Questões de Concurso Público UFMA 2023 para Técnico de Laboratório - Área: Biotério

A administração pela via intramuscular resulta em absorção uniforme e rápida das substâncias em virtude do suprimento vascular do tecido muscular. A maior vantagem dessa via em relação às outras é o volume administrado, que pode ser superior a 5.5 mL/kg (em ratos e camundongos). Para a escolha do local, deve-se observar a menor possibilidade de dano às estruturas nervosas, e a contenção física do animal deve ser firme e gentil para a administração segura.

A administração pela via intraperitoneal é uma opção bastante utilizada em roedores de laboratório, mas desaconselhada para estudos com doses múltiplas. É realizada, preferencialmente, no quadrante inferior direito animal. Deve-se utilizar uma agulha de calibre pequeno (25-27g para camundongo e 23-25g para rato). Após a inserção da agulha no local e antes de administrar, deve-se aspirar para assegurar-se que nenhum órgão foi perfurado. Não havendo fluido na seringa, após aspirar, injeta-se suavemente a substância.

Para administração pela via intravenosa (IV), o animal deve preferencialmente ser colocado em um contensor e obrigatoriamente deve estar anestesiado. A administração de medicamentos por essa via requer conhecimento da anatomia circulatória e pode variar desde uma única dose até uma infusão contínua. As principais veias utilizadas são as veias safena, jugular, femoral ou lateral da cauda (esta última é utilizada para injeções de pequenos volumes). A desvantagem dessa via sobre as outras é que não podem ser administradas soluções com alto pH. 

As substâncias administradas pela via subcutânea (SC) são absorvidas mais rapidamente em comparação com outras vias. O volume administrado, em relação às outras vias, pode ser superior, o que proporciona um efeito farmacológico prolongado. Uma das vantagens dessa via é a viabilidade de administração de substâncias ou soluções com pH alto e/ou baixo. 

A via de administração intradérmica não requer anestesia, e a tricotomia do local de administração é opcional ao manipulador. A metodologia empregada nessa via, em camundongos, implica que a substância deve ser administrada lentamente, após a aspiração para verificação se houve lesão vascular durante o procedimento, e volumes de 0,5 ml a 1 ml podem ser administrados. Após o procedimento, a formação de uma pápula circular sob a pele do animal pode ocorrer ou não, em virtude da vascularização da derme. 

Para roedores, recomenda-se que o transporte seja feito em caixas de papelão, observando-se os cuidados com segurança e ventilação.

Durante o transporte, é proibida a oferta de alimento e água, independentemente da espécie que esteja sendo transportada. 

As caixas de transporte contendo animais devem ser empilhadas uma sobre as outras de modo que facilite a acomodação delas no veículo de transporte, diminuindo o risco de se deslocarem no interior do veículo durante o trajeto.

Deve-se ter cuidado nos locais nos quais as gaiolas são apoiadas. Nunca se deve colocar as gaiolas contendo animais no chão, assim como elas não devem ser empilhadas. 

Para o transporte interno (dentro da mesma instituição), de uma instalação de produção (biotério de produção) para uma instalação de experimentação (biotério de experimentação) dentro do mesmo campus, é obrigatória a emissão do Guia de Transporte Animal (GTA), emitida pelo médico veterinário responsável técnico do biotério. 

Em relação aos forros, segue-se a recomendação das paredes (superfície lisa), sendo recomendados os materiais como madeira ou plástico, pois permitem um bom isolamento acústico. Os materiais não recomendados são o gesso ou concreto. Nessa questão, o ideal é o emprego de materiais que facilitem a limpeza e evitem o acúmulo de sujeira.

Para as paredes internas do biotério, principalmente aquelas localizadas nas áreas limpas, recomenda-se o revestimento com azulejos, o que facilita a limpeza e evitam-se os focos potenciais de acúmulos de sujeiras e microrganismos (principalmente fungos). Não é recomendado o revestimento com tinta epóxi, pois não fornece um acabamento ideal para as paredes, forro e até piso, pela falta de resistência a água e desinfetantes.

Os pisos dos biotérios (ou instalações animais) devem proporcionar uma superfície que facilite a higienização. Entre os materiais recomendados, cita-se: asfalto; lajotas; pisos cerâmicos; e pisos vinílicos, que possibilitam uma higienização adequada.

As instalações para roedores e lagomorfos utilizam sistema de iluminação artificial, evitando, assim, a interferência da luz natural nos locais com animais. Entretanto é recomendada, nas salas de animais, a presença de janelas, que auxiliarão na dinâmica da luminosidade da sala e fotoperíodo dos animais. Além disso, a presença das janelas favorece o controle de umidade na sala de animais, e até a limpeza delas. Dependendo da posição do prédio, as janelas poderão possibilitar a incidência solar diretamente sobre as gaiolas, o que interfere positivamente no bem-estar dos animais.

É importante que um biotério seja um prédio de único piso, localizado em andar térreo, pois dispensará o uso de elevadores ou monta-cargas para transporte de material e insumos. Dependendo do manejo, a troca de gaiolas será realizada 2 a 3 vezes por semana e, consequentemente, gerará o deslocamento de caixas, tampas, bebedouros, ração e cama.

Punção da veia jugular 

Gavagem 

Punção da veia caudal 

Limpeza e trocas de gaiolas 

Administração subcutânea de substâncias ou medicamentos

Embora o processo de esterilização garanta a diminuição ou a ausência de contaminação microbiológica, a autoclavação da ração não é um procedimento que deva ser adotado na rotina de instalações de animais (biotérios) para o controle do crescimento de microrganismos em rações.

Não ocorrem perdas de nutrientes termolábeis ou fotossensíveis durante a estocagem das rações.

O ideal é ter dietas estéreis, preferencialmente, com um padrão de qualidade da embalagem, manuseio, transporte e armazenamento. 

A desvantagem do processo de esterilização da ração pelo método de irradiação gama é a perda das características nutricionais e organolépticas do produto, e consequentemente, a diminuição do tempo de validade e, da condição microbiológica da ração.

Para manter a estabilidade de nutrientes das dietas peletizadas de animais, elas devem ser estocadas à temperatura ambiente e umidade acima de 60%, com previsão de consumo em 8 meses após a data de fabricação.