Considere que os imóveis foram vendidos em 02/01/2016 e que ...
São apresentados a seguir os Balanços Patrimoniais em 31/12/2015 e 31/12/2016, e a Demonstração do Resultado do ano de 2016 da empresa Comércio de Produtos Populares S.A. (valores expressos em reais):
Considere que os imóveis foram vendidos em 02/01/2016 e que durante o ano de 2016 a empresa não vendeu investimentos nem veículos, não liquidou qualquer empréstimo, não pagou as despesas financeiras e pagou os dividendos constantes do balanço de 31/12/2015.
Com base nestas informações, é correto afirmar que o fluxo de caixa das atividades de
(+) SF Investimentos...................................216.000
(-) REP........................................................36.000 Obs.: Não entrou $, portanto deve ser exluído.
(-) SI Investimentos.....................................84.000
(=) Compra de novos Investimentos......(96.000)
(+) SF Veículos......................1.092.000
(+) Depreciação......................72.000 Obs.: não saiu caixa.
(-) SI Veículos.........................504.000
(=) Compra de Veículos.......(660.000)
(+) Imóveis...................................276.000
(+) Lucro na Venda de Imóveis......84.000
(=) Receb. em Vendas................360.000
FCI=-96.000-660.000+360.000=-396.000
(+) SF Empréstimos obtidos......1.164.000
(-) Despesas Financeiras...........60.000 Obs.: não saiu caixa.
(-) SI Empréstimos obtidos.........540.000
(=) Novos Empréstimos.............564.000
(+) SI Dividendos a pagar..........30.000
(+) Dividendos declarados.........49.920 Obs.: Dividendos=LL-Var. Res. de Lucros=124.800 - 74.880=49.920
(-) SF Dividendos a pagar..........49.920
(=) Pgto de Dividendos..............(30.000)
(+) Aumento de Capital Social=900.000 - 600.000=300.000
FCF=564.000-30.000+300.000=834.000
GAB. A
Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento
Observa-se pela análise do balanço patrimonial que houve integralização de Capital Social no montante de R$ 300.000,00 (como não há informação, subtende-se que foi em dinheiro). Vamos analisar as contas de Empréstimos e Dividendos.
Como o valor de R$ 60.000,00 das despesas financeiras não foram pagas, esse valor foi contabilizado no Passivo Circulante como Empréstimos.
Assim, o valor da contratação de empréstimos em 2016 é igual ao saldo da conta de empréstimos em 2016 menos o saldo dessa conta em 2015 e das despesas financeiras não pagas.
Contratação de novos empréstimos = 1.164.000 - 540.000 - 60.000
Contratação de novos empréstimos = R$ 564.000,00
Vamos calcular o fluxo de financiamento:
Dividendos Pagos = R$ 30.000,00 (conforme enunciado)
O Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento será de:
Integralização de Capital Social ............................................. 300.000,00
Obtenção de Empréstimos .................................................... 564.000,00
(-) Pagamento de Dividendos (conforme enunciado) ................ (30.000,00)
Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento ...... R$ 834.000,00
Forma mais rápida para encontrar o fluxo de investimento:
Variação do disponível = Fluxo Operacional + Fluxo de Investimento + Fluxo de Financiamento
290.400 = - 147.600 + Fluxo de Investimento + 834.000
Fluxo de Investimento + 686.400 = 290.400
Fluxo de Investimento = 396.000, negativo
Com isso, o gabarito é a letra A
https://www.exponencialconcursos.com.br/sefaz-go-comentarios-das-questoes-de-contabilidade-geral-e-avancada-gabarito-extraoficial/#af=5b44c7f61c878&acid=46201304
INVESTIMENTO:
LUCRO NA VENDA TERRENO +84.000
DEPRECIAÇÃO: (72.000)
RESULTADO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL: + 36.000
TOTAL: 48.000
INVESTIMENTOS: (132.000)
VEÍCULOS: (588.000)
IMÓVEIS: + 276.000
FLUXO DE CAIXA INVESTIMENTO: 396.000 (NEGATIVO)
FINANCIAMENTO
EMPRÉSTIMOS: + 624.000
CAPITAL SOCIAL: + 300.000
DESPESAS FINANCEIRAS: (60.000)
DIVIDENDOS: (30.000)
FLUXO DE CAIXA FINANCIAMENTO: 834.000
Uma dica:
Se vc for fazer uma prova de cont da FCC e perceber que para acertar as questoes de fluxo de caixa ela cobra que o candidato descubra os 3 Fluxos, como o caso dessas duas questoes do ICMS GO, vale apena achar o FCI e FCF e depois descontar na variacao das disponibilidades para achar o FCO.
Desse modo vc nao perde tempo descubrindo o FCO pelo modo indireto.
Na minha opinião há um erro de elaboração da questão. Não consta no Balanço Patrimonial a informação de depreciação acumulada.
Assistam o vídeo da Prof Camila Sá, tenho certeza que ajudará muito.
https://youtu.be/vHDEU9JEkkU
Pagamento de Dividendos
Enunciado diz que a empresa pagou os dividendos constantes do balanço de 31/12/2015, isto é: pagou 30.000.
O valor referente a 49.920 refere-se à distribuição de parcela do LL para dividendos, sendo o saldo remanescente do LL destinado para Reservas de Lucro. Vamos ver?
Lucro Líquido 2016: 49.920 + 74.880 = 124.800
Dessa forma, essa parcela (49.920) ainda não foi paga no exercício de 2016, sendo que será paga só no próximo exercício.
Júlio Cardozo, Luciano Rosa:
Fluxo de caixa das atividades de financiamento:
Vamos analisar a conta de Empréstimos. A variação foi de 1.164.000 – 540.000 = 624.000. Esse valor representa a entrada de caixa de novos empréstimos, não é mesmo? ERRADO!!
Temos um detalhe importante: as despesas financeiras! Como elas não foram pagas, o saldo de Empréstimos foi “atualizado” pelas despesas financeiras. Isto é, quando a despesa financeira não é paga, o saldo de Empréstimos aumenta, mas não ocorreu entrada ou saída de caixa. Portanto, a entrada de caixa, referente aos novos empréstimos foi: 624.000 – 60.000 = 564.000.
Agora, vamos analisar a destinação do Lucro Líquido; esse saldo pode ter as seguintes destinações: Reservas de Lucros, Dividendos ou Capital Social.
Lucro Líquido: 124.800
Variação de Reservas de Lucros: 74.880
Destinação para dividendos a pagar: 49.920
Saldo do Lucro Líquido = 0
A questão fala que houve pagamento dos dividendos de 2015, isto é, R$ 30.000,00 no período e foram destinados mais R$ 49.920 para dividendos a pagar.
A questão não fala como que ocorreu o aumento de Capital Social, mas já percebemos que não foi com Lucro do Período, podemos garantir que foi em dinheiro e quanto foi esse aumento? Basta pegarmos a variação das contas:
Saldo Final – Saldo Inicial = 900.000 – 600.000 = R$ 300.000,00
Fluxo de Atividades de Financiamentos:
Aumento de Capital Social em dinheiro: 300.000,00
Novos Empréstimos 564.000,00
(-) Pagamento de Dividendos (30.000,00)
(=) Caixa Gerado pelas Atividades de Financiamento 834.000,00
Assim, descartamos B e D.
Vamos encontrar o fluxo de Investimentos, sempre atentos aos “valores escondidos” da DFC, vejam:
Fluxo das Atividades de Investimentos:
Vejam que a conta Investimentos passou de 84.000 para 216.000, então, podemos garantir que houve a aquisição de novos investimentos de 216.000– 84.000 = 132.000, certo? ERRADO!!!
Precisamos entender que o resultado com equivalência patrimonial gera efeitos na conta de Investimentos, portanto, temos que retirar o saldo de 36.000, ganho com MEP, dessa variação: 132.000 – 36.000 = 96.000. Ou seja, houve a aquisição de novos investimentos de 96.000.
Agora vamos analisar a conta Veículos. Aqui temos uma pequena “peculiaridade” da banca. Temos uma despesa de depreciação de 72.000 na DRE, mas não há uma conta de Depreciação Acumulada como contrapartida no balanço. O que aconteceu? A banca apresentou o ativo pelo valor líquido, isto é, valor histórico – depreciação acumulada. Não podemos considerar isso um erro, mas temos que ficar muito atentos. O Saldo final de 1.092.000 é, na verdade, 1.164.000 de conta veículos e 72.000 de depreciação acumulada. Variação da conta Veículos: 1.164.000 – 504.000 = 660.000 (aquisição de novos veículos).
Por fim, houve a venda dos Imóveis, só que precisamos saber por quanto a operação foi realizada. O valor contábil era de 276.000 e houve Lucro na Venda (apresentado na DRE) de 84.000. Assim sendo, a venda foi realizada por 276.000 + 84.000 = 360.000,00
Fluxo de Atividade de Investimentos:
Aquisição de novos investimentos (96.000)
Aquisição de novos veículos (660.000)
Venda de Terrenos 360.000
Fluxo Consumido nas Atividades De Investimento (396.000)
O gabarito é letra c.
Conta Veículos:
Atenção! Tem uma pegadinha na questão. Ela contabiliza despesa com depreciação na DRE (72.000) mas não evidencia no BP. O valor no BP encontra-se líquido de depreciação, por isso, devemos fazer um ajuste no cálculo para apurar a variação no caixa decorrente da conta (devemos acrescentar a depreciação no saldo final de Veículos).
Veículos = Saldo inicial – Saldo final - depreciação
Veículos = 504.000 – 1.092.000 – 72.000 = (660.000)
A compra de Veículos gerou uma variação negativa de caixa de 660.000.
Autor: Marco Masella
Variação do Disponível (caixa gerado ou consumido nas atividades) = FCO + FCI + FCF
De forma simplificada: ∆ Disponível = FCO + FCI + FCF
Em que: FCO à Fluxo de Caixa Operacional; FCI à Fluxo de Caixa Investimentos; FCF à Fluxo de Caixa Financiamentos.
Atenção: Um detalhe que nos quebra é que nem sempre usando esse método vamos chegar à resposta. Para fechar o examinador tem que colocar todos os valores adequados. Assim, o que ocorre algumas vezes é que ele altera apenas as informações necessárias para se chegar a algum fluxo (normalmente o das operações) e aí não fecha os demais fluxos.
Gilmar Possati
Muito sofrido descobrir o valor do Fluxo de atividade de investimento, cheio de detalhe, considerar depreciação, ganho da alienação, e o método de equivalência patrimoinal... melhor jogar logo na fórmula depois de encontrado os outros dois
Variação CX = AO + AI + AF
290.400 = - 147.600 + AI + 834.000
AI = - 396.000
Segundo Souza¹, a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) – demonstram as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas alterações em, no mínimo, três fluxos, de acordo com a Lei nº 6.404/76:
a) das operações (FCO);
b) dos financiamentos (FCF); e
c) dos investimentos (FCI).
Nesse contexto, segundo o CPC 03, as atividades de investimento são referentes à aquisição e à venda de ativos de longo prazo e de outros investimentos não incluídos nos equivalentes de caixa. Enquanto que as atividades de financiamentos são aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na composição do capital próprio e no capital de terceiros da entidade.
Diante disso, para calcularmos o FCI e FCF, deveremos analisar todas as contas patrimoniais e de resultado que se referem a essas atividades, combinando com as informações fornecidas na questão. Vamos passo a passo analisar todas as contas envolvidas.
[1] Calculando o FCI
[1.1] Conta Investimentos
Repare que houve aumento do saldo de 84.000 para 216.000 (132.000). O que parece dizer que houve apenas um fluxo negativo de caixa que foi utilizado para comprar esses Investimentos no período.
Entretanto, parte desse aumento decorre de um Resultado positivo de Equivalência Patrimonial (não gera fluxo de caixa), por isso devemos subtrair essa parcela para apurar o caixa efetivamente consumido nessa conta.
Investimentos = Saldo inicial – Saldo final + Resultado de Equivalência
Investimentos = 84.000 – 216.000 + 36.000 = (96.000)
Compra de Investimentos gerou uma variação negativa de caixa de 96.000.
[1.2] Conta Veículos
Atenção! Aqui aplicaremos um raciocínio semelhante, mas tem uma pegadinha na questão. Ela contabiliza despesa com depreciação na DRE (72.000) mas não evidencia no BP. O valor no BP encontra-se líquido de depreciação, por isso, devemos fazer um ajuste no cálculo para apurar a variação no caixa decorrente da conta (devemos acrescentar a depreciação no saldo final de Veículos).
Veículos = Saldo inicial – Saldo final - depreciação
Veículos = 504.000 – 1.092.000 – 72.000 = (660.000)
Compra de Veículos gerou uma variação negativa de caixa de 660.000.
[1.3] Conta Imóveis
Repare que a questão nos diz que houve venda dos imóveis 02/01/2016, cujo resultado gerou um lucro de 84.000 (extraído da DRE). Veja que não temos nenhuma vinculação de contas a receber dessa operação, logo, deduzimos que o valor foi recebido à vista.
Com isso, só precisamos calcular a variação do caixa decorrente da conta, proveniente do recebimento do valor contábil do bem + o lucro contabilizado na DRE.
Imóveis = Saldo inicial – Saldo final + lucro
Imóveis = 276.000 – zero + 84.000 = + 360.000
Venda de Imóveis gerou uma variação positiva de caixa de 360.000.
[2] Calculando o FCF
[2.1] Conta Empréstimos
Atenção! Iremos aplicar o mesmo raciocínio contábil que fizemos até agora. Entretanto essa conta tem uma outra pegadinha! Ela contém tanto o principal do empréstimo quanto o valor das despesas financeiras não pagas no período (conforme informação trazida no comando da questão).
Se a empresa não pagou as despesas financeiras incluídas nessa conta, precisamos descontar esse valor do cálculo, pois a operação não gerou fluxo de caixa. Logo:
Empréstimos = Saldo final – Saldo inicial – Despesas financeiras não pagas
Empréstimos = 1.164.000 – 540.000 – 60.000 = + 564.000
Recebimento de Empréstimos gerou uma variação positiva de caixa de 564.000.
Dica! Lembrem que diferente da conta de investimentos que uma variação positiva indica uma saída de caixa, na conta de empréstimos a variação positiva indica entrada de caixa, por isso que invertemos a fórmula do saldo final e inicial acima.
[2.2] Conta Dividendos
Atenção! Lembrem que o CPC 03 encoraja fortemente que os dividendos pagos sejam classificados como fluxos de caixa de financiamento.
Aqui finalmente a banca deu uma facilitada. Trouxe a informação que a empresa pagou os dividendos constantes do balanço de 31/12/2015 (30.000), gerando uma variação negativa de caixa de 30.000.
Dica! Podemos deduzir então que o saldo de dividendos propostos, evidenciados no BP de 2016 (49.920) é referente a parcela de Lucro Líquido do próprio exercício (124.800). Uma parte do LL foi para dividendos (49.920) e outra para a Reserva de Lucros (74.880). Repare que é exatamente o valor da variação dos saldos da conta de Reserva (120.000 para 194.880).
[2.3] Conta Capital Social
Atenção! Depois de analisarmos a destinação do LL do exercício, podemos deduzir que o aumento da conta de Capital Social (de 600.000 para 900.000) se deveu a integralização em disponibilidades, pois somente esse fato contábil fecha o fluxo de caixa das atividades na entidade.
Integralização do Capital Social = Saldo final - Saldo inicial
Integralização do Capital Social = 900.000 – 600.000 = 300.000
A conta gerou uma variação positiva de caixa de 300.000.
[3] Calculando o FCI e o FCF, com base nas variações acima
FCI = variações em Investimentos, Veículos e Imóveis
FCI = -96.000 -660.000 + 360.000 = (396.000)
FCI foi de R$ 396.000,00 negativo.
FCF = variações em Empréstimos, Dividendos e Capital Social
FCF = +564.000 -30.000 +300.000 = +834.000
FCF foi de R$ 834.000,00 positivo.
¹ Souza, Sérgio Adriano de Contabilidade geral 3D: básica, intermediária e avançada I Sérgio Adriano de Souza. - 3ª. ed. rev. e atuai. - Salvador: Juspodivm, 2016.
² Manual de contabilidade societária : aplicável a todas as sociedades: de acordo com as normas internacionais e do CPC / Ernesto Rubens Gelbcke ... [et al.]. – 3ª. ed. – São Paulo: Atlas, 2018.
Gabarito do Professor: Letra A.