O jornalismo não reconstitui a verdade, interpreta-a. O ente...

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Ano: 2016 Banca: IF-PE Órgão: IF-PE Prova: IF-PE - 2016 - IF-PE - Jornalista |
Q670581 Jornalismo
O jornalismo não reconstitui a verdade, interpreta-a. O entendimento de Felipe Pena (2005), no livro Teoria do jornalismo, está relacionado a que teoria?
Alternativas

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A alternativa correta é: C - Teoria da Nova História.

Vamos entender por que essa é a resposta certa e analisar as demais opções:

Tema Central da Questão: O enunciado faz referência à interpretação da verdade pelo jornalismo, utilizando o conceito de Felipe Pena, que busca identificar qual teoria do jornalismo este entendimento se encaixa. O foco está em compreender como diferentes teorias enxergam a função do jornalismo em relação à realidade.

Resumo Teórico: A Teoria da Nova História propõe que o jornalismo não é apenas um reflexo da realidade, mas sim uma interpretação dela, considerando fatores sociais, culturais e históricos. Esta teoria se afasta da ideia de que o jornalismo apenas reproduz a realidade sem interferências.

Justificativa da Alternativa Correta: A Teoria da Nova História é a mais adequada ao entendimento de que "o jornalismo não reconstitui a verdade, interpreta-a", pois enfatiza o papel do jornalista como um interpretador, que oferece uma narrativa moldada por contextos diversos. Isso está em consonância com o que Felipe Pena apresenta em seu livro.

Análise das Alternativas Incorretas:

  • A - Teoria Instrumentalista: Esta teoria vê o jornalismo como um instrumento para servir interesses de poder, sem ênfase na interpretação criativa ou social da realidade. Portanto, não se encaixa na ideia de interpretar a verdade.
  • B - Teoria do Espelho: Defende que o jornalismo é um reflexo direto da realidade, sem influência ou interpretação, o que contraria a ideia central apresentada no enunciado.
  • D - Teoria do newsmaking: Concentra-se no processo de produção das notícias, destacando rotinas e práticas, mas não especificamente na interpretação da verdade.
  • E - Teoria do Agendamento: Foca em como a mídia influencia a agenda pública, decidindo quais temas serão discutidos, mas não no sentido de interpretar a realidade.

Lembre-se, ao interpretar questões como essa, é essencial focar nas palavras-chave e no contexto apresentado. Identificar o conceito central da teoria em questão é vital para encontrar a resposta correta.

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A Teoria da Nova História surgiu na França. De acordo com o jornalista Felipe Pena, em seu livro ‘Teorias do Jornalismo’, os teóricos da Nova História, reunidos na Escola dos Anais, defendem uma nova atitude dos historiadores diante dos acontecimentos. É preciso questionar fontes, arquivos e até documentos considerados oficiais. 

Teórico da Nova História, Michael de Certeau debate sobre a necessidade de refletir a produção dos fatos e de se pensar na construção do discurso. O teórico acredita que a história é a arte da encenação e que esta pode-se relacionar com o lugar social, a análise científica e a forma do texto construída. 

[...] Para o autor, a história e o jornalismo não reconstituem a verdade, somente tentam interpretá-la. Ainda de acordo com Certeau, além de escrever para o público, os historiadores e jornalistas escrevem para os profissionais do seu próprio grupo, seguindo preceitos e padronizações estabelecidas. Felipe Pena dá como exemplo a história sobre a Grécia e conta que não é possível preencher todas as lacunas do passado. “A história da Grécia, por exemplo, não é a história da Grécia, mas apenas o que conseguimos saber sobre a história da Grécia”, aponta. História e jornalismo estão relacionados, logo os jornalistas seguem a mesma lógica dos historiadores e também não conseguem revelar todos os fatos acontecidos. 

http://www.benoliveira.com/2011/05/teoria-da-nova-historia.html

EXPLICANDO A ALTERNATIVA A

Teoria da ação política ou instrumentalista

As notícias distorcem a realidade, embora, segundo a teoria, pudessem ser o seu espelho. A distorção ocorre porque os jornalistas, sem autonomia, estão sujeitos a um controle ideológico que leva os media a agirem como um instrumento a serviço da classe dominante e do poder.

 

Teoria do espelho: É a teoria mais antiga. Inspira-se no Positivismo do filósofo francês Auguste Comte (1798-1857). A teoria acredita e defende a ideia de objetividade no jornalismo. Essa corrente vê o jornalista como um comunicador desinteressado, e que conta a verdade sempre, "doa a quem doer".

letra c

Teoria da Nova História

Os teóricos dessa frente de pensamento questionam fontes, arquivos e até documentos considerados oficiais. Seu método consiste em interpretar a história não a partir dos eventos, mas tomando como referências os pressupostos de formação desses mesmos eventos.

A história assim como o jornalismo não reconstitui a verdade, interpreta-a.



Teoria instrumentalista: por essa teoria, as notícias servem objetivamente a determinados interesses políticos. Seja qual for a sua versão, a teoria instrumentalista parte de princípios epistemológicos presentes na Teoria do Espelho, pois se o objetivo é verificar distorções, ela aceita que é possível refletir a realidade.


Teoria do espelho: Foi a primeira metodologia utilizada na tentativa de compreender porque as notícias são como são, ainda no séc. XIX. Sua base é a ideia de que o jornalismo reflete a realidade. Ou seja, as notícias são do jeito que as conhecemos porque a realidade assim as determina.


Teoria da Nova História: (Escola dos Anais - França) O que parece claro na abordagem da Teoria da Nova História e talvez possa ser o elemento mais proveitoso para a atividade jornalística é, então, a implementação de uma nova atitude em relação ao evento, que obrigue o Jornalista a ler não a partir de sua realização, mas tomando como base os pressupostos de formação. Para essa teoria, a História é lacuna. O jornalismo também. (p. 158)


Teoria do newsmaking: A perspectiva do newsmaking é construtivista e rejeita claramente a teoria do espelho. A teoria considera um todo um processo de produção da notícia e é planejado como uma rotina industrial. Embora o Jornalista seja participante ativo na construção da realidade, não há uma autonomia incondicional em sua prática profissional, mas sim a submissão a um planejamento produtivo.


Teoria do agendamento: A teoria do agendamento defende a ideia de que os consumidores de notícias tendem a considerar mais importantes os assuntos que são veiculados na imprensa, sugerindo que os meios de comunicação agendam assuntos. NÃO é uma manipulação (dizer como se deve pensar), mas agendamento de assuntos e temas.


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