, temos a Psicopatologia operacional-pragmática dos atuais manuais diagnósticos como CID e DSM, que suprimiram a noção de neurose, enquanto que dentro da Psicopatologia de cunho psicanalítico, especialmente orientada por Lacan, encontramos que:

''A fobia não deve ser vista, de modo algum, como uma entidade clínica, mas sim como uma placa giratória. [...] Ela gira mais do que comumente para duas grandes ordens de neurose, a histeria e neurose obsessiva, e também realiza a junção com a estrutura da perversão [...] (Lacan, 1968-69, p. 298).''

Referências consultadas:

Fobia, perversão e metáfora paterna.

Disponível em: http://www.isepol.com/asephallus/numero_07/artigo_02_port.html#:~:text=Na%20placa%20girat%C3%B3ria%2C%20entre%20a,%2C%201956%2D57%2C%20p.

placa giratória, às vezes me pergunto porque fiz Psicologia

Meu deus do céu, eu preciso estudar isso urgente. Nunca ouvi falar de placa giratória kkkk

Lacan retomou o caso freudiano do Pequeno Hans, interpretando que o sujeito só se relaciona com o Outro a partir da intervenção do objeto real. A criança espera que a mãe tenha o falo. Ao perceber a castração do Outro, a criança percebe não ser o falo que falta ao Outro, o objeto a. Antes da expressão da fobia, há uma angústia: ao mesmo tempo em que separar-se da mãe representa a perda do que entendia por ser seu papel no enigma do desejo do Outro, a não ocorrência dessa separação também é temida. Quando Hans começa a se masturbar, sua mãe o censura, o controla. Para Lacan, portanto, a fobia de Hans é decorrente da descoberta de seu pênis real: temendo ser devorado pela mãe controladora, com sua boca de crocodilo, o apelo de Hans à intervenção paterna que opera a castração traduziu-se no pavor da mordida dos cavalos. Assim, o sintoma fóbico aplica-se a um objeto que é um significante de onde é preciso haver a intervenção paterna, defendendo o sujeito da angústia insuportável. Então, a fobia liga-se ao trinitário Real, Simbólico e Imaginário, na medida em que se relaciona à interferência do pai real, à orgia incestuosa imaginária e a castração simbólica. A fobia pode, com isso, ser entendida como um sintoma, uma neurose – atuando como uma junção, uma passagem entre o desejo e a angústia, entre o que o sujeito mais teme e o que mais anseia – ou uma placa giratória entre a histeria e a neurose obsessiva, ou de junção entre neurose e perversão.

 

Psicólogia do trânsito é?

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