Tendo o texto acima como referência inicial, julgue (C ou E)...
A adoção da união antifascista permitiu que se rompesse, nos anos 20 e 30 do século XX, parte do isolamento sectário dos comunistas ortodoxos da Europa, propiciando-lhes a busca de apoio de massa tanto entre trabalhadores quanto entre intelectuais.
O trecho do livro do Hobsbawn citado pelo colega é claro: a política de alianças anti-fascistas foi adotada APÓS a ascenção de Hitler, ou seja, já na década de 1930, caracterizando o item como incorreto!
Difícil era saber de quem a questão estava falando.
A questão é um pouco confusa, mas diz exatamente o que está no Hobsbawm...essa política de união antifascista possibilitou criar um efeito de maior aproximação com as massas, saindo de um certo isolamento do partido comunista, com veículos de propaganda antifascista, especialmente a partir da ascensão de Hitler.
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A ascensão fascista (e do totalitarismo de extrema-direita em geral) no entreguerras tinha no discurso de ódio contra o comunismo um ponto focal importante. O perigo de infiltração comunista e de corrupção geral das instituições sociais era um ponto de apoio essencial na retórica da grande maioria dos regimes fascistas. A Revolução Russa provocara um grande choque em praticamente todo o Ocidente e a possibilidade de uma reprodução do levante bolchevique pela Europa era um argumento constantemente evocado pelo fascismo para uma guinada totalitária e violenta em nome da defesa da sociedade, do Estado e da família - ou seja, da ordem tradicional.
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Por outro lado, as feições completamente totalitárias e violentas do fascismo também despertavam grandes preocupações pela Europa. Para os trabalhadores, o fascismo significava a completa instrumentalização corporativa das organizações sindicais para mobilizar as massas ao mesmo tempo em que se esterilizava a luta de classes em favor de uma ordem social gerida pelo partido único. Para os intelectuais, o fascismo era o estrangulamento da liberdade de pensamento de uma maneira geral; afinal, os dissensos eram interpretados como fonte de corrupção dentro do Estado, devendo haver uma doutrinação sistemática em favor da ideologia central e a eliminação de dissidentes. Portanto, por mais graves que fossem as contradições teóricas do comunismo ortodoxo, as palpáveis ameaças do fascismo eram mais graves para setores importantes da sociedade - afinal, se a perseguição às oposições era uma perversão dos regimes comunistas; tratava-se de uma característica definidora do fascismo.
Assim, a organização das células comunistas pela Europa passavam a ser um foco importante de resistência sistemática ao fascismo, algo que não estava pronto em outros setores da sociedade. E isso foi decisivo para que houvesse essa ruptura do isolamento do comunismo dentro da sociedade, atraindo a atenção de intelectuais e de trabalhadores como uma via importante de resistência. Um dos exemplos mais dramáticos dessa articulação pode ser vista com a organização das Brigadas Internacionais durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939). Com a ascensão do fascismo das falanges franquistas como uma ameaça decisiva contra a República Espanhola, a Internacional Comunista (apoiada na União Soviética) viu no avanço fascista na Espanha um grave risco à Europa e organizou um corpo de combatentes voluntários para reforçar o esforço das tropas republicanas espanholas, bem como para dar apoio aos civis espanhóis leais à república. Às brigadas não acorreram apenas comunistas leais à Internacional, mas também civis (incluindo intelectuais) de todo o mundo para combater o fascismo. Combatiam os brigadistas internacionais sob o lema "pela vossa e pela nossa liberdade". Portanto, item CORRETO.