Considerando os aspectos estilísticos e estruturais do texto...
Texto 15A2-I
Em uma linha de estudos, um dos fatores apontados frequentemente como possível solução para a diminuição da demanda nos tribunais diz respeito aos mecanismos de resolução alternativa de conflitos. O relatório Fazendo com que a justiça conte: medindo e aprimorando o desempenho do Judiciário no Brasil, produzido pelo Banco Mundial, já apontava em 2004 a maior difusão do instituto da conciliação como uma possível solução para a excessiva sobrecarga de processos na justiça estadual. Segundo o relatório, tal medida poderia ser um importante mecanismo de diminuição das demandas hoje paralisadas no Poder Judiciário estadual.
Ribeiro (2008), em análise acerca do acesso ao sistema judiciário no Brasil, destaca o papel do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) como órgão encarregado de desenvolver ações que visem à redução da morosidade processual e à simplificação dos procedimentos judiciais. A autora destaca dentre os projetos desenvolvidos pelo CNJ a ênfase nos procedimentos alternativos de justiça, entre os quais figura o instituto da conciliação.
Em mesmo sentido, Veronese (2007) realizou análise da evolução de experiências alternativas de resolução de conflitos, descrevendo os projetos e as questões políticas implicadas nesse fenômeno. Segundo o autor, apesar do consenso de que o Brasil se insere em um contexto de tradição jurídica formalista, ocorre atualmente um movimento descrito como “permeabilidade às novas referências institucionais para a solução dos conflitos e ao discurso de intervenção social” (2007, p. 19), agenda que, segundo Veronese, vem-se desenvolvendo de modo célere no Brasil. Um exemplo citado por ele diz respeito à realização do Dia Nacional da Conciliação, evento promovido pelo CNJ com o intuito de difundir nos tribunais a cultura da realização de acordos entre os litigantes com vistas a extinguir demandas judiciárias.
Renato Máximo Sátiro e Marcos de Moraes Sousa. Determinantes quantitativos do desempenho judicial: fatores associados à produtividade dos tribunais de justiça. In: Revista Direito GV, v. 7, n.º 1, 2021, p. 8-9 (com adaptações).
Considerando os aspectos estilísticos e estruturais do texto 15A2- I, julgue o item que se segue.
Ainda que preservasse a correção gramatical do texto, a
substituição do segmento “Em uma” (primeiro período do
primeiro parágrafo) por Numa seria inadequada ao registro
linguístico adotado no texto, por ser uma marca de oralidade.
Num ou em um
As duas formas estão corretas e podem ser usadas quer numa linguagem informal, quer numa linguagem formal. Num é a forma contraída da preposição em com o artigo ou numeral um: em + um = num.
- No domingo, almocei num restaurante mexicano.
- No domingo, almocei em um restaurante mexicano.
A única situação em que a palavra num deverá ser utilizada apenas em linguagem informal é quando é sinônima de não, atuando como um advérbio. Embora esse uso seja típico de uma linguagem coloquial e popular, encontra-se dicionarizado.
Numa
A preposição em contrai com todas as formas flexionadas dos artigos definidos e indefinidos, bem como com alguns pronomes:
- em + um = num
- em + uns = nuns
- em + uma = numa
SERTÃO!!!
Essa foi novidade... Seguimos.
Cespe e suas cascas de banana
CERTEZA QUE QUEM ERROU LEU A PERGUNTA DE FORMA RÁPIDA ASSIM COMO EU E PASSOU BATIDO NA PALAVRA INADEQUADA.
Ainda que preservasse a correção gramatical do texto, a substituição do segmento “Em uma” (primeiro período do primeiro parágrafo) por Numa seria inadequada ao registro linguístico adotado no texto, por ser uma marca de oralidade.
Está errado pq o uso de numa é adequado sim.
Apenas acrescentando..
A contração da preposição de com o artigo que encabeça o sujeito do verbo é considerada inadequada.
ex: Está na hora de a criança dormir.(certo)
Está na hora da criança dormir. ( errado)
É considerada inadequada, pois encabeça sujeito.
por ser uma marca de oralidade: As marcas de oralidade são traços de gírias, abreviações, expressões populares, ou comuns em diálogos, e erros de português que aparecem em textos. Por vezes, dependendo do gênero escrito, essas marcas podem ser propositais. EX: “Tipo assim” e “Daí”,“né?”, “hein?” e “tá ligado?”,“Pegou mal”,Não é flor que se cheire”,“Pegar no pé”,“Encher linguiça”,“Quebrar um galho”,“pra”,“tá”.
Ata.
"Numa" não é expressão informal e seu uso é adequado em um texto científico.
CESPE.
Em uma/ Numa linha de estudos, um dos fatores apontados frequentemente como possível solução para a diminuição da demanda nos tribunais diz respeito aos mecanismos de resolução alternativa de conflitos.
É indiferente o uso das formas - As contrações num e numa são preferíveis, por serem mais eufônicas.
As marcas de oralidade são traços de gírias, abreviações, expressões populares, ou comuns em diálogos, e erros de português que aparecem em textos. Por vezes, dependendo do gênero escrito, essas marcas podem ser propositais.
CORRETO
Considere os aspectos estilísticos:
A estilística morfológica estuda o uso de recursos que exploram a formação das palavras. Em + uma = Numa. Ou seja, mesma palavra. Essa contração não torna a palavra ''informal''.
A estilística sintática estuda o uso de recursos que exploram a disposição de elementos em um enunciado. A estilística semântica estuda o uso de recursos que exploram o significado das palavras.
Errei por achar que Numa não seria usado no tipo de texto apresentado (no caso científico), achei eu a expressão era algo informal, mas não é.
"Numa" não é expressão informal e seu uso é adequado em um texto científico.
por ser uma marca de oralidade: As marcas de oralidade são traços de gírias, abreviações, expressões populares, ou comuns em diálogos, e erros de português que aparecem em textos. Por vezes, dependendo do gênero escrito, essas marcas podem ser propositais. EX: “Tipo assim” e “Daí”,“né?”, “hein?” e “tá ligado?”,“Pegou mal”,Não é flor que se cheire”,“Pegar no pé”,“Encher linguiça”,“Quebrar um galho”,“pra”,“tá”.
ERRADO
Não significa marca de oralidade.
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Lembrando:
Numa ➔ em + uma.
Então, podemos escrever:
A) Em uma linha de estudos. CORRETO
B) Numa linha de estudos. CORRETO
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Ex de marca oralidade:
O uso do PRA ao invés de para.
“Num, em um. É indiferente o uso de uma ou de outra forma: Mora num (ou em um) sítio pitoresco. / Entrou numa (ou em uma) joalheria. As contrações num e numa são preferíveis, por mais eufônicas. Comparem-se com nele, nela, neste, nesta, nesse, nessa, naquele, naquela, nisto, nisso, em que a contração é obrigatória. (Dicionário de Dificuldades da Língua Portuguesa, página 290, 2012)"
Como vimos, para o conceituado gramatical da língua portuguesa, Cegalla, não há problema no uso de “em + um" ou em “num". “Numa" é apenas a forma feminina “em + uma".
A assertiva está errada por dizer que o uso possui traços de informalidade, até pode ter esse entendimento por alguns autores, mas pelo visto a banca seguiu a mesma linha de raciocínio de Cegalla.
Gabarito: ERRADO
Referência bibliográfica: CEGALLA Domingos Paschoal. Dicionário de dificuldades de língua portuguesa- Rio de Janeiro : Lexikon, 2012.