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Q2277240 Fisioterapia

O caso clínico a seguir contextualiza a questão. Leia-o atentamente.


João Paulo, 75 anos, evidencia longa história de tabagismo, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e não adesão ao tratamento farmacológico; apresentou dispneia progressiva e febre há dois dias. Seus sinais vitais são pressão arterial 140 x 90 mmHg; frequência cardíaca (FC) 122 bpm; FR 32/min; e, temperatura 37,5° C. Apresentava tosse produtiva. Em uso da musculatura respiratória acessória com sibilos difusos bilaterais. Estava alerta, mas sem a capacidade de falar frases completas. A gasometria arterial apresentava: pH: 7,25; PaO2: 57mmHg; PaCO2: 62mmHg. Uma radiografia de tórax evidenciou imagem de consolidação em lobo inferior direito. Iniciou terapia broncodilatadora e esteroides venosos e oxigenoterapia com cateter nasal. Foram coletadas hemocultura e cultura de secreção traqueal e iniciada antibioticoterapia. Foi colocado em VNI e, por ter evoluído com piora do quadro (taquipneia, diminuição do sensório), sedado, intubado e colocado em ventilação invasiva.

Considerando o melhor controle de início de VM e, ainda, que o peso predito do paciente é 80 kg, assinale a alternativa correta.
Alternativas

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Alternativa Correta: D

Vamos analisar a situação clínica apresentada no caso: João Paulo, um paciente idoso com histórico de DPOC e tabagismo, apresenta uma situação de insuficiência respiratória aguda, evidenciada por dispneia, febre, uso de musculatura acessória, e gasometria com acidose respiratória (pH baixo e PaCO2 elevado) além de hipoxemia (PaO2 baixa).

Ao considerar a ventilação mecânica para um paciente com DPOC e insuficiência respiratória aguda, é crucial escolher parâmetros ventilatórios que auxiliem na ventilação eficaz e evitem complicações adicionais, como barotrauma ou auto-PEEP.

Justificativa da Alternativa Correta (D):

A alternativa D sugere tanto a ventilação controlada a volume quanto a ventilação por pressão controlada, com uma FR de 12 irpm e ajuste de PEEP em 80% da auto-PEEP. A escolha do volume corrente (VC) de 480 mL é adequada, considerando o peso predito do paciente (80 kg), já que o ideal é manter o VC entre 5-8 mL/kg de peso predito para minimizar o risco de volutrauma.

A auto-PEEP é comum em pacientes com DPOC devido à retenção de ar e deve ser cuidadosamente controlada para evitar a sobrecarga nos pulmões.

Análise das Alternativas Incorretas:

A - A ventilação por pressão controlada com pressão de 20 pode ser inadequada sem considerar a auto-PEEP e o VC ajustado. A frequência respiratória de 15 irpm pode ser alta para DPOC, onde tempos expiratórios prolongados são necessários.

B - Um VC de 600 mL pode ser elevado para um paciente de 80 kg na condição descrita, aumentando o risco de barotrauma e volutrauma. Além disso, a PEEP de 10 cmH2O pode ser excessiva sem avaliação da auto-PEEP prévia.

C - A FR de 8 irpm pode ser insuficiente para uma ventilação eficaz em um paciente com acidose respiratória. Além disso, a escolha de ventilação mandatória intermitente sincronizada (SIMV) pode não ser a melhor para controle inicial em um paciente com deterioração respiratória aguda.

E - A proposta de relação I:E 2:1 é inadequada para DPOC, pois aumenta o tempo inspiratório e reduz o tempo expiratório, o que pode piorar a retenção de ar e a auto-PEEP. A FR de 18 irpm também é alta para situação inicial.

Em síntese, a escolha da ventilação deve considerar as especificidades da condição pulmonar do paciente, especialmente em casos de DPOC, para otimizar a troca gasosa e minimizar riscos.

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Comentários

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GABARITO: D

"Não há estudo comparativo entre os modos volume-controlado (ciclado a volume) ou pressão-controlada (ciclado a tempo) em pacientes com exacerbação da DPOC. Independente do modo de controle selecionado, as estratégias ventilatórias visando ao repouso muscular respiratório e à minimização da hiperinsuflação pulmonar dinâmica devem ser priorizadas.

A redução do volume minuto (V. E = VT x f), através da utilização de baixo volume corrente e/ou baixa frequência respiratória, é a estratégia ventilatória mais eficiente visando à redução da hiperinsuflação dinâmica. A freqüência respiratória deve ser a menor possível, atingidos os objetivos acima, tolerando-se valores inferiores a 10-12 irpm. Recomenda-se um volume corrente em torno de 6 a 8 mL/kg, a fim de se reduzir ao máximo o tempo inspiratório e prolongar a expiração."

Fonte: Ventilação mecânica na doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) descompensada (III Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica)

Link: https://www.scielo.br/j/jbpneu/a/THjBycQMGbwpNTsnCvmJG7h/?format=pdf&lang=pt

questão equivocada na assertiva correta por eles letra D. Pois a pergunta da questão retrata considerar o controle inicial e durante os ajustes iniciais ñ da pra avaliar auto PEEP pois ainda nem acoplei o paciente no VM, como vou saber se tem auto PEEP ou não ? a menos que elaborem melhor a pergunta., da viés de dois entendimentos, ajustes antes de acoplar o paciente ou após acoplar o paciente ?

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