Henrique foi encaminhado para atendimento psicológico após s...

LETRA 'C'

Retirado do artigo: A Entrevista Motivacional: conversas sobre mudança de Neliana Buzi Figlie; Lívia Pires Guimarães

De acordo com Miller e Rollnick (2013), a EM é um estilo de conversa colaborativa voltado para o fortalecimento da sua própria motivação e comprometimento com uma mudança. Por se tratar de uma abordagem que tem uma meta específica, que é resolver a ambivalência, é compreendida com caráter de intervenção breve, podendo assim, ser utilizada por uma ampla gama de profissionais em diferentes serviços.

As premissas básicas que auxiliam o profissional na prática da EM são empatia, congruência, espírito colaborativo no aumento da motivação para a mudança; adoção de um estilo calmo e eliciador; considerar a ambivalência natural (a motivação para a mudança deve ser eliciada no cliente e não imposta); a resistência pode ser reduzida ou aumentada através das interações interpessoais (o profissional é diretivo em auxiliar o cliente a examinar e resolver a ambivalência); o relacionamento cliente-profissional deve ser colaborativo e amigável; clientes são responsáveis pelo seu progresso (o profissional atua como um facilitador no processo, estimulando e apoiando a autoeficácia do cliente); a abstinência é a meta mais segura, mas nem sempre a melhor escolha, principalmente com clientes em pré-contemplação ou contemplação (Figlie e outros, 2015 no prelo; Rollnick, S., Miller, W. R. & Butler, C. C., 2009).

A Entrevista Motivacional é trabalhada atualmente enquanto uma abordagem que, por meio de testes e adaptações com rigor científico, visa estabilizar a ambivalência e agregar uma visão humanista e construtivista nas modificações de comportamentos de risco. 

(FIGLIE, Neliana Buzi  e  GUIMARAES, Lívia Pires.A Entrevista Motivacional: conversas sobre mudança. Bol. - Acad. Paul. Psicol. [online]. 2014, vol.34, n.87, pp. 472-489. ISSN 1415-711X.)

A ambivalência é um estado mental no qual a pessoa tem sentimentos coexistentes e conflitantes a respeito de alguma coisa. Uma postura de vulnerabilidade pode transformar-se em desafio e voltar à vulnerabilidade em poucos minutos.

Para compreensão da questão, sugiro o capítulo intitulado Entrevista Motivacional do livro: Psicodianostico de Jurema Alcides Cunha.

Existem alguns livros sobre entrevista motivacional, alguns q até pouco tempo, eu nem conhecia kkk

Mas, para fins de concursos, eu aconselho seguirem a indicação da colega abaixo: Capítulo Entrevista Motivacional, do livro Psicodiagnóstico V (Alcides Cunha).

Gab C

A Entrevista Motivacional é trabalhada atualmente enquanto uma abordagem que, por meio de testes e adaptações com rigor científico, visa estabilizar a ambivalência e agregar uma visão humanista e construtivista nas modificações de comportamentos de risco. 

A questão solicita conhecimentos acerca das técnicas de entrevista motivacional.

A entrevista motivacional é um aconselhamento realizado pelo profissional, totalmente diretivo ao paciente e que tem o intuito de estimular a mudança comportamental do paciente de forma empática e sem julgamentos ou obrigações impostas.

É bastante utilizada em contextos de vício em álcool e outras drogas por priorizar a autonomia e a subjetividade dos pacientes. 


Engloba técnicas de várias abordagens: psicoterapias breves, terapia centrada no cliente, terapia cognitiva, terapia sistêmica e a psicologia social de persuasão - dentre outros. Neste sentido, a EM envolve componentes diretivos e não diretivos (Jungerman & Laranjeiras, 2013). 

1. ERRADO

Não é objetivo da EM buscar origens do consumo abusivo, mas de buscar alternativas com o paciente no “aqui e agora", de forma a lidar com a situação atual que pode estar acarretando sofrimento e conflitos em diversas esferas de sua vida.

2. ERRADO

A EM não consiste em uma técnica rígida pautada na abstinência total. Caso o paciente tenha recaída é feito o acolhimento devido e reinicia-se a fase anterior do período da abstinência. 

3. CERTO

De acordo com Jungerman & Laranjeiras (2013),  a EM baseia-se em 2 princípios básicos: a ambivalência e os estágios de mudança. O primeiro significa trabalhar com a experiência de um conflito psicológico para decidir entre dois caminhos diferentes. “Por ser a EM uma técnica desenvolvida para lidar com a dependência, tem-se como uma das suas metas principais a constatação e a resolução da ambivalência."

O segundo conceito é baseado no modelo de Estágios de mudança, que tem como base o conceito de motivação como um estado de prontidão ou vontade de mudar. Esse modelo acredita que a mudança se faz através de um processo e para tal, a pessoa passa por diferentes estágios: 

1. Pré- contemplação‟, onde a pessoa ainda não está considerando a mudança, podendo ser chamado resistente ou em negação. 
2. Contemplação: Quando alguma consciência sobre o problema aparece, considera a mudança, mas ao mesmo tempo a rejeita e é nesta fase que a ambivalência, estando no seu ápice, deve ser trabalhada para possibilitar um movimento rumo à decisão de mudar. 
3. Preparação:a pessoa está pronta para mudar e comprometida com a mudança. 
4. Ação: onde o cliente já muda e usa a terapia como um meio de assegurar-se do seu plano, para ganhar auto-eficácia e finalmente para criar condições externas para a mudança. 
5. Manutenção: estabilidade neste novo estado por anos 

4. ERRADO

Não há confrontação, pois ter uma atitude confrontativa e autoritária não é eficaz para o manejo da motivação do paciente. Muitas vezes ocorre o inverso, há o abandono da terapia.

5. ERRADO

O erro está na palavra “advertência". Não há recriminações ou punições na E.M.,



Gabarito da professora: Letra C

Fonte: Flávia S. Jungerman; Ronaldo Laranjeira (2013). Entrevista Motivacional: Bases Teóricas E Práticas. (Unidade de Pesquisas em Álcool e drogas) da UNIFESP (on-line)