Questões de Concurso Público TJ-SP 2018 para Escrevente Técnico Judiciário (Interior)

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Q878636 Português

                           Ai, Gramática. Ai, vida.


      O que a gente deve aos professores!

      Este pouco de gramática que eu sei, por exemplo, foram Dona Maria de Lourdes e Dona Nair Freitas que me ensinaram. E vocês querem coisa mais importante do que gramática? La grammaire qui sait régenter jusqu’aux rois – dizia Molière: a gramática que sabe reger até os reis, e Montaigne: La plus part des ocasions des troubles du monde sont grammairiens – a maior parte de confusão no mundo vem da gramática.

      Há quem discorde. Oscar Wilde, por exemplo, dizia de George Moore: escreveu excelente inglês, até que descobriu a gramática. (A propósito, de onde é que eu tirei tantas citações? Simples: tenho em minha biblioteca três livros contendo exclusivamente citações. Para enfeitar uma crônica, não tem coisa melhor. Pena que os livros são em inglês. Aliás, inglês eu não aprendi na escola. Foi lendo as revistas MAD e outras que vocês podem imaginar).

      Discordâncias à parte, gramática é um negócio importante e gramática se ensina na escola – mas quem, professoras, nos ensina a viver? Porque, como dizia o Irmão Lourenço, no schola sed vita – é preciso aprender não para a escola, mas para a vida.

      Ora, dirão os professores, vida é gramática. De acordo. Vou até mais longe: vida é pontuação. A vida de uma pessoa é balizada por sinais ortográficos. Podemos acompanhar a vida de uma criatura, do nascimento ao túmulo, marcando as diferentes etapas por sinais de pontuação.

      Infância: a permanente exclamação:

      Nasceu! É um menino! Que grande! E como chora! Claro, quem não chora não mama!

      Me dá! É meu!

      Ovo! Uva! Ivo viu o ovo! Ivo viu a uva! O ovo viu a uva!

      Olha como o vovô está quietinho, mamãe!

      Ele não se mexe, mamãe! Ele nem fala, mamãe!

      Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste! Criança – não verás nenhum país como este!

      Dá agora! Dá agora, se tu és homem! Dá agora, quero ver!

(Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar, 1996. Adaptado)

Nas frases “Simples: tenho em minha biblioteca três livros contendo exclusivamente citações.” (3° parágrafo), “Vou até mais longe: vida é pontuação.” (5° parágrafo) e “A vida de uma pessoa é balizada por sinais ortográficos.” (5° parágrafo), as expressões em destaque podem ser substituídas, sem prejuízo de sentido ao texto, correta e respectivamente, por:
Alternativas
Q878637 Português

                           Ai, Gramática. Ai, vida.


      O que a gente deve aos professores!

      Este pouco de gramática que eu sei, por exemplo, foram Dona Maria de Lourdes e Dona Nair Freitas que me ensinaram. E vocês querem coisa mais importante do que gramática? La grammaire qui sait régenter jusqu’aux rois – dizia Molière: a gramática que sabe reger até os reis, e Montaigne: La plus part des ocasions des troubles du monde sont grammairiens – a maior parte de confusão no mundo vem da gramática.

      Há quem discorde. Oscar Wilde, por exemplo, dizia de George Moore: escreveu excelente inglês, até que descobriu a gramática. (A propósito, de onde é que eu tirei tantas citações? Simples: tenho em minha biblioteca três livros contendo exclusivamente citações. Para enfeitar uma crônica, não tem coisa melhor. Pena que os livros são em inglês. Aliás, inglês eu não aprendi na escola. Foi lendo as revistas MAD e outras que vocês podem imaginar).

      Discordâncias à parte, gramática é um negócio importante e gramática se ensina na escola – mas quem, professoras, nos ensina a viver? Porque, como dizia o Irmão Lourenço, no schola sed vita – é preciso aprender não para a escola, mas para a vida.

      Ora, dirão os professores, vida é gramática. De acordo. Vou até mais longe: vida é pontuação. A vida de uma pessoa é balizada por sinais ortográficos. Podemos acompanhar a vida de uma criatura, do nascimento ao túmulo, marcando as diferentes etapas por sinais de pontuação.

      Infância: a permanente exclamação:

      Nasceu! É um menino! Que grande! E como chora! Claro, quem não chora não mama!

      Me dá! É meu!

      Ovo! Uva! Ivo viu o ovo! Ivo viu a uva! O ovo viu a uva!

      Olha como o vovô está quietinho, mamãe!

      Ele não se mexe, mamãe! Ele nem fala, mamãe!

      Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste! Criança – não verás nenhum país como este!

      Dá agora! Dá agora, se tu és homem! Dá agora, quero ver!

(Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar, 1996. Adaptado)

De acordo com a norma-padrão, o trecho do 4° parágrafo “ … gramática é um negócio importante e gramática se ensina na escola…” está corretamente reescrito em:
Alternativas
Q878638 Português

                           Ai, Gramática. Ai, vida.


      O que a gente deve aos professores!

      Este pouco de gramática que eu sei, por exemplo, foram Dona Maria de Lourdes e Dona Nair Freitas que me ensinaram. E vocês querem coisa mais importante do que gramática? La grammaire qui sait régenter jusqu’aux rois – dizia Molière: a gramática que sabe reger até os reis, e Montaigne: La plus part des ocasions des troubles du monde sont grammairiens – a maior parte de confusão no mundo vem da gramática.

      Há quem discorde. Oscar Wilde, por exemplo, dizia de George Moore: escreveu excelente inglês, até que descobriu a gramática. (A propósito, de onde é que eu tirei tantas citações? Simples: tenho em minha biblioteca três livros contendo exclusivamente citações. Para enfeitar uma crônica, não tem coisa melhor. Pena que os livros são em inglês. Aliás, inglês eu não aprendi na escola. Foi lendo as revistas MAD e outras que vocês podem imaginar).

      Discordâncias à parte, gramática é um negócio importante e gramática se ensina na escola – mas quem, professoras, nos ensina a viver? Porque, como dizia o Irmão Lourenço, no schola sed vita – é preciso aprender não para a escola, mas para a vida.

      Ora, dirão os professores, vida é gramática. De acordo. Vou até mais longe: vida é pontuação. A vida de uma pessoa é balizada por sinais ortográficos. Podemos acompanhar a vida de uma criatura, do nascimento ao túmulo, marcando as diferentes etapas por sinais de pontuação.

      Infância: a permanente exclamação:

      Nasceu! É um menino! Que grande! E como chora! Claro, quem não chora não mama!

      Me dá! É meu!

      Ovo! Uva! Ivo viu o ovo! Ivo viu a uva! O ovo viu a uva!

      Olha como o vovô está quietinho, mamãe!

      Ele não se mexe, mamãe! Ele nem fala, mamãe!

      Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste! Criança – não verás nenhum país como este!

      Dá agora! Dá agora, se tu és homem! Dá agora, quero ver!

(Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar, 1996. Adaptado)

Assinale a alternativa em que há expressão(ões) empregada(s) em sentido figurado.
Alternativas
Q878639 Português

      Ei-lo agora, adolescente recluso em seu quarto, diante de um livro que não lê. Todos os seus desejos de estar longe erguem, entre ele e as páginas abertas, uma tela esverdeada que perturba ______linhas. Ele está sentado diante da janela, a porta fechada ____costas. Página 48. Ele não tem coragem de contar as horas passadas para chegar _____ essa quadragésima oitava página. O livro tem exatamente quatrocentas e quarenta e seis. Pode-se dizer 500 páginas! Se ao menos tivesse uns diálogos, vai. Mas não! Páginas completamente cheias de linhas apertadas entre margens minúsculas, negros parágrafos comprimidos uns sobre os outros e, aqui e acolá, a caridade de um diálogo – um travessão, como um oásis, que indica que um personagem fala _______ outro personagem. Mas o outro não responde. E segue-se um bloco de doze páginas! Doze páginas de tinta preta! Falta de ar! Ufa, que falta de ar! Ele xinga. Muitas desculpas, mas ele xinga. Página quarenta e oito... Se ao menos conseguisse lembrar do conteúdo dessas primeiras quarenta e oito páginas!

                                  (Daniel Pennac. Como um romance, 1993. Adaptado)

Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, com:
Alternativas
Q878640 Português

      Ei-lo agora, adolescente recluso em seu quarto, diante de um livro que não lê. Todos os seus desejos de estar longe erguem, entre ele e as páginas abertas, uma tela esverdeada que perturba ______linhas. Ele está sentado diante da janela, a porta fechada ____costas. Página 48. Ele não tem coragem de contar as horas passadas para chegar _____ essa quadragésima oitava página. O livro tem exatamente quatrocentas e quarenta e seis. Pode-se dizer 500 páginas! Se ao menos tivesse uns diálogos, vai. Mas não! Páginas completamente cheias de linhas apertadas entre margens minúsculas, negros parágrafos comprimidos uns sobre os outros e, aqui e acolá, a caridade de um diálogo – um travessão, como um oásis, que indica que um personagem fala _______ outro personagem. Mas o outro não responde. E segue-se um bloco de doze páginas! Doze páginas de tinta preta! Falta de ar! Ufa, que falta de ar! Ele xinga. Muitas desculpas, mas ele xinga. Página quarenta e oito... Se ao menos conseguisse lembrar do conteúdo dessas primeiras quarenta e oito páginas!

                                  (Daniel Pennac. Como um romance, 1993. Adaptado)

O texto relata que
Alternativas
Respostas
16: B
17: E
18: D
19: A
20: C