A canção da banda Barão Vermelho, embora temporalmente dista...
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Ano: 2025
Banca:
CEFET-MG
Órgão:
CEFET-MG
Provas:
CEFET-MG - 2025 - CEFET-MG - Técnico de Laboratório/Área: Informática - Edital nº 6
|
CEFET-MG - 2025 - CEFET-MG - Técnico de Laboratório/Área: Eletrônica - Edital nº 6 |
Q3254970
Português
Texto associado
Leia os textos I e II para responder à questão.
Texto I - Capítulo VIII
Do bom sucesso que teve o valoroso D. Quixote na espantosa e jamais imaginada aventura dos
moinhos de vento, com outros sucessos dignos de feliz recordação. Quando nisto iam, descobriram
trinta ou quarenta moinhos de vento, que há naquele campo. Assim que D. Quixote os viu, disse
para o escudeiro:
— A aventura vai encaminhando os nossos negócios melhor do que o soubemos desejar; porque,
vês ali, amigo Sancho Pança, onde se descobrem trinta ou mais desaforados gigantes, com quem
penso fazer batalha, e tirar-lhes a todos as vidas, e com cujos despojos começaremos a enriquecer;
que esta é boa guerra, e bom serviço faz a Deus quem tira tão má raça da face da terra.
— Quais gigantes? — disse Sancho Pança.
— Aqueles que ali vês — respondeu o amo — de braços tão compridos, que alguns os têm de
quase duas léguas.
— Olhe bem Vossa Mercê — disse o escudeiro — que aquilo não são gigantes, são moinhos de
vento; e os que parecem braços não são senão as velas, que tocadas do vento fazem trabalhar as
mós.
— Bem se vê — respondeu D. Quixote — que não andas corrente nisto das aventuras; são gigantes,
são; e, se tens medo, tira-te daí, e põe-te em oração enquanto eu vou entrar com eles em fera
e desigual batalha. Dizendo isto, meteu esporas ao cavalo Rocinante, sem atender aos gritos
do escudeiro, que lhe repetia serem sem dúvida alguma moinhos de vento, e não gigantes, os
que ia acometer. Mas tão cego ia ele em que eram gigantes, que nem ouvia as vozes de Sancho
nem reconhecia, com o estar já muito perto, o que era; antes ia dizendo a brado: — Não fujais,
covardes e vis criaturas; é um só cavaleiro o que vos investe.
CERVANTES, Miguel de. Dom Quixote de La Mancha. 1605. Capítulo VIII. Da edição da Nova Cultural (2002). Tradução de Viscondes de
Castilho e Azevedo. Adaptado.
Texto II - O poeta está vivo - Barão Vermelho
Baby, compra o jornal
E vem ver o sol
Ele continua a brilhar
Apesar de tanta barbaridade
Baby, escuta o galo cantar
A aurora dos nossos tempos
Não é hora de chorar
Amanheceu o pensamento
O poeta está vivo
Com seus moinhos de vento
A impulsionar
A grande roda da história
Mas quem tem coragem de ouvir
Amanheceu o pensamento
Que vai mudar o mundo
Com seus moinhos de vento
Se você não pode ser forte
Seja pelo menos humana
Quando o papa e seu rebanho chegar
Não tenha pena
Todo mundo é parecido
Quando sente dor
Mas nu e só ao meio-dia
Só quem está pronto pro amor
O poeta não morreu
Foi ao inferno e voltou
Conheceu os jardins do Éden
E nos contou
Mas quem tem coragem de ouvir
Amanheceu o pensamento
Que vai mudar o mundo
Com seus moinhos de vento
Composição: Dulce Quental / Frejat
A canção da banda Barão Vermelho, embora temporalmente distante da obra de Miguel de
Cervantes, faz uma alusão ao personagem Dom Quixote em: