Ao longo de todo o texto, a autora se utiliza de mecanismos...
DEFINITIVO
Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido juntos e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar. Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz. Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: Se iludindo menos e vivendo mais!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando−se do sofrimento, perdemos também a felicidade. A dor é inevitável. O sofrimento é opcional...
Fonte: Martha Medeiros(adaptado).
Gabarito comentado
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Interpretação do Enunciado: A questão aborda a utilização do conectivo “mas” no texto, focando no seu papel na coesão textual. O conectivo é um recurso que estabelece relações entre as ideias, e entender seu sentido é fundamental para a interpretação correta da mensagem do autor.
Regra Gramatical Aplicável: O conectivo “mas” é classificado como uma conjunção adversativa. Essa conjunção é utilizada para indicar uma oposição ou contrariedade entre duas ideias. Segundo a Gramática Normativa, quando usamos “mas”, estamos introduzindo um argumento que contrapõe o anterior, trazendo uma nova perspectiva sobre o que foi dito anteriormente.
Alternativa Correta: A alternativa C - Oposição é a resposta correta, pois o conectivo “mas” serve precisamente para estabelecer uma relação de contraste entre as afirmações feitas no texto. Por exemplo, ao dizer “Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter...”, a autora apresenta uma ideia oposta àquela que poderia ser esperada. Isso caracteriza a função da conjunção como um elemento de oposição.
Justificativa das Alternativas Incorretas:
A - Comparação: Esta alternativa é incorreta porque o conectivo “mas” não estabelece uma relação de comparação, mas sim de contrariedade. Para comparações, utilizaríamos outros conectivos, como “assim como” ou “tal como”.
B - Conclusão: Também está errada, pois “mas” não conclui uma ideia. Conectivos de conclusão, como “portanto” ou “assim”, servem para indicar uma consequência, enquanto “mas” refuta ou contrasta.
D - Finalidade: Esta alternativa é incorreta, pois “mas” não indica finalidade. Para expressar finalidade, usaríamos conectivos como “para que” ou “a fim de que”. A conjunção “mas” não tem esse sentido.
Em resumo, a análise do uso de conectivos como “mas” é fundamental para a compreensão de textos, pois eles são responsáveis por estabelecer ligações lógicas entre as ideias. O entendimento de suas funções contribui para uma leitura mais crítica e eficaz.
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