O escritor toca nas significações existentes para torná-las ...
Começo distraidamente a ler um livro. Contribuo com alguns pensamentos, julgo entender o que está escrito porque conheço a língua e as coisas indicadas pelas palavras, assim como sei identificar as experiências ali relatadas. Escritor e leitor possuem o mesmo repertório disponível de palavras, coisas, fatos, experiências, depositados pela cultura instituída e sedimentados no mundo de ambos.
De repente, porém, algumas palavras me “pegam”. Insensivelmente, o escritor as desviou de seu sentido comum e costumeiro e elas me arrastam, como num turbilhão, para um sentido novo, que alcanço apenas graças a elas. O escritor me invade, passo a pensar de dentro dele e não apenas com ele, ele se pensa em mim ao falar em mim com palavras cujo sentido ele fez mudar. O livro que eu parecia soberanamente dominar apossa-se de mim, interpela-me, arrasta-me para o que eu não sabia, para o novo. O escritor não convida quem o lê a reencontrar o que já sabia, mas toca nas significações existentes para torná-las destoantes, estranhas, e para conquistar, por virtude dessa estranheza, uma nova harmonia que se aposse do leitor.
Ler, escreve Merleau-Ponty, é fazer a experiência da “retomada do pensamento de outrem através de sua palavra”, é uma reflexão em outrem, que enriquece nossos próprios pensamentos. Por isso, prossegue Merleau-Ponty, “começo a compreender uma filosofia deslizando para dentro dela, na maneira de existir de seu pensamento”, isto é, em seu discurso.
(Marilena Chauí, Prefácio. Em: Jairo Marçal, Antologia de Textos Filosóficos. Adaptado)
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas da frase devem ser preenchidas, correta e respectivamente, com:
[...], devido à estranheza,[...] : quando a frase vem especificando ao que é devido, pela regra, tem crase.
[...], envolvendo-o . Envolve alguém com/em algo. (VTDI). Envolvendo ele (o leitor) na (em+a) leitura.
O "lhe", só seria usado se o verbo envolver pedi-se preposição.
Já o pronome "essa" indica que algo está perto da pessoa com quem falo, ou distante da pessoa que fala, o que não há sentido no contexto acima.
Ficou em dúvida quanto o acento grave em "à estranheza", troque por um substantivo masculino, apareceu "ao", é caso de crase!! já no caso de verbo no gerúndio não antecedido de "em", será caso obrigatório de ênclise. Alternativa A.quando vc envolve, vc envolve quem ou o que... VTD ---- se é VTD significa que o pronome utilizado deve ser O, A , OS, AS
ou seja, já eliminamos os ítens B, C e E
Agora, se observarmos, antes de pronome indefinido não se usa crase, ou seja, eliminamos a letra D
Sobrou a Letra A que é o gabarito
Justificativa da letra d
Não se usa crase antes de pronome demonstrativo
se tem marilena chauí, tem comuna na parada!
A) Os verbos transitivos diretos são complementados por objetos diretos. Isso signifca que não exigem preposição para o estabelecimento da relação de regência. Ao empregar esses verbos, devemos lembrar que os pronomes oblíquos o, a, os, as atuam como objetos diretos.
D) Pronome indefinido não aceita artigo.
GABARITO -> [A]
LETRA A
No sentido de em razão de, por causa de, DEVIDO sempre será acompanhado da preposição a.
Se após essa expressão surgir um substantivo feminino, ocorrerá a crase.
PQ não pode ser a D?
Acompanhando os comentários.
Assertiva A
O escritor toca nas significações existentes para torná-las destoantes, estranhas, e para conquistar, devido Á estranheza, uma nova harmonia que se aposse do leitor, envolvendo-O
GABARITO A
O escritor toca nas significações existentes para torná-las destoantes, estranhas, e para conquistar, devido__á_estranheza, uma nova harmonia que se aposse do leitor, envolvendo-_o__.
ENVOLVENDO VTD = O elimina = B /C / E
Á ESSA = Não se uma crase antes de Pronomes Demonstrativo ( ESSA) elimina = D