Assinale a opção correta, tendo como referência o caso clíni...
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Alternativa Correta: C
O caso clínico apresentado segue a abordagem da teoria psicanalítica, mais especificamente as contribuições lacanianas, para abordar a forma como Joana está lidando com sua ansiedade e medos. A alternativa C é a correta porque sugere que o quadro de Joana pode ser interpretado como uma interação entre a neurose histérica e a neurose obsessiva. Segundo Lacan, essas neuroses podem funcionar como uma "placa giratória", uma metáfora para descrever como os sintomas podem se mover entre diferentes formas de expressão dentro das neuroses.
Vamos agora analisar cada uma das alternativas para compreender por que as demais estão incorretas:
Alternativa A: Esta opção menciona que o quadro de Joana seria decorrente do mecanismo de rejeição frente à castração. Embora Lacan utilize o conceito de castração, a rejeição aqui não explica adequadamente o fenômeno, pois a rejeição está mais associada a estruturas psicóticas, ao invés de neuróticas.
Alternativa B: Sugere que o quadro de Joana está próximo de uma psicose. No entanto, a psicose, em termos lacanianos, envolve a foraclusão do Nome-do-Pai, um mecanismo que não parece ser o caso aqui, já que os sintomas de Joana são mais típicos de uma neurose.
Alternativa D: Afirma que o diagnóstico de Joana é fixo e não pode coexistir com outras neuroses. Essa visão de fixidez não se alinha com a perspectiva lacaniana, que considera a dinâmica entre diferentes formas de neurose.
Alternativa E: Propõe que o quadro poderia ser uma variante do fetichismo. Fetichismo, na psicanálise lacaniana, refere-se a uma formação substitutiva associada a um mecanismo diferente da neurose, e não se encaixa nas manifestações relatadas por Joana.
Em resumo, a alternativa C é a mais adequada, pois reconhece a complexidade do quadro de Joana dentro do espectro das neuroses, conforme a teoria lacaniana sugere.
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Comentários
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Percebemos uma certa divergência etimológica das diferentes vertentes da Psicopatologia.
Dentro do que foi conceituado por Dalgalarrondo, temos a Psicopatologia operacional-pragmática dos atuais manuais diagnósticos como CID e DSM, que suprimiram a noção de neurose, enquanto que dentro da Psicopatologia de cunho psicanalítico, especialmente orientada por Lacan, encontramos que:
''A fobia não deve ser vista, de modo algum, como uma entidade clínica, mas sim como uma placa giratória. [...] Ela gira mais do que comumente para duas grandes ordens de neurose, a histeria e neurose obsessiva, e também realiza a junção com a estrutura da perversão [...] (Lacan, 1968-69, p. 298).''
Referências consultadas:
Fobia, perversão e metáfora paterna.
Disponível em: http://www.isepol.com/asephallus/numero_07/artigo_02_port.html#:~:text=Na%20placa%20girat%C3%B3ria%2C%20entre%20a,%2C%201956%2D57%2C%20p.
placa giratória, às vezes me pergunto porque fiz Psicologia
Meu deus do céu, eu preciso estudar isso urgente. Nunca ouvi falar de placa giratória kkkk
Lacan retomou o caso freudiano do Pequeno Hans, interpretando que o sujeito só se relaciona com o Outro a partir da intervenção do objeto real. A criança espera que a mãe tenha o falo. Ao perceber a castração do Outro, a criança percebe não ser o falo que falta ao Outro, o objeto a. Antes da expressão da fobia, há uma angústia: ao mesmo tempo em que separar-se da mãe representa a perda do que entendia por ser seu papel no enigma do desejo do Outro, a não ocorrência dessa separação também é temida. Quando Hans começa a se masturbar, sua mãe o censura, o controla. Para Lacan, portanto, a fobia de Hans é decorrente da descoberta de seu pênis real: temendo ser devorado pela mãe controladora, com sua boca de crocodilo, o apelo de Hans à intervenção paterna que opera a castração traduziu-se no pavor da mordida dos cavalos. Assim, o sintoma fóbico aplica-se a um objeto que é um significante de onde é preciso haver a intervenção paterna, defendendo o sujeito da angústia insuportável. Então, a fobia liga-se ao trinitário Real, Simbólico e Imaginário, na medida em que se relaciona à interferência do pai real, à orgia incestuosa imaginária e a castração simbólica. A fobia pode, com isso, ser entendida como um sintoma, uma neurose – atuando como uma junção, uma passagem entre o desejo e a angústia, entre o que o sujeito mais teme e o que mais anseia – ou uma placa giratória entre a histeria e a neurose obsessiva, ou de junção entre neurose e perversão.
Psicólogia do trânsito é?
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