Questões de Concurso Público Prefeitura de Sertãozinho - SP 2018 para Professor de Educação Básica II – Português

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Q1052358 Português
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    Meu vizinho das quintas-feiras, Sérgio Rodrigues, já abordou o tema com muito mais propriedade do que eu seria capaz, mas ele tem me irritado tanto (o tema, não o Sérgio) que vou invadir o quintal alheio e bater na mesma tecla. De um ano pra cá, comecei a ouvir frases do tipo “não é sobre opinião, é sobre respeito” ou “não é sobre alimentação, é sobre saúde”, “não é sobre direitos, é sobre deveres”.
    A primeira vez que me deparei com este novo uso do “sobre”, pensei que estavam falando “sobre” algum filme, livro ou peça de teatro. A respeito de “Superman I”, por exemplo, poderíamos dizer que “não é sobre superpoderes, é sobre amor”. Assim como “Casa de Bonecas”, do Ibsen, “não é sobre um casamento, é sobre a liberdade”. Prestando mais atenção, porém, percebi que o sentido era outro. Era o “sobre” como “ter a ver com”. Trata-se de uma tradução troncha de “it’s not about”, que os anglófonos usam a torto e a direito. Ou melhor, nós usamos torto, eles usam direito.
(Antônio Prata, Sobre o “sobre”. Em: Folha de S.Paulo, 29.10.2017)
Conforme Koch e Elias (2011), nas passagens do primeiro parágrafo “mas ele tem me irritado tanto” e “(o tema, não o Sérgio)”, as expressões em destaque correspondem aos seguintes mecanismos de coesão, respectivamente:
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Q1052370 Português
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Teto de vidro

    Em 1940, apenas 34% das mulheres no Brasil sabiam ler e escrever, segundo dados do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ir além da alfabetização e ingressar em uma universidade era atividade rara para elas.
    A primeira universidade brasileira, estruturada na maneira como conhecemos hoje, administrada por uma reitoria e organizada nas vertentes do ensino, pesquisa e extensão, surgiu na década de 1920, com a Universidade do Rio de Janeiro, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na década de 1930, surge a principal universidade do Brasil: a Universidade de São Paulo (USP).
    A criação da USP se dá com a organização da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, atualmente Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Desde a década de 1930 até hoje, a Faculdade teve somente uma mulher no cargo de diretora: Sandra Margarida Nitrini, que desempenhou a função entre 2008 e 2012.
    A advogada Esther de Figueiredo Ferraz foi a primeira professora mulher da USP, ocupando o cargo na década de 1950, vinte anos após a criação da universidade. Mais que isso, Esther se tornou a primeira docente mulher na Faculdade mais antiga do Brasil, a Faculdade de Direito de São Paulo, fundada em 1827 e integrada à USP em 1932. Desde o século 19, a Faculdade de Direito da USP teve somente uma mulher no cargo de diretora, Ivette Senise Fonseca, que ocupou a cadeira entre 1998 e 2002.
    Ser a primeira docente universitária do Brasil permitiu que Esther fosse também pioneira em outras áreas: foi a primeira reitora mulher da Universidade Mackenzie e a primeira ministra da história nacional, em 1982, ocupando a pasta da Educação. Apesar de muitos avanços das mulheres no setor educacional, Esther ainda é a única mulher nomeada ministra da Educação no Brasil.
(Laís Modelli, Teto de vidro. Revista Cult, setembro de 2016)
Com base em Koch e Elias (2011), identifica-se encadeamento por conexão em que há relação de contrajunção entre os enunciados em:
Alternativas
Q1052374 Português
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    Ceia: do latim coena, última refeição do dia, o nosso popular jantar. A ceia de Natal, porém, tem suas singularidades, a primeira das quais são os convidados. O costume nasceu na Europa. Os cristãos deixavam abertas as portas das casas para que mendigos e viajantes pudessem compartilhar fraternalmente pelo menos uma refeição por ano. O romancista polonês Wladyslaw Stanislaw Reymont (1867-1925), Prêmio Nobel de Literatura em 1924, em Uma Lenda de Natal, situa sua trama na Polônia em certa noite natalina. Jesus, Judas e Pedro chegam esfomeados a uma estalagem. Não havendo nada para comer, a estalajadeira vende-lhes um ganso. Judas, ganancioso, sopra as penas da barriga da ave e pechincha no preço, dizendo que o ganso é muito magro. Jesus propõe que os três vão dormir, enquanto o ganso é preparado. Como a comida não é suficiente para todos, diz que quem tiver o sonho mais bonito comerá o ganso. Judas come a ave enquanto Pedro e Jesus dormem. Quando o mestre pergunta qual foi seu sonho, responde com cinismo: “Sonhei que me levantava e em sonho comia o ganso”. O escritor conclui que esta é a razão de o povo da Polônia guardar vigília na noite de Natal.
(Ângela Paiva Dionísio, Verbetes: um gênero além do dicionário.
Em: Machado e Bezerra [orgs.])
Observe as passagens:
•  ... do latim coena, última refeição do dia, o nosso popular jantar. A ceia de Natal... •  Não havendo nada para comer, a estalajadeira vende-lhes um ganso. Judas, ganancioso, sopra as penas da barriga da ave...
Nas passagens, a relação que há entre os termos destacados é, respectivamente, de
Alternativas
Respostas
1: C
2: E
3: D