O Movimento de Reconceituação é prisioneiro de uma antiga c...
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Vamos analisar a questão que trata do Movimento de Reconceituação do Serviço Social, um marco importante na história da profissão, ocorrido na América Latina a partir dos anos 60. Este movimento buscava repensar e transformar a prática do serviço social, alinhando-a com as questões sociais emergentes na época.
O texto do enunciado menciona uma contradição entre uma ética de esquerda e uma epistemologia de direita, resultando em um dilema na prática profissional do assistente social. Vamos compreender isso melhor.
O gabarito aponta a alternativa C - o messianismo e o fatalismo - como a correta.
Justificativa da Alternativa Correta:
A alternativa C aborda dois elementos centrais na crítica ao serviço social tradicional: o messianismo, que refere-se à intervenção do assistente social como um "salvador" ou redentor da população, e o fatalismo, que sugere uma visão de que as condições opressivas são intransponíveis e imutáveis. Esses conceitos refletem a crítica à prática assistencialista e conservadora da profissão antes do movimento de reconceituação, que buscava uma atuação mais crítica e transformadora.
Análise das Alternativas Incorretas:
A - o positivismo e o reformismo: O positivismo refere-se a uma abordagem científica que enfatiza a experiência e a observação direta, enquanto o reformismo está associado a mudanças graduais e dentro do sistema existente. Embora ambas as ideias tenham influenciado o serviço social em diferentes momentos, não são o foco da crítica no movimento de reconceituação.
B - o pragmatismo e o idealismo: O pragmatismo e o idealismo são posturas filosóficas que não se alinham diretamente com a crítica do movimento de reconceituação, que era mais voltada para a prática social e política.
D - o liberalismo e o conservadorismo: Embora ambos sejam correntes políticas e econômicas, a crítica do movimento relaciona-se mais com a prática profissional e menos com doutrinas políticas amplas.
E - o tomismo e o catolicismo: O tomismo é uma escola de pensamento teológico baseada nos ensinamentos de Tomás de Aquino, enquanto o catolicismo refere-se à religião como um todo. Essas não são as bases da crítica do movimento de reconceituação, que buscava uma ruptura com a prática assistencialista ligada à caridade cristã tradicional.
Em questões como essa, é importante identificar palavras-chave e conceitos centrais para distinguir críticas específicas da prática profissional. Isso ajuda a evitar distrações com alternativas que, embora pareçam relevantes, não refletem o foco da questão.
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Comentários
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Mas é necessário, também, evitar uma outra perspectiva, que venho chamando de
messianismo profissional:
uma visão heróica do Serviço Social que reforça unilateralmente a subjetividade dos sujeitos, a sua vontade política sem confrontá-la com as possibilidades e limites da realidade social.
Ora, essa afirmativa não é sem conseqüências. As mudanças históricas estão hoje alterando tanto a divisão do trabalho na sociedade, quanto a divisão técnica do trabalho no interior das estruturas produtivas, corporificadas em novas formas de organização e de gestão do trabalho. Sendo o Serviço Social uma especialização do trabalho na sociedade, não foge a esses determinantes, exigindo "apreender os processos macroscópicos que atravessam todas as especializações do trabalho, inclusive, o Serviço Social.
Eu discordo dessa resposta, e gostaria do gabarito, fundamentado. Ora, o messianismo não é um valor da esquerda.
O duplo dilema mencionado no Movimento de Reconceituação do Serviço Social é a coexistência de uma ética de esquerda e uma epistemologia de direita, que gerou um conflito entre a prática profissional e a teoria. Esse dilema se manifestou na prática profissional do Serviço Social, que muitas vezes se viu dividida entre uma ética de esquerda, que defendia a transformação social, e uma epistemologia de direita, que valorizava a neutralidade e a objetividade.
@resumosdoseso
Carlos Montaño, em seu texto "Um projeto para o Serviço Social Criativo" trata desse dilema:
Fatalismo”, ao cristalizar as condições atuais como imutáveis, rígidas, perenes, ingressando assim num possibilismo resignado e hipotecando as possibilidades de um horizonte distinto.
Messianismo utópico” considera como determinantes da prática profissional “as intenções, os propósitos do sujeito profissional individual”, promovendo um “voluntarismo” e uma “visão heróica” e “ingênua” da ação do indivíduo.
Gabarito: C
Acertei a questão, mas discordo com posicionamento da banca... Foram infelizes nas analogias ...
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