Questões de Concurso Público Câmara Municipal do Rio de Janeiro 2015 para Consultor Legislativo - Direito (Manhã)

Foram encontradas 7 questões

Q2055789 Português
Considerar o texto I para responder a questão


   Texto I - Órfãos de Gabo

   Nenhum latino-americano escapou de se perguntar, um dia, se a América Latina de fato existe. Não aos olhos estrangeiros face aos quais uma estranheza nos irmana, mas aos nossos próprios olhos, quando nossas diferenças parecem irremediáveis. A cicatriz de Tordesilhas teria tornado o pertencimento latino-americano difícil para os brasileiros, não fora Gabriel García Márquez que, com sua literatura, apresentou a América Latina a seus filhos, transfigurada na força torrencial de seu imaginário. [...]
   A ficção de García Márquez transpira esse desejo de viver para contar essas mentiras que dizem a verdade sobre nossas sociedades, nossos países. Sua ficção não conta apenas o que uma sociedade é, mas o que ela gostaria de ser, não documenta somente vidas improváveis, mas também os demônios de uma época que não é feita só de gente de carne e osso, mas também de fantasmas. O fantasma das revoluções e seus comandantes, os caudilhos e anti-heróis, as guerras civis, as ditaduras militares, que assombram há mais de cem anos a solidão da América Latina...
 
  Rosiska Darcy de Oliveira. O Globo, 26/04/2014. Fragmento.Disponível
em: http://oglobo.globo.com/opiniao/orfaos-de-gabo12303064#ixzz33eONoeAp 
De acordo com os sentidos do texto I, é correto afirmar que:
Alternativas
Q2055796 Português
Considerar o texto III para responder a questão.


   Texto III - Quanto de barbárie existe ainda dentro de nós?

   Carregamos dentro de nós, latente mas sempre atuante, o impulso de morte. A religião, a moral, a educação, o trabalho civilizatório foram os meios que desenvolvemos para pôr sob controle esses demônios que nos habitam. Mas essas instâncias não detêm aquela força que possa submeter tais impulsos às regras de uma civilização que procura resolver os problemas humanos com acordos e não com o recurso da violência.
   Cumpre reconhecer que vigora em nós ainda muita barbárie. Não diria animalidade, pois os animais se regem por impulsos instintivos de preservação da vida e da espécie. Em nós esses impulsos perduram mas temos condições de conscientizá-los, canalizá-los para tarefas dignas, através de sublimações não destrutivas, como Freud e, recentemente, o filósofo René Girard com seu “desejo mimético” positivo tanto insistiram.
   Mas ambos se dão conta do caráter misterioso e desafiante da persistência desse lado sombrio (pulsão de morte em dialética com a pulsão de vida) que dramatiza a condição humana e pode levar a fatos irracionais e criminosos como o linchamento de uma pessoa inocente.

Leonardo Boff. 19/05/2014. Fragmento. Disponível em http:// leonardoboff.wordpress.com/2014/05/19/quanto-de-barbarie-existe-aindadentro-de-nos/
“Mas essas instâncias não detêm aquela força”. A forma verbal em destaque, com idêntica ortografia, preenche corretamente a lacuna existente em:
Alternativas
Q2055798 Português
Considerar o texto III para responder a questão.


   Texto III - Quanto de barbárie existe ainda dentro de nós?

   Carregamos dentro de nós, latente mas sempre atuante, o impulso de morte. A religião, a moral, a educação, o trabalho civilizatório foram os meios que desenvolvemos para pôr sob controle esses demônios que nos habitam. Mas essas instâncias não detêm aquela força que possa submeter tais impulsos às regras de uma civilização que procura resolver os problemas humanos com acordos e não com o recurso da violência.
   Cumpre reconhecer que vigora em nós ainda muita barbárie. Não diria animalidade, pois os animais se regem por impulsos instintivos de preservação da vida e da espécie. Em nós esses impulsos perduram mas temos condições de conscientizá-los, canalizá-los para tarefas dignas, através de sublimações não destrutivas, como Freud e, recentemente, o filósofo René Girard com seu “desejo mimético” positivo tanto insistiram.
   Mas ambos se dão conta do caráter misterioso e desafiante da persistência desse lado sombrio (pulsão de morte em dialética com a pulsão de vida) que dramatiza a condição humana e pode levar a fatos irracionais e criminosos como o linchamento de uma pessoa inocente.

Leonardo Boff. 19/05/2014. Fragmento. Disponível em http:// leonardoboff.wordpress.com/2014/05/19/quanto-de-barbarie-existe-aindadentro-de-nos/
“Não diria animalidade, pois os animais se regem por impulsos instintivos...” A conjunção em destaque explicita a seguinte relação lógica existente entre essas duas orações:
Alternativas
Q2055800 Português
Considere o texto IV para responder a questão.


   Texto IV - Há línguas perfeitas

   Um grande mito em relação às línguas é que, em algum momento, teria havido línguas perfeitas. Sua tradução quase diária é que teria havido, para cada língua, uma época em que ela foi melhor, em que se falava mais corretamente. A forma mais comum deste mito (ou mentira), no dia a dia, é a tese da decadência da língua (das línguas). Os que defendem esta tese não sabem (ou fingem não saber) que ela é brandida desde sempre. Uma versão é o mito de Babel, mas a tese foi repetida em Roma, Alexandria, na França, Inglaterra, é repetida nos EUA e, claro, no Brasil. Curiosamente, em cada época essa tese é defendida na língua da época...

Sírio Possenti. In Língua Portuguesa. Ano 9, número 100, fevereiro de 2014. Página 24.
“Sua tradução quase diária é que teria havido, para cada língua, uma época em que ela foi melhor, em que se falava mais corretamente.” No período citado, o recurso que marca o questionamento da ideia de que houve, em algum momento, uma “língua perfeita” é o uso de:
Alternativas
Q2055804 Português
Considere o texto V para responder a questão.


   Texto V - Feliz aniversário

   “A família foi pouco a pouco chegando. Os que vieram de Olaria estavam muito bem vestidos porque a visita significava ao mesmo tempo um passeio a Copacabana. A nora de Olaria apareceu de azul-marinho, com enfeites de paetês e um drapejado disfarçando a barriga sem cinta. O marido não veio por razões óbvias: não queria ver os irmãos. Mas mandara sua mulher para que nem todos os laços fossem cortados – e esta vinha com o seu melhor vestido para mostrar que não precisava de nenhum deles, acompanhada dos três filhos: duas meninas já de peito nascendo, infantilizadas em babados cor-de-rosa e anáguas engomadas e o menino acovardado pelo terno novo e pela gravata.”

Clarice Lispector. In: Laços de Família. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1991. Fragmento. 
A elipse é um recurso no qual um ou mais termos não são expressos, embora sejam compreendidos com base no contexto. Constata-se a ocorrência de elipse em:
Alternativas
Respostas
1: B
2: C
3: A
4: B
5: D