Com relação à economia brasileira vigente entre os anos de 1...
A perda de confiança por parte dos agentes desencadeada pelo choque do petróleo e pela elevação das taxas de juros internacionais ocorridos entre os anos de 1970 e 1980 foi fator decisivo para a deterioração da política de gerenciamento de curto prazo da inflação e das contas externas da economia brasileira.
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A alternativa correta é C - certo.
Para resolver essa questão, é importante compreender o contexto econômico brasileiro entre os anos de 1979 e 1985, um período de grandes desafios para a política econômica nacional. Durante esses anos, o Brasil enfrentou uma série de dificuldades econômicas que foram profundamente influenciadas pelos eventos internacionais, como o choque do petróleo e o aumento das taxas de juros internacionais.
Os choques do petróleo de 1973 e 1979 foram eventos marcantes que resultaram em um aumento abrupto dos preços do petróleo, afetando economias ao redor do mundo. Países dependentes de importações de petróleo, como o Brasil, viram seus custos de produção e inflação aumentarem significativamente.
Além disso, no início da década de 1980, os Estados Unidos elevaram suas taxas de juros para conter a inflação interna. Isso teve um efeito global, levando a um aumento dos custos de financiamento para países que tinham dívidas internacionais, como o Brasil. Esse aumento das taxas de juros internacionais foi um dos fatores que agravou a crise da dívida externa brasileira.
Esses fatores externos, combinados com problemas internos de políticas econômicas, geraram uma perda de confiança por parte dos agentes econômicos. Essa perda de confiança foi decisiva para a deterioração da política de gerenciamento de curto prazo da inflação e complicou ainda mais a situação das contas externas do país.
Portanto, a afirmação de que a perda de confiança desencadeada por esses choques econômicos foi um fator decisivo para a deterioração das políticas de curto prazo no Brasil durante esse período é correta.
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Comentários
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Alternativa CORRETA
"No que diz respeito às finanças governamentais, os anos 1980 apresentam o desequilíbrio do setor público por meio da crise do seu padrão de financiamento externo. Essa restrição de crédito internacional originada com o segundo choque do petróleo impactam, duplamente, sobre as finanças públicas. Por um lado, o setor público passa a ampliar a sua renúncia fiscal e o volume dos subsídios a fim de viabilizar, rapidamente, a geração de um superávit comercial para fazer face a transferência de recursos reais. Do outro lado, por ser o principal devedor em moeda estrangeira (nessa época, o setor privado se endividava junto ao setor público e esse buscava crédito internacional), o governo arca com o ônus do pagamento de uma carga de juros em elevação.
Como consequência da nova conjuntura de insuficiência de financiamento externo pela qual passa o setor público, observa-se o aumento da dívida pública interna, efeito originado da própria rolagem da dívida externa. A expansão da dívida interna está associada à elevação das taxas de juros que pressionam fortemente para a manutenção dos subsídios creditícios e a renúncia fiscal durante o período".
Amanda Aires - Noções de Microeconomia para a Polícia Federal 2014
CORRETA.
A política econômica adotada pelos EUA, a partir de 1981, manteve a tônica da luta contra o processo inflacionário iniciado após as crises do petróleo (1973e 1979). A elevação da taxa de juros interna serviu para contrair a oferta monetária e conter a demanda interna. Colateralmente, promoveu a atração de capitais externos, que foram utilizados para a rolagem da dívida interna, para cobrir os déficits na conta de transações correntes e também para reverter a contínua desvalorização do dólar perante o marco alemão e o iene. As repercussões das políticas domésticas adotadas pelos EUA, no período 1981 a 1985, sobre a economia mundial, foram diversas. De um lado, países exportadores de matérias-primas e alimentos verificaram substancial redução em suas receitas externas, tal como ocorreu no Brasil. Do outro lado, se o dólar sobrevalorizado era responsável pelo déficit em transações correntes dos EUA, ele servia, ao mesmo tempo, para absorver o capital excedente nos países superavitários (Japão e Alemanha).
Essas altas taxas de juros sufocaram os tomadores de empréstimos, levando ao agravamento do problema do balanço de pagamentos dos países em desenvolvimento, cujos reflexos foram sentidos diretamente sobre a dívida externa, além, é claro, de sustar o fluxo de capitais que financiava aqueles déficits. Paralelamente, a recessão induzida pelos EUA fez com que a crise se espalhasse pelo mundo, diminuindo o fluxo do comércio internacional. A América Latina, cujos países haviam se endividado nos anos anteriores, entrou em grave crise econômica. A deterioração das condições mundiais e a sustentação de fortes taxas de crescimento interno, como no caso do Brasil, em 1980, agravaram os desequilíbrios nas contas externas.
Livro: Economia brasileira: da colônia ao governo Lula.
O II PND patindo da avaliação de que a crise e os transtornos da economia mundial não eram passageiros e de que as
condições de financiamento eram favoráveis (taxas de juros ex ante reduzidas e longo prazo para a amortização) o
II PND propunha uma "fuga para a frente", assumindo os riscos de aumentar provisoriamente os déficits comerciais e a dívida
externa, mas construindo uma estrutura industrial avançada que permitiria superar conjuntamente a crise e o subdesenvolvimento.
Em vez de um ajuste econômico recessivo, conforme aconselharia a sabedoria econômica convencional, o II PND propunha uma
transformação estrutural nos sistemas petroquímicos, energeticos e siderurgicos.
Economia Brasileira, Rego e Marques, 5º edição.
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